VIROSES : GRIPE
GRIPE
DEFINIÇÃO:
A gripe é
uma doença infectocontagiosa que afeta as vias respiratórias. E ao contrário do
que a maioria das pessoas pensam, gripe e resfriado não são a mesma coisa.
Enquanto o resfriado pode ser causado por diversos vírus, alergias
respiratórias e tem sintomas mais amenos do que nos quadros gripais, a gripe é
causada pelo vírus influenzae, apresentando sinais e sintomas mais graves.
VIROLOGIA:
Os vírus
influenza são partículas envelopadas com duas glicoproteínas de superfície, a
hemaglutina e a neuraminidade. Pertencem à família Orthomyxoviridae, incluindo
quatro gêneros: influenza A, influenza B, influenza C e thogotovirus. Os vírus
influenza A são divididos em subtipos da na base de diferença sorológicas e
genéticas. Existem 15 subtipos de hemaglutina (H1-H5) e 9 subtipos de
neuraminidade (N1-N9).
O vírus
influenza A, com a hemaglutina H1, H2 e H3, têm causado epidemias e pandemias
em humanos desde 1990. A
emergência de novos subtipos encontrados em aves aquáticas e a habilidade de
pular espécies hospedeiras transformam a gripe em doença não erradicável.
O sucesso
epidemiológico dos vírus influenza é devido a dois tipos de variações
antigênicas que ocorrem nos antígeneos das hemaglutinas e neuraminidades. A consequência
é que o indivíduo torna-se suscetível a mais amostras, a despeito das infecções
prévias pr outros subtipos.
ETIOLOGIA:
Três tipos
antigênicos da família orthomyxovirus são conhecidos agentes etiológicos da
Gripe: Influenza tipo
v A (mais importante),
v B (responsável por surtos localizados)
v e C (relativamente sem importância clínica).
Os vírus da
influenza A são sub-classificados com base nas características de dois
antígenos, a hemaglutinina (H) e a neuraminidade (N), havendo três tipos de
hemaglutininas (H1, H2 e H3) e duas neuraminidades (N1 e N2).
A imunidade a esses antígenos - especialmente a hemaglutinina - reduz a probabilidade de infecção e diminui a gravidade da doença quando esta ocorre.
O vírus influenza é um vírus RNA com uma grande capacidade de sofrer mutações com intervalos variáveis, aparecem subtipos totalmente novos (por exemplo, mudança de H1 para H2), o que se denomina mudança antigênica maior, responsável por pandemias, que ocorrem em intervalos de10 a 40 anos, como por exemplo
às gripes Espanhola e a Asiática que tiveram elevada morbidade e mortalidade;
já as mudanças antigênicas menores, dentro de cada subtipo, associam-se com a
ocorrência de epidemias anuais ou surtos regionais.
As cepas dos vírus da influenza são descritas segundo o país, região ou cidade onde foram isoladas originalmente, o número do cultivo e o ano de identificação.
A infecção contra um subtipo confere pouca ou nenhuma proteção contra os outros subtipos.
A imunidade a esses antígenos - especialmente a hemaglutinina - reduz a probabilidade de infecção e diminui a gravidade da doença quando esta ocorre.
O vírus influenza é um vírus RNA com uma grande capacidade de sofrer mutações com intervalos variáveis, aparecem subtipos totalmente novos (por exemplo, mudança de H1 para H2), o que se denomina mudança antigênica maior, responsável por pandemias, que ocorrem em intervalos de
As cepas dos vírus da influenza são descritas segundo o país, região ou cidade onde foram isoladas originalmente, o número do cultivo e o ano de identificação.
A infecção contra um subtipo confere pouca ou nenhuma proteção contra os outros subtipos.
AGENTE ETIOLÓGICO
Influenzavirus, vírus tipo RNA (composto por ácido ribonucleico) da família
Orthomyxoviridae e que compreende três espécies, o influenzavirus A, B e C. E
responsável pela gripe humana e em outros animais. Uma vez no corpo, esses
vírus atacam e destroem glândulas da mucosa e epitélios ciliados que, no ato da
respiração, protegem o sistema respiratório de partículas estranhas presente no
ar.
HOSPEDEIRO
Homem
FORMA DE TRANSMISSÃO
A principal
via de entrada são as vias respiratórias superiores. A forma mais comum de
transmissão do vírus é através de gotículas no ar, passando de uma pessoa a
outra. O vírus da gripe é altamente contagioso e, portanto, altamente
transmissível.
DISSEMINAÇÃO
Os vírus
influenza replicam nas células epiteliais do trato respiratório, acessam as
secreções e são disseminados através de pequenas partículas aéreas durante
espirros, tosse e conversas ou, até mesmo, por contato. Aceita-se que esses
vírus sejam mantidos em humanos através da relação direta pessoa a pessoa.
No Brasil
ocorre elevação dos casos de Gripe nos meses mais frios do ano (junho, julho e
agosto) nas regiões Sul e Sudeste e nas estações de chuva (janeiro, fevereiro e
março) nas regiões Norte e Nordeste sendo uma importante causa de faltas à
escola e ao trabalho, elevação do número de internações hospitalar por
pneumonia, e mortes. A infecção pelo vírus Influenza é bastante mais comum em
pré-escolares e escolares, embora quadros mais complicados sejam mais
freqüentes em lactentes e na terceira idade.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO:
O vírus
Influenza se transmite de pessoa a pessoa com extrema facilidade tendo um
período de incubação de 1 a
5 dias.
PERÍODO DE DURAÇÃO:
O mal-estar
geral pode persistir por vários dias e até mesmo semanas. Pode ocorrer miosite,
com dores musculares e dificuldade de deambulação.
A febre dura
cerca de 3 a
5 dias, sendo que a retomada do quadro febril depois de um a dois dias sem
hipertermia sugere a possibilidade de infecção bacteriana secundária e
freqüentemente é um forte indicativo para iniciar-se antibiótico. Influenza
pode diminuir o metabolismo de certas drogas como, por exemplo, teofilina
elevando o nível sérico podendo causar intoxicação.
PERÍODO DE TRANSMISSÃO:
Igual
período de duração
FREQUÊNCIA
A gripe
poder ser uma doença perigosa. Embora, frequentemente, seja considerada uma
doença trivial, a gripe pode ter um impacto devastador. A história registra
vários surtos. A ação do vírus pode causar sérias complicações, principalmente
em crianças, idosos, pessoas imunocomprometidas e doentes crônicos. A gripe
afeta pessoas de todas as idades.
SINTOMATOLOGIA
O quadro
clínico típico caracteriza-se por febre, calafrios de início abrupto, dores de
cabeça, garganta e musculares, mal-estar geral, anorexia, tosse seca, hiperemia
de mucosas e membranas, olhos injetados e eliminação de secreção clara pelo
nariz. Esses sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças, por
exemplo, resfriado comum, traqueobronquite, processo alérgicos, etc.
DIAGNÓSTICO:
O
diagnóstico laboratorial da gripe requer a confirmação laboratorial, de pouca
utilidade prática, mas fundamental na vigilância das epidemias e em pesquisas
de vacinas e drogas.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Ao contrário
do que muitas pessoas pensam gripe e resfriado não são a mesma coisa. A gripe é
causada por um vírus chamado Influenza que tem esse nome pois no passado
acreditava-se que todas as mazelas da humanidade, entre elas a gripe, seriam
causadas por "influência" dos deuses. Mas não é só o vírus que é
diferente, as manifestações clínicas também. A gripe é caracterizada por febre
alta, calafrio, mal-estar importante, tosse produtiva, obstrução nasal, dor de
garganta, cefaléia, mialgia e, freqüentemente, deixa a pessoa acamada. Ao
contrário, o resfriado comum é caracterizado por sinais e sintomas mais leves
como coriza, espirros e tosses eventuais e febre, quando presente, é baixa.
TRATAMENTO:
A Gripe, em
geral, é uma doença auto-limitada em indivíduos imunocompetentes e a maior
parte das pessoas recuperam-se depois de alguns dias.
1.
Nos
casos complicados:
Nos casos
com infecção bacteriana secundária (Otite, Sinusite ou Bronquite) faz-se
necessário o uso de antibióticos aumentando ainda mais o ônus da doença e
elevando o número de dias de absenteísmo (trabalho e/ou escola);
2.
Nos
casos não complicados:
Repouso;
Aumento da ingestão hídrica;
Analgésico/antitérmico que não contenham ácido acetil salicílico, pela risco de
Síndrome de Reye
Soro fisiológico nasal
Terapia anti-viral específica:
Amantadina e Rimantadina- Ambos ativos somente contra o Influenza tipo A, mas apenas a primeira
está liberada pelo FDA para administração em crianças com mais de 1 ano de
idade. Estudos mostram rápida redução do tempo de doença se o tratamento, com
uma dessas duas drogas, for iniciado dentro de 48 horas das manifestações
clínicas. O tratamento não deve ser feito por mais do que 5 a 7 dias.
A dose é a
mesma para as duas drogas:
Crianças
|
De
|
Maiores de
10 anos
|
|
<
|
> de
|
||
Tratamento
ou
profilaxia
|
5mg/Kgdia,
máximo de
150mg/
dia, em 1
ou 2
tomadas/dia
|
5mg/Kg por
dia,
em 1 ou 2
tomadas
|
200mg/dia
divididos
em 1 ou 2
doses/dia
|
Ribavirina - A
Ribavirina mostrou-se, in vitro, ativa contra o Influenza tipo A e B. Estudos
utilizando a Ribavirina em aerossol tem mostrado uma atividade modesta, contudo
esta droga não está aprovada pelo FDA para tratamento de infecções por
Influenza.
Zanamivir, não é
recomendada para crianças com menos de 7 anos de idade, a dose é de 10 mg 2X ao
dia, independente do peso ou idade, e é por via inalatória.
Oseltamivir, a dose varia de acordo com o peso, crianças com < de 15Kg
recomenda-se 30mg 2X ao dia, crianças de 15 a 23 Kg recomenda-se 45mg 2X ao dia, para
crianças de 23 a
40 Kg , a
dose é de 60 mg 2X ao dia e crianças com mais de 40 Kg a dose é de 75mg 2X ao
dia.
A gripe é
uma das maiores causas de faltas ao trabalho e escolas, provocando a
interrupção das tarefas do dia-a-dia, afetando a qualidade de vida das pessoas.
As
complicações são muito frequentes, especialmente em pessoas que já possuam
outras enfermidades, como diabetes, asma, doenças pulmonares ou cardíacas
crônicas e aqueles com função imune reduzida, como crianças e idosos. A gripe
pode causar sérias complicações que podem ser fatais, como a pneumonia.
Complicações
As complicações
pulmonares são as mais frequentes, podendo ser dividas entre as causadas pelo
próprio vírus e as secundárias, de etiologia bacteriana, sendo as mais
identificadas os Streptococcus pneumoniae, Staphyloccus aureus, Haemophilus
influenze e os estreptococos do grupo a beta hemolítico.
Outras
complicações encontradas são as neurológicas, em especial as encefalopatias,
miosites, otites, sinusites e lesões do músculo cardíaco.
A indicação
de antibióticos restringe-se aos processos bacterianos e eles devem ser
receitados por médicos.
PROFILAXIA:
"A
vacinação é a única medida efetiva para reduzir os casos de gripe em uma
região."
Existem
vários testes diagnósticos disponíveis, divididos em quatro categorias:
isolamento do vírus, considerado "gold standard", detecção de
proteínas virais, detecção de ácido nucléico e provas sorológicas. A melhor
amostra clínica utilizada nos primeiros três métodos é a combinação de
"swabs" da nasofaringe e garganta. A realização e escolha do teste
dependem de fatores como custo, sensibilidade e especificidade.
CONTROLE E PREVENÇÃO
Existem duas
formas para prevenis e controlar a gripe: o uso de vacinas e o uso de agentes
antivirais.
A vacinação
é a única medida efetiva para reduzir o número de casos de gripe em uma região.
As
recomendações tradicionais de uso são feitas pelas autoridades sanitárias e,
geralmente, limitam-se a pessoas com fatores que as predispõem a morbidade e
mortalidade severas.
"A
vacina inativada é bem tolerada e pode ser utilizada em indivíduos com mais de
seis meses de idade."
As vacinas
licenciadas são formuladas com vírus inativados, trivalentes, pois contêm os
subtipos influenza A (H1N1), influenza A (H3N2) e influenza B. A vacina
inativada é segura e imunogênica, induzindo imunidade em 60% a 90% das crianças
e adultos, sendo menos efetiva em idosos.
Diversos
estudos demonstraram menor incidência de complicações bacterianas em crianças e
a relação custo-benefício ficou evidenciada em idosos através da relação de
admissões hospitalares e mortes após campanhas de vacinação. de outra forma,
trabalhos científicos realizados com a participação de trabalhadores adultos
saudáveis analisaram a diminuição dos episódios de doença respiratória, do
número de visitas médicas e de dias perdidos de trabalho.
As reações
locais, de pequena importância, podem ocorrer em 30% dos vacinados e perduram
por até dois dias. As sistêmicas, em geral, ocorrem em pessoas que não tiveram
exposição prévia aos antígenos e caracterizam-se por febre, mal-estar e dor
muscular em frequência inferior a 1%.
É importante
salientar que a vacina inativada contém vírus mortos não infecciosos que não
podem causa gripe, e o diagnóstico de doença respiratória após vacinação é
coincidência.
FONTE
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância Epidemiológica, DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. GUIA DE BOLSO, 6ª
edição revista Série B. Textos Básicos de Saúde, brasília / DF, 2006
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