sábado, 1 de dezembro de 2012

BACTERIOSES : MENINGITE BACTERIANA

BACTERIOSES : MENINGITE BACTERIANA




     São inflamações que acometem as meninges, membranas que envolvem o sistema nervoso central.  Por desencadearem processos inflamatórios, apresentam sintomas tais como: cefaleias, febre, rigidez de nuca, vômitos, convulsões e vertigem.
     As meningites podem ser atingidas por micro-organismos em diversas partes, tais como sangue, infecções da face, ouvidos, fraturas do crânio.
 Agente Etiológico
      
Os agentes etiológicos da meningite são múltiplos: meningococos, estafilococos, estreptococos etc.  Todos os micro-organismos podem causar meningite, desde que consigam atravessar a barreira hematoencefálica.

Transmissão
      Os micro-organismos atingem as meninges por diversas vias:  sangue, fraturas do crânio, ouvido mastóide, infecções da face.

Sintomas

No período neonatal:
-                           Recusa alimentar
-                           Escassa capacidade de sucção
-                           Vômitos e/ou diarréia
-                           Choro
-                           Hipotermia ou febre
-                           Sonolência
-                           Convulsões
Obs.:  No período neonatal o diagnóstico é difícil.

Crianças com mais de 2 anos:
-                           Mal estar geral
-                           Febre 28 – 40oC
-                           Calafrios
-                           Cefaleia
-                           Vômitos
-                           Dores generalizadas
-                           Convulsões
-                           Sinais meningeos presente
Obs.: Estes sintomas tendem a agravar-se, podendo mesmo originar um estado de coma.

Lactantes e crianças pequenas:

Raramente é observado o quadro clássico de meningite.  Os sinais meningeos, não contribuem para o diagnóstico por serem de difícil avaliação.

Podem apresentar:
-       Febre, vômito
-       Irritabilidade
-       Convulsões
-       Choro
-       Rigidez da nuca

Sinais Meningeos

  • Rigidez da nuca
  • Brudzinski – Flexão involuntária da perna sobre a coxa e dessa sobre a bacia ao se sentar e ante-fletir a cabeça.
  • Kernig – Resposta em flexão da articulação do joelho, quando a coxa é colocada em certo grau de flexão relativo ao tronco.
 Diagnóstico   


  • Exame físico
  • P.L. (diagnóstico definitivo)

Em alguns casos, as culturas de material colhido no nariz e garganta, podem oferecer informações valiosas.

Diagnóstico Laboratorial
      
O diagnóstico laboratorial das meningites é comumente realizado através do estudo do L.C.R.

Estudo L.C.R. – O líquor normal é límpido e incolor como “água”.  O volume normal é de 80 a 150 ml.  O aumento de elementos figurados (celular) causa a turvação no L.C.R., variando sua intensidade de acordo com a quantidade e o tipo desses elementos.  Os seguintes exames devem ser realizados no líquor:

-   Quimiocitológico: deve ser realizado imediatamente após a punção liquórica para evitar falsos resultados.
-   Citológico ou contagem de células: Os neutrófilos predominam nos casos agudos, os linfócitos e iosinófilos nos casos subagudos e crônicos.  Faz-se a contagem global (total) de células por mm3 e a contagem específica (diferencial) dessas células (neutrófilos, iosinófilos, monócitos etc.) através de esfregaços corados.
-   Bioquímico:  Utilizam-se tecnicamente bioquímicas para dosagem de glicose, proteínas, cloretos, ureia etc.  O valor da glicose no L.C.R. é sempre maior que a do sangue.  A quantidade de proteínas varia com a idade, sendo maior nas primeiras semanas de vida e na velhice.  Varia, também, com o local da punção.
-   Imunobiológicos: Aplicados utilizando L.C.R. e/ou soro do paciente na pesquisa de antígenos solúveis (meningite por meningococos, hemófilos, pneumococos) ou pesquisa de anti-corpos (neurosifilis, neuro-cistocercose e ainda meningococos e hemófilus).
-   Microbiológicos: Exames realizados, sob assepsia, para detectar a presença de bactérias ou fungos.  São dois tipos:  microscópico (com ou sem coloração) e cultura (para bactérias e fungos).

 Prognóstico
Depende de:

-   Idade da criança
-   Tipo de micro-organismo
-   Gravidade da infecção
-   Duração da doença antes do início do tratamento

Terapêutica

-   Isolamento
-   Antibioterapia
-   Hidratação
-   Manutenção de ventilação
-   Controle de convulsões
-   Controle de temperatura
-   Correção de anemia

 Prevenção


  • Nas meningites neonatais, a  prevenção é feita com a melhoria da assistência obstétrica.
  • Pode ser feita através da vacinação, com vacinas para meningococos tipo A e C.
  • Prevenção de infecções respiratórias e dos ouvidos.
Terapêutica Medicamentosa
      
A antibioticoterapia é a administrada por via venosa, por um período de 7 a 14 dias, ou até mais, dependendo da evolução clínica e etiologia.

Agente

Antibiótico
Intervalo
Meningitidis
Penicilina
Ampicilina
3/3 ou 4/4
4/4 ou 6/6
Pneumococos
Penicilina
12/12 ou 24/24
Staplilococos
Oxacilina
Vancomicina
4/4 ou 6/6
6/6
Halmophilus
Cloranfenicol
Cefotriaxona
6/6 ou 12/12
24/24

 Aspectos Epidemiológicos

     Infecções do sistema nervoso central (SNC), com acometimento das meningites, causadas por múltiplas etiologias e caracterizadas por:  febre, cefaléia, vômitos, sinais de irritação meningea e alteração do líquido céfalo-raquidiano (L.C.R.).  Seu prognóstico depende do diagnóstico precoce e do início imediato do tratamento.  Algumas delas se constituem em problemas relevantes para a saúde pública.
     Em saúde pública, duas etiologias são de especial importância:  meningococos (Neisserio meningitodis) e bacilo da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis).  Todavia, para o seu correto acompanhamento, é fundamental que todas as meningites sejam investigadas e tratadas.  

Deve-se levar em consideração que outras etiologias podem ter importância maior em determinados momentos, pelo aumento do número de casos ou pelo aumento da letalidade, por exemplo.  As meningites causadas pelo Haemophilus e pelo Pneumococo têm merecido atenção especial, devido as suas elevadas incidências, bem como pela evolução no conhecimento sobre métodos de preveni-las.
 Vigilância Epidemiológica

     Notificação:  é realizada através da coleta sistemática das informações sobre a doença, da investigação dos casos de óbitos, da análise dos dados obtidos e da adoção de medidas de controle oportunas.  O conhecimento dos casos dar-se-á dentre outras pelas seguintes fontes:


  • Hospitais – Constituem a fonte principal de notificação de casos de meningites, uma vez que o tratamento de um doente é efetuado em ambiente hospitalar, geralmente especializado, e que deve estar integrado ao sistema de vigilância epidemiológica.  O conhecimento dos casos através dos hospitais de atendimento pode se dar de modo passivo, quando se aguarda as notificações por eles enviadas, ou de modo ativo, quando se busca nesses locais os casos que tiveram diagnóstico de meningite.
  • Laboratório – São importantes fontes de informação para o sistema.
  • Declaração de óbito – Proporcionam o conhecimento dos casos com evolução fulminante, bem como outros que não tenham sido notificado.
  • AIV – Constitui importante fonte de conhecimento de casos.

Período de Incubação
      
De 48 horas a 5 dias aproximadamente.

Disseminação

     Toda ocorrência de meningite, faz parte do sistema de notificação.  Tratando-se de uma doença onde inúmeros agentes envolvem infecções, a vigilância epidemiológica caso a caso, possibilita identificar, classificar e analisar a distribuição causal e o seu comportamento em nosso meio.
     A meningite causada por Haemophilus influenza é uma infecção de grande importância no nosso meio.  Perto de 200 casos anuais ocorriam endemicamente, antes da instituição da vacinação de rotina em criança.  Os resultados esperados já apareceram no Estado, com a ocorrência de 138 casos em 1999 e de 37 casos em 2000.
     A meningite causada por pneumococos também é outra infecção de grande importância e que vem sistematicamente sendo valorizada, principalmente voltada às pessoas na 3ª idade e pacientes com patologias especiais.  Uma média de 150 casos são conhecidos anualmente e com alta taxa de mortalidade.  A vacinação contra pneumococos não está disponibilizada na rotina, sendo realizado neste momento aos idosos de convívio em casas para idosos e para pacientes com patologias especiais.
FONTE



MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. GUIA DE BOLSO, 6ª edição revista Série B. Textos Básicos de Saúde, brasília / DF, 2006

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

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REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
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VALLADA, E.P. Manual de exame de fezes. São Paulo: Atheneu, 2004.

Bibliografia Complementar

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GARCIA, L. S.; BRÜCKNER, D. A. Diagnostic Medical Parasitology. 3 ed. Washington D. C.: ASM, 1997.
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ZAMAN, V. Atlas Color de Parasitologia Clínica. 2 ed. Buenos Aires: Panamericana, 1988.


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