BACTERIOSES : MENINGITE BACTERIANA
São inflamações que acometem as meninges,
membranas que envolvem o sistema nervoso central. Por desencadearem processos inflamatórios,
apresentam sintomas tais como: cefaleias, febre, rigidez de nuca, vômitos,
convulsões e vertigem.
As meningites podem ser atingidas por micro-organismos em
diversas partes, tais como sangue, infecções da face, ouvidos, fraturas do
crânio.
Agente Etiológico
Os agentes etiológicos da meningite são múltiplos: meningococos, estafilococos, estreptococos etc. Todos os micro-organismos podem causar meningite, desde que consigam atravessar a barreira hematoencefálica.
Transmissão
Os micro-organismos atingem as meninges por
diversas vias: sangue, fraturas do
crânio, ouvido mastóide, infecções da face.
Sintomas
No período neonatal:
-
Recusa
alimentar
-
Escassa
capacidade de sucção
-
Vômitos
e/ou diarréia
-
Choro
-
Hipotermia
ou febre
-
Sonolência
-
Convulsões
Obs.:
No período neonatal o diagnóstico é difícil.
Crianças com mais de 2 anos:
Crianças com mais de 2 anos:
-
Mal
estar geral
-
Febre 28
– 40oC
-
Calafrios
-
Cefaleia
-
Vômitos
-
Dores
generalizadas
-
Convulsões
-
Sinais
meningeos presente
Obs.: Estes sintomas tendem a
agravar-se, podendo mesmo originar um estado de coma.
Lactantes e crianças pequenas:
Lactantes e crianças pequenas:
Raramente é observado o quadro clássico de meningite. Os sinais meningeos, não contribuem para o diagnóstico por serem de difícil avaliação.
Podem apresentar:
-
Febre,
vômito
-
Irritabilidade
-
Convulsões
-
Choro
-
Rigidez
da nuca
Sinais Meningeos
- Rigidez da nuca
- Brudzinski – Flexão involuntária da perna sobre a coxa e dessa sobre a bacia ao se sentar e ante-fletir a cabeça.
- Kernig – Resposta em flexão da articulação do joelho, quando a coxa é colocada em certo grau de flexão relativo ao tronco.
Diagnóstico
- Exame físico
- P.L. (diagnóstico definitivo)
Em alguns casos, as culturas de material colhido no nariz e garganta, podem oferecer informações valiosas.
Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico laboratorial das meningites é comumente realizado através do estudo do L.C.R.
Estudo L.C.R. – O líquor normal é límpido e incolor como “água”. O volume normal é de
- Quimiocitológico: deve ser realizado imediatamente após a punção liquórica para evitar falsos resultados.
-
Citológico
ou contagem de células: Os
neutrófilos predominam nos casos agudos, os linfócitos e iosinófilos nos casos subagudos
e crônicos. Faz-se a contagem global
(total) de células por mm3 e a contagem específica (diferencial)
dessas células (neutrófilos, iosinófilos, monócitos etc.) através de esfregaços
corados.
-
Bioquímico:
Utilizam-se tecnicamente bioquímicas para dosagem de glicose, proteínas,
cloretos, ureia etc. O valor da glicose
no L.C.R. é sempre maior que a do sangue.
A quantidade de proteínas varia com a idade, sendo maior nas primeiras
semanas de vida e na velhice. Varia,
também, com o local da punção.
-
Imunobiológicos: Aplicados utilizando L.C.R. e/ou soro
do paciente na pesquisa de antígenos solúveis (meningite por meningococos,
hemófilos, pneumococos) ou pesquisa de anti-corpos (neurosifilis,
neuro-cistocercose e ainda meningococos e hemófilus).
-
Microbiológicos:
Exames
realizados, sob assepsia, para detectar a presença de bactérias ou fungos. São dois tipos: microscópico (com ou sem coloração) e cultura
(para bactérias e fungos).
Prognóstico
Depende de:
-
Idade da
criança
-
Tipo de micro-organismo
-
Gravidade
da infecção
-
Duração
da doença antes do início do tratamento
Terapêutica
-
Isolamento
-
Antibioterapia
-
Hidratação
-
Manutenção
de ventilação
-
Controle
de convulsões
-
Controle
de temperatura
-
Correção
de anemia
Prevenção
- Nas meningites neonatais, a prevenção é feita com a melhoria da assistência obstétrica.
- Pode ser feita através da vacinação, com vacinas para meningococos tipo A e C.
- Prevenção de infecções respiratórias e dos ouvidos.
Terapêutica
Medicamentosa
A antibioticoterapia é a administrada por via venosa, por um período de
Agente |
Antibiótico
|
Intervalo
|
Meningitidis
|
Penicilina
Ampicilina
|
3/3 ou 4/4
4/4 ou 6/6
|
Pneumococos
|
Penicilina
|
12/12 ou 24/24
|
Staplilococos
|
Oxacilina
Vancomicina
|
4/4 ou 6/6
6/6
|
Halmophilus
|
Cloranfenicol
Cefotriaxona
|
6/6 ou 12/12
24/24
|
Aspectos
Epidemiológicos
Infecções do sistema nervoso central (SNC),
com acometimento das meningites, causadas por múltiplas etiologias e caracterizadas
por: febre, cefaléia, vômitos, sinais de
irritação meningea e alteração do líquido céfalo-raquidiano (L.C.R.). Seu prognóstico depende do diagnóstico
precoce e do início imediato do tratamento.
Algumas delas se constituem em problemas relevantes para a saúde
pública.
Em saúde pública, duas etiologias são de especial
importância: meningococos (Neisserio
meningitodis) e bacilo da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis). Todavia, para o seu correto acompanhamento, é
fundamental que todas as meningites sejam investigadas e tratadas.
Deve-se levar em consideração que outras etiologias podem ter importância maior em determinados momentos, pelo aumento do número de casos ou pelo aumento da letalidade, por exemplo. As meningites causadas pelo Haemophilus e pelo Pneumococo têm merecido atenção especial, devido as suas elevadas incidências, bem como pela evolução no conhecimento sobre métodos de preveni-las.
Deve-se levar em consideração que outras etiologias podem ter importância maior em determinados momentos, pelo aumento do número de casos ou pelo aumento da letalidade, por exemplo. As meningites causadas pelo Haemophilus e pelo Pneumococo têm merecido atenção especial, devido as suas elevadas incidências, bem como pela evolução no conhecimento sobre métodos de preveni-las.
Vigilância
Epidemiológica
Notificação: é realizada através da coleta sistemática
das informações sobre a doença, da investigação dos casos de óbitos, da análise
dos dados obtidos e da adoção de medidas de controle oportunas. O conhecimento dos casos dar-se-á dentre
outras pelas seguintes fontes:
- Hospitais – Constituem a fonte principal de notificação de casos de meningites, uma vez que o tratamento de um doente é efetuado em ambiente hospitalar, geralmente especializado, e que deve estar integrado ao sistema de vigilância epidemiológica. O conhecimento dos casos através dos hospitais de atendimento pode se dar de modo passivo, quando se aguarda as notificações por eles enviadas, ou de modo ativo, quando se busca nesses locais os casos que tiveram diagnóstico de meningite.
- Laboratório – São importantes fontes de informação para o sistema.
- Declaração de óbito – Proporcionam o conhecimento dos casos com evolução fulminante, bem como outros que não tenham sido notificado.
- AIV – Constitui importante fonte de conhecimento de casos.
Período de
Incubação
De 48 horas a 5 dias aproximadamente.
Disseminação
Toda ocorrência de meningite, faz parte do
sistema de notificação. Tratando-se de
uma doença onde inúmeros agentes envolvem infecções, a vigilância
epidemiológica caso a caso, possibilita identificar, classificar e analisar a
distribuição causal e o seu comportamento em nosso meio.
A meningite causada por Haemophilus influenza é uma infecção de
grande importância no nosso meio. Perto
de 200 casos anuais ocorriam endemicamente, antes da instituição da vacinação
de rotina em criança. Os resultados esperados
já apareceram no Estado, com a ocorrência de 138 casos em 1999 e de 37 casos em
2000.
A meningite causada por pneumococos também
é outra infecção de grande importância e que vem sistematicamente sendo
valorizada, principalmente voltada às pessoas na 3ª idade e pacientes com
patologias especiais. Uma média de 150
casos são conhecidos anualmente e com alta taxa de mortalidade. A vacinação contra pneumococos não está
disponibilizada na rotina, sendo realizado neste momento aos idosos de convívio
em casas para idosos e para pacientes com patologias especiais.
FONTE
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. GUIA DE BOLSO, 6ª edição revista Série B. Textos Básicos de Saúde, brasília / DF, 2006
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Editora da UFPR, 1991.
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Atheneu, 2004.
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Gunabara Koogan,2V. 2005.
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2005.
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Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
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Guanabara Koogan, 2002.
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Bibliografia Complementar
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ed. São Paulo: Editora Premier, 1997.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Procedimentos Laboratoriais em
Parasitologia Médica. São Paulo: Editora Santos, 1994.
ZAMAN, V. Atlas Color de Parasitologia Clínica. 2 ed. Buenos
Aires: Panamericana, 1988.
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