FARMACOTÉCNICA HOSPITALAR PARTE 4
FORMAS FARMACÊUTICAS
SÓLIDAS
As
formas farmacêuticas sólidas são resultantes da transformação de transformação
de fármacos em pós, os quais poderão ser dispensados diretamente nesta forma ou
servirem de intermediários para outras formas farmacêuticas, como comprimidos,
granulados e cápsulas.
VANTAGENS
1.
Menor custo de acondicionamento e embalagem
2.
Maior estabilidade química, física e microbiana
3.
Boa aceitação e fácil administração
4.
Possibilidade de controlar a biodisponibilidade
5.
Menor sensação de gosto
FORMAS FARMACÊUTICAS EM
PÓS
São
formas farmacêuticas sólidas e secas constituídas por um ou mais componentes,
que passaram por processos de pulverização e que apresentam a mesma tenuidade.
VANTAGENS
v Fácil deglutição, fácil dissolução e
fácil absorção.
DESVANTAGENS
v Baixa uniformidade de doses, sabor
mais realçado que outras F.F, baixa estabilidade química.
CLASSIFICAÇÃO DOS PÓS
QUANTO À APLICAÇÃO
v Uso interno: podem constituir solução
no momento da administração.
v Uso externo: devem possuir boa
espalhabilidade e tenuidade e não devem causar irritação local.
QUANTO A CONSTITUIÇÃO
v Pós simples:
v Pós compostos:
QUANTO AO TAMANHO DA
PARTÍCULA
v Pó muito grosso:
v Pó grosso:
v Pó medianamente grosso:
v Pó fino:
v Pó muito fino:
GRANULOMETRIA DOS PÓS
A
granulometria dos pós pode interferir em processos de mistura, dissolução e
biodisponibilidade. Ou seja, o tamanho das partículas interfere na
biodisponibilidade através da variabilidade dos seguintes fatores:
a)
Velocidade de dissolução;
b)
Suspensibilidade;
c)
Uniformidade na distribuição;
d)
Tecnologia de obtenção de comprimidos e cápsulas;
e)
Penetrabilidade (partículas inaladas: 1 a 5 μm);
f)
Espalhabilidade (não aspereza < 100 μm)
ETAPAS DE OBTENÇÃO DE
PÓS
Operações preliminares
Operações
mais utilizadas para material vegetal e separação de corpos sólidos.
Caracterizadas principalmente pela triagem ou monda, divisão grosseira e
secagem
Operação principal – Mistura ou homogeneização
v Pulverização (trituração) no gral
v Levigação com líquidos
v Espatulação
v Fricção no tamis
O
tamis é o instrumento utilizado para fazer a tamisação. É constituído por um
aro de diâmetro variável, apresentando uma das extremidades fechada com uma
tela aplicada de modo a ficar bem esticada, como uma peneira.
Como
preparação farmacêutica, um pó é uma mistura de fármacos e ou substâncias
químicas finamente divididas e na forma seca. Alguns pós são destinados ao uso
interno e outros ao uso externo. Os pós podem ser administrados sob a forma
simples ou serem ponto de partida para outras formas farmacêuticas como papéis
e cápsulas
MODIFICAÇÕES DEVIDO A
REDUÇÃO DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS
a)
Cor
b)
Cheiro e sabor
c)
Volume
d)
Densidade
e)
Higroscopia
f)
Solubilidade
INCOMPATIBILIDADES
a) Misturas eutéticas
São
misturas que se liquefazem a temperatura ambiente. O ponto de fusão da mistura
é menor do que a dos dois pós isoladamente, podendo liquefazer-se ou formar uma
pasta. Exemplos:
1.
Acetanilida e cânfora;
2.
Ácido acetilsalicílico e fenol;
3.
Antipirina e mentol;
4.
Cânfora e mentol;
Para
minimizar esse efeito, deve-se usar um pó absorvente, como o óxido de magnésio,
o fosfato tricálcio, o gel de sílica, talco, amido ou a lactose.
Problemas relacionados à
manipulação de pós.
Problema
|
Medida corretiva
|
Formação
de mistura eutética (pós se liquefazem à temperatura ambiente após serem
misturados em determinada proporção).
|
Interpor
entre os pós incompatíveis um pó absorvente de elevada temperatura de fusão
(exs: MgCO3, MgO, caulim, amido, talco, etc.).
|
Formação
de misturas explosivas (trituração de agentes oxidantes e redutores fortes).
|
Evitar
ou interpor pós inertes entre o agente oxidante e o redutor.
|
Pós
Higroscópicos (absorvem umidade do ar) e Deliqüescentes (se liquefazem total
ou parcialmente).
|
Controlar
a umidade relativa do ar, granular os pós, manipular evitando a exposição à
atmosfera úmida, adicionar um pó absorvente à preparação.
|
Pós
eflorescentes (aqueles que possuem água de hidratação que é liberada tornando
o pó pastoso ou liquefeito).
|
Substituir
o pó hidratado pelo anidro ou secar o pó antes de manipula-lo.
|
Pós
leves e “fofos”.
|
Compactar
com álcool ou óleo mineral.
|
Pós
de difícil escoamento.
|
Acrescentar
estearato de magnésio em concentração inferior a 1%.
|
Pós
com carga estática.
|
Neutralizar
as cargas com laurilsulfato de sódio em concentração inferior a 1%.
|
Incorporar
líquidos à pós.
|
Além
do líquido acrescentar um pó absorvente; concentrar o líquido até uma
consistência mais viscosa.
|
PAPEIS MEDICAMENTOSOS OU
SACHES
Os
pós também podem ser acondicionados em envelopes ou papéis medicamentosos.
Neste caso, a distribuição será feita por divisão geográfica ou com medidores
de volume ou peso, principalmente para fármacos potentes.
USO:
v Para acondicionar pó em doses
individuais.
v Proteção dos pós após pesagem
TIPO:
v Papel impermeável, papel vegetal.
v Recomendado: para substâncias não
higroscópicas.
FORMA:
v retangular. Ex: 10 x 8 cm 22
EXIGÊNCIAS
v Estabilidade
v Homogeneidade:
1.
Tamanho de partículas semelhantes
2.
Técnica adequada – Misturador em V
3.
Gral – Mistura geométrica
PÓS-EFERVECENTES
A
efervescência destina-se a proporcionar um paladar agradável, corrigindo
eventualmente o gosto de certos fármacos utilizando as propriedades ácidas do
CO2, o qual vai ainda atuar secundariamente como estabilizante da mucosa
gástrica, podendo aumentar a absorção do medicamento.
A
efervescência é conseguida à custa da reação de um carbonato ou bicarbonato com
um ácido orgânico, como o cítrico ou o tartárico, na presença da água usada
para a ingestão do medicamento, produzindo-se a liberação de CO2. Geralmente
usa-se uma quantidade fixa e arbitrária de ácido tartárico, ácido cítrico ou
NaH2PO4, podendo ainda associarem-se estes três compostos.
A
quantidade de NaHCO3 que é necessária adicionar pode-se calcular em função da
acidez conferida pelos ácidos e o NaH2PO4, de tal modo que a reação entre eles
em presença de água, gera uma solução próximo da neutralidade.
Os
pós efervescentes constituem uma fórmula dotada de má conservação, pois
absorvem facilmente umidade atmosférica dada a grande superfície que
apresentam. É por isso que eles são geralmente substituídos por granulados,
menos sujeitos a esta alteração.
REGRAS GERAIS PARA A
PREPARAÇÃO DE PÓS EFERVESCENTES
Além
das regras utilizadas para a preparação de pós compostos, deve-se:
a
- Logo após a pulverização e tamisação de cada um dos pós presentes na fórmula,
secar cada um desses pós em estufa à 50-60°C durante 20 minutos.
b
- Pulverizar e tamisar isoladamente cada um dos pós secos, misturá-los em um
gral. Secar o pó composto obtido em estufa à 50°C durante 20 minutos
aproximadamente.
c
- Após o término da etapa anterior, caso necessário, tamisar a mistura final
obtida. embalar, rotular e registrar conforme as mesmas exigências dos pós
compostos acima descritas.
GRANULADO
Granular
é uma operação farmacêutica de dar forma utilizada para aglomerar substâncias
pulverizadas através da aplicação de pressão e/ou adição de aglutinantes.
GRANULAÇÃO
Processo
em que pequenas partículas são transformadas em partículas maiores –
aglomerados permanentes .
É
o processo através do quais partículas em pó são conduzidas a se aderirem umas
às outras para formar entidades multiparticuladas grandes denominadas grânulos.
OS GRÂNULOS SÃO OBTIDOS
POR 3 MOTIVOS
1.
Para se obter uma forma farmacêutica final em escala magistral e industrial
2.
Para a produção de comprimidos em escala industrial
3.
Para promover o revestimento
RAZÕES PARA A GRANULAÇÃO
EM COMPRIMIDOS
1.
Evitar a separação (segregação) de constituintes numa mistura de pós.
2.
Melhorar as propriedades de fluxo da mistura: facilidade de escoamento.
3.
Aumento da densidade: reduz o volume permitindo melhor compressibilidade.
4.
Melhorar as características de compactação da mistura: maior compressibilidade.
5.
Aumento da dissolução: devido a sua alta porosidade.
RAZÕES PARA A GRANULAÇÃO
COMO F.F FINAL
1.
Mais estéticos
2.
Não aderem entre si: evita a umidade
3.
Mais agradáveis de ingerir
4.
Posologia mantida x colheres
5.
Efervescentes – melhor conservação – menor superfície de contato
MÉTODOS DE OBTENÇÃO DE
GRANULADOS
1. Granulação por Fusão
a.
Aquecer (90-105°C) substâncias medicamentosas
b.
Pela ação da água e do calor ocorre a fusão superficialmente aglomerando-se sob
a forma de pasta – crivo
c.
Ex: ácido cítrico, bicarbonato de sódio e sulfato de Mg
2. Granulação por via
seca
Mistura
dos pós → Compactação → Calibração (tamis)
Granulação por via úmida
Mistura
dos pós → Umectação → Granulação (tamis) → Secagem → Calibração (tamis)
CÁPSULAS:
As
cápsulas são receptáculos obtidos por moldagem, em geral, utilizadas para
ingestão de fármacos em doses pré-estabelecidas.
O
invólucro da cápsula oferece relativa proteção dos agentes externos, facilita a
administração e, devido suas alta solubilidade e digestibilidade no organismo,
libera rapidamente o fármaco de seu interior.
As
cápsulas gelatinosas são constituídas de gelatina. Estas podem, ainda,
ser de consistência dura (cápsulas gelatinosas duras), se fabricadas incluindo
maiores quantidades de glicerina, sorbitol e polietilenoglicol, apresentam-se
de consistência flexível e elástica (cápsulas gelatinosas moles).
Estas,
ao contrário das cápsulas duras, podem acondicionar soluções oleosas,
suspensões e emulsões. Independentemente do tipo de cápsulas, na produção do
invólucro de gelatina devem ser adicionados conservantes devido à natureza da
sua composição.
O
preenchimento das cápsulas gelatinosas duras pode ser manual, com auxílio
de pequenos encapsuladores manuais, ou encapsuladores semiautomáticos, ou
ainda, com máquinas totalmente automatizadas.
Em
contra partida o preenchimento das cápsulas moles envolve uma etapa de soldagem
de duas metade das unidades, o que é possível com o uso de máquinas próprias
para esse fim. Por esse motivo, nas farmácias de manipulação e em pequenos
laboratórios são mais comumente empregadas as duras. Exemplos: Cápsula de Ácido
Fólico, Cápsulas de Cáscara Sagrada e Cápsulas de Ácido acetilsalicílico.
VANTAGENS
v – Fácil deglutição;
v – Fácil de ser identificável;
v – Farmaceuticamente elegante;
v – Mascaram características
organolépticas desagradáveis;
v – Fácil formulação;
v – Fabricação a seco;
v – Número de adjuvantes reduzidos;
v – Risco reduzido de contaminação
cruzada;
v – Conteúdo pode ser dispersado;
v – Limitado potencial de
incompatibilidade;
v – Menos equipamentos para a
manipulação;
v – Fácil identificação;
v – Menos exigências de validação;
v – Menos etapas de produção;
v – Boa estabilidade;
v – Versatilidade para o preparo de
fórmulas;
v – Boas características de
biodisponibilidade;
v – Protegem o fármaco de agentes
externos;
v – Boa resistência física;
v – Boa aceitação pelos pacientes;
v – Permite a elaboração de sist. de lib.
modificada.
DESVANTAGENS
v – Maior custo
v – Não é friccionável
v – < Uniformidade de peso
v – Efeito no tgi
v – Armazenamento em condições
controladas
v – Limitações de uso
v – Incompatíveis com substâncias
higroscópicas, deliquescentes, eflorescentes e que formem misturas eutéticas
v – Não são adequadas para fármacos
muito solúveis (ex.: cloreto de potássio, brometo de potássio, cloreto de
amôneo)
COMPOSIÇÃO DO INVÓLUCRO
v – Gelatina ou outras substâncias*
(ex.: amido, hpmc);
v – Agentes surfactantes;
v – Opacificantes (ex.: dióxido de
titânio);
v – Conservantes;
v – Antioxidantes;
v – Edulcorantes;
v – Corantes e flavorizantes
certificados.
CLASSIFICAÇÃO
v – Cápsulas moles (“softgel”)
v – Cápsulas duras
v – Cápsulas gastroresistentes (liberação
entérica)
v – Cápsulas de liberação
modificada(liberação prolongada
CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS:
Usadas
para drogas sólidas. Os invólucros vazios são feitos de uma mistura de
gelatina, açúcar e água e podem ser transparentes ou coloridas. São formadas
por duas peças que se unem após o enchimento com a droga pulverizada. São
utilizadas para substâncias secas e granulosas (Ex.: Adalat: nifedipina).
Podemos
fazer cápsulas com revestimento entérico com a finalidade de se evitar a
desintegração no estômago, sendo a desintegração no intestino. Usada também
quando a substância é irritante da mucosa gástrica, podendo provocar náuseas e
vômitos.
Para
se conseguir liberação lenta de uma droga no trato digestivo, de maneira a ser
assegurada uma absorção contínua e prolongada desta substância, é aplicado um
verniz de desintegração lenta, em diferentes números de capas, de maneira que
no trato digestivo, as mesmas se desintegrem em tempos diferentes. Esses
grânulos são introduzidos em cápsulas, chamadas cápsulas de ação sustentada
ESPECIFICAÇÕES DE
QUALIDADE PARA CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS
v – Conteúdo de umidade (dessecação a
105.C): 10 a 16%.
v – Dimensões: de acordo com a sua forma
e tamanho.
v – Solubilidade: • mínimo 15 minutos
insolúvel em água a 25.C. • dissolver em 15 minutos em solução de ácido
clorídrico 0,5% p/v, a 36-38.C.
v – Resistência à fratura: não devem
quebrar ou rachar facilmente
v – Odor: • não devem apresentar odor
estranho quando armazenado em um frasco hermeticamente fechado durante 24h nas
condições de temperatura entre 30 a 40.C.
v – Defeitos do invólucro: • deve se
observar a forma, a superfície, a espessura da parede, a cor e a impressão
(quando aplicável).
CONDIÇÕES IDEAIS PARA
ARMAZENAMENTO E MANIPULAÇÃO
Armazenamento:
v - Umidade: 45 – 55% ur
v - Temperatura: 20 – 25o c
Manipulação:
v - Umidade: entre 30 a 40% ur (usp
pharmacists’ pharmacopeia, 2005), máx. 60% ur (agemed).
v -Temperatura : 25 . 5ºc (agemed).
CÁPSULAS ELÁSTICAS OU
MOLES:
São
cápsulas preparadas com película de gelatina com adição de glicerina ou
sorbitol para tornar a gelatina elástica. Podem ser de várias formas e são
usadas para conter líquidos, suspensões, materiais pastosos ou pós.
CÁPSULAS MOLES: “SOFTGEL”
v uma única parte
v conteúdo hermeticamente selado
v diversos formatos e tamanhos
v destinam preferencialmente a
acondicionar líquidos
v 0,2 até 5g
VANTAGENS:
v •Fácil deglutição
v •Maior preferência pelos pacientes
v •Maior biodisponibilidade
v •Fármacos susceptíveis à hidrólise ou
oxidação
v •Incorporação de fármacos empregados
em altas doses e com baixa capacidade de compressão
v •Precisão no encapsulamento (±1 a 3%)
DESVANTAGENS
preparação
complexa.
inadequada
para líquidos c/ teor de h2o . 5%
CONTEÚDO
Pode
ser:
v – Sólido, liquido (não aquoso) ou
pastoso
v – Ingrediente(s) ativo(s)
v – Solventes
v – Diluentes
v – Lubrificantes
v – Agentes desintegrantes.
TAMANHO
TAMANHO DAS CÁPSULAS
N°
|
CAPACIDADE MÉDIA (MG)
|
VOLUME MÉDIO (ML)
|
5
|
Até
65mg
|
0,130ml
|
4
|
65mg
a 100mg
|
0,210ml
|
3
|
130mg
a 200mg
|
0,300ml
|
2
|
200mg
a 350mg
|
0,370ml
|
1
|
350mg
a 550mg
|
0,500ml
|
0
|
550mg
a 750mg
|
0,680ml
|
00
|
750mg
a 975mg
|
0,950ml
|
000
|
975mg
a 1400mg
|
1,370ml
|
Observações.: existem diferenças de capacidade
relacionadas com a reologia do pó, tenuidade, densidade, pressão usada no
enchimento, etc. Exemplo: uma cápsula n° 0 pode conter 520mg de Ácido
AcetilSalicílico e 715mg de bicarbonato de sódio, ou ainda 325mg de sulfato de
quinina.
A
dosificação correta das cápsulas duras depende de três fatores fundamentais:
a)
Escolha do invólucro com capacidade adequada
b)
Método de enchimento (manual ou automático)
c)
Produto a encapsular (densidade/umidade).
CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES
As
cápsulas devem ser completamente preenchidas, e a tampa não foi feita para
acondicionar os pós, e sim servir de barreira. Se a quantidade de fármaco for
menor que a capacidade total da cápsula, é necessário acrescentar um diluente
para seu completo
enchimento,
como a lactose, a celulose microcristalina, amido ou uma mistura chamada de
excipiente padrão:
Estearato
de Magnésio....................... 0,5%
Aerosil...............................................
1,0%
Lauril
Sulfato de Sódio................... 1% a 2%
Talco..................................................
30%
Amido
de milho............. qsp.............. 100%
EXCIPIENTES
DILUENTES
a)
Amido: Concentração Máxima: Não há.
v Incompatibilidade: Não há
v Contra Indicação: Não há
b)
Lactose: Concentração Máxima: 90%.
v Incompatibilidade: Grupo amino (
Reação de Maillard)
v Contra Indicação: Pacientes com
intolerância à Lactose
c)
Manitol: Concentração Máxima: 90%.
v Incompatibilidade: Fe, Al, Cu.
v Contra Indicação: Crianças.
d)
Fosfato de Cálcio Dibásico
v Concentração Máxima: Não definida.
v Incompatibilidade: Fármacos sensíveis
a pH alcalino derivados da tetraciclina.
v Outros: Celulose microcristalina,
Carbonato de Cálcio.
LUBRIFICANTES
a)
Dióxido de Silício (Aerosil):
v Concentração: 0,1 – 1,0 %
v Incompatível: Dietilestilbestrol
b)
Estearato de Magnésio:
v Concentração: 0,2 – 2,0 %
v Incompatível: substâncias ácidas
c) Talco:
v Concentração: 1 – 10,0 %.
AGENTES MOLHANTES
Recomendado
para fármacos lipossolúveis.
a)
Lauril Sulfato de Sódio: Concentração: 1 a 2%
b)
Incompatível: Alcalóides, Substâncias ácidas, etc.
c)
Docusato Sódico: Concentração: 0,5%. Incompatível: eletrólitos
MÉTODO DE ENCHIMENTO DAS
CÁPSULAS
A
cápsula é uma das formas farmacêuticas mais difundidas em manipulação. No
entanto, a prática envolvendo cápsulas é muitas vezes imprecisa, pois os
métodos geralmente utilizados para o enchimento, se baseiam na capacidade em
termos de peso. Este parâmetro (peso) varia muito conforme a densidade do pó a
ser encapsulado, o que pode gerar alguns inconvenientes no cálculo de
excipiente e tamanho da cápsula a ser empregada.
Este
método consiste em encher as cápsulas pressionando o seu corpo contra o pó
várias vezes até o completo enchimento. Em seguida esta cápsula é pesada e seu
peso relacionado com a sua capacidade. Assim, seleciona-se o nº preciso de
cápsulas vazias que serão envasadas. Se ao final do processo, a capacidade de
pó da ultima cápsula for insuficiente, adiciona-se um diluente.
Por
isso, o “método volumétrico” de enchimento de cápsulas é muito mais preciso, já
que as cápsulas têm a capacidade constante em termos de volume.
PROCEDIMENTO PARA
MANIPULAÇÃO
1.
Passo: processo em que o manipulador deverá pesar os pós especificados na ficha
de pesagem, observando as respectivas quantidades;
2.
Passo: a pesagem deverá ser precisa e muito cuidadosa;
3.
Passo: ao iniciar a pesagem, tarar a balança com papel de pesagem sobre o
prato;
4.
Passo: pesar os pós um a um com o auxilio de espátula. Para a pesagem de
Pellets deve utilizar sempre espátula de plástico ou chifre – não utilizar
espátula de aço inox;
5.
Passo: os pós devidamente pesados deverão ser pulverizados em gral de porcelana
ou de vidro individualmente;
6.
Passo: misturar os pós em um único gral seguindo a REGRA DO MISTÃO ou
REGRA
GEOMÉTRICA (maior sobre o menor);
7.
Passo: passar o conteúdo para uma provera graduada a verificar o volume obtido
por aquela quantidade de pó;
8.
Passo: verificar a necessidade de diluente e escolher a cápsula ideal de acordo
com o volume obtido no passo 7 dividido pela quantidade de cápsulas da
formulação;
9.
Passo: com o auxilio de um saco plástico, misturar bem os pós e o distribuir
sobre a placa encapsuladora;
10.
Passo: encapsular;
11.
Passo: lustrar as cápsulas;
12.
Passo: acondicionar.
REVESTIMENTO DE FORMAS
FARMACÊUTICAS SÓLIDAS
Existem
fármacos que por serem irritantes ao estômago ou sensíveis ao baixo valor do pH
do suco gástrico (entre 1,0 e 2,5) devem passar intactos pelo estômago para
serem absorvidos no intestino.
O
intestino delgado é uma das principais vias de absorção para os fármacos
devido:
v – pH adequado
v – Grande área de superfície disponível
para a absorção no seu interior (aproximadamente 6 metros de comprimento)
O
revestimento gastro-resistente é uma técnica utilizada na preparação de formas
farmacêuticas para que resistam, sem alteração, à ação do suco gástrico
devendo, porém, desagregar-se rapidamente no suco intestinal.
O
planejamento dos revestimentos entéricos baseia-se no tempo de trânsito
necessário para a passagem da forma farmacêutica do estômago até os intestinos.
Isso pode ser obtido com revestimentos de espessura suficiente para resistir à
dissolução no estômago
RAZÕES PARA REVESTIR AS
CÁPSULAS
1)
Proteger fármacos que se decomponham em meio ácido, tais como enzimas e alguns
antibióticos;
2)
Prevenir mal-estar gástrico e náuseas devido à irritação provocada pelo
fármaco, como por exemplo, o AAS;
3)
Administração de fármacos para a ação local nos intestinos, como os
anti-parasitários;
4)
Quando for importante que o princípio ativo não sofra diluições antes de
atingir o intestino, como, por exemplo, mesalazina e sulfassalazina
(anti-inflamatório intestinal – colite).
SUBSTÂNCIAS USADAS PARA
O REVESTIMENTO
1)
Goma laca;
2)
Ftalato de hidroxipropilmetilcelulose (HPMC);
3)
Copolímero do ácido metacrílico/metacrilato de metila (Eudragit L-100);
4)
Acetaftalato de polivinil e Acetoftalato de celulose;
5)
Formaldeído e Acetona
SOLUÇÃO IDEAL PARA
REVESTIMENTO
O
método mais viável para uso magistral por ser simples e rápido é o proposto por
Lachman empregando:
Solução
de acetoftalato de celulose adicionada manualmente ou diluída com solventes
apropriados para aspersão nas cápsulas, a qual é composta por:
•
Acetoftalato de celulose............................ 5%
•
Polietilenoglicol 8000.............................. 15%
•
Monoleato de sorbitano......................... 0,3%
•
Corante amarelo..................................... 0,05%
•
Dióxido de titânio......................................0,5%
•
Vanilina (0,1%), óleo de rícino............... .0,25%
•
Álcool etílico............................................ 12%
•
Acetona......................... Qsp................... 100%
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FONTE
APOSTILA
TEÓRICA DE FARMACOTÉCNICA I Prof. Herbert Cristian de Souza 2012-02 - Blog do curso de Farmácia da UNIPAC
Araguari www.farmaciaunipac.com.br
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