ANTI- INFECTANTES
MEDICAMENTOS PARA O
TRATAMENTO DA TOXOPLASMOSE E ADJUVANTES
A
maioria das infecções causadas por Toxoplasma gondii são autolimitadas, não
requerendo tratamento. Exceções são o comprometimento ocular e a infecção em
pacientes imunodeprimidos.
Nestes
últimos, a infecção pode resultar em encefalite, miocardite ou pneumonite.
Outro
aspecto a considerar e o comprometimento encefálico em pacientes com HIV/Aids, já
que a deficiência na imunidade em pacientes previamente infectados pode acarretar
encefalite ou meningoencefalite.
Transmissão
congênita pode ocorrer quando ha infecção primaria no inicio da gravidez ou
quando a grávida e imunodeprimida e pode acontecer aborto espontâneo, morte
fetal ou doença congênita grave.
Não
há consenso sobre a melhor estratégia de controle da toxoplasmose congênita. Não
ha estudos randomizados sobre tratamento de toxoplasmose em grávidas e em recém-nascidos
com toxoplasmose congênita.
Afirma-se
que o tratamento de toxoplasmose durante a gravidez reduz em 60% a chance de infecção
do feto, mas revisão sistemática não identificou nenhum estudo comparado útil
para discernir se ha eficácia do tratamento da toxoplasmose em grávidas.
A
prevenção primaria da infecção congênita consiste em identifica-la na grávida e
preveni-la no feto, e a secundaria tenciona reduzir a gravidade das sequelas.
Recém-nascidos
com infecção devem ser tratados, mesmo que assintomáticos, pois series de casos
com controles históricos demonstraram redução de complicações.
A
repercussão de medicamentos preventivos não esta definida pela falta de provas.
Combinações
de fármacos mostram-se mais eficazes do que monoterapias; no entanto, ha
resultados controvertidos e muitos efeitos adversos, sugerindo que não sejam
condutas efetivas.
A
decisão de tratar toxoplasmose ocular deve ser tomada pelo oftalmologista
diante de sinais de gravidade, como diminuição de acuidade visual, lesões
maculares ou peripapilares, entre outros.
Lesões
pequenas e periféricas podem não ser tratadas em pacientes imunocompetentes.
Revisão
sistemática não mostrou a utilidade do tratamento rotineiro com antimicrobianos
em retinocoroidite, recomendando-se a realização de ensaios
clínicos
randomizados .
SULFADIAZINA + PIRIMETAMINA,
Acompanhadas
de folinato de cálcio, constitui o tratamento padrão de toxoplasmose na maioria
das situações em que e recomendado.
Cerca
de 80% dos pacientes que toleram a combinação tem decurso clinico.
Em
recém-nascidos este esquema e utilizado pelo período de um ano, havendo divergência
quanto a doses.
A
sulfonamida acarreta risco de kernicterus no neonato e assim deve ser
evitada no terceiro trimestre da gravidez.
Sulfadiazina
e pirimetamina produzem bloqueio em sequencia do metabolismo
do
acido fólico, e em altas doses, pirimetamina causa depleção do acido fólico e supressão
medular que pode se manifestar como anemia megaloblástica, leucopenia, trombocitopenia
e pancitopenia.
FOLINATO DE CALCIO
É fármaco coadjuvante que corrige o risco de supressão da medula óssea
causada pelo uso de pirimetamina nas doses usadas no tratamento da
toxoplasmose.
ESPIRAMICINA
Esta restrita para tratamento de toxoplasmose no primeiro trimestre
da gravidez para prevenir a transmissão ao feto.
Espiramicina
não ultrapassa eficazmente a placenta. Pequenas coortes compararam espiramicina
isolada, pirimetamina mais sulfadiazina ou a combinação dos dois tratamentos versus
não tratamento.
Em
cinco estudos, o tratamento materno reduziu os índices de infecção fetal em comparação
a não tratamento (P < 0.01).
Nos
outros quatro estudos, não houve redução significante da infecção fetal. Não se
demonstraram diferenças entre os tratamentos. Ambos mostraram boa
tolerabilidade e não se observaram efeitos teratogênicos.
PIRIMETAMINA + SULFADIAZINA OU
CLINDAMICINA
Mostra-se
igualmente efetiva. Esta contraindicada no primeiro trimestre da gravidez
CLINDAMICINA
Produz bons resultados em infecção com comprometimento ocular.
Corticosteroides sistêmicos são associados quando ha comprometimento de macula,
nervo óptico e banda papilomacular.
Nos
pacientes intolerantes a sulfadiazina, a alternação recomendada e a
clindamicina. Segundo Mathelier-Fusade e Leynadier, a intolerância a
sulfonamidas em pacientes HIV positivos chega a ser 10 vezes mais frequente do
que na população em geral.
Em
meta-analise comparando a eficácia de pirimetamina + sulfadiazina e
pirimetamina + clindamicina no tratamento de encefalite toxoplasmica em adultos
HIV positivos não foi observada diferença significante entre eles.
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