ANTI INFECTANTES - MEDICAMENTOS
USADOS EM PNEUMOCISTOSE
Silvio Barberato Filho e
Simone Sena Farina
O
Pneumocystis carinii foi descoberto em 1909, por Carlos Chagas, que por engano
o interpretou como protozoário.
Mais
tarde, técnicas moleculares mostraram tratar-se de um fungo, recentemente
denominado Pneumocystis jirovecii.
Apesar
da mudança na nomenclatura, foi mantida a já reconhecida sigla PCP
–
pneumonia por Pneumocystis.
Na
era pré-Aids, sua ocorrência era rara, aparecendo em prematuros, lactentes
enfraquecidos, crianças imunossuprimidas e adultos em terapia imunossupressora
para câncer e transplante.
Este
fungo e o agente causal de pneumonia pneumocística, a mais comum infecção
intercorrente associada ao acometimento por HIV2.
CLINDAMICINA em associação com primaquina, tratamento alternativo ao sulfametoxazol
+ trimetoprima, e efetivo na doença leve ou moderada.
Entretanto,
apresenta toxicidade considerável e não foi avaliado em crianças.
ISETIONATO DE PENTAMIDINA intravenoso é opção na doença grave que não respondeu
a sulfametoxazol + trimetoprima ou para pacientes com intolerância.
PREDNISONA E PREDNISOLONA, utilizadas, respectivamente, no tratamento de adultos e crianças
infectados pelo HIV com PCP moderada ou grave (pressão parcial de oxigênio
menor ou igual a 70 mmHg; ou diferença alveolo-arterial de oxigênio maior ou
igual a 35 mmHg; ou hipoxemia na oximetria de pulso) tem beneficio estabelecido.
Seu
uso nas primeiras 72 horas melhora o desfecho e reduz a mortalidade nestes
pacientes, embora possa levar ao desenvolvimento ou piora de candidíase oral,
herpes mucocutâneo ou hiperglicemia.
Se
for necessário o uso parenteral, metilprednisolona intravenosa pode ser usada
em adultos e crianças (75% da dose de prednisona).
SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIMA é sempre a primeira escolha de tratamento e de
profilaxia primaria ou secundaria para adultos e crianças.
A
profilaxia primaria esta indicada em pacientes com contagens de células CD4
abaixo de 200/mm3 ou com candidíase orofaríngea.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA
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PASQUALOTTO, A. C. Pneumocistose. In: PASQUALOTTO, A. C.; SCHWARZBOLD, A.V. Doenças
infecciosas: consulta rápida. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 497-503.
2. SUH, J. S.; SEPKOWITZ, K.A.
Opportunistic infections in HIV disease. In: BETTS, R. F.; CHAPMAN, S. W.;
PENN, R. L. (Ed.). Reese and Betts´a pratical approach to infectious
Diseases. 5th. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2003.
p. 649- 718.
3. BRITISH MEDICAL ASSOCIATION AND ROYAL
PHARMACEUTICAL SOCIETY OF GREAT BRITAIN. British national formulary. 57.
ed. London: BMJ Publishing Group and APS Publishing, 2009.
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PREVENTION. National Institutes of Health. HIV Medicine Association of the
Infectious Diseases Society of America. Pediatric Infectious Diseases Society.
American Academy of Pediatrics. Guidelines for prevention and treatment of
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Rockville: Aids Info, 2008.
5. KLASCO, R. K. (Ed): DRUGDEX® System.
Greenwood Village: Thomson Micromedex, 2010.
6. THOMAS JR, C. F.; LIMPER, A. H.
Treatment and prevention of Pneumocystis carinii (P. jirovecii) pneumonia in
non-HIV-infected patients. 2008.
7.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa
Nacional de DST e Aids. Recomendações para Terapia Antirretroviral em
Adultos Infectados pelo HIV 2008. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde,
2008.
8.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa
Nacional de DST e Aids. Recomendações para terapia antirretroviral em
crianças e adolescentes infectados pelo HIV. Brasília: Ministério da Saúde,
2009. (Versão preliminar)
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