MANUAL
BÁSICO DE NORMAS E PROCEDIMENTOS
DA
ATIVIDADE DE FARMÁCIA
RIO
DE JANEIRO - 2012
DIRETORA MÉDICA
UPA 24 HORAS TERESÓPOLIS
DRA, JULIANA DE
OLIVEIRA WILKEN
CAPÍTULO XIII
MÉTODOS DE FARMACOVIGILÂNCIA
Por Denise de Oliveira
Kühner Farmacêutica especialista em Farmácia Hospitalar Pós-graduada pela
Universidade Veiga de Almeida - RJ
A
OMS possui um centro de reunião de informações em Uppsala (Suécia), com o
principal objetivo de coordenar a coleta das notificações e fornecer sinais
precoces de alerta ao ser detectado algum problema grave, em qualquer parte do
mundo.
Recebem
maior atenção, as notificações (sempre confidenciais) relativas a medicamentos
comercializados recentemente, bem como a quadros clínicos de particular
gravidade ou as que se referem a efeitos indesejáveis até então não descritos
ou pouco conhecidos.
Além
das publicações periódicas do Centro Internacional e do intercâmbio constante
de informações estabelecido com os centros nacionais participantes, o armazenamento
de dados procedentes de diversos países possibilita ao sistema funcionar como
um indicador do surgimento de uma reação nova, inesperada ou grave; como um
banco de dados acumulativo para comparar notificações nacionais com a
experiência internacional, como fonte de dados sobre perfis de reações que
permitem prever as consequências que podem advir, ao comercializar um novo
fármaco em um determinado país, a partir da experiência acumulada em outros
países onde o referido fármaco já estava comercializado e, também, como base
para planificação de estudos epidemiológicos específicos ou ensaios clínicos.
1 - NOTIFICAÇÃO
VOLUNTÁRIA: MÉTODO DO CARTÃO AMARELO (INGLATERRA, 1964).
Este
método confere importância especial às notificações relacionadas a medicamentos
comercializados recentemente, bem como às relativas a quadros clínicos de
particular gravidade ou aquelas que se referem a efeitos indesejáveis, até
então não descritos ou pouco conhecidos.
VANTAGENS:
v Comodidade, simplicidade, baixo custo e
rendimento aceitáveis.
DESVANTAGENS:
v O número de pacientes que tomaram o
produto é desconhecido. Só se conhece a incidência que é notificada.
v Há necessidade de decisão consensual
para imputar a culpabilidade de determinado produto.
v O sucesso deste método está
diretamente vinculado ao sucesso dos médicos no reconhecimento das reações
adversas, do sucesso na notificação da reação adversa e da capacidade em
reconhecer a diferença entre o efeito farmacológico e um efeito adverso.
v Este método depende de fatores que
influenciam de modo direto na ausência de notificação, como por exemplos:
a) A queixa do paciente ser feita a um
segundo médico ou a uma enfermeira,
b) A ideia de que são lançados no mercado
apenas medicamentos seguros,
c) Ao medo do médico de ser processado
pelo paciente,
d) A culpa do mesmo por ter prescrito
medicamento que induziu à reação adversa,
e) A ambição de reunir e publicar como
casos pessoais,
f) A ignorância em relação os casos que
devem ser notificados,
g) Ao medo de comunicar as suspeitas e ser
exposto ao ridículo ou à apatia
h) A falta de interesse ou tempo.
2 - MÉTODOS DE
VIGILÂNCIA INTENSIVA
v Estes métodos possuem como objetivo
estudar determinada população, geralmente de um hospital, registrando todos os
eventos que ocorrem mesmo os aparentemente não relacionados com medicamentos.
v Estes sistemas também são úteis quando
se deseja fazer estudos de utilização dos medicamentos.
v Apresentam como desvantagens o custo
excessivo e a possível falha no levantamento da história medicamentosa do
paciente.
2.1 - BOSTON COLLABORATIVE DRUG SURVEILLANCE PROGRAM (BCDSP)
Este
trabalho surgiu na década de 70, estabelecendo como método o recolhimento
diário de informações sobre os diagnósticos
e detalhes das histórias medicamentosas de 25000 pacientes nos hospitais de
Massachusets. Participam deste
estudo 24 hospitais (correspondendo a 45% dos leitos de Boston).Os dados
recolhidos permitiram o levantamento de
um sem número de análises epidemiológicas subnotificadas (casos e controles)
para avaliação e confronto entre os tratamentos
e as patologias iatrogênicas.
2.2
– ABERDEEN-DUNDEE
Monitoramento das prescrições para os pacientes, nos hospitais da região escocesa. São 4300 leitos, com média de 4,3 fármacos prescritos por paciente internado. A base de dados coletada serve para realização de estudos baseando-se em suspeita de relação medicamento-reação adversa, através da identificação dos pacientes que receberam determinado produto e análise das histórias clínicas na procura de eventos.
Também
são verificados os dados catalogados nos grupos de controle. Fornece com isso
uma base para tentar verificar hipóteses,
não sendo útil para detecção de reações adversas previamente não suspeitas.
2.3
– MÉTODO CHILENO DE FARMACOVIGILÂNCIA (MÉTODO DE MONITORAMENTO
FARMACÊUTICO)
Universidade
do Chile
Na monitoria de farmacovigilância, o farmacêutico clínico se prepara durante 3 a 6 meses, para familiarizarse com os protocolos de tratamento e o modo de avaliação da terapêutica empregada. O trabalho se complementa com reuniões bibliográficas, nas quais se analisa os artigos referentes aos mecanismos e definições das RA’s, as patologias e os métodos de farmacovigilância.
Rotina de trabalho:
1º Etapa:
1.1 - Entrevista diária com paciente, na busca de novos sintomas ou sinais.
Avaliação
da pertinência.
1.2 - Entrevista diária com médicos prescritores, para precisar a indicação do medicamento, ocorrência de reações adversas e avaliar a influência na alta.
1.3 - Pesquisa na folha de prescrição
Entrevista
diária com enfermeira, se necessário.
1.4 - Revisão da prescrição:
Leitura
da evolução descrita pelos médicos, busca de novos sintomas ou sinais,
avaliação da condição clínica,
observação
de mudanças de doses, suspensão ou administração de novos medicamentos, busca
de anormalidades
em exames de laboratório, não explicadas pela evolução natural da doença.
2º Etapa:
Investigação
da reação adversa com o médico responsável, para avaliação da mesma e
estabelecimento do seu
grau de probabilidade.
3º Etapa:
Investigação
bibliográfica em relação a problemas notificados por casos individuais.
Reuniões
bibliográficas semanais.
4º Etapa: Educação farmacológica da equipe e dos pacientes.
Intercâmbio
de informação sobre os efeitos clínicos dos medicamentos observados (reações
adversas,
eficácia
e interações), recepção de novas perguntas e entrega de respostas.(6)
.3
– ESTUDOS DE OBSERVAÇÃO
Características:
O investigador não intervém nem controla as variáveis. Anota somente “o que ocorre naturalmente”. Os métodos são comparativos entre os grupos que apresentam as reações adversas e os grupos de controle.
.3.1
– ESTUDOS TRANSVERSAIS (PREVALÊNCIA OU PESQUISA EM SAÚDE)
São investigações que produzem “instantâneos” da situação de saúde de um grupo ou comunidade, isto é, o fator de risco e os efeitos estudados são observados em um mesmo momento histórico. Para a validação deste processo é importante o estabelecimento de uma amostra representativa e a divulgação dos critérios de inclusão e exclusão dos grupos de estudo, para que o indivíduo possa ser considerado portador da doença
ou
do sintoma. A
amostra deve ser homogênea e seu tamanho depende da precisão desejada e do grau
de confiança no estudo
3.2
– ESTUDOS COM CASOS CONTROLE
Nestes estudos, os pacientes são selecionados por enfermidade. Os pacientes com a enfermidade serão os casos e os controles serão pacientes selecionados aleatoriamente a partir da mesma população. Em ambos os tipos de pacientes se estuda a manifestação das reações adversas em intervalo de tempo pré-definido. Os casos concretos de reações adversas devem ser criteriosamente estudados e devidamente divulgados.
3.3
- ESTUDOS DE COORTE
Uma coorte é um conjunto de indivíduos que participam de determinado acontecimento em determinado momento. Em farmacovigilância, é um conjunto de pacientes identificados onde a administração dos medicamentos é feita sob estrita observação, sendo imediatamente registrada toda e qualquer RA verificada.
Estes
estudos verificam a exposição de um grupo de indivíduos a determinada causa e o
aparecimento da doença
nesses indivíduos. Calcula-se o risco relativo, para a quantificação da
associação positiva, pela fórmula:
RR
= Incidência sobre expostos/ incidência sobre não expostos.
Esses
estudos de observação não se baseiam em dados previamente registrados. Também
estão menos sujeitos
a vícios. Pode haver o vício do investigador, se ele souber quais os indivíduos
que pertencem ao grupo de
expostos e quais não pertencem. Sua principal limitação é que só servem para
doenças relativamente frequentes.
4
– SISTEMAS RELACIONADOS COM A PRESCRIÇÃO
Quando se analisa uma reação adversa, o investigador deve poder separar os eventos espontâneos dos induzidos por medicamentos. Deve, também, calcular a incidência de novos eventos e a prevalência ou frequência anterior desses eventos.
4.1.
– PRESCRIPTION EVENT MONITORING (PEM – INGLATERRA)
Monitoramento de determinados fármacos, geralmente os recém introduzidos no mercado ou os que necessitam maiores dados epidemiológicos. Trabalha-se na observação das prescrições desses medicamentos. O médico notifica os eventos que ocorrem na clínica pelo green card, onde estão previamente impressas as “condições” para que o evento seja notificado. Pode ser utilizado para formular ou confirmar uma hipótese.
Comparação
entre o Sistema do cartão amarelo (notificação voluntária) e o PEM (20)
.4.2. –
COMPASS (COMPUTERIZES ON–LINE MEDICAID PHARMACEUTICAL ANALYSIS AND SURVEILLANCE
SYSTEM)
Tais informações são registradas no sistema informatizado, ao se digitar a prescrição. Este sistema permite a exploração de novas exposições a grupos de fármacos ou produtos específicos. A informação provém apenas do MEDICAID (a Beneficência do Governo dos EUA), que reembolsa os medicamentos. O sistema organiza, então, numerosas coortes, avaliando os pacientes expostos e determinado medicamento ou acometidos de determinadas patologias.
4.3
- RECORD LINKAGE
Este
método é aplicado na Finlândia. Registra-se os medicamentos comercializados, as
altas hospitalares e a
ocorrência de patologias. O cadastro de pacientes é feito pelo número da
seguridade social. Este método permite
a observação dos medicamentos administrados a indivíduos de um grande grupo,
analisando-se a morbidade e
mortalidade em longo período de tempo. Reúne a história clínica de cada
indivíduo.O primeiro estudo ocorreu em 1962
com 350.000 pessoas – Oxford Record Linkage Study. As principais
características deste método são a possibilidade
de detecção de reações adversas inesperadas ou não suspeitas, o cruzamento
sistemático entre os
medicamentos e os eventos, bem como a realização de estudos de utilização de
medicamentos.
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Monitorização da Segurança de Medicamentos – Diretrizes para Criação e
Funcionamento de um Centro de Farmacovigilância – Organização Panamericana deSaúde–disponívelem:
Www.anvisa.gov.br/farmacovigilancia/trabalhos/segurança.pdf
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