ANTI - INFECTANTES
ANTIPARASITÁRIOS ANTIMALÁRICOS
Antimaláricos
são usados para a profilaxia de malaria e tratamento da doença.
No
Brasil, o Programa Nacional de Controle de Malaria tem um protocolo clinico, o
Manual Terapêutico da Malaria.
Todos
os plasmódios tem complexo ciclo biológico, tanto no hospedeiro humano quanto
no vetor (mosquito anofelídeo) e o esquema terapêutico adequado deve conter fármacos
que atuem em todas as fases do ciclo.
E
preciso considerar o tipo de Plasmodium causador da infeccao, a classificação
clinica do paciente (se tem malaria não complicada ou grave) e se pertence a
grupos especiais como crianças, idosos ou grávidas que devem ter um tratamento
diferenciado.
Resistência
as espécies de Plasmodium constitui serio problema para o tratamento.
Assim, igualmente importante e o conhecimento das áreas epidemiológicas onde já
existe resistência para diferentes medicamentos antimaláricos.
Existem
opções terapêuticas para tratamento. E consenso que a malaria e uma doença que
deve ser tratada por combinação de fármacos.
A
inexistência de um único tratamento igualmente efetivo contra as espécies de plasmódio
mais prevalentes no país e a impossibilidade de distinguir clinicamente a infecção
por uma ou outra espécie ou por ambas simultaneamente, leva a necessidade de
estabelecimento de diagnostico de laboratório especifico para o tratamento
adequado dos pacientes, que indique a terapêutica a ser utilizada em cada caso.
Os
casos de malaria diagnosticados hoje no Brasil são preponderantes por Plasmodium
vivax e Plasmodium falciparum.
Destaca-se
a importância do tratamento de grávidas com malaria. Revisão de estudos mostrou
que antimaláricos dados a elas reduzem parasitemia antenatal, anemia antenatal,
malaria placentária e mortes perinatais.
ARTEMETER
Derivado
da artemisinina, tem absorção errática, quando administrado por via oral, que
pode ser parcial6. E usado também por via intramuscular e avaliado para
tratamento de malaria grave por P. falciparum.
Uma
revisão comparou artemeter intramuscular a quinina no tratamento de malaria cerebral
em crianças, encontrando desfechos símiles (mortes, complicações neurológicas,
tempo de inconsciência, desaparecimento de febre e de parasitas)
Na
malaria por P. falciparum complicada ou grave, o esquema preferente de
tratamento e artesunato de sodio (também derivado da artemisinina) por via
parenteral, combinada a clindamicina.
Revisões
demonstraram redução da mortalidade com uso de artesunato comparado com quinina
intravenosa na malaria grave por P. falciparum.
A
combinação de artesunato a outros antimaláricos, em especial mefloquina,
reduziu de modo marcante a falência de tratamento, a recrudescência e a carga
de gametófitos.
A
associação artesunato-mefloquina foi comparada a mefloquina isolada,
mostrando-se mais eficaz do que a monoterapia em áreas de baixa transmissão de
malaria. A associação entre artesunato e mefloquina parece ser superior.
Os
efeitos adversos não diferiram entre as duas estratégias. Artesunato +
mefloquina parece superar artemeter + lumefantrina na cura de malaria não
complicada.
Os
efeitos adversos provocados por artesunato-mefloquina foram leves, incluindo cefaleia,
náuseas, vômitos e tontura.
CLINDAMICINA
Em combinação com quinina e usada para malaria não complicada por P.
falciparum em crianças com menos de 6 meses e mulheres grávidas.
Na
malaria complicada, os esquemas de primeira escolha incluem artemeter intramuscular
ou artesunato intravenoso associados com clindamicina.
A
segunda escolha recai sobre quinina intravenosa com clindamicina intravenosa.
Apesar
da escassez de estudos, ha provas de que o esquema com quinina + clindamicina
possa ser útil entre crianças ate 12 anos e na gravidez.
CLOROQUINA
É usada no tratamento de malaria por P. vivax em associação com
primaquina1. A cloroquina e considerada segura para crianças de todas as idades
e para grávidas.
DOXICICLINA
Faz parte de esquemas de combinações de antimaláricos. E usada em combinação
com quinina e primaquina como tratamento de segunda escolha para malaria nao
complicada por P. falciparum, sendo considerada eficaz.
MEFLOQUINA
Deve
ser usada isoladamente apenas como segunda escolha para quimioprofilaxia em
viajantes que visitarão regioes de alto risco de transmissão
de
Plasmodium falciparum na Amazônia Legal, que permanecerão na região por tempo
maior que o período de incubação da doença (e com duração inferior a seis
meses) e em locais cujo acesso ao diagnostico e tratamento de malaria estejam a
mais de 24 horas1. O uso pouco racional da mefloquina para, em esquema com
primaquina, substituir a doxiciclina e a quinina, trouxe aumento da resistência.
PRIMAQUINA
Combate os gametófitos de todas as espécies de malaria humana e as
formas hepáticas (hipnozoitas) de P. vivax, causando cura radical.
E
contraindicada na gravidez e em menores de seis meses de idade. A atividade hipnozoiticida
esta ligada a dose total e não a duração do tratamento. Na prevenção de
recidivas de malaria por Plasmodium vivax, primaquina + cloroquina foi
mais eficaz que cloroquina isolada.
SULFATO DE QUININA
É recomendado como tratamento de segunda linha para malaria não
complicada por Plasmodium falciparum, em combinação com doxiciclina e
primaquina.
É
tratamento de escolha para grávidas e crianças com menos de 6 meses na malaria não
complicada ou grave por P. falciparum em associação com clindamicina.
REFERÊNCIAS
1.
BRASIL. Ministerio da Saude.Secretaria de Vigilancia em Saude. Diretoria
Tecnica
de Gestao. Guia prático de tratamento da malária no Brasil. Brasilia:
Ministerio
da Saude, 2009. Serie A. Normas e Manuais Tecnicos).
2. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Antimalarial
drug policies: data requirements, treatment of uncomplicated malaria and
management of malaria in pregnancy. Report of an Informal Consultation, Geneva:
WHO, 1994. WHO/MAL/94.1070.
3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Malaria
control today: Current WHO recommendations. Geneva: WHO, 2005. 75p.
4. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Monitoring
and Evaluation Toolkit HIV/Aids, Tuberculosis and Malaria. 2. 2006.
WHO/GF/UNAIDS/USAID/CDC/
UNICEF/WB.
5. GARNER, P.; GULMEZOGLU, A. M. Drugs for
preventing malaria in pregnant women. Cochrane Database of Systematic Reviews.
In: The Cochrane Library, Issue 9, 2010. Art. n. CD000169.
6. JONES, K. L.; DONEGAN, S.; LALLOO, D.
G. Artesunate versus quinine for treating severe malaria. Cochrane
Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 9, 2010.
Art. n.
CD005967.
7. AFOLABI, B. B.; OKOROMAH, C. N.
Intramuscular artemether for treating severe malaria. Cochrane Database of
Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 9, 2010. Art. n. CD004391.
8. OMARI, A.; GARNER, P. Intravenous
artesunate versus quinine. Clinical Evidence. Malaria: severe,
life-threatening: antimalarial treatments, 1 jul. 2007. (based on December 2006
search).
9. OMARI, A.; GARNER, P. Malaria: severe,
life-threatening (updated). Clinical
Evidence. Web publication date: 01 Jul
2007. (based on December 2006 search).
10. GARNER, P. et al. Artesunate
combinations for treatment of malaria: meta analysis (structured abstract). In:
The Cochrane Library. Lancet v. 363, p. 9-17, 2004.
11. BUKIRWA, H.; ORTON, L. Artesunate plus
mefloquine versus mefloquine for treating uncomplicated malaria.
Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue
7, 2010. Art. No. CD004531. DOI: 10.1002/14651858.CD004531.pub4.
12. OMARI, A.A.A.; GAMBLE, C.L.; GARNER,
P. Artemether-lumefantrine (six-dose regimen) for treating uncomplicated
falciparum malaria Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane
Library, Issue 9, 2010. Art. n. CD005564. DOI: 10.1002/14651858. CD005564.
pub 4.
13. TAYLOR-ROBINSON, D. et al. Malaria:
uncomplicated, caused by Plasmodium falciparum. In: Clinical Evidence. Web
publication date: 01 Jan 2008. (based on December 2007 search).
14. TAYLOR-ROBINSON, D. et al.
Artemether-lumefantrine (6 doses) versus artesunate (3 days) plus
mefloquine. In: Clinical Evidence. Malaria: uncomplicated, caused by Plasmodium
falciparum. Which artemisinin is most effective?, 1 jan. 2008.
15. LELL, B.; KREMSNER, P. G. Minireview:
Clindamycin as an antimalarial drug: review of clinical trials. Antimicrob.
Agents Chemother., v. 46, n. 8, p. 2315-2320, 2002.
16. PUKRITTAYAKAMEE, S.; CHANTRA, A.;
VANIJANONTA, S. et al. Therapeutic responses to quinine and clindamycin in
multidrug-resistant falciparum malaria. Antimicrob. Agents Chemother.,
v. 44, n. 9, p. 2395-2398, 2000. 152
17. McGREADY, R.; CHO, T.;
SAMUEL-VILLEGAS, L. et al. Randomized comparison of quinine-clindamycin versus
artesunate in the treatment of falciparum malaria in pregnancy. Trans.
R. Soc. Trop. Med. Hyg., v. 95, n. 6, p. 651-656, 2001. (Abstract).
18. RASHEED, A.; SAEED, S. In vivo
efficacy and safety of quinine-doxycycline
combination in acute plasmodium falciparum
malaria. Pak. J. Med. Sci., v. 24, n. 5, p. 684-688, 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário