ANTI-INFECTANTES
ANTIFÚNGICOS
ÂNGELA
MARIA DE SOUZA PONCIANO
SISTÊMICOS
Fungos
podem ser classificados de acordo com sua aparência e modo de crescimento.
Exemplos de leveduras são Candida e Cryptococcus spp., enquanto bolores
incluem Aspergillus spp., dermatófitos, e fungos Mucorales
(zigomicetos).
Alguns
fungos são chamados dimórficos quando aparecem comportar-se como leveduras no
hospedeiro, mas crescem como bolores in vitro.
v Blastomicose,
v Cromoblastomicose,
v Coccidioidomicose,
v Histoplasmose,
v Paracoccidioidomicose
v Esporotricose são exemplos
de doenças causadas por fungos dimórficos.
A
maioria dos fungos que são patogênicos para seres humanos e saprófito na
natureza, mas causa infecção quando esporos, carreados pelo ar, alcançam os pulmões
ou seios paranasais ou são inoculados acidentalmente na pele ou córnea.
v A maioria das infecções fúngicas
e, portanto, não transmissível entre pacientes, com exceção da tinha de couro
cabeludo. Micoses endêmicas, tais como :
v Blastomicose,
v Cromoblastomicose,
v Coccidioidomicose,
v Histoplasmose
v Paracoccidioidomicose são patógenos
verdadeiros e podem de outro lado, causar doença em pessoas sadias.
Outros
fungos, tais como
v Aspergillus,
v Candida,
v Cryptococos,
v Pneumocystis jirovecci, são de baixa
patogenicidade e requerem um comprometimento nos mecanismos de defesa normais
para que a infecção ocorra, designada intercorrente.
As
doenças fúngicas são classificadas em 3 grupos:
v Superficial,
v Subcutânea e profunda
v Ou sistêmica.
As
infecções superficiais estão confinadas a pele, cabelos, unhas ou membranas
mucosas.
As
infecções subcutâneas estão restritas ao tecido subcutâneo podendo se
espalhar-se para osso e pele adjacente.
Infecções
profundas ou sistêmicas podem envolver órgãos como pulmão, baço, ou cérebro, ou
afetar todo o corpo, e tende a ocorrer com mais frequência em pacientes imunocomprometidos.
Idealmente,
o tratamento antifúngico deveria ser escolhido depois de o organismo infectante
ser identificado, mas frequentemente e necessário iniciar o tratamento empírico
antes de o patógeno ser cultivado e identificado, especialmente em pacientes
imunocomprometidos nos quais a infecção progride rapidamente.
As
infecções fúngicas do trato respiratório incluem
v Aspergilose,
v Blastomicose,
v Coccidioidomicose,
v Criptococose,
v Cromoblastomicose,
v Histoplasmose
v E paracoccidioidomicose
(blastomicose sul-americana),
Coccidioidomicose,
histoplasmose. Pneumocystis jirovecci e causa importante de pneumonia em
pacientes infectados por HIV.
Outros
fungos relacionados com infecções do trato respiratório principalmente em
pacientes imunocomprometidos incluem:
v Candida spp.,
v Fusarium spp.,
v Penicillium marneffei,
v Pseudoallescheria boydii
v E zigomicetos tais como Rhizopus
arrhizus. Infeccoes fúngicas em pacientes imunocompetentes são na maioria
autolimitadas e se resolvem sem tratamento.
Infecções
graves, persistentes, ou progressivas, ou em pacientes imunocomprometidos, requerem
tratamento.
Aspergilose
afeta mais comumente o trato respiratório, mas em pacientes gravemente
imunocomprometidos, as formas invasivas podem atingir coração,
cérebro
e pele.
Em
geral, a resposta ao tratamento de aspergilose invasiva e insuficiente e
iniciar precocemente o tratamento e indispensável. Anfotericina B intravenosa,
em doses elevadas, e tradicionalmente o antifúngico de escolha.
CANDIDIASE – Muitas infecções
superficiais por Candida spp., incluindo infecções de pele são tratadas
localmente; infecção generalizada ou localmente intratável requer uso de antifúngico
sistêmico.
Candidiase
vaginal pode ser tratada com antifúngicos que atuam localmente ou com
fluconazol administrado por via oral;
Candidiase
orofaringeana geralmente responde a terapia tópica; fluconazol e dado por via
oral para infecções que não respondem ao fármaco; e efetivo e rapidamente
absorvido.
Terapia
tópica pode não ser adequada em pacientes imunocomprometidos e um antifúngico
triazólico oral e preferido.
Para
a candidiase profunda e disseminada, anfotericina por infusão intravenosa
pode
ser usada.
Fluconazol
e uma opção para infecção por Candida albicans em pacientes que não
tenham recebido recentemente um antifúngico azólico.
CRIPTOCOCOSE
É
infecção incomum que acomete pessoas imunocomprometidas, especialmente
pacientes com Aids, e pode causar risco de morte. Meningite criptocócica e a
forma mais comum de meningite fúngica.
O
tratamento de escolha na meningite criptococica e anfotericina B por infusão
intravenosa, seguida por fluconazol via oral por 8 semanas ou ate resultado
negativo de culturas.
Na
criptococose, fluconazol e algumas vezes dado sozinho como opção para pacientes
com Aids com infecções localizadas ou para os que não podem tolerar
anfotericina.
Se
ha êxito no tratamento, fluconazol pode ser usado para profilaxia contra a recaída
ate que a imunidade se recupere.
HISTOPLASMOSE
É
rara em climas temperados e pode acarretar risco de morte, particularmente em
pessoas infectadas pelo HIV. Itraconazol pode ser usado para tratamento de
pacientes imunocompetentes com infecção nao meningea indolente, incluindo
histoplasmose pulmonar crônica.
Anfotericina
B por infusão intravenosa e preferida em pacientes com infecções fulminantes ou
graves.
Seguindo-se
o sucesso do tratamento, itraconazol pode ser usado para profilaxia contra a recaída.
Pacientes
imunocomprometidos estao em risco particular de apresentar infecções fúngicas e
podem receber fármacos antifúngicos profilaticamente; antifúngicos triazólicos são
fármacos de escolha para a profilaxia.
Fluconazol
e mais rapidamente absorvido do que itraconazol, porem fluconazol não e efetivo
contra Aspergillus spp.
ANFOTERICINA B e um poliênico anfotérico da classe dos antibióticos antifúngicos.
Por
ser quase insolúvel em água pode ser preparado na forma de suspensão coloidal
de anfotericina B e desoxicolato sódico para administração intravenosa.
A
anfotericina B tem amplo espectro de ação, que inclui leveduras clinicamente
importantes, microrganismos responsáveis por micoses endêmicas e fungos patogênicos.
E
um agente eficaz para infecções fúngicas sistêmicas, sendo o fármaco de escolha
contra infecções micóticas em potencia fatais.
A
toxicidade da anfotericina B pode se manifestar por reações imediatas, que são relacionadas
com a infusão do fármaco, e reações que ocorrem mais lentamente, como lesão
renal. Estima-se que nefrotoxicidade ocorra em 80% dos pacientes.
O
desenvolvimento de formulações lipídicas diminui a toxicidade da anfotericina B
e preserva a sua ação antifúngica. Porem, a toxicidade das apresentações convencionais
pode ser diminuída por meio de lenta velocidade de infusão sem diminuição de eficácia,
ademais, elas tem custo menor se comparadas com as formulações lipídicas.
FLUCONAZOL, É um antifúngico triazólico, pode ser usado de forma sistêmica
por via oral ou de forma tópica, sendo eficaz em varias doenças causadas por
agentes fúngicos.
De
acordo com revisões do Clinical Evidence, o fluconazol pode ser usado no
tratamento de candidiase vulvovaginal, provendo cura clinica em 6 meses e remissão
de sintomas em 6 meses nos casos de recorrência, sendo tão eficaz
quanto
o cetoconazol e o clotrimazol, porem tendo a vantagem de ser utilizado
em
dose única nesse tipo de infecção.
Em
casos de candidiase orofaríngea, estudos mostram que o fluconazol e eficaz no
tratamento e na profilaxia em adultos e crianças imunocompetentes ou
imunocomprometidos relacionados a tratamentos contra câncer, como quimioterapia
ou radioterapia, ou a infecção por HIV, e considerado fármaco de escolha nesse
ultimo caso, sendo mais eficaz que a nistatina oral ou a anfotericina B no caso
de crianças.
Porem,
os mesmos estudos ressaltam que, em casos de profilaxia em pacientes que
realizaram transplante e tratamento da infecção fúngica em adultos
imunocomprometidos por tratamento do câncer, o fluconazol não tem vantagem em comparação
a anfotericina B, preferida por ser mais barata e o único antifúngico com
efeito sobre a mortalidade, portanto, exceções a afirmação anterior.
O
uso profilático continuo do fármaco em questão e mais eficaz que o tratamento
intermitente na prevenção de recorrências de candidíase orofaríngea, uma estratégia
valida para pacientes com alta frequência desse tipo de infecção.
O
fluconazol também pode ser usado como opção na terapia supressora em pacientes
com Aids com criptococose disseminada, principalmente em casos de meningite
criptocócica, quando não ha resposta ao tratamento com a anfotericina B ou
quando o paciente e intolerante ao citado fármaco.
O
fluconazol e considerado o fármaco de escolha no tratamento da meningite coccidióide,
e vem substituindo a anfotericina B como tratamento de escolha nos casos de infecções
pulmonares e sistêmicas pelo Coccidioides immitis.
ITRACONAZOL É um dioxolanotriazol sintético oral que inibe a síntese de
membranas celulares dos fungos. Tem amplo espectro de atividade que inclui
dermatófitos e leveduras.
A
absorção no trato gastrintestinal e melhorada se for administrado com alimentos
ou em condições acidas. A dose adulta usual para infecções cutâneas e 100-200
mg/dia, dependendo da infecção que esta sendo tratada.
O
fármaco se liga intensamente as proteínas, com apenas 0,2% circulando como fração
livre. A farmacocinética pode nao ser linear por causa da saturação do
metabolismo.
A
concentração de itraconazol na pele e usualmente mais elevada que a sua concentração
plasmática, sendo extensivamente biotransformado pelo fígado.
De
acordo com provas disponíveis, o uso do itraconazol aplica-se as formas
benignas e de moderada gravidade das paracoccidioidomicoses, histoplasmose
(formas benignas e de moderada gravidade, alem da profilaxia primaria e
secundaria) e esporotricose (formas localizadas e linfocutaneas, pulmonar
benigna e de moderada gravidade, osteoarticular e profilaxia secundaria depois
de terapêutica de indução nas formas graves.
TÓPICOS
As
micoses cutâneas são infecções superficiais da pele, cabelo ou unhas. Em essência,
nenhum tecido vivo e invadido; entretanto, uma variedade de mudanças patológicas
ocorre no hospedeiro pela presença de fungos e/ou seus produtos metabólicos.
Os
principais agentes etiológicos são:
a)
Fungos dermatófiticos pertencentes aos gêneros Microsporum, Trichophyton
e
Epidermophyton que causam infecção cutânea ou tinha do couro cabeludo, da
pele glabra, unhas e pele.
b)
Malassezia furfur, uma levedura lipofílica responsável pela pitiríase
versicolor, pitiríase folicular, dermatite seborreica e pitiríase capitis
(caspa grave).
c)
Candida albicans e especies relacionadas, causando candidiase da pele,
membrana mucosa e unhas.
A
conduta usual nas infecções cutâneas em pacientes imunocompetentes e tratar com
agentes tópicos. A terapia sistêmica e necessária no comprometimento de unhas
ou couro cabeludo ou se a infecção de pele estiver generalizada, disseminada (quando
a infecção espalha-se do lugar primário para outros órgãos no corpo), ou
topicamente intratável, e em infecções crônicas por leveduras não respondentes
aos tratamentos.
A
raspagem da pele deveria ser examinada se a terapia sistêmica esta sendo
considerada ou se houver duvida sobre o diagnostico.
As
maiorias das infecções de pele em seus estágios iniciais respondem a agentes tópicos.
Exemplos
são a tinha interdigital, a cruris, e a de outras partes do corpo.
O
tratamento antifúngico pode não ser necessário em pacientes assintomáticos com infecção
nas unhas por tinha.
Se
o tratamento e necessário, um antifúngico sistêmico e mais efetivo que a
terapia tópica.
Quando
a terapia oral e considerada, e obrigatório confirmar que o dermatófito ou a infecção
por levedura esta presente, seja por microscopia ou cultura.
Os
antifúngicos imidazólicos, como o cetoconazol e miconazol, sao todos efetivos. Fármacos
tópicos podem prover uma redução de pronto na infectividade, estão livres de
efeitos adversos e é relativamente de baixo custo, porem, possuem desvantagens
como, irritação local, efeito adverso mais comum facilmente reversiva.
Na
pratica, a maioria dos fármacos tópicos necessitaria ser continuado por algum
tempo (1-2 semanas) depois do desaparecimento de sintomas e sinais, afim de
evitar a recaída.
CETOCONAZOL é utilizado no tratamento de infecções fônicas superficiais e
na
foliculite por Malassezia resistentes ao fluconazol, terbinafina ou
itraconazol
ou
em pacientes intolerantes a estes antifúngicos; na candidíase muco cutânea
crônica,
cutânea e orofaríngea, resistente ao fluconazol e itraconazol ou em pacientes intolerantes
a estes antifúngicos e no tratamento da pitiríase versicolor .
Um
estudo de comparação entre cetoconazol oral e tópico no tratamento da pitiríase
versicolor mostrou que o uso tópico apresenta melhor resposta antimicótica e
com menos efeitos adversos do que a terapia oral.
Um
estudo aberto foi realizado para avaliar a eficácia do cetoconazol creme 2%
para o tratamento de dermatomicoses superficiais; pacientes afetados por Tinea
cruris e Tinea corporis foram admitidos para o estudo, desde que as lesões
envolvessem menos de 5% da superfície corporal; foram tratados com cetoconazol
creme a 2% uma vez ao dia durante 30 dias; concluiu-se que o creme de
cetoconazol a 2% e agente seguro e eficaz para o tratamento de dermatomicoses
superficiais.
NISTATINA não e absorvida no trato gastrintestinal e é aplicada localmente como
suspensão para tratar infecções fônicas da boca.
E
indicada para o tratamento de candidiase esofágica, candidiase intestinal.
Segundo
revisão sistemática Cochrane, em estudo realizado com 1.569 pacientes, concluiu-se
que nistatina não e recomendada para profilaxia ou tratamento de infecções por Candida
spp. em pacientes imunodeprimidos.
Aplicação
tópica de nistatina e indicada em casos de infeccoes cutaneas por Candida spp.,
mas e ineficaz contra dermatófitos. Candidiase refrataria requer tratamento sistêmico
geralmente com um agente antifúngico triazólico como fluconazol.
MICONAZOL é antifúngico imidazólico utilizado no tratamento de candidiase superficial,
dermatofítose, infecções da pele e pitiríase versicolor.
Não
é usado na forma oral pelos riscos de seus efeitos adversos. O miconazol como
os demais imidazólicos (clotrimazol, econazol, cetoconazol, e sulconazol) são
todos efetivos no tratamento da candidiase oral.
Este
agente distinguiu-se de outros azois por possuir dois mecanismos de ação.
O
primeiro mecanismo e compartilhado com outros azois e envolve a inibição da síntese
de ergosterol e o outro mecanismo envolve a inibição de peroxidases, o que
resulta no acumulo de peróxido dentro da célula, resultando em morte celular.
Padrões
de susceptibilidade para miconazol demonstraram que leveduras fúngicas
permanecem em maioria susceptível, mesmo com exposição repetida.
O
miconazol e eficaz no tratamento de candidiase em pacientes portadores do HIV.
Estudos
mostram que a adição de um corticosteroide tópico a terapia com imidazólicos
aumenta a biodisponibilidade e prolonga a atividade dos antimicóticos, enquanto
reduzem rapidamente os sintomas inflamatórios.
Apesar
do surgimento de novos compostos azólicos e outras classes de antifúngicos,
miconazol continua a ser um tratamento interessante prescrito para a candidiase
vaginal.
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