ANTI-INFECTANTES -
MEDICAMENTOS PARA O
TRATAMENTO DA HANSENÍASE
MARCUS
TOLENTINO SILVA
A
melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento cientifico modificaram
significantemente o quadro da hanseníase, que atualmente tem tratamento e cura.
No
Brasil, cerca de 47.000 casos novos são identificados a cada ano.
O
tratamento polioquimioterâpico recomendado pela Organização Mundial da Saúde e associação
segura e efetiva que evita a recidiva.
Em
razão do risco de resistência microbiana aos fármacos e a impossibilidade de
cura da doença com um só deles, o uso de único fármaco no tratamento da hanseníase
não é recomendado.
A
escolha do esquema poliquimioterâpico tem por base a classificação da hanseníase.
Para
a forma paucibacilar (casos com ate cinco lesões de pele) e recomendada a associação
rifampicina e dapsona durante seis
meses.
Para
a forma multibacilar (casos com mais de cinco lesões de pele) e recomendada a associação
rifampicina, dapsona e clofazimina
por 12 meses.
Principalmente
na forma multibacilar – antes, durante ou depois do tratamento é possível a ocorrência
de reações hansênicas, que são a principal causa de lesões dos nervos e de
incapacidades provocadas pela hanseníase, classificadas em dois tipos.
Para
a reação tipo 1, ou reação reversa, é recomendada a prednisona, conforme avaliação clinica; e para a reação tipo 2, ou
eritema nodoso hansênico, é recomendada a talidomida
como primeira escolha.
Na
impossibilidade de administração de talidomida, recomenda-se o uso de prednisona.
CLOFAZIMINA
É
um antimicobactériano com propriedades anti-inflamatórias usado na
poliquimioterapia da forma multibacilar.
As
provas de uso são provenientes de series de casos, uma vez que ensaios clínicos
envolvendo placebo ou ausência de tratamento são considerados antiéticos.
.
DAPSONA
É
um dos componentes da poliquimioterapia usada nas duas formas de hanseníase.
No
tratamento de caso paucibacilar, e recomendada em associação a rifampicina por
causa do risco de resistência do bacilo.
Para
o tratamento de caso multibacilar, as provas também são provenientes de series de
casos.
Revisão
sistemática de boa qualidade metodológica aponta o uso do medicamento na
profilaxia de comunicantes.
No
entanto, os critérios para indicação da quimioprofilaxia e qual o melhor
esquema de administração ainda não estão completamente definidos.
PREDNISONA
É
um corticosteroide biologicamente inerte que e convertido no fígado para
prednisolona.
Os
corticosteroides empregados no tratamento de dano em nervos na hanseníase foram
analisados em revisão Cochrane que concluiu que provas decorrentes de três
ensaios clínicos controlados aleatórios não mostraram um efeito significante em
longo prazo tanto na incapacidade sensória leve como na incapacidade da função
do nervo de modo permanente, e que um regime de corticosteroides com duração de
cinco meses foi significantemente mais benéfico do que um regime de
corticosteroides de três meses.
.
RIFAMPICINA
É
um antimicobactériano do grupo das rifamicinas que e usada no tratamento de
varias injeções por micobactérias e outros organismos susceptíveis.
Normalmente,
para prevenir microrganismos resistentes, associa-se a outros antibacterianos.
A
rifampicina e indicada com dapsona no tratamento da forma paucibacilar da hanseníase;
e junto de dapsona e clofazimina na forma multibacilar da doença.
As provas
de tratamento da rifampicina na hanseníase são provenientes de series de casos.
De
outro lado, assim como a dapsona, revisão sistemática de boa qualidade metodológica
aponta o beneficio de sua administração em dose única na profilaxia do
comunicante.
Entretanto,
os critérios para indicação da quimioprofilaxia não estão completamente
definidos.
TALIDOMIDA
Possui
atividade imunomoduladora e deve ser usada em condições de controle e supervisão
pelo seu risco teratogênico e outras reações adversas.
Emprega-se
o medicamento no tratamento de manifestações cutâneas moderadas a graves da reação
tipo 2 da hanseníase (eritema nodoso hansênico)
Revisão
sistemática aponta a inexistência de estudos de boa qualidade metodológica
sobre a farmacoterapia do eritema nodoso hansênico, o que necessariamente não
impede a aplicação da talidomida nessa indicação.
REFERÊNCIA
Secretaria
de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde, Formulário Terapêutico Nacional (FTN)
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