ANTI - INFECTANTES -
MEDICAMENTOS PARA O TRATAMENTO DA TUBERCULOSE
MEDICAMENTOS PARA O TRATAMENTO DA TUBERCULOSE
MARCUS
TOLENTINO SILVA
A
tuberculose é grave problema de saúde no Brasil, principalmente quando acomete
a população economicamente ativa.
A
doença ocorre com maior frequência nos grupos com piores condições socioeconômicas:
regiões atrasadas, espaços urbanos precários e pessoas que vivem em lugares
fechados (presídios, hospitais, creches, abrigos sociais, etc.).
A
tuberculose e causada pelo Mycobacterium tuberculosis e pode afetar vários
órgãos, sendo mais frequente o pulmão.
Sintomas
específicos são relacionados ao sitio de infecção e são geralmente acompanhados
por febre, sudorese e perda de peso.
As
intervenções usadas para o tratamento da tuberculose visam curar a doença,
reduzir o risco de recidivas, diminuir a falha terapêutica e prevenir mortes,
com o mínimo de reações adversas.
A
farmacoterapia básica nos casos de tuberculose pulmonar consiste em fase
inicial intensiva da associação entre rifampicina, isoniazida, pirazinamida e
etambutol (dois meses de duração), seguida de fase de manutenção constituída pela
associação isoniazida + rifampicina (quatro meses de duração).
A
utilização de único medicamento no tratamento da tuberculose (monoterapia) e
contraindicada pelo risco de recidivas e resistência bacteriana.
ESTREPTOMICINA
Estreptomicina é um antibiótico aminoglicosídeo usado no tratamento da tuberculose
multirresistente.
ETAMBUTOL
Etambutol é ativo contra Mycobacterium tuberculosis e demais micobactérias
não
especificas.
É
usado em associação com outros medicamentos na tuberculose para prevenir ou
prorrogar o surgimento de cepas resistentes.
Nas
regiões com elevados índices de resistência a isoniazida ou nos casos em que não
é possível sua determinação, etambutol é recomendado na fase de manutenção5.
Como
fármaco isolado é utilizado em combinação com outros medicamentos
na
tuberculose multirresistente.
ETIONAMIDA
Etionamida é o fármaco bacteriostático de complemento, de baixo custo, para
o
tratamento de tuberculose resistente a múltiplos medicamentos.
Preferentemente,
deve ser usado por centros especialistas em controle da tuberculose.
ISONIAZIDA
Isoniazida é um potente bactericida com atividade contra a replicação de bacilos.
É
o principal medicamento usado no tratamento da tuberculose, mesmo em diferentes
subgrupos (infectados pelo HIV, doença não -pulmonar, etc.).
ISONIAZIDA + RIFAMPICINA
A
combinação de dose fixa de isoniazida + rifampicina é recomendada pela Organização
Mundial da Saúde para reduzir a emergência de resistência bacteriana, uma vez
que ela incorpora múltiplos medicamentos e reduz a chance de resistência
bacteriana no caso de monoterapia.
Ainda
não existem provas conclusivas sobre esses benefícios.
De
outro lado, a combinação de dose fixa permite simplicidade na prescrição medica
e na entrega de medicamentos pela farmácia (o que pode ser muito desejável em serviços
de atenção básica em que os profissionais pouco conhecem do tratamento da
tuberculose) e melhorar a adesão do paciente ao tratamento, por meio da redução
do numero de comprimidos.
PIRAZINAMIDA
Pirazinamida é um agente bactericida de baixa potencia contra Mycobacterium
tuberculosis, porem, tem potente atividade esterilizante, particularmente em áreas
de grande inflamação.
É
muito efetivo durante os primeiros dois meses de tratamento quando alterações inflamatórias
agudas persistem. Seu uso permitiu reduzir o tempo de tratamento e o risco de
falha terapêutica.
RIFAMPICINA
Rifampicina é um antibiótico macrociclico complexo que inibe a síntese do acido
ribonucleico de largo espectro de patógenos microbiológicos.
Ele
possui ação bactericida e potente efeito esterilizante contra o Mycobacterium
tuberculosis em meio celular ou extracelular.
Considerando
que a resistência microbiana pode se desenvolver rapidamente, rifampicina
sempre deve ser administrada em combinação com outros medicamentos usados na
tuberculose.
RIFAMPICINA + ISONIAZIDA +
PIRAZINAMIDA + ETAMBUTOL
A
combinação de dose fixa rifampicina + isoniazida + pirazinamida + etambutol também
é recomendada pela Organização Mundial da Saúde.
A
prova disponível revela que essa combinação apresenta biodisponibilidade equivalente
aquela dos fármacos separados em formulações isoladas.
Com
essa apresentação, pretende-se melhorar a adesão do paciente ao tratamento (diminuindo
a quantidade de comprimidos), facultar a dispensação do produto, simplificar a prescrição
medica, restringir a monoterapia e, consequentemente, reduzir a resistência
bacteriana.
REFERÊNCIA
Secretaria
de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde, Formulário Terapêutico Nacional (FTN)
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