ANTI- INFECTANTES ANTIBIÓTICOS
- MACROLÍDEOS
MARIA INÊS DE TOLEDO E
FERNANDO DE SÁ DEL FIOL
A eritromicina, de origem natural, e o protótipo do grupo dos antibióticos macrolídeos.
Diversos
congêneres semissintéticos foram produzidos, mas somente a azitromicina e a claritromicina tem uso clinico corrente.
Sua
ação pode ser bacteriostática ou bactericida, dependendo de concentrações,
tamanho do inoculo e microrganismos infectantes.
Podem
ser usados em pacientes alérgicos a betalactâmicos.
A eritromicina tem espectro antimicrobiano relativamente extenso, incluindo
cocos
aeróbios gram-positivos (Staphylococcus aureus, Streptococcus spp.),
bacilos gram-positivos (Corynebacterium diphteriae), bacilos aerobios
gram-negativos (Campylobacter foetus, Legionella pneumophila e Bordetella
pertussis), Chlamydia spp., Treponema pallidum, Mycoplasma
pneumoniae e o complexo M. avium. Neisseria spp. nao produtora de
penicilinase também e sensível.
Proporção
progressivamente crescente de cepas de S. pneumoniae tem-se mostrado resistente
a eritromicina e a outros macrolídeos, em particular entre cepas com resistência
as penicilinas. S. aureus meticilina resistentes (MRSA) são resistentes a
eritromicina.
Tem
pouca atividade contra H. influenzae. Enterobacteriaceas e Bacteroides
fragilis são usualmente resistentes.
Estearato
de eritromicina e uma possibilidade no tratamento de infecções em pacientes hipersensíveis
a penicilina.
O
uso e limitado primariamente pelos efeitos adversos gastrintestinais (dor epigástrica,
diarreia, náusea e vomito).
Tem comparativamente a eritromicina, maior atividade contra microrganismos gram-negativos e menor contra gram-positivos.
Apresenta
resistência cruzada com eritromicina.
Tem
indicação em doenças sexualmente transmissíveis induzidas por Chlamydia
trachomatis (uretrite e cervicíte).
Não
é recomendada se existe a possibilidade de gonorreia porque a resistência
a
macrolídeos emerge rapidamente quando e usada nesses casos.
Mostrou-se
tão eficaz quanto doxiciclina e igualmente bem tolerada em infecção sexualmente
transmissível causada por Chlamydia trachomatis, com a vantagem de poder
ser usada em grávidas.
Idêntico
beneficio acontece no tratamento do tracoma ocular, em que dose única substitui
o tratamento tópico por seis semanas com tetraciclina ou a administração oral
de doxiciclina e ainda permite a administração em grávidas e menores de oito
anos acometidas pela doença.
Em
2003, o Comitê de Especialistas da OMS em Seleção e Uso de Medicamentos Essenciais
recomendou a restrição de uso de azitromicina para
as
indicações acima apontadas.
O
tratamento em massa, talvez suplementado por uso subsequente e periódico de
pomada ocular de tetraciclina em pessoas com a doença ativa, pode interromper a
transmissão ocular de infecção por Chlamydia trachomatis.
A
azitromicina é recomendada pela American Heart Association como opção
para profilaxia de endocardite bacteriana em adultos com alergia a penicilina
submetida a procedimentos orais, respiratórios ou esofágicos.
Para
a profilaxia de endocardite bacteriana em crianças, clindamicina em suspensão oral
tem sido substituída por azitromicina.
CLARITROMICINA
A claritromicina apresenta menores concentrações inibitórias mínimas contra bactérias gram-positivas sensíveis, como estreptococos, mas estreptococos e estafilococos resistentes a eritromicina também o são a claritromicina.
Deve
ter uso preferente em micobacterióses atípicas e erradicação de Helicobacter
pylori para evitar resistência microbiana a esses microrganismos.
A
incidência geral de efeitos adversos com claritromicina varia de 4% a 30%,
sendo as queixas gastrintestinais, incluindo diarreia, vomito dor abdominal e alterações
do paladar, as mais frequentes.
REFERÊNCIA
Secretaria
de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde, Formulário Terapêutico Nacional (FTN)
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