ANTI- INFECTANTES ANTIBIÓTICOS
-
TETRACICLINAS
SILVIO
BARBERATO FILHO E FERNANDO DE SÁ DEL FIOL
TETRACICLINAS
Tetraciclinas
são usadas principalmente no tratamento de infecções causadas por Rickettsia,
Chlamydia e Mycoplasma, bem como uma variedade de bactérias atípicas
gram-negativas e gram-positivas susceptíveis.
Por
causa do risco de desenvolvimento de resistência, tetraciclinas são empregadas
em infecções causadas por bactérias típicas apenas quando outros anti- infectantes
estiverem contraindicados ou forem inefetivos.
A
eficácia bacteriostática dos diversos representantes e semelhante, mas pode
haver discreta superioridade de representantes mais lipofílicos, como minociclina e doxiciclina.
A
tetraciclina é considerada protótipo do grupo, mas doxiciclina apresenta
vantagens clinicas e substituiu a tetraciclina na maioria das infecções.
A
doxiciclina esta indicada em infecções por Rickettsia, Chlamydia (psitacose,
ornitose, tracoma, doença inflamatória pélvica, uretrite, salpingite,
linfogranuloma venereo, conjuntivite e prostatite), Mycoplasma, Plasmodium
falciparum (como opção a mefloquina, em profilaxia), Calymatobacterium
granulomatis (granuloma inguinal), brucelose, cólera e peste.
Alterações
dentarias (hipoplasia de esmalte e coloração dos dentes) e de crescimento ósseo
e rara insuficiência hepática decorrente de infiltração gordurosa em grávidas
contraindicam seu emprego nessas e em crianças ate os oito anos de idade.
É
a tetraciclina a escolha em virtude de suas vantagens farmacocinéticas, menor
toxicidade, maior adesão ao tratamento e boa relação de custo- beneficio.
Ao
contrario das tetraciclinas mais antigas, não ha interferência de alimentos.
Sua
meia-vida propicia administração a cada 12 horas.
Tem
indicação em infecções sexualmente transmissíveis (DST), pois atua em muitos microrganismos
causais.
Pode
ser empregada como tratamento alternativo de sífilis e gonorreia em paciente alérgico
a penicilina.
Alem
da contraindicação para grávidas e crianças ate 8 anos3, não pode ser administrada
em pacientes com insuficiência hepática grave, porfiria ou lupus eritematoso sistêmico.
No
tratamento da febre maculosa, apesar de contestações, a Academia Americana de Pediatria
fez recomendação de uso da doxiciclina, independente da idade, por sua maior
efetividade em comparação com o cloranfenicol; outros trabalhos têm confirmado
essa proposta.
REFERÊNCIA
Secretaria
de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde, Formulário Terapêutico Nacional (FTN)
BIBLIOGRAFIA
1.
MCEVOY, G. K. (Ed.). AHFS drug information 2007. Bethesda: American Society of Health-System Pharmacists, 2007.
p.422-449.
2.
FUCHS, F. D. Tetraciclinas e cloranfenicol. In:
FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L.; FERREIRA, M. B. C. (Ed.). Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica
racional. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 373-376.
3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO model
formulary, 2008. Geneva, 2008.
4. KLASCO, R. K. (Ed.). DRUGDEX® System.
Greenwood Village: Thomson
Micromedex, 2009.
5. REESE, R. E.; BETTS, R. F. Antibiotic
uses. In: BETTS, R. F.; CHAPMAN, S. W.; PENN, R. L. (Ed.). Reese and Betts´
a practical approach to infectious diseases. 5. ed.Philadelphia: Lippincott
Williams & Wilkins, 2003. p. 969-1153.
6. BRITISH MEDICAL ASSOCIATION AND ROYAL
PHARMACEUTICAL SOCIETY OF GREAT BRITAIN. British national formulary. 57.
ed. London: BMJ Publishing Group and APS Publishing, 2009.
7. AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Rocky
Mountain spotted fever. In: PETER, G. (Ed.). Report of the
committee on infectious diseases. 26. ed. Elk Grove Village: American
Academy of Pediatrics, 2003. p. 452–454.
8. HOLMAN, R. C. Analysis of risk factors
for fatal rocky mountain spotted fever: evidence for superiority of
tetracyclines for therapy. J. Infect. Dis., Chicago, Il,v. 184, p. 1437-1444,
2001.
9. MASTERS, E. J. et al. Rocky mountain
spotted fever: a clinician’s dilemma. Arch. Intern. Med., Chicago, Il,v.
163, p. 769-774, 2003.
10. PURVIS, J. J.; EDWARDS, M. S.
Doxycycline use for rickettsial disease in pediatric patients. Pediatr.
Infect. Dis. J.,Baltimore, v. 19, p. 871-874, 2000.
Os inibidores da síntese de proteínas> tetraciclinas
Eles agem sobre as bactérias que se multiplicam rapidamente e são bacteriostático.
Eles são introduzidos na célula através de um sistema de transporte ativo complexado com os iões Mg 2 + .
Dentro da célula, o complexo de tetraciclina-Mg 2 + liga-se a resíduos de fosfatos da subunidade 30S, o que impede a ligação do aminoácido ao local tRNA-ribosome aminoacilo e impede o alongamento da formação da cadeia peptídica do bloco.
Também interfere com a formação do complexo de iniciação 30S.
Em geral, as tetraciclinas são bem absorvidas no trato gastrintestinal, ainda que incompleta.
A taxa de absorção depende do tipo de tetraciclina, clortetraciclina ser mínima com (30%) e com o máximo de minociclina (100%).
Tetraciclina atinge uma concentração máxima no plasma de 2-2,5 mg / ml (250 mg de dose oral). Estes antibióticos são bem distribuídas por todo o corpo, penetrando CSF e outros fluidos, tais como lágrimas, saliva.
Concentram-se no fígado, e excretada, principalmente na urina e bílis.
As tetraciclinas atuam em cocos Gram-positivos e Gram negativos enterobactérias e são utilizadas para tratar infecções causadas por Brucella , Mycoplasma , Rickettsia e Chlamydia .
As tetraciclinas podem causar irritação intestinal que se manifesta como dor epigástrica, azia, náuseas, vômitos e diarreia.
Ele pode também causar problemas de calcificação nos recém-nascido e nas crianças.
Pode inibir a síntese proteica em eucariotos em altas concentrações.
TETRACICLINA
RESISTÊNCIA À TETRACICLINA
Existem pelo menos dois mecanismos de resistência à tetraciclina.
O mecanismo mais importante é devido a uma diminuição da acumulação celular da droga. Isto é provocado por uma alteração do sistema de transporte, que limita a absorção de tetraciclina ou de um canal para bombear a remoção antimicrobiana, dependente de energia celular exterior.
A alteração do sistema de transporte é produzido por proteínas induzíveis são codificados em plasmídeos e transposões.
O outro mecanismo é evidenciado por uma diminuição da afinidade de ligação para o complexo de ribossoma Tetraciclina-Mg 2 +, devido à mutação do cromossoma.
As tetraciclinas interferem com a ligação do ARNt-AA para o local receptor
no ribossoma.
|
BIBLIOGRAFIA
1. Álvares-Lerma F, Grau S, Gracia-Arnillas MP. Gram positive cocci infections in intensive care. Drugs. 2006;66(6):751-768.
2. Amato Neto V, Nicodemo AC, Lopes HV. Antibióticos na prática clínica. 6ª ed. São Paulo: Sarvier Editora; 2007.
3. Anderson DL. Doripenem. Drugs of Today. 2006; 42 (6): 399-404.
4. Appelbaum PC and Jacobs MR. Recently approved and investigational antibiotics for treatment of severe infections caused by Gram-positive bacteria. Curr Opin Microbiol. 2005; 5: 510-517.
5. Drusano GL. Pharmacokinetics and pharmacodynamics of antimicrobials. Clin Infect Dis; 2007:45 (supp 1):S89-95.
6. Falagas ME and Kasiakou SK. Colistin: The revival of polymyxins for the management of multidrud-resistant gram-negative bacterial infections. Clin Infect Dis. 2005;40:133-41.
7. Gilbert DN, Moellering RC Jr, Sande MA. The Sanford guide to antimicrobiol therapy. 36th ed. Hyde Park, VT: Antimicrobial Therapy Inc.; 2006.
8. Hsieh YC, Wang JT, Lee WS, et al. Serotype competence and penicillin resistance in Streptococcus pneumoniae. Emerg Infect Dis. 2006; 12 (11): 1709-1714.
9. Mandell GL, Douglas RG, Bennett JE Dolin R. Principles and practice of infectious disease. 6ª ed. Philadelphia. Churchill Livingstone Ed. 2004.
10. Noel GJ. Clinical profile of ceftobiprole, a novel beta-lactam antibiotic. Clin Microbiol Infect. 2007;13 (Suppl 2): 25-9.
11. Paterson DL. Clinical experience with recently approved antibiotics. Curr Opin Pharmacol. 2006;6:486-90.
12. Reinert RR, van der Linden M, Seegmuller I, et al. Molecular epidemiology of penicillin-non-susceptible Streptococcus pneumoniae isolates from children with invasive pneumococcal disease in Germany. Clin Microbiol Infect. 2007; 13 (4): 363-368.
13. Silva JG and Carvalho I. New insights into aminoglycoside antibiotics and derivates. Curr Med Chem. 2007; 14 (10): 1101-19.
14. Veronesi R., Focaccia R. Tratado de Infectologia. 3ª ed. São Paulo: Ed Atheneu; 2005.
15. Walter Tavares. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico. 1ª ed. São Paulo: Atheneu; 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário