NUTRIÇÃO PARENTERAL
ASPECTOS GERAIS
ASPECTOS GERAIS
Disciplina
Farmácia Hospitalar Caroline Tannus
COMPOSIÇÃO DA NUTRIÇÃO PARENTERAL
As diferentes formulações para N.P.
baseiam-se no princípio de fornecerem ao
Paciente as quantidades mínimas, indicadas pela literatura específica, para cada substrato.
As indústrias farmacêuticas oferecem variadas apresentações de soluções contendo aminoácidos, hidratos de carbono, eletrólitos, vitaminas. A eleição dos diferentes
produtos que o comércio oferece não é tarefa fácil, uma vez que para as formulações
mais complexas como as soluções de aminoácidos (AA), hidratos de carbono
e vitaminas.
Outro aspecto que deve ser ressaltado
é que nem sempre uma preparação para NP é logo de imediato administrada ao paciente,
mesmo quando programada adequadamente; podem existir diversos fatores que podem impedir a sua
administração logo imediata, podendo ocorrer perda do produto.
Dessa forma, por ser o custo destas
misturas extremamente elevado, o maior conhecimento sobre a sua estabilidade poderá
representar um acréscimo importante nos dispêndios com medicamentos nos
serviços de farmácia hospitalares.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O PREPARO
A redução dos riscos de contaminação
por partículas por microrganismos e a prevenção de possíveis incompatibilidades entres os aditivos
são condições que se obtém,
caso a manipulação dos nutrientes seja realizada em local adequado e por pessoal treinado.
A instalação de água com lavatório amplo, bancadas, dispositivo para a lavagem das mãos e demais elementos são necessários para o bom
desempenho do trabalho.
O piso e parede devem ser de material lavável e com o mínimo de reentrâncias possíveis.
Na unidade centralizada de preparo
a utilização de uma bancada de fluxo
laminar permite uma rotina de trabalho
completamente separada das demais áreas.
É importante acentuar que apenas duas
pessoas devem permanecer na unidade de preparo.
A limpeza do chão da sala de preparo
se fará duas vezes por dia coincidindo com o início e o término de cada jornada de trabalho.
As formulações destinadas á limpeza
das superfícies fixas (pisos, paredes, entre outros) devem ter propriedades desinfetantes (M.S. Portaria 196, 1983; M.S. Portaria
930, 1992).
São indicados pela Portaria Ministerial
Soluções de dois ou mais fenóis sintéticos (ortofenifenol
paraterciário, butilfenol ou ortobenzil paraclofenol) em concentrações
que variam segundo o fabricante.
Durante a limpeza da sala não deve
ser criada corrente de ar e nem dispensar partículas
de pó pelo ambiente.
As janelas e portas permanecerão constantemente fechadas
e serão utilizados panos úmidos destinados exclusivamente para área.
O preparo intra-hospitalar da NP
que exige condições rigorosas de controle para garantir sua esterilidade é de total responsabilidade do farmacêutico, cuja
formação técnica assegura a compatibilidade química dos seus componentes, controle físico, físico
químico e microbiótico dos aditivos e estabilidade da mistura.
Cabe o farmacêutico informar, através de palestras ou
cursos realizados no hospital, os resultados obtidos com controle
microbiótico, técnicas mais adequadas de preparo e principais problemas de incompatibilidade
e estabilidade nas misturas.
CONDIÇÕES DE TRABALHO E USO DA BANCADA
DE FLUXO LAMINAR
O National Coordinating Commitee
on Large Volume Parenteral recomenda as seguintes instruções no trabalho em áreas
com fluxo laminar
v
•Remover
joias, anéis, braceletes e relógios de pulso;
v
Lavar as mãos escovar as unhas com escova embebidas em solução de polivinilpirrolidona
iodo (PVPI) com 1% de iodo ativo;
v
Limpar
a mesa de trabalho, paredes laterais de vidro, acabamentos plásticos laminados ou partes de aço com soluções alcoólicas
a 70% contendo clorhexidina;
v
Ligar o equipamento e esperar no mínimo 30 minutos de circulação na
câmara de ar micro filtrado para dar início a preparação das soluções;
v
Limpar
e esfregar as quinas da parte superior e as laterais da bancada, frequentemente
ou quando ocorrer respingos;
v
Evitar
gestos bruscos, movimentos excessivos que possam provocar turbulências no ar;
v
Usar
luvas, capote estéril, gorro e máscara;
v
•Trabalhar
na capela, no mínimo 15cm fora das bordas;
v
•Procurar
não bloquear a corrente de ar com suas mãos na
direção do material estéril;
v
•Não
conversar, espirrar ou tossir diretamente no fluxo laminar;
v
•Manter
os materiais não essenciais, tais como requisição, etiquetas, etc., fora da área de preparo. Considerando que o equipamento
de fluxo não remove pós e outros contaminantes da superfície.
CONTROLE DE QUALIDADE
Na prática farmacêutica, o controle
de qualidade dos produtos injetáveis assume papel especialmente importante. O controle
de qualidade é qualquer processo ou série de processos
que garantam a eficácia de um produto para o fim proposto.
A indústria farmacêutica tem que cumprir normas estabelecidas pela Good Manufatrurine Practces (G.M.P.)
para a produção de seus medicamentos.
Porém para os produtos de manipulação
intra-hospitalar, cuja a fabricação é em pequena escala e neste caso inclui-se a
mistura nutritiva de soluções injetáveis (NP), não há especificações de fabricação especialmente aplicáveis em nosso país.
O National Coordinating Commitee
on Large Volume Parenteral (N.C.C.L.V.P, 1973;1975, 1980) enfoca que os principais
problemas associados com as soluções parenterais podem ser provenientes
dos seguintes fatores:
v
•Contaminação pirogênica e microbiana;
v
•Contaminação química e por partículas
v
•Instabilidade e incompatibilidade dos componentes;
v
•Dificuldade de acesso as informações
O controle de qualidade das misturas
empregadas na NP visa assegurar os
Seguintes aspectos:
a) que as misturas isentas de contaminadores biológicos (microorganismos) e praticamente
isentas de partículas matérias estranhas (vidro, borracha, fibras, entre outros);
b) que preencham os requisitos terapêuticos
e farmacêuticos adequados para um determinado paciente;
c) que contenham corretamente os
componentes nas concentrações prescritas e que
sejam conservadas, distribuídas e administradas convenientemente.
Devido à dificuldade de emprego
de técnicas analíticas e aparelhagem adequada para a dosagem de alguns componentes
das misturas nutritivas parenterais (NP), os critérios do controle de qualidade
mais facilmente acessíveis de serem realizados no ambiente intra-hospitalar são físicos e biológicos.
Foi estabelecido um programa de
controle de qualidade em misturas IV que pode ser resumido da seguinte forma (HOROWITS, K.N.& LAMMIN. M. 1980):
v
Soluções
e medicamentos intravenosos livres
de contaminantes (pirogênio,bactérias e partículas, etc.);
v
Emprego
de material estéril;
v Técnica
rigorosamente asséptica de preparo.
Nos hospitais, a forma mais simples
de ser realizada a pesquisa de contaminação microbiana
dentro da bancada de fluxo laminar, consiste em dispor várias placas de Petri, contendo meio de Sabourand e de tioglicolato, a diversas alturas da
câmara, sem esquecer dos locais de maior índice de contaminação que são os locais
da porta de entrada de ar condicionado. Porém, este método é muito questionado quanto
à sua validade, sendo mais seguro os processos utilizados pelos fabricantes
de fluxo laminares.
A contaminação da solução pode ser
identificada de outras causas quando:
v
Sinais ou sintomas surgem no início da infusão;
v
O paciente melhora quando é suspensa a infusão da NP mesmo não sendo
utilizado antibióticos;
v
O micro organismo isolado no sangue é o mesmo encontrado na mistura
FONTE
; Disciplina Farmácia Hospitalar,
Professora Caroline Tannus, UNIME, Scrib
http://www.unime.edu.br/
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