ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS PARTE 2
FORMAS DE ESTOCAGEM DE
MEDICAMENTOS
A
estocagem dos produtos depende da dimensão do volume a ser estocado, espaço
disponível e condições de conservação exigidas.
Existem
vários equipamentos destinados à armazenagem de medicamentos. Aqui nós nos
reportaremos apenas aos mais utilizados:
Ø Estrados/pallets: são plataformas
horizontais de tamanhos variados, de fácil manuseio, utilizadas na movimentação
e estocagem de produtos de grandes volumes.
Ø Dimensões – recomenda-se o padrão
internacional, 1,10 X 1,10 m, mantendo determinada altura do solo para evitar
acúmulo de poeiras e sujidades.
Ø Tipos – podem ser de madeira, fibra,
alumínio e borracha, sendo mais utilizados os de madeira (porém, esse tipo
absorve muita umidade e poeira). Atualmente, vêm sendo utilizados os de
borracha, pela facilidade na limpeza, manuseio e diversidade de cores,
proporcionando, ainda, um layout diferente às áreas de estocagem.
Ø Prateleiras: constituem-se o meio de
estocagem mais simples e econômico para produtos leves e de estoques reduzidos.
As estantes devem ser arrumadas de costas entre si, mantidas a uma certa
distância das paredes e do teto, evitando formação de zonas de calor,
facilitando uma boa circulação interna de ar.
Ø Empilhamento: o empilhamento deve
obedecer às recomendações do fabricante quanto ao limite de peso e número de
volumes, para evitar desabamentos e alterações nas embalagens, por compressões.
As pilhas devem ser feitas em sistema de amarração, mantendo-se distanciamento
entre elas e entre as paredes, para uma boa circulação de ar.
CONSERVAÇÃO DE
MEDICAMENTOS
Conservar
medicamentos é manter os produtos em condições satisfatórias de estocagem,
assegurando sua estabilidade durante o período de vida útil. A conservação da qualidade
dos medicamentos depende das condições do seu armazenamento. Essas condições
são extremamente precárias na maioria das Centrais de Abastecimento
Farmacêutico dos estados e municípios.
Para
que os medicamentos sejam bem conservados, vários procedimentos técnicos e
administrativos devem ser adotados a fim de garantir sua estabilidade e
eficácia terapêutica.
PROCEDIMENTOS
OPERACIONAIS DE ROTINA
RECEBIMENTO/RECEPÇÃO DE
MEDICAMENTOS
Receber
é um ato que implica na conferência na qual verificamos se os medicamentos
entregues estão em conformidade com os requisitos estabelecidos quanto à
especificação, quantidade e qualidade. Para tanto, devem ser elaboradas normas
técnicas e administrativas, procedimentos operacionais e instrumentos de
controle para registro de todas as informações
referentes
aos processos de trabalho.
A
adoção de normas e procedimentos administrativos em todas as etapas do processo
(recepção, estocagem, controle de estoque, conservação, distribuição,
segurança, limpeza, normas gerais etc.), acompanhada de respectivos
instrumentos de controle (formulários específicos), é imprescindível para
orientar na execução das tarefas de controle quantitativo e qualitativo dos
medicamentos, obrigatoriamente escritas em manuais e afixados no local do
serviço, com o conhecimento de todos os funcionários do setor, previamente
treinados para consulta e manuseio. Alguns procedimentos são padrão:
v Os medicamentos só deverão ser
recebidos com documentação. No caso de não acompanhar 2a via, deve-se
providenciar a fotocópia;
v Não escrever nos documentos nem
rasurá-los. Qualquer observação deve ser feita em documento anexo, de
preferência em formulário padronizado; a exceção se dá em relação à nota fiscal
– no caso de entrega inadequada e de impossibilidade de Armazenamento
recebimento dos produtos, o motivo, data, hora e identificação completa do
profissional devem ser apostados no verso da mesma;
v Toda documentação referente à
movimentação dos produtos (entradas, saídas, inventários, doações, remanejamentos,
incinerações, devoluções, perdas etc.) deve ficar arquivada no serviço;
v Os medicamentos em desacordo com as
especificações solicitadas (forma farmacêutica, apresentação, concentração,
rótulo, envase, embalagem, condições de conservação, lote, validade) devem ser
notificados em livro ata e/ou boletim de ocorrências, devendo ser informado ao
laboratório e à vigilância sanitária, por escrito, através de ofício ou
formulário próprio, bloqueando a nota fiscal até a resolução do problema;
v Conferir todos os lotes dos produtos
recebidos. Em caso de grandes quantidades, por amostragem;
v Não atestar notas fiscais ou qualquer
documento de recebimento de medicamentos sem ter dado entrada na CA ou que não
estejam sob seu controle;
v Qualquer determinação para recebimento
de produtos, pelo dirigente ou gestor, deverá ser respaldada através da
autorização escrita, para que você possa se resguardar em termos de prestação
de contas e/ou auditorias;
v Todas as ocorrências devem ser
notificadas, datadas e assinadas;
v Devoluções de medicamentos pelas
unidades de saúde só deverão ser recebidas com as devidas justificativas, e
assinadas pelo responsável. Vale ressaltar que aqueles medicamentos que estejam
próprios para o consumo devem ser devolvidos com um prazo adequado para o
necessário remanejamento dos mesmos;
v Todo procedimento e providências
adotadas, referentes às ocorrências, deverão ser feitas por escrito e
arquivadas as cópias para efeito de isenção de responsabilidades.
v No momento do recebimento, são
realizados dois tipos diferentes de conferência, quanto à conformidade:
a) Com relação às
especificações administrativas
Estão
relacionadas ao pedido de compra, ou seja, buscando assegurar que os requisitos
administrativos estabelecidos no contrato estejam sendo cumpridos:
v Documentação fiscal: nenhum produto
deve ser recebido sem documentação. Caso a documentação não seja entregue em
duas vias, deve-se tirar cópia para arquivamento. A não conformidade do
documento em relação aos produtos entregues deve ser registrada em formulário
próprio, junto com a via original, e arquivada a cópia. Não se deve fazer
observações sobre os documentos, tampouco rasurá-los.
v Quantidades: para maior segurança na
conferência, a área de recepção deve dispor de cópias de todos os pedidos de
compras efetuados.
v Prazos de entrega: verificar se os
produtos estão sendo entregues nos prazos estabelecidos.
v Preços (unitário e total): verificar
se os preços constantes da nota fiscal estão em conformidade com o pedido de
compra.
b) Com relação às
especificações técnicas
São
aquelas relacionadas aos aspectos qualitativos e legais (cumprimento da
legislação).
É
a verificação do cumprimento dos requisitos exigidos, em relação a:
v Especificações dos produtos: observar
se os medicamentos estão sendo entregues em conformidade com a solicitação do
pedido (nome genérico, forma farmacêutica, concentração, apresentação e
condições de conservação).
v Registro sanitário do produto: os
medicamentos só podem ser comercializados se estiverem registrados no
Ministério da Saúde. Ao receber os medicamentos, devemos observar se consta o
número do registro (da caixa, bula e rótulo).
v Laudo de qualidade: documento de
certificação, que deverá ser emitido pelo Controle de Qualidade do fabricante
do produto, ‘relativo ao lote que está sendo entregue’, no qual são informadas
as especificações técnicas de qualidade do medicamento, tais como:
Ø Identidade
– característica que
indica os componentes ativos presentes na fórmula.
Ø Pureza – ausência de contaminantes químicos,
físicos e biológicos.
Ø Concentração – quantidade de princípio ativo
contido no produto.
Ø Potência
– quantidade de
princípios ativos necessários para que o produto exerça sua ação terapêutica,
até expirado o prazo da validade.
Ø Uniformidade
da dose – quantidade
de princípio ativo contido em cada unidade posológica de forma uniforme.
Ø Biodisponibilidade: indica a velocidade e a extensão de
absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva
concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina.
Ø Responsável
técnico: legalmente,
o único profissional responsável pela produção de medicamentos é o
farmacêutico. Devemos observar se das embalagens constam o nome do farmacêutico
responsável pela fabricação do produto, o respectivo número do CRF e a unidade
federativa na qual está inscrito. O registro do profissional deve ser,
obrigatoriamente, da unidade federada onde a fábrica está instalada.
Ø Embalagem: invólucro recipiente ou qualquer
forma de acondicionamento (removível ou não) destinado a cobrir, empacotar,
envasar, proteger ou manter, conservando os medicamentos. Portanto, não devem
ser recebidos medicamentos cujas embalagens apresentem sinais de violação,
aderência ao produto, umidade ou inadequação em relação ao conteúdo, e que não
estiverem devidamente identificadas. Devem estar de acordo com o que estabelece
a legislação vigente e outras condições estabelecidas no edital.
Ø Rotulagem: identificação impressa ou
litografada, bem como dizeres pintados ou gravados a fogo, pressão, ou decalco,
aplicada diretamente sobre recipiente, vasilhames, invólucros, envoltórios ou
qualquer outro protetor de embalagem. Deve estar de acordo com o que estabelece
a legislação vigente.
Ø Lote: quantidade de um medicamento ou
produto que se produz em um ciclo de fabricação cuja característica essencial é
a homogeneidade.
Ø Número
do lote: combinação
distinta de números e/ou letras que identificam determinado lote em seu rótulo,
registros e certificados de análises.
Ø Validade: informação imprescindível que deve
estar contida nas embalagens dos medicamentos, em conformidade com o que
preconiza a legislação, na qual é estabelecida a data limite em que o
medicamento se mantém estável e conservando a sua eficácia terapêutica e
características toxicológicas.
Ø Transporte: verificar se o transporte dos
medicamentos foi realizado em condições satisfatórias.
ESTOCAGEM
Alguns
procedimentos de estocagem são também padrão; o desrespeito a estas normas pode
indicar falta de estrutura mínima ou de capacitação para realização do
armazenamento.
v Ordenar os produtos (por nome
genérico, lote e validade), de forma que permita fácil identificação. Os
medicamentos com datas de validade mais próximas devem ficar à frente;
eventualmente podem ser combinadas diferentes formas de ordenamento, por
exemplo, por volume (grandes e pequenos) ou por programa de destinação do
medicamento e, dentro deste, por ordem alfabética do nome genérico e, dentro
deste, por validade.
v Manter distância entre os produtos,
produtos e paredes, parede, teto e empilhamentos, para facilitar a circulação
interna de ar.
v Conservar os medicamentos nas
embalagens originais, ao abrigo da luz direta. Quando houver a necessidade da
abertura das caixas, estas deverão ser identificadas. A maioria dos medicamentos
é sensível à luz.
v Não colocar medicamentos em contato
com o chão, encostado às paredes ou muito próximo do teto, principalmente se o
teto for de amianto, porque absorve muito calor.
v Estocar os medicamentos isolados de
outros materiais, principalmente os de limpeza, perfumaria, cosméticos etc.
v Não armazenar produtos diferentes no
mesmo estrado ou prateleira para evitar possíveis trocas na hora da expedição.
v Manter próximos à área de expedição os
produtos de grande volume e rotatividade.
v Estocar em temperatura ambiente os
medicamentos que não exigem ‘condições especiais de conservação’.
v O manuseio inadequado dos medicamentos
pode afetar a sua estabilidade.
v Por isso, não se deve arremessar
caixas, arrastar ou colocar muito peso sobre elas. Todos os funcionários,
incluindo motoristas, devem ser sensibilizados e treinados quanto ao manuseio e
transporte adequado de medicamentos.
v Proteger os produtos contra pragas e
insetos, colocando telas finas nas janelas e cobogós.
v Manter em local seguro os medicamentos
de alto custo, com um controle rigoroso, devido ao volume de recursos
financeiros envolvidos em sua aquisição. Recomenda-se uma conferência diária
por amostragem.
v Exercer um controle diferenciado dos
psicofármacos e outros produtos (por exemplo, éter) controlados pela Portaria
344/98 (Brasil, 1998) por serem produtos que causam dependência física e
psíquica, conforme estabelecido nesta regulamentação. Estes medicamentos e
produtos devem ficar em local seguro, sob controle e responsabilidade legal do
farmacêutico.
v Manter em local separado os produtos
inflamáveis, sob condições especiais (área sinalizada, instalações apropriadas,
equipamentos de prevenção contra incêndio, normas e procedimentos escritos,
afixados no local), tendo em vista os riscos potenciais que esses produtos
podem causar (ocupacionais e coletivos). Alguns inflamáveis em pequenas
quantidades, se em áreas bem ventiladas, e dispondo de equipamentos de proteção
contra incêndio, podem ser mantidos na CAF.
v Manter os medicamentos termolábeis em
áreas específicas, por serem produtos sensíveis à temperatura. Conservar os
imunobiológicos (soros e vacinas) em um sistema chamado ‘rede de frio’, em
condições adequadas de refrigeração, desde o laboratório produtor até a
destinação final do produto.
v Uma forma de ordenamento de produtos
crescentemente utilizada quando se dispõe de controle informatizado é a
‘aleatória’, na qual os produtos são alocados em função do espaço físico
disponível. O mapa de endereçamento dos produtos é controlado pelo computador.
Esta modalidade permite melhor aproveitamento do espaço físico, reduzindo
espaços ociosos.
ESTOCAGEM DE PRODUTOS
TERMOLÁBEIS
Na
rede de frio, destacam-se quatro níveis (nacional, estadual, regional e local)
que devem dispor de equipamentos apropriados para o armazenamento e transporte
de medicamentos que necessitem de condições especiais de temperatura, inclusive
dos imunobiológicos.
Equipamentos e
acessórios necessários:
•
Câmaras frigoríficas – equipamentos
projetados para armazenar produtos de grande volume, dotadas de prateleiras
metálicas com orifícios, para manter a circulação interna de ar, podendo ser
dimensionadas para temperaturas negativas (-20 ºC) e positivas (+2 a +8 ºC).
•
Freezeres ou congeladores –
equipamentos destinados à estocagem de vacinas (a -20 ºC). É o equipamento mais
seguro para conservação em temperaturas negativas.
•
Refrigeradores ou geladeiras –
equipamentos destinados à estocagem e conservação de vacina e soros (+2 a +8
ºC).
•
Caixas térmicas – acessórios
utilizados para o transporte de imunobiológicos de um nível local para outro.
•
Gerador automático – mais necessário
em áreas onde o fornecimento de energia elétrica não é confiável; em todas as
unidades é recomendável a presença de gerador ligado a equipamentos cujo
funcionamento não pode ser interrompido.
•
Sistema de alarme sonoro ou visual –
desejável como equipamento de segurança.
DESCARTE DE MEDICAMENTOS
Este
é sempre um grande problema. A grande e melhor solução é o investimento na
melhoria contínua do processo e da estrutura para impedir que os produtos se
tornem inservíveis (por vencimento ou deterioração) durante o tempo de
estocagem.
No
entanto, deve haver procedimentos previstos para quando isso eventualmente
aconteça. Não existe uma legislação nacional a esse respeito. A maioria dos
estados tem alguns procedimentos normatizados que devem ser seguidos. Os
cuidados mais importantes dizem respeito à rigorosa documentação de tais
procedimentos, pois se trata da alienação de bem público, passível, portanto,
de punição se realizado incorretamente. Outros cuidados dizem respeito à
proteção das pessoas e do ambiente, para o que existem algumas recomendações
gerais (OMS, 1999):
Ø A
contaminação da água potável
deve ser evitada; os aterros sanitário devem ter local adequadamente
determinado e ser construídos de modo a minimizar a possibilidade de
contaminação dos lençóis freáticos, da rede de distribuição de água ou do
sistema de água potável;
Ø Os
antibióticos biodegradáveis, antineoplásicos e desinfetantes não devem ser descartados no sistema
de esgoto, pois eles podem matar bactérias necessárias ao sistema de
tratamento;
Ø Os
antineoplásicos não
devem ser jogados em cursos de água, pois podem prejudicar a vida aquática ou
contaminar a água potável;
Ø Similarmente,
grandes quantidades de desinfetantes
não devem ser descartadas no sistema de esgoto ou cursos de água sem que estes
sejam previamente diluídos;
Ø A
incineração de produtos farmacêuticos
em baixas temperaturas ou em recipientes abertos resulta na liberação de
poluentes tóxicos na atmosfera. Isso deve ser evitado;
Ø Descarte
ineficiente e feito
de forma não segura pode acarretar que medicamentos vencidos sejam
reaproveitados para venda ao público ou tenham outras utilizações indevidas; no
Brasil, existem importantes contingentes da população que vivem do lixo,
estando, portanto, submetidos a mais este risco;
Ø Enquanto
os medicamentos vencidos
aguardam a mobilização das condições adequadas de descarte, devem permanecer em
recipientes adequadamente identificados e local discriminado dos demais e
também identificado para impedir de forma inequívoca que sejam utilizados
inadvertidamente.
CONTROLE DE ESTOQUE
Atividade
administrativa que tem por objetivo manter informação confiável sobre níveis e
movimentação física e financeira de estoques necessários ao atendimento da
demanda, evitando-se a superposição de estoques ou desabastecimento do sistema.
Estoques
são quantidades de produtos mantidos em disponibilidade para serem utilizados
de acordo com as necessidades.
A
primeira questão relacionada à administração de estoques é a identificação da
importância relativa aos itens que o compõem e estabelecer níveis de segurança.
Esses estoques são projetados para absorver as variações na demanda durante o
tempo de ressuprimento ou variações no próprio tempo de ressuprimento (Tubino,
1997; Ettinger, 1999).
Não
podemos afirmar que o serviço está sendo administrado adequadamente, quando não
se dispõe de um eficiente sistema de controle, que lhe permita disponibilizar,
a contento, as informações sobre a posição dos estoques, dados de consumo e
demanda, percentual de cobertura, gastos efetuados com medicamentos, valor
financeiro do seu estoque, quantitativo financeiro de perdas de medicamentos na
rede de saúde do seu município, número de itens
de
medicamentos selecionados e/ou utilizados no município.
IMPORTÂNCIA DO CONTROLE
DE ESTOQUE
Não
é possível realizar o armazenamento sem exercer controle de estoque. É de tal
forma importante que os objetivos do controle, como vemos abaixo, espelham em
grande parte a importância do próprio armazenamento:
v Subsidiar atividades da Assistência
Farmacêutica, particularmente programação, aquisição e distribuição.
v Assegurar o suprimento, garantindo a
regularidade do abastecimento.
v Estabelecer quantidades necessárias a
serem adquiridas para determinados períodos.
v Minimizar perdas e desperdícios. Há
fatores que são condicionantes de um controle de estoque eficiente:
v Existência de padronização dos itens
em estoques.
v Procedimentos operacionais da rotina.
v Adequação de registros de dados.
v Periodicidade de compras.
v Cumprimento dos prazos de entregas
pelos fornecedores.
v Precisão da informação, possibilitando
condições para intervenções, se necessárias.
v Objetividade – informações claras,
precisas e a contento.
v Rapidez – disponibilidade das
informações, quando for necessário.
v Controle e arquivo da documentação –
dispor de arquivo com dados atualizados e organizados adequadamente, quando da
necessidade de consulta.
RESPONSABILIDADE SOB
CONTROLE DE ESTOQUE
Geralmente,
a responsabilidade é atribuída a uma única pessoa. Entretanto, um controle
eficaz resulta da soma de esforços conjuntos de todos os envolvidos no serviço.
Para tanto, os funcionários devem estar conscientes das suas responsabilidades,
treinados e instrumentalizados para o bom desempenho das suas atividades.
ELEMENTOS SOB PREVISÃO
DE ESTOQUE
O
grande desafio da administração de materiais é estabelecer níveis de estoques.
Para manter um nível de estoque que atenda às necessidades, com regularidade no
abastecimento contínuo da rede de serviços, é necessário um controle eficiente
e a utilização de instrumentos para registro das informações que facilitem o
acompanhamento e subsidiem a programação.
Existem
dois métodos básicos de reposição de estoques. Um deles é o de revisão
contínua, no qual um pedido é desencadeado sempre que o estoque atinge o nível
de estoque mínimo. O outro, renovação periódica, consiste em desencadear o
pedido em datas preestabelecidas. Pelas característica administrativas do setor
público no Brasil, principalmente quanto à disponibilidade orçamentária, este
último método é o mais aplicável, razão pela qual lhe será dada ênfase.
Cabe
lembrar que, no método de renovação periódica, não se pode prescindir de
acompanhamento permanente dos indicadores de estoque para avaliar a existência
de situações atípicas ou imprevistas que requeiram providências imediatas no
intervalo do período de renovação (PR).
Os
elementos de previsão de estoques constituem a própria administração dos
estoques. Através deles, são definidas as quantidades a serem adquiridas em
intervalos de tempo compatíveis.
CONSUMO MÉDIO MENSAL
(CMM)
É
a soma dos consumos dos medicamentos utilizados em determinado período de tempo,
dividido pelo número de meses da sua utilização. Quanto maior o período de
coleta dos dados, maior a segurança nos resultados.
CMM
= ? CM
NM
CMM:
Consumo médio mensal.
CM:
Consumo de cada mês do período sob avaliação.
NM:
Número de meses utilizados para a determinação do consumo.
ESTOQUE MÁXIMO (EMAX)
Quantidade
máxima que deverá ser mantida em estoque, considerando os recursos financeiros
existentes. Corresponde ao estoque de reserva mais a quantidade de
ressuprimento.
EMax
= ER + (CMM x TR) + (CMM x PR)
PR
= período entre dois pedidos ou avaliações de estoque.
ESTOQUE
MÍNIMO (EMIN)
Quantidade
mínima que se deve manter de cada produto até ser adquirido novo estoque,
ou
seja, a quantidade limite para se fazer um novo pedido.
EMin=
CMM x TR
ESTOQUE DE RESERVA OU DE
SEGURANÇA (ER)
Quantidade
de materiais necessários para cobrir eventuais flutuações no tempo de
ressuprimento, decorrentes da entrega do produto ou demoras adicionais do
fornecedor ou aumentos de demanda. Na prática, esses termos se confundem.
ER
= (.D x TR) + (CMM x .EAF)
ER
= Estoque de reserva
.D=
expectativa de incremento do consumo acima do CMM; um método de cálculo é
considerar o maior consumo do período utilizado como base de cálculo (NM).
Por
exemplo, suponhamos que:
CMM
=300;
maior
consumo mensal do período = 500
.D
= 500 – 300 = 200
.EAF=
variação da expectativa de atraso do fornecedor; pode ser baseado na
experiência
da instituição, a depender da modalidade mais usual de aquisição.
Cabe
lembrar que este cálculo deve ser moderado com o bom senso, pois, após um
período de desabastecimento, pode haver picos de consumo não vinculados a
intercorrências clínicas ou epidemiológicas, o que pode elevar demasiadamente o
ER.
TEMPO DE REPOSIÇÃO OU
RESSUPRIMENTO (TR)
Para
um programa poder operar dentro de níveis máximo-mínimo, deve ser estabelecido
um tempo de reposição, que é o tempo decorrido entre a solicitação da compra e
o recebimento do produto, considerando o tempo gasto na emissão do pedido, a
tramitação do processo de compra, o tempo de espera, a entrega do fornecedor, a
entrada nos estoques até a disponibilidade
para
a utilização do medicamento.
Os
novos pedidos são feitos quando se atinge o ponto de reposição. O novo pedido é
calculado até que atinja o nível máximo estabelecido. A unidade de cálculo do
TR (tempo de ressuprimento) é o mês.
v Se determinado medicamento demora 15
dias entre o pedido da compra e a
v entrega pelo fornecedor, o TR será
igual a ½ (mês).
v Se demorar uma semana, TR será ¼.
v Se demorar um mês, TR será igual a 1.
v Se levar dois meses, TR igual a 2; e
assim sucessivamente.
v Quantidade de reposição ou a ser
adquirida (QR)
A
quantidade de reposição de medicamentos vai depender da periodicidade da
aquisição
QR
= (ER + (CMM X TR) + (CMM X PR)) – (EA)
EA
= estoque atual
TIPOS DE CONTROLE
O
controle de estoque pode ser implementado de várias formas, dependendo dos
recursos disponíveis, seja por meio de sistema informatizado, fichas de
prateleiras, kardex, formulários, relatórios de acompanhamento etc.
Qualquer
que seja a forma de controle adotada, deve-se fazer um duplo controle para
maior segurança e confiabilidade das informações.
a) Controle
informatizado
O
sistema informatizado não só constitui uma ferramenta imprescindível na
agilização dos processos de trabalho, como também para acompanhamento, controle
e avaliação da gestão. Sem um sistema de informação eficiente, dificilmente se
terá condições de realizar um bom gerenciamento.
A
preocupação do gestor/gerente é compreender o papel da informação e saber
utilizála como recurso estratégico, adequando os processos, na geração de
resultados, acompanhamento, execução e desenvolvimento das atividades.
Para
a implantação de um sistema de informação, faz-se necessário:
v Estruturar e organizar o serviço;
v Conhecer sistemas eficientes;
v Identificar necessidades de
informações a serem trabalhadas (formulários, tipos de relatórios, fluxo etc.);
v Reunir equipe para planejamento e
elaboração de projeto;
v Testar o piloto;
v Treinar equipe;
v Implantar (gradualmente) o sistema,
acompanhar e avaliar.
b) Controle manual
É
o controle realizado por meio de fichas de prateleira e kardex, confrontando os
registros com o estoque físico ao final de cada mês.
A
ficha de controle de estoque é um instrumento de controle simples,
indispensável, quando não se tem um sistema informatizado. Embora esse tipo de
controle seja eficiente, é recomendável que o gestor seja sensibilizado para a
implantação de um sistema informatizado.
A
ficha deve conter as informações necessárias para o resgate de dados, tanto
para efeito de inventário quanto para retroalimentação às necessidades da
própria CAF, dos fornecedores, dos clientes da CAF e dos órgãos sanitários.
Alguns dados são obrigatórios:
v Identificação do produto:
Especificação (nome, concentração, forma farmacêutica, apresentação e código do
medicamento).
v Dados da movimentação do produto:
quantidade (recebida e distribuída, estoques), dados dos fornecedores,
requisitante, (procedência/destinatário, no do documento), lote, validade,
preço unitário e total.
v Dados do produto: consumo mensal,
estoque máximo e mínimo e ponto de reposição.
Exemplo
de Ficha de controle de estoque
As
fichas de controle devem ser organizadas em ordem alfabética (pelo nome
genérico), numeradas e datadas.
Ao
término de cada mês, deve-se somar as entradas e saídas, confrontando os
estoques físicos com as fichas, corrigindo as distorções e atualizando-as. O
registro das entradas e saídas deve ser dado de forma diferenciada. As entradas
em cor vermelha, e as saídas nas cores azul ou preta, para fácil identificação
das informações.
FONTE : MINISTÉRIO DA SAÚDE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Press, 1997.
DESCULPE NÃO DÁ PRA PASSAR SEM ELOGIAR EXCELENTE SITE.
ResponderExcluirboa tarde sugiro armazenagem de medicamento em sistema arquivo deslizante apropriado para este tipo de produto chame a empresa MG STORAGE SISTEM LTDA 119.82916782 Eles fornece condiçoes de isntalar para vc um produto para guarda de medicamento com economia de espaço fisico de ate 70%, esta empresa ja forneceu para diversas inductrias farmacenuticas estre elas JOHNSON & JOHNSON , CILAG ENTRE OUTRA . PRODUTO DE EXELENTE QUALIDADE E DE FACIL MANUSEIO .
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