ANTIALÉRGICOS E MEDICAMENTOS USADOS EM
ANAFILAXIA
LENITA WANNMACHER
Varias
são as entidades clinicas com substrato alérgico, tais como rinoconjuntivite alérgica,
Ø Asma alérgica (extrínseca),
Ø Dermatite atópica,
Ø Urticaria e angioedema,
Ø Anafilaxia e alergia a medicamentos
(acido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios não- esteroides,
penicilinas, anfotericina B, polimixina B ,morfina, contrastes radiológicos,
heparina, bloqueadores neuromusculares periféricos e muitos outros),
Ø Alimentos,
Ø Vacinas,
Ø Produtos do sangue,
Ø Picadas de insetos e
Ø Poluentes ambientais.
A
variedade de gravidade clinica afeta, em diferentes graus, morbidade,
mortalidade e qualidade de vida.
Em
termos epidemiológicos, as alergias têm proporções de problema de saúde publica.
Alergias
podem ser de instalação rápida (0-30 minutos), acelerada (1-2 horas) e tardia
(media de 4 a 6 horas) depois de contato com o alergêno, apresentando
manifestações clinicas múltiplas.
Varias
são as substancias e células endógenas envolvidas na alergia: histamina
substancia lenta da reação anafilática,
Ø Leucotrienos,
Ø Interleucinas,
Ø Eicosanoides,
Ø Fator estimulante de colônia granulocítica
macrofágica,
Ø Linfócitos helper,
Ø Gamainterferona (IFN-gama),
Ø Fator de necrólise tumoral beta e
Ø Oxido nítrico (NO2).
Anafilaxia
(choque histamínico ou anafilático) e outras formas de alergia de tipo
imediato, mediadas por IgE (reações anafilactóides), devem- -se a liberação maciça
de histamina, levando a vasodilatação e bronco constrição marcantes.
Em
fase mais tardia do processo alérgico, a reação e manifestadamente inflamatória.
Para
controle das alergias, propõem-se intervenções não farmacológicas:
Ø Redução de exposição aos alergênicos e
Ø Imunoterapia alergênica, basicamente
preventivas, e cirurgia.
Tratamentos
farmacológicos incluem antagonistas específicos das substancias indutoras e
seus antagonistas fisiológicos, tais como:
Ø Antagonistas de receptores H1 (anti-histamínicos
propriamente ditos: prometazina, dexclorfeniramina e loratadina);
Ø Estabilizadores de membrana de mastócitos
(acido cromoglícico e nedocromila),
Ø Vasoconstritores e descongestionantes
(epinefrina, efedrina, fenilefrina);
Ø Glicocorticoides (prednisona,
prednisolona, beclometasona, hidrocortisona);
Ø Anticolinergicos (brometo de ipratropio)
e antileucotrienos (montelucaste, zafirlucaste).
Anti-histamínicos
clássicos bloqueiam receptores H1 envolvidos na resposta imune.
Tem
utilidade em manejo de reações de hipersensibilidade imediata e no antagonismo
aos efeitos de histamina anormalmente elevada no organismo.
Sua
ação preventiva e mais marcante que aquela de cura. Essa ultima e limitada, pois
grandes quantidades de histamina já foram liberadas (aumento do agonísta nos
receptores) quando o processo alérgico já se instalou, e também porque
estímulos antigênicos desencadeiam reações não mediadas por histamina.
Alem
disso, limitações de dose impedem que se atinjam altas concentrações no
receptor, necessárias para competir com a histamina já liberada.
Anti-histamínicos
H1 não - seletivos (prometazina, dexclorfeniramina, entre outros)
caracterizam-se por apresentar sedação e efeitos anticolinérgicos e orexígenos,
muitas vezes limitantes do uso clinico.
Anti-histamínicos
mais seletivos (por exemplo, loratadina) têm menos efeitos adversos. Em altas
doses, alguns antagonistas, como loratadina, também exercem inibição não
competitiva.
Existem
antagonistas H1 para uso tópico e sistêmico. Embora os vários representantes
sejam equivalentes terapeuticamente, os pacientes têm respostas individuais
diversas aos antagonistas.
Vasoconstritores e
descongestionantes contrapõem-se
a vasodilatação, ao aumento da permeabilidade capilar, ao edema e a congestão próprios
da reação.
Empregam-se
agonístas alfa- adrenérgicos tópicos e sistêmicos (por exemplo, epinefrina) que
causam vasoconstrição. Com isso diminuem congestão e obstrução nasais, edema de
mucosa brônquica, secreções nasais e brônquicas, prurido e eritema em pele e
mucosas, alem de se contraporem a hipotensão das reações anafiláticas.
Componente
inflamatório esta presente nos processos alérgicos, pelo que os
glicocorticoides
sao utilizados, admitindo varias vias de administração (respiratória, oral,
intramuscular, intravenosa, nasal, conjuntival, cutânea) e preparações
farmacêuticas (cremes, pomadas, colírios, aerossóis, soluções, comprimidos, suspensões)
para usos sistêmico e tópico. Em alguns casos de rinite alérgica podem ser
injetados diretamente na submucosa dos cornetos nasais.
Causam
vasoconstrição, diminuem permeabilidade capilar e resposta a estimulação colinérgica.
Corticosteroides
são os mais eficazes fármacos disponíveis para tratamento da rinite alérgica.
Atuam
sobre todos os sintomas, especialmente obstrução nasal. Efeitos adversos do uso
sistêmico levaram ao desenvolvimento de preparações tópicas.
Diferentes
representantes são usados, na dependência de sitio da alergia (de acordo com as
formas farmacêuticas disponíveis), gravidade do processo e duração do
tratamento (agudo ou prolongado).
Em
geral, nas indicações cabíveis, corticosteroides superam outros antialérgicos
de uso corrente.
Corticosteroides
tópicos, quando cabíveis, são preferidos aos sistêmicos, pela maior segurança.
Revisão
sistematica com meta-analise de nove estudos mostrou que corticosteroides nasais
tópicos são mais eficazes do que anti- histamínicos tópicos na rinite alérgica,
produzindo maior alivio para obstrução nasal,
espirros, prurido nasal, gota pós -nasal e sintomas nasais totais e sem
alivio de sintomas oculares.
Comparação
entre corticosteroides tópicos revela eficácia semelhante, embora ocorram diferenças
em desfechos secundários nos ensaios clínicos, o que pode dever-se as múltiplas
comparações realizadas.
Corticosteroides
tópicos são indicados no manejo inicial da rinite alérgica persistente,
principalmente aquela com gravidade suficiente para exigir procura ao serviço
de saúde.
Atualmente,
o uso de corticosteroides orais na rinite alérgica restringe-se aos pacientes
que se apresentam na metade da estação polínica com obstrução nasal total ou
tem pólipos nasais relacionados.
Colírios
com corticosteroides devem ser reservados para tratamento agudo de acometimento
alérgico conjuntival grave. O uso prolongado acarreta sérios efeitos adversos.
Ainda
se usam anticolinérgicos (como brometo de ipratrópio com efeito broncodilatador)
e antileucotrienos, recomendados na rinite alérgica e asma brônquica.
Na
asma persistente leve e moderada, não se mostraram mais eficazes que
corticosteroides por inalação, pelo que são considerados apenas medicamentos
coadjuvantes.
Maleato
de dexclorfeniramina e antagonista H1 menos sedativo, mas que ainda possui a
propriedade de penetrar no sistema nervoso central, pelo que, alem de seus
efeitos antialérgicos, pode ser usado para diminuir a ansiedade em crianças e
idosos.
Em
urticaria aguda de intensidades leve e moderada, urticaria colinérgica e
urticaria crônica, anti-histamínicos clássicos são considerados a primeira
escolha.
Na
rinite alérgica sazonal em adolescentes e adultos, dexclorfeniramina oral e
menos eficaz em reduzir sintomas nasais do que corticosteroides intranasais,
mas pode ser mais eficaz em reduzir sintomas oculares.
Epinefrina
(cloridrato ou hemitartarato), por vias intravenosa, intramuscular ou subcutânea,
e recurso salvador em choque anafilático, angioedema, laringoespasmo, broncoespasmo
e hipotensão, revertendo sintomas por sua ação vasoconstritora.
Deve
ser coadjuvada por outras intervenções de suporte (fluidos, oxigênio), e
seguida de corticosteroides e anti- histamínicos.
Na
urticaria aguda grave, recomenda-se epinefrina subcutânea (1:1.000).
Tendo
atividade simpaticomimética, deve ser usada com cautela em pacientes com hipertensão
arterial, cardiopatia isquêmica e arritmias não controladas, mas faltam provas objetivas
sobre a magnitude desse risco.
Loratadina
mantém a atividade anti-H1, mas apresenta menos sedação e menos efeitos anticolinérgicos
que representantes mais antigos, por isso induzindo mais adesão a tratamento.
Por ter meia-vida longa, pode ser administrada uma vez ao dia.
Em
relação a outros representantes piperidínicos, tem a vantagem de não induzir
arritmias cardíacas e ter menor custo de tratamento. Mostra beneficio definido
na rinite alérgica sazonal de adolescentes e adultos, sendo mais eficaz que placebo
em reduzir sintomas e aumentar qualidade de vida em 2 semanas de uso.
Ensaio
clinico controlado aleatório, realizado em pacientes com essa condição,
comparou loratadina, montelucaste e sua combinação a placebo, demonstrando que
os três tratamentos ativos superaram significaticantemente
o
placebo (P ≤ 0,001). Porem, efeito de montelucaste/loratadina comparado com
loratadina isolada não mostrou diferença significante.
Resultados
de meta-analises indicam que anti-H1 e antagonistas de leucotrienos são
igualmente eficazes em melhorar sintomas e qualidade de vida de pacientes com
rinite alérgica, mas ambos são inferiores a corticosteroides intranasais.
Loratadina
e seu congênere mais recente, desloratadina, parecem tão eficazes
quanto
os agentes de 1. geração na urticaria crônica. Ensaio clinico controlado
aleatório
avaliou efeitos de loratadina + montelucaste a montelucaste, loratadina e
beclometasona por inalação em monoterapia na asma.
Adição
de loratadina a montelucaste produziu pequena e não significante melhora na função
respiratória expressa por volume expiratório forcado e nenhum efeito em outros desfechos
da asma. A combinação nao superou beclometasona em nenhum desfecho.
Loratadina
foi comparada a cetotifeno em crianças pequenas com sibilancia recorrente,
sendo ambos os fármacos considerados eficazes e seguros13 (ver monografia.
Prometazina
e antagonista H1, selecionado apenas na apresentação de solução injetável por
ser fármaco muito sedativo. Sua formulação oral foi suprimida porque outros antialérgicos
orais causam menos sedação, efeito considerado adverso nesta indicação.
A
solução injetável também pode ser usada como hipnossedativa em pacientes
propensos a dependência física com benzodiazepínicos e no controle da agitação
psicomotora de quadros psicóticos.
Cuidado
deve ser tomado com a possibilidade de intoxicação, cujo maior sintoma e delírio.
Nessa circunstancia, administração de carvão ativado reduz a ocorrência de delírio.
Ainda pode ser usado no controle da emese, principalmente em quadros graves de
cinetose.
Beclometasona e
corticosteroide, com
propriedade anti-inflamatória usado por inalação nasal para tratamento de
rinite alérgica moderada a grave.
Budesonida e
corticosteroide, com
propriedade anti-inflamatória usado por inalação nasal para tratamento de
rinite alérgica moderada a grave.
Succinato sódico de
hidrocortisona e
corticosteroide de ação curta, com propriedades anti-inflamatória e
imunossupressora, usado por via intravenosa em situações alérgicas agudas e
graves e topicamente em afecções dermatológicas.
Fosfato sodico de
prednisolona e corticosteroide de ação media, com propriedades anti-inflamatória e imunossupressora,
selecionado em forma liquida para crianças sem facilidade de ingerir
comprimidos de prednisona.
Prednisona e
corticosteroide de ação media,
com propriedades anti-inflamatória e imunossupressora, sendo preferentemente
usada em tratamentos prolongados, pela menor potencia de supressão do eixo
hipotalamo-hipófise-suprarrenal.
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FONTE
Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos/MS - FTN
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