domingo, 9 de dezembro de 2012

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PARTE 2

 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
PARTE 2



2.1.3 - INJEÇÃO SUBCUTÂNEA OU HIPODERMICA:

Esta via consiste na administração de medicamento na hipoderme, conhecido também como tela subcutânea. 




Os medicamentos são administrados na pele entre a derme e a epiderme. O volume injetado é sempre muito pequeno, na ordem dos 0,06 a 0,18 ml, sendo geralmente escolhida a zona do antebraço.

E indicada para administração de hormônios (insulina, adrenalina), vacinas e anticoagulantes. Isto porque e uma via onde a absorção e lenta continua insegura. 


O volume máximo administrável e de 3 mL. Volumes maiores causam dor e irritação local proveniente de uma dilatação tecidual. 



Os locais mais indicados para a aplicação destas soluções, que podem estar em veiculo aquoso ou oleoso, são as regiões que possuem bom desenvolvimento do tecido subcutâneo. Para uma terapia e eficaz e segura, deve-se revezar o local de aplicação e guardar distancia de 3,5 cm entre as aplicações. 




Os locais mais indicados são: 




Ø  Parte superior externa dos braços; 




Ø  Face lateral e frontal das coxas; 




Ø  Região glútea direita e esquerda; 




Ø  Região supra e infraumbilical; 




Ø  Região intermediaria lateral das costas; 




Ø  Região supra escapular. 

Cuidados na Administração de Insulina 




Existem vários tipos de insulina industrializadas no mercado, sendo todas elas injetáveis, pois o hormônio não e assimilado pelos sucos digestivos. Alguns tipos: 


a)     Suínas extraída do pâncreas do porco; 
b)    Lispro (Humalog) de ação ultrarrápida; 
c)    Ultra-lenta. 




Existe a insulina NPH de ação lenta e a simples (regular de ação rápida mais curta)

Locais de Aplicação

Ø  Deve-se fazer o revezamento de locais de aplicação da insulina conforme o citado em administração subcutânea.

Ø  Realizando o rodízio, evita-se a presença de abscessos, lipodistrofias e o endurecimento de tecidos na área da injeção. 




Ø  Abscessos normalmente são causados por falhas na antissepsia no processo de preparo e aplicação da insulina; 




Ø  Lipodistrofias são lesões que formam no tecido adiposo subcutâneo.

Ø  A lipoatrofia e a redução ou desaparecimento da gordura do tecido adiposo e a lipo hipertrofia e o acumulo de gordura nas áreas onde a insulina foi injetada. 




Ø  Esses tipos de lesões são causadas por trauma mecânica (aplicação da agulha repetidas vezes no mesmo local), excesso de álcool na assepsia local, insulina gelada ou com impurezas. 




Ø  Por fim, a hipoglicemia e uma reação importante e comum em quem se faz uso de insulinoterapia.

Ø  Pode levar ao coma e a morte se não houver uma rápida intervenção.

Ø  Níveis glicêmicos abaixo de 30mg/dl ja levam ao coma. 




Para evitar esse tipo de reação, devem-se observar alguns cuidados: 




v  Certificar-se da dosagem e tipo da insulina a ser administrada; 




v  Não aplicar insulina muito antes das refeições; 




v  Não pular refeições e nem atrasar; 




Evitar erros nas dosagens de hipoglicemiantes orais; 

Observar a presença de vômitos e diarreias. 

Usada apenas para drogas não irritantes dos tecidos, do contrário pode ocorre formação de escaras. A velocidade de absorção após injeção subcutânea de uma substância é com frequência uniforme e lenta, de modo a prover efeito razoavelmente constante. A velocidade de absorção pode ser variada por diferentes técnicas. A injeção subcutânea de uma substância em um veículo no qual ela é insolúvel; a adição de um agente vasoconstritor e substâncias sob a forma de cápsulas (sólidos implantados sob a pele) provocam absorção mais lenta do fármaco. Bombas mecânicas programáveis também podem utilizar esta via.

Uma medicação injetada nos tecidos adiposos (gordura), abaixo da pele, se move mais rapidamente para a corrente sangüínea do que por via oral. A injeção subcutânea permite uma administração medicamentosa mais lenta e gradual que a injeção intramuscular, ela também provoca um mínimo traumatismo tecidual e comporta um pequeno risco de atingir vasos sanguíneos de grande calibre e nervos. Absorvida principalmente através dos capilares, as medicações recomendadas para injeção subcutânea incluem soluções aquosas e suspensões não irritantes contidas em 0,5 a 2,0 ml de líquido.

A heparina e a insulina, por exemplo, são geralmente administradas via subcutânea. Para os casos emergências de reação anafilática, pode-se administrar adrenalina 1:1000 pm via subcutânea. Os locais mais comuns de injeção subcutânea são a face externa da porção superior do braço, face anterior da coxa, tecido frouxo do abdômen inferior, região glútea e dorso superior. A injeção é realizada através de uma agulha relativamente curta. Ela é contraindicada em locais inflamados, edemaciados, cicatrizados ou cobertos por uma mancha, marca de nascença ou outra lesão. Elas também podem ser contraindicadas em pacientes com alteração nos mecanismos de coagulação (HORTA et al, 1973).
                
Modo de Aplicação:

Selecione um local de injeção apropriado;
Limpe o local da injeção com um chumaço de algodão com álcool, iniciando pelo centro do local e movendo para fora em movimento circular. Permita que a pele seque sempre antes de injetar a medicação para evitar uma sensação de picada pela introdução de álcool nos tecidos subcutâneos;
Com a sua mão não dominante, agarre a pele ao redor do ponto de injeção firmemente para elevar o tecido subcutâneo, formando uma dobra de gordura de 2,5cm;
Segurando a seringa com a sua mão dominante , insira a bainha da agulha entre os dedos anular e mínimo da sua outra mão enquanto agarra a pele ao redor do ponto de injeção. Puxe para trás a seringa com a sua mão dominante para descobrir a agulha agarrando a seringa como um lápis. Não toque a agulha;
Posicione a agulha com o bisel para cima;
Insira a agulha rapidamente em um único movimento. Libere a pele do paciente para evitar a injeção da medicação em um tecido comprimido e irritar as fibras nervosas;
Após a injeção, remova a agulha delicadamente (mas de forma rápida) na mesma angulação utilizada para a inserção;
Cubra o local com um chumaço de algodão com álcool e massageie delicadamente (a menos que você tenha injetado uma medicação que contra indique a massagem, como a heparina e a insulina) para distribuir a medicação e facilitar a absorção.

Agulhas indicadas :10 x 6 / 7 ; 20 x 6; 20 x 7.

Insira a agulha em ângulo de 45 ou 90 graus em relação a superfície epidérmica. Dependendo do comprimento da agulha e da quantidade de tecido subcutâneo no local.

2.1.4 - INJEÇÃO INTRADÉRMICA:

E a administração de medicação na derme ou corio. 




Esta via e indicada para: 




Ø  Reações de hipersensibilidade (PPD e Shick Difteria); 




Ø  Avaliar sensibilidade alérgica; 




Ø  Autovacina; 




Ø  Imunização BCG (Bacilo de Calmette Guerin). 

O volume máximo administrado por esta via e de 1 mL., sendo características destas soluções serem cristalinas e isotônicas. O principal local de aplicação e a face inter e ventral do antebraço. A área deve ser pobre em pelos e de pouca vascularização, exceto a vacina BCG que e padronizada a aplicação na inserção inferior do deltoide direito. 




Usada principalmente com fins de diagnóstico como em testes para alergia ou tuberculina, as injeções intradérmicas indicam quantidades pequenas, geralmente 0,5ml ou menos, dentro das camadas mais externas da pele. Por haver baixa absorção sistêmica dos agentes injetada via intradérmica, este tipo de injeção é usado principalmente para produzir um efeito local. A face ventral do antebraço é o local mais comumente utilizado por ser facilmente acessível e ausentes de pêlos (CASTRO & COSTA, 1999).

Modo de Aplicação:

ü  Limpe a superfície ventral do antebraço, com algodão embebido em álcool, e espere a pele secar;
ü  Enquanto segura o antebraço do paciente em sua mão, puxe a pele esticando com seu polegar; (Distender a pele da região, utilizando os dedos polegar e indicador da mão esquerda)
ü  Com a sua mão livre, segure a agulha em um ângulo de 15 graus em relação ao antebraço do paciente, com a bisel da agulha virado para cima;
ü  Insira a agulha aproximadamente 0,3 abaixo da epiderme em locais a 5 cm de intervalo. Interrompa quando o bisel da agulha estiver sob a pele e injete o antígeno lentamente. Você deve encontrar alguma resistência a ao fazer isso e deve ocorrer a formação de um vergão enquanto você injeta o antígeno;
ü  Certificar-se de que nenhum vaso foi atingido puxando o embolo; 


Ao injetar a solução observar a formação de uma papula; 

ü  Retire a agulha na mesma angulação em que tenha sido inserida.
ü  Ao retirar a agulha, não massagear o local. Se houver sangramento comprimir suavemente com uma bola de algodão seca. 
ü  Nesta via de administração, não e realizada antissepsia do local escolhido, já que esta pode causar resultados falso positivo em testes de hipersensibilidade e / ou redução das atividades das vacinas. Utilizar apenas bola de algodão seca para maior conforto do paciente. 

2.1.5 - VIA DÉRMICA/TRANSDÉRMICA
           
Como a pele é coberta por queratina torna-se difícil à penetração da droga através da pele intacta. Para que ocorra absorção são necessários procedimentos que facilitem a penetração, como fricção e o uso de substâncias queratolíticas ou oclusão. Para o fornecimento contínuo de medicamentos, em baixas concentrações plasmáticas, são utilizados adesivos (emplastros). A velocidade de absorção varia com as características físicas de pele. A via é cômoda, mas, eventualmente, a estética do procedimento é discutida.


2.1.6 - INJEÇÃO INTRAÓSSEA:

Quando for difícil ou impossível à infusão venosa rápida, a infusão intraóssea permite a disposição de líquidos, medicações ou sangue total na medula óssea. Executada em neonatos e crianças, esta técnica é utilizada em emergências como parada cardiopulmonar ou colapso circulatório, hipopotassemia, provocada por lesão traumática ou desidratação, estado epilético, estado asmático, queimaduras, pseudo-afogamento e septicemia opressiva (KAWAMOTO & FORTES, 1997)

2.1.7 - INJEÇÃO INTRA-ARTICULAR:

Uma injeção intra-articular deposita as medicações diretamente na cavidade articular para aliviar a dor, ajudar a preservar a função, prevenir contraturas e retardar a atrofia muscular. As medicações geralmente administradas via intra-articular incluem corticosteróide, anestésicos e lubrificantes. É contra-indicada em pacientes com infecção articular, fratura ou instabilidade articular ou infecção fúngica sistêmica            ( KAWAMOTO & FORTES, 1997)

2.1.8 - VIA INTRA-ARTERIAL:

Algumas vezes o fármaco é injetado diretamente em uma artéria a fim de localizar seu efeito em um local ou órgão em particular. Agentes antineoplásicos são aplicados dessa maneira às vezes para tratar tumores localizados. Esta aplicação requer grande cuidado e deve ficar sob a responsabilidade de especialistas. É raramente empregada, por dificuldades técnicas e riscos que oferece.

A justificativa de uso tem sido obter altas concentrações locais de fármacos, antes de ocorrer sua diluição por toda circulação. Uma variante dessa é a via intracardíaca, hoje em desuso, desde que foi substituída pela punção de grandes vasos venosos para administrar fármacos em reanimação cardiorrespiratória (CASTRO & COSTA 1999).

2.1.9 - VIA INTRACARDÍACA

Não é usada para se obter níveis sistêmicos. Não absorve muito porque a área de absorção é muito pequena. Geralmente são usados colírios, unguentos e vasoconstritores. Há riscos de irritação, contaminação, ulceração de córnea por vasoconstrição ou pela perda de reflexos.

2.1.10 - VIA INTRA-TECAL
           
Quando se desejam efeitos locais rápidos de drogas na região das meninges ou no eixo cérebro-espinhal, como nas infecções agudas do SNC, os medicamentos são injetados diretamente no espaço subaracnoideo. Nos bloqueios centroneuroaxiais (anestesia raquidiana) o anestésico pode ser injetado tanto pela via subaracnoidea como no peridural, dependendo da necessidade, resultando em bloqueio simpático e motor e analgesia sensitiva no plano desejado.

A anestesia peridural necessita de volume maior de anestésico, que produz efeitos sistêmicos. A anestesia subaracnoidea requer volume pequeno de anestesia local, sem efeito sistêmico, mas pode ocasionar cefaleia pós-punção.

2.1.11 - VIA INTRAPERITONEAL
           
A cavidade peritoneal oferece grande superfície de absorção a partir da qual as substâncias entram rapidamente na circulação. A absorção se faz melhor através do peritônio visceral; parte da droga passa pelo fígado e sofre metabolização antes de atingir a circulação sistêmica. A injeção i.p. é comumente utilizada em experimentação animal, mas raramente usada na clínica. Há perigos de infecção e formação de aderências. Esta via pode ser usada em pacientes com insuficiência renal que necessitam de diálise.

2.2 - VIAS INDIRETAS:

2.2.1 - VIA CUTÂNEA:

       A pele apresenta efetiva barreira à passagem de substâncias. No entanto medicamentos podem ser administrados por via cutânea para obtenção fundamentalmente de efeitos tópicos. Sob certas circunstâncias produzem efeitos sistêmicos, terapêuticos ou tóxicos. A absorção depende da área de exposição, difusão do fármaco na derme (alta lipossolubilidade), temperatura e estado de hidratação da pele. As formas farmacêuticas comumente empregadas são soluções, cremes, pomadas, óleos, loções, ungüentos, geléias e adesivos sólidos, esses destinados à absorção transcutânea para obtenção de efeitos sistêmicos. As mucosas ricamente vascularizadas permitem fácil absorção de princípios ativos. Fármacos administrados diretamente sobre a mucosa tem ação local ou, se captadas pela circulação sanguínea, sistêmica (CASTRO & COSTA 1999).

2.1.2     - VIA RESPIRATÓRIA:

Gases e drogas voláteis podem ser inalados e absorvidos através do epitélio pulmonar ou pela membrana mucosa do trato respiratório e assim atingem a circulação rapidamente. Pós são eventualmente aspirados para que se depositem na mucosa nasal de onde são rapidamente absorvidos (via intranasal). Soluções de drogas podem ser atomizadas e pequenas gotas inaladas no ar (aerossol); as partículas da névoa para chegarem ao pulmão devem ter tamanho menor do que 5 micra. As vantagens do método são a quase instantânea absorção de uma substância e quando presente uma doença pulmonar, aplicação local da droga no sítio patológico. As desvantagens são a pouca capacidade de regulação da dose, métodos de aplicação incômodos e o fato de que muitas substâncias gasosas e voláteis provocam irritação do epitélio pulmonar.
 
 Estendendo-se desde a mucosa nasal até os alvéolos, pode ser usada para obtenção de efeitos locais ou sistêmicos. Os medicamentos são administrados por inalação, estando sob a forma de gás ou contidas em pequenas partículas líquidas ou sólidas, geradas por nebulização ou aerossóis. As maiores vantagens desta via consistem em administração de pequenas doses para rápida ação e minimização de efeitos adversos sistêmicos. A Crise Asmática, quadro que acomete pacientes com Sistema Respiratório comprometido, requer a administração do Bromidrato de Fenoterol, nome comercial Berotec R diluídos em Soro Fisiológico ou água, feitos através de inalação com oxigênio, como conduta emergencial (MENDES & NOGUEIRA, 1988)

2.2.3 - VIA CONJUNTIVAL E GENITURINÁRIA:

Não é usada para se obter níveis sistêmicos. Não absorve muito porque a área de absorção é muito pequena. Geralmente são usados colírios, unguentos e vasoconstritores. Há riscos de irritação, contaminação, ulceração de córnea por vasoconstrição ou pela perda de reflexos
       
São usualmente empregadas para obtenção de efeitos locais. As formas farmacêuticas incluem soluções, comprimidos ou óvulos vaginais, geléias, cremes e pomadas (WANNMACHER & FUCHS, 1998)

2.2.4     - VIA INTRACANAL:

Via de uso odontológico exclusivo para obtenção de efeito local de fármacos junto ao canal radicular e zona pulpar. Apesar dos dentes estarem incluídos na cavidade oral, considera-se a via intracanal como parenteral pelo fato do fármaco estar sendo administrado em área pulpar, não mais considerada como pertencente ao trato digestivo. A cavidade pulpar recebe irrigação de vasos sanguíneos e linfáticos possuindo também terminações nervosas. Dependendo do estado da doença dentária, tamanho molecular do fármaco e extensão da preparação biomecânica, os medicamentos podem alcançar a corrente sanguínea ( CASTRO & COSTA,1999 ).

2.3 – TÓPICAS INDIRETAS
2.3.1 - DÉRMICA

2.3.2 - CONJUNTIVAL

3 - APLICAÇÃO DE INJETÁVEIS
3.1 - TODA MEDICAÇÃO INJETÁVEL SERÁ ADMINISTRADA MEDIANTE PRESCRIÇÃO MÉDICA.
Observar os seguintes itens da receita médica: nome e número do CRM do médico, nome do paciente, data, nome do medicamento, dosagem, via de administração e concentração. Siga rigorosamente as orientações contidas na receita e na bula. Não misture medicamentos em uma mesma seringa sem conhecimento ou sem que a receita solicite.
3.2 - LIVRO DE REGISTRO DO RECEITUÁRIO DE APLICAÇÃO DE INJETÁVEIS
ü  Data
ü  Nome do paciente
ü  Endereço
ü  Nome do medicamento administrado, concentração, via de administração, lote, data de validade e fabricante
ü  Nome do médico prescritor e respectivo CRM
ü  Nome ou assinatura do profissional responsável pela aplicação
3.3 - VOCABULÁRIO TÉCNICO DO PROFISSIONAL
ANTI-SEPSIA = redução do número de micro-organismo e eliminação de sujeiras da pele, através do uso de água e sabão, povidine, álcool iodado, álcool 70 %, água oxigenada e etc..
CONTAMINAÇÃO = qualquer material: poeira, sujeiras, bactérias, vírus, fungos, que de alguma forma cheguem a entrar em contato com o medicamento, a sala de aplicação ou o próprio paciente, podendo causar uma infecção.
DESINFECÇÃO = processo pelo qual reduzimos o número de micro-organismo do ambiente e materiais através de soluções específicas para este fim, como por exemplo, o uso do álcool 70% para desinfecção de bancadas, tesouras, pinças e etc..
ESTERILIZAÇÃO = processo pelo qual são mortos todos os fungos, vírus e bactérias do material que foi submetido a este processo (ex: medicamentos injetáveis, seringas e agulhas descartáveis).
MEDICAMENTO = Toda preparação farmacêutica contendo uma ou mais substâncias, destinada ao diagnóstico, prevenção ou tratamento das doenças e seus sintomas, quer no homem, quer nos outros seres vivos.
3.4 - TIPOS DE MEDICAMENTOS INJETÁVEIS
Ø  Veículos aquosos
Ø  Veículos oleosos
Ø  Veículos com pó em suspensão
Ø  Pó para resuspender / reconstituição
3.5 - TIPOS SERINGAS E AGULHAS
SERINGAS
Ø  Seringa 1ml Insulina
Ø  Seringa 1 ml Tuberculina ou Vacina
Ø  Seringa 3 ml
Ø  Seringa 5 ml
Ø  Seringa 10 ml
Ø  Seringa 20 ml
Ø  Seringa 60 ml
CALIBRE
Ø  25 x 8 e 30 x 8 Intramuscular Endovenosa / Soluções aquosas e oleosas
Ø  25 x 7 e 30 x 7 Intramuscular Endovenosa / Soluções aquosas
Ø  40 x 12 Endovenosa / Soluções aquosas e oleosas
Ø  13 x 3,8 Subcutânea Intradérmica / Insulinas Vacinas
Ø  13 x 4,0 Subcutânea Intradérmica / Insulinas Vacinas
Ø  13 x 4,5 Subcutânea Intradérmica / Insulinas Vacinas
Ø  20 x 5,5 Subcutânea Endovenosa / Vacinas Soluções Aquosas
Ø  20 x 6,0 Subcutânea Endovenosa / Vacinas Soluções Aquosas
NOTA: Normalmente as agulhas 25X7 ou 30X7 são usadas para soluções oleosas e suspensões (penicilinas) para facilitar a aplicação e evitar entupimentos.
3.6 - TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS
Sem tocar a pia, as mão são umedecidas e ensaboadas com cerca de 2 ml de sabão líquido, preferencialmente, por aproximadamente 15 segundos ou 5 vezes cada posição a seguir.
1 - Palma com Palma.
2 - Palma direita sobre o dorso da mão esquerda e vice versa.
3 - Palma com palma, entrelaçando-se os dedos.
4 - Parte posterior dos dedos em palma da mão oposta; polpas digitais direitas em contato com as da mão esquerda.
5 - Fricção rotativa do polegar direito com a palma esquerda e vice-versa.
6 - Fricção rotativa em sentido horário e anti-horário com os dedos da mão direita unidos sobre a palma esquerda e vice-versa.
Os pulsos também podem receber fricção rotativa. As mão são secas com papel toalha descartável de boa qualidade (contra-indica-se o uso de toalhas coletivas de tecidos ou em rolo, assim como os secadores elétricos). Fechar a torneira usando papel toalha descartável.
3.7 - PREPARO DA INJEÇÃO
1. Identifique o material a ser utilizado durante a aplicação confrontando com a receita;
2. Lave bem as mãos e antebraço quando possível antes de preparar a injeção (conforme descrito anteriormente);
3. Seque as mãos com toalha de papel;
4. Aplique um antisséptico nas mãos (ex.: álcool 70 %);
5. Abra a embalagem da seringa utilizando o local correio de abertura, sempre pelo lado do êmbolo da seringa, para diminuir o risco de contaminação. Certifique-se de que o invólucro não esteja molhado, úmido ou danificado;
6. Conecte a agulha aplicando uma força e rotacionando-a para que ela fique travada. Se houver alguma demora na preparação mantenha a seringa dentro da embalagem;
7. Não toque na agulha, bico da seringa ou na haste (parte que fica dentro do cilindro) durante o manuseio da seringa;
8. Retire o protetor da agulha e aspire o medicamento;
9. Reencape a agulha tomando o cuidado para não tocar a ponta contaminando-a ou se ferindo.
10. Retire o ar da seringa;
11. Troque a agulha;
13. Realize antissepsia do local da aplicação com algodão e álcool 70%.
NOTA: Um procedimento correio é usar uma agulha para aspirar o medicamento da ampola ou frasco ampola, e outra para realizar a aplicação, desta maneira diminui o risco de contaminação e de agulhas rombudas, melhorando a eficiência e segurança durante a aplicação.
3.8 - AMPOLA
1. Realize a desinfecção do gargalo da ampola com algodão e álcool 70 %;
2. Utilize uma proteção (algodão seco) para abrir a ampola;
3. Aspire o conteúdo da ampola para a seringa;
4. Retire as eventuais bolhas da seringa, expulsando o ar e deixando somente o líquido;
5. Troque a agulha para evitar contaminações ou agulhas rombuda;
6. Despreze a ampola vazia no descarte apropriado.
3.9 - FRASCO AMPOLA
Existem hoje medicamentos que já se apresentam em suspensão e outros que estão na forma de pó ou liofílizados tendo que ser realizado sua suspensão colocando um diluente;
1. Retire o lacre do frasco ampola e faça a desinfecção da tampa de borracha com algodão e álcool 70%;
2. Realize a desinfecção do gargalo da ampola do diluente com algodão e álcool 70%, abra a ampola, aspire o conteúdo e injete-o pela parede interna do frasco ampola;
3. Homogenize bem o pó com o diluente colocando o frasco ampola entre as mãos e realizando movimentos rotacionais;
4. Aspire o conteúdo e retire as eventuais bolhas da seringa, expulsando o ar e deixando somente a suspensão;
5. Troque a agulha;
6. Despreze o frasco ampola no descarte apropriado.
3.10 - VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Subcutânea (S.C.)
Intradérmica ou Intracutânea (I.D.)
Intramuscular (I.M.)
Endovenosa (E.V.) ou Intravenosa (I.V.)
A administração de medicamentos e um dos procedimentos mais cruciais para a Enfermagem. Tão importante como ter conhecimento sobre os efeitos e reações que o medicamento pode causar, e necessário ter competência e habilidade para administrar tais medicações, passando assim para o paciente confiança e segurança, minimizando a ansiedade  e aumentando assim a eficácia da medicação.



Para que sejam evitados erros ao administra medicações, deve-se conferir sempre os cinco passos certos para administração medicamentosa: 



1 - Paciente certo; 


2- Medicação certa; 

3 - Dosagem certa; 
4 - Via de administração certa; 
5 - Horário certo. 


Também e de extrema importância observar a data de validade, já que medicamentos vencidos podem ser nocivos e/ou não atingirem seu real efeito. 




No preparo de medicações parenterais e importante observar a presença de reações medicamentosas e ainda observar os locais corretos e de volume suportável. 




Por ultimo, vale a pena comentar a necessidade de manter uma técnica asséptica no preparo, levando em conta a importância das lavagens das mãos.

E também a importância da anotação de enfermagem de reacoes adversas e recusa de medicações, alem da checagem com identificação das medicações administradas. 




3.11 - INTERAÇÃO E INCOMPATIBILIDADE 



As interações medicamentosas tem importância considerável, uma vez que estas exercem influencia direta sobre o efeito farmacológico desejado.

Essas interações em uma conduta terapêutica podem ser benéficas, quando a somatória dos efeitos favorecem a cura ou a supressão dos sintomas indesejados; ou maléficas quando a somatória exacerba ou anula por mecanismos competitivos entre os medicamentos, causando reações indesejadas ou imprevistas. 




Existem três tipos de interações:

Ø  Farmacocinéticas,
Ø  Farmacodinâmicas
Ø  Físico químicas. 




A ) interações Farmacocinéticas

É quando uma substancia interfere na absorção, distribuição, biotransformação ou eliminação da outra quando administradas conjuntamente. 




B) Interações Farmacodinâmicas ou Farmacológicas

É quando a interação esta relacionada ao mecanismo de ação dos fármacos, que podem ser aditivos ou antagônicos e interferem diretamente no efeito farmacológico desejado. 




C) Interações Fisico-quimicas

É quando duas ou mais substancias reagem de forma direta, inativando-se ou formando uma substancia toxica ao organismo. comum as substancias reagirem dentro de uma seringa ou mesmo em um frasco de solução parenteral e essas reações nem sempre são visíveis.Isto pode ser chamado também de incompatibilidade físico-química. 

As incompatibilidades físico-químicas são relações que ocorrem, quando da mistura de dois ou mais medicamentos, ou de um medicamento com um veículo, durante o período de conservação e/ou administração, dando origem à alteração de cor, escurecimento, turvação, precipitação, libertação de gás e formação de espuma.
Em geral, estas reações são fáceis de detectar e em muitos casos podem ser previstas a partir das características físico-químicas dos fármacos envolvidos. A precipitação é sem dúvida, a incompatibilidade mais frequente e, possivelmente a mais perigosa.
Para além de ocorrer no recipiente da mistura pode ainda ter lugar no sistema de perfusão. A solubilidade intrínseca e o pH são os fatores mais influentes na precipitação.
Já o efeito do sal, a complexação, e as características dos excipientes são menos importantes. Exemplos deste tipo de reações são: a precipitação dos ácidos livres resultante da adição de sais de sódio a ácidos fracos de soluções injetáveis de grande volume com pH ácido, a precipitação de sais de cálcio na presença de bicarbonato de sódio, ou a precipitação de sais ácidos (cloridratos, sulfatos, etc.) quando adicionados a um meio alcalino.
A solubilidade é um fator importante especialmente para fármacos pouco solúveis em água, sendo necessário recorrer muitas vezes ao uso de co -solventes solúveis como o etanol, propilenoglicol, ou o polietilenoglicol para os poder incluir na formulação. Como exemplo temos a digoxina, a fenitoina, o trimetoprim-sulfametoxazol, o etoposido, o teniposido e o diazepam. Contudo, quando são diluídos com água, o fármaco pode "sair" da solução.
A alteração de cor numa MIV não implica necessariamente incompatibilidade entre o fármaco e o solvente. Assim a aminofilina ou a dopamina entre outros, adquirem diferentes colorações em glicose a 5%, as quais não implicam degradação química do medicamento.
Em outros casos, porém a alteração de cor, expressa perda de atividade terapêutica. A formação de espuma é um processo físico pouco frequente durante a preparação. A sua importância relativa à perda de segurança das MIV não tem sido discutida, já que em geral, o fenômeno desaparece após um curto período de repouso.
A libertação de gás resulta da reação química entre os carbonatos ou os bicarbonatos e fármacos acídicos. Algumas cefalosporinas como a cefradina ou a ceftazidima, contêm carbonato de sódio ou bicarbonato nas suas formulações e durante a reconstituição forma-se dióxido de carbono podendo originar reações explosivas na seringa.
Os fenômenos de turvação, passageiros mas pouco perceptíveis para o preparador das MIV, podem ser indicativos de condições inadequadas de misturas. O seu maior inconveniente é a possibilidade de estarem na origem de processos de precipitação mediados pelo tempo e ser fonte de partículas invisíveis (inferiores a 40 mícrons de diâmetro).
Os fenômenos de absorção/adsorção são classificados como incompatibilidades físicas. Os fármacos podem ser adsorvidos à superfície ou absorvidos pela matriz dos recipientes e dos sistemas de perfusão, o que faz com que uma quantidade significativa seja removida da solução. É o caso da nitroglicerina, do diazepam, da varfarina, da vitamina A, da dactinomicina ou da insulina. Os recipientes de plástico e os sistemas de perfusão, especialmente os constituídos por cloreto de polivinilo (PVC), representam uma fonte de diminuição de fármaco dissolvido, especialmente para moléculas lipossolúveis. Nestes casos dever-se-á recorrer ao uso de plastificantes à base de polietileno ou polipropileno, uma vez que não absorvem este tipo de fármacos.
 A complexação é outro fenômeno físico, cujos exemplos representativos são os complexos insolúveis resultantes da mistura das tetraciclinas com iõns Al3+, Ca2+, Fe2+, Fe3+ e Mg2+ sob determinadas condições de concentração e pH. A anfotericina B e a eritromicina (gluceptato) formam complexos pouco solúveis com conservantes bacterianos, como por exemplo o álcool benzílico utilizado como bacteriostático na água para preparação de injetáveis.



3.12 - CUIDADOS BÁSICOS ANTES DA APLICAÇÃO DE INJEÇÕES 


1 - A sala para preparo de medicações de ser um ambiente arejado, com boa iluminação e com tela para proteção contra insetos nas janelas.

2 - Deve conter armários e bancadas com gavetas, pias e coletores de material perfuro cortantes.
3         - De preferência não utilizar pias para preparo de medicamentos para evitar respingos e contaminação das medicações em preparo.
4              - A sala e a bancada utilizadas devem ser limpas sempre que necessário e ao termino de cada plantão. 
5             As bolas de algodão devem ser guardadas secas e o álcool em uma almotolia.
6 - Nunca manter as bolas de algodão embebidas em álcool, pois isso favorece a contaminação.
7             - Também as bolas de algodão devem ser mantidas em recipiente com tampa. 




8             Deve-se observar na prescrição medica o nome do paciente, data da prescrição, nome do medicamento, dosagem a ser administrada e horário. 




9             Em relação ao medicamento, observar aspecto da substancia (se não existe alteração de coloração, presença de depósitos ou turvação) e validade das drogas. 




10          Por fim cita-se a importância da lavagem das mãos a fim de evitar infecções cruzadas. Lava-las sempre que for preparar medicação após a administração e entre a manipulação de paciente

4  - BOAS PRÁTICAS DE PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DAS SP

4.1. OBJETIVO

Este Regulamento Técnico tem como objetivo estabelecer normas para o preparo e a administração das SP de modo a manter suas características quanto à identidade, compatibilidade, estabilidade, esterilidade, segurança e rastreabilidade.

4.2. CONDIÇÕES GERAIS

Para a utilização das SP com segurança é indispensável, no preparo e na administração, o atendimento a requisitos mínimos que garantam a ausência de contaminação microbiológica, física e química, bem como interações e incompatibilidades medicamentosas.

4. 3 - ORGANIZAÇÃO E PESSOAL

4.3.1 - As atividades de preparo e administração das SP devem ser realizadas por profissionais habilitados e em quantidade suficiente para seu desempenho.
4.3.2- As atribuições e responsabilidades individuais devem estar formalmente descritas e compreendidas por todos os envolvidos no processo.
4.3 .3 - Todo profissional envolvido deve conhecer os princípios básicos de preparo e administração das SP.
4.3.4     - O profissional envolvido no preparo e administração das SP deve receber treinamento inicial e continuado, garantindo a sua capacitação e atualização.
4.3.5     - O treinamento deve seguir uma programação estabelecida e adaptada às necessidades do serviço, com os devidos registros.
4.3.6. Os programas de treinamento devem incluir noções de qualidade, instruções sobre higiene e saúde, transmissão de doenças aspectos operacionais e de segurança no trabalho.
4.3.7     - O profissional deve ser orientado quanto às práticas de higiene pessoal, em especial, higienização das mãos.
4.3.8     - O profissional deve estar uniformizado e em condições de limpeza e higiene.
4.3.9     - Não é permitido, ao profissional: fumar, beber ou manter plantas, alimentos, bebidas e medicamentos de uso pessoal nas áreas de preparo e administração.
4.3.10  - A admissão de funcionários deve ser precedida de exames médicos, sendo obrigatória, também, a realização de avaliações periódicas, conforme estabelecido pela NR nº 7 do Ministério do Trabalho - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO - MT.

4.4 - INFRAESTRUTURA FÍSICA

4.4.1 - As áreas e instalações destinadas ao preparo e administração das SP devem ser projetadas para se adequarem às operações desenvolvidas, de forma ordenada e racional, objetivando evitar riscos de contaminação, mistura de componentes estranhos à prescrição e garantir a sequencia das operações.

4.4.2 - Os ambientes de preparo das SP devem possuir superfícies internas (pisos, paredes e teto) lisas, sem rachaduras, que não desprendam partículas, sejam facilmente laváveis e resistentes aos saneantes.

4.4.3 - A iluminação e ventilação devem ser suficientes para que a temperatura e a umidade do ar não deteriorem os medicamentos e os produtos para a saúde e facilitem as atividades desenvolvidas. Os produtos devem estar protegidos da incidência de raio solares.

4.4.4 - Os ambientes devem ser dotados de lavatórios/pias providos de torneiras com fechamento sem o comando das mãos e em número suficiente com provisão de sabão, antisséptico e recursos para secagem das mãos, de acordo com recomendações da Comissão de Controle de Infecção em Serviços de Saúde.

4.4.5 - O acesso ao ambiente de preparo das SP deve ser restrito aos profissionais diretamente envolvidos.

4,4,6 - Os ambientes de preparo devem ser protegidos contra a entrada de poeira , insetos, roedores e outros animais .

4.4.7 - Outros detalhes sobre infraestrutura física devem seguir as orientações da legislação RDC nº 50, de 21/02/2002 ou outra que venha a substituí-la.

4.5 -  CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

4.5.1 -  PREPARO

4.5.1.1 - A responsabilidade pelo preparo das SP pode ser uma atividade individual ou conjunta do enfermeiro e do farmacêutico.

4.5.1.2 - Devem existir procedimentos escritos e disponíveis que orientem o preparo das SP nos serviços de saúde.
4.5.1.3. - É de responsabilidade do farmacêutico estabelecer os procedimentos escritos para o preparo das SP quanto a fracionamento, diluições ou adições de outros medicamentos.

4.5.1.4. -  O preparo das SP deve obedecer à prescrição, precedida de criteriosa avaliação, pelo farmacêutico, da compatibilidade físico-química e de interação medicamentosa que possam ocorrer entre os seus componentes.

4.5.1.5. - Em função da avaliação farmacêutica, sendo necessária qualquer modificação na prescrição, esta deve ser discutida com o responsável para que este efetue sua alteração.

4.5.1.6 - Quando se tratar das SPGV os rótulos devem ser corretamente identificados com, no mínimo: nome completo do paciente, leito/registro, nome do produto, descrição qualitativa e quantitativa dos componentes aditivados na solução, volume e velocidade de infusão, via de administração, data e horário do preparo e identificação de quem preparou.

4.5.1.7 - Quando se tratar de SPPV, os rótulos devem ser corretamente identificados com, no mínimo: nome completo do paciente, quarto/leito, nome dos medicamentos, dosagem, horário e via de administração e identificação de quem preparou.

4.5.1.8 - As agulhas, jelcos, escalpes, seringas, equipos e acessórios (filtros, tampas e outros) utilizados no preparo das SP devem ser de uso único e descartados em recipiente apropriado.

4.5.1.9 - Os produtos empregados no preparo das SP devem ser criteriosamente conferidos com a prescrição médica, bem como inspecionados quanto à sua integridade física, coloração, presença de partículas, corpos estranhos e prazo de validade.

4.5.1.10 - Toda e qualquer alteração observada, como descrito no item anterior, impede a utilização do produto, devendo o fato ser comunicado, por escrito, aos responsáveis pelo setor e notificado à autoridade sanitária competente.

4.5.1.11 - No preparo e administração das SP, devem ser seguidas as recomendações da Comissão de Controle de Infecção em Serviços de Saúde quanto a: desinfecção do ambiente e de superfícies, higienização das mãos, uso de EPIs e desinfecção de ampolas, frascos, pontos de adição dos medicamentos e conexões das linhas de infusão.

4.5.1.12 - Pela complexidade e riscos inerentes aos procedimentos de preparo das SP, principalmente quando adicionado(s) de outro(s) medicamento(s), o preparo deve se dar em área de uso exclusivo para essa finalidade.

4.5.1.13. Na ausência das condições descritas no item 3.1.12, devem ser elaborados e seguidos procedimentos escritos, que assegurem a manutenção da esterilidade e a compatibilidade físico-química do produto final.

4.5.1.14. Na abertura e manuseio de ampolas e frascos de vidro devem ser seguidas as recomendações desenvolvidas especificamente para evitar acidentes com estes artigos.
4.5.1.15. - Para garantir uma conexão perfeita, que evite o vazamento da solução ou a entrada de ar, deve ser usado equipo com ponta perfurante, de acordo com a norma técnica NBR 14.041.

4.5.2. ADMINISTRAÇÃO

4.5.2.1. - Os serviços de saúde devem possuir uma estrutura organizacional e de pessoal suficiente e competente para garantir a qualidade na administração das SP, seguindo orientações estabelecidas neste Regulamento.

4.5.2.2. - O enfermeiro é o responsável pela administração das SP e prescrição dos cuidados de enfermagem em âmbito hospitalar, ambulatorial e domiciliar.

4.5.2.3. - A equipe de enfermagem envolvida na administração da SP é formada pelo enfermeiro, técnico e ou auxiliar de enfermagem, tendo cada profissional suas atribuições específicas em conformidade com a legislação vigente.

4.5.2.4. - O enfermeiro deve regularmente desenvolver, rever e atualizar os procedimentos escritos relativos aos cuidados com o paciente sob sua responsabilidade.

4.5.2.5. - O enfermeiro deve participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a atualização da equipe de enfermagem.

4.5.2.6. - O treinamento deve seguir uma programação preestabelecida e adaptada às necessidades do serviço, com os devidos registros.

4.5.2.7. - Todo procedimento pertinente à administração das SP deve ser realizado de acordo com instruções operacionais escritas e que atendam às diretrizes deste Regulamento.

4.5.2.8. - A utilização de bombas de infusão, quando necessária, deve ser efetuada por profissional devidamente treinado.

4.5.2.9. - Os serviços de saúde devem garantir a disponibilidade de bombas de infusão, em número suficiente, calibradas e com manutenções periódicas, realizadas por profissionais qualificados.

4.5.2.10. - As bombas de infusão devem ter registro no Ministério da Saúde.

4.5.2.11. - As bombas de infusão devem ser periodicamente limpas e desinfetadas, conforme normas da Comissão de Controle de Infecção em Serviços de Saúde.

4.5.2.12. Antes do início da sua utilização, as bombas de infusão devem ser cuidadosamente verificadas quanto às suas condições de limpeza e funcionamento.

4.5.2.13. - As operações de calibração e manutenção das bombas de infusão devem ser registradas e a documentação mantida em local de fácil acesso.

4.5.2.14.-  As SPGV devem ser administradas em sistema fechado.

4.5.2.15. - O paciente, sua família ou responsável legal devem ser orientados quanto à terapia que será implementada, objetivos, riscos, vias de administração e possíveis intercorrências que possam advir.

4.5.2.16. - O enfermeiro deve participar da escolha do acesso venoso central, em consonância com o médico responsável pelo atendimento ao paciente, considerando as normas da Comissão de Controle de Infecção em Serviços de Saúde.

4.5.2.17.- O acesso intravenoso central e a inserção periférica, central ou não, devem ser realizados obedecendo aos procedimentos estabelecidos em consonância com Comissão de Controle de Infecção em Serviços de Saúde..

4.5.2.18. - A enfermagem deve assessorar o médico na instalação do acesso intravenoso central, providenciando o material necessário ao procedimento, inclusive para reanimação cardiorrespiratória.

4.5.2.19. - É responsabilidade do enfermeiro estabelecer o acesso venoso periférico, incluindo o Cateter Central de Inserção Periférica (PICC).

4.5.2.20. - O curativo no local de inserção do cateter deve ser realizado em conformidade com as normas da Comissão de Controle de Infecção em Serviços de Saúde.

4.5.2.21.- Todo cateter venoso central deve ter a sua posição confirmada antes do uso.

4.5.2.22.- A SP deve ser inspecionada antes de sua administração, quanto à identificação, integridade da embalagem, coloração, presença de corpos estranhos e prazo de validade.

4.5.2.23. - A administração das SP, por via endovenosa, só deve ser realizada depois de verificada a permeabilidade da via de acesso, cumprindo rigorosamente o tempo estabelecido para a sua infusão.

4.5.2.24. - Antes da administração, o rótulo da SP deve ser conferido para verificar o atendimento aos itens 3.1.7. e 3.1.8. deste Anexo.

4.5.2.25. - Verificada alguma anormalidade, deve ser interrompida a administração da SP e comunicada, imediatamente, ao responsável pelo setor, para devidas providências, registrando a ocorrência em livro próprio.

4.5.2.26. - O transporte das SP, prontas para a administração, do local de preparo até o local onde se encontra o paciente, deve ser feito com os cuidados necessários para manter sua integridade físico-química e microbiológica.

4.5.2..27. - Quando houver perda da via de acesso, a administração da SP só poderá ser retomada se ficar garantida a sua integridade físico-química e microbiológica.

4.5.2.28. - O recipiente contendo as SP e o equipo de infusão devem ser protegidos da incidência direta da luz solar e de fontes de calor.

4.5.2.29.- Sinais e sintomas de complicações devem ser comunicados ao médico responsável pelo paciente e registrados no prontuário do mesmo e em livro de registro.

4.5.2.30.- É da responsabilidade do enfermeiro assegurar que todas as ocorrências e dados referentes ao paciente e seu tratamento sejam registrados de forma correta, garantindo a disponibilidade de informações necessárias à avaliação do paciente, eficácia do tratamento e rastreamento em caso de eventos adversos.

4.5.2..31. - Ao término da administração da SP, o profissional deve descartar o material utilizado, conforme descrito no plano de gerenciamento de resíduo de serviços de saúde e de acordo com as normas da Comissão de Controle de Infecção em Serviços de Saúde.

5  - INVESTIGAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS

5.1 - OBJETIVO

Detectar e esclarecer os desvios de qualidade inerentes ao processo de preparação e administração das SP.

5.2. - DEFINIÇÕES

5.2.1. - Todo evento adverso ocorrido, envolvendo paciente submetido à terapia das SP, deve ser devidamente investigado com base em registros do problema em questão.

5.2.2. - A investigação de eventos adversos, que envolve o uso das SP, exige sempre a participação irrestrita do(s) médico(s), do(s) farmacêutico(s), do(s) enfermeiro(s) e da Comissão de Controle de Infecção em Serviços de Saúde.

5.2.3. - Quando necessário, devem ser envolvidos na investigação: fabricante de SP, farmácia, drogaria, laboratório clínico, empresa prestadora de bens e serviços, distribuidora e transportadora, num processo sincronizado de esforços para esclarecimento dos eventos adversos.

5.2.4. - Quando da suspeita de eventos adversos, o serviço de saúde deve acionar a Autoridade Sanitária local para orientar e apoiar as ações de investigação e a tomada das medidas cabíveis.

5.2.5. - Na investigação de um evento adverso, são consideradas fundamentais a colaboração e participação da administração do serviço de saúde onde ocorreu o mesmo.

5.2.6. - Em função da suspeita e do resultado da investigação, devem ser estabelecidas e implementadas ações corretivas que eliminem a possibilidade de nova ocorrência do evento adverso.

5.2.7.- As conclusões da investigação e as ações corretivas implementadas devem ser devidamente registradas, divulgadas e arquivadas.


6 - INSTALAÇÕES FÍSICAS PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS INJETÁVEIS:

6.1 - INSTALAÇÕES FÍSICAS:

As instalações devem possuir superfícies (piso,paredes e teto) lisas e impermeáveis, sem rachaduras,resistentes aos agentes sanitizantes e facilmente laváveis.
Os ambientes devem ser protegidos contra entrada de insetos e roedores.
As condições de ventilação e iluminação devem ser compatíveis com as atividades desenvolvidas.
As instalações elétricas devem estar bem conservadas em boas condições de segurança e uso.
O sanitário deve ser de fácil acesso, mantido em boas condições de limpeza e possuir pia com água corrente.
Todos os procedimentos referentes a aplicação de injetáveis devem ser realizados mediantes rotinas pré-estabelecidas, bem como, obedecer prescrição médica.
Deve existir procedimento que defina a utilização de materiais descartáveis e garanta a sua utilização somente dentro do prazo de validade.
É necessário que as instalações possuam condições higiênico-sanitárias satisfatórias e estejam em bom estado de conservação.
É necessário possuir pia, água corrente, sabão líquido e toalhas descartáveis.
É recomendável existir lixeira com tampa, pedal e saco plástico.
É necessário existir recipiente rígido adequado para o descarte de perfuro cortantes.
É recomendável existir coleta seletiva dos resíduos resultantes da aplicação de injeções.
É necessário possuir rotinas escritas com as técnicas de antissepsia das mãos e local de aplicação, bem como de cuidados na aplicação de injetáveis

6.2 - CUIDADOS ANTES DA APLICAÇÃO DE INJETÁVEIS

1. Em relação à sala de preparo e aplicação
2. Quanto: ao equipamento necessário
3. ao armazenamento de seringas e agulhas
4. a prescrição
5. ao medicamento
6. a aparência do cliente
7. ao preparo psicológico.

6.3 - EM RELAÇÃO À SALA DE PREPARO E APLICAÇÃO

Deve ser ventilada
Deve ser iluminada
Deve ter higiene
Deve possuir área compatível com o atendimento
Deve ser equipada
Deve ter pia com torneira de fácil abertura
Deve ter bancada com gavetas
Deve ter suporte para sabão líquido
Deve ter lixeira de pé
Deve ter cadeira
Deve ter recipientes para bolas de algodão e antisséptico

6.4 - NA SALA DE APLICAÇÃO É NECESSÁRIO:

Cadeira
Apoio para braço (para aplicações endovenosas)
Sabonete líquido-Papel Toalha descartável-Álcool etílico 70 % ou álcool isopropílico 70% *
Garrote (para aplicações endovenosas)
Algodão em pote transparente com tampa
Pia com água corrente
Luvas descartáveis (opcional)
Descarte para perfuro cortantes
Quadro de procedimentos: que deve ser colocado na parede da sala de aplicação com todos os procedimentos básicos para uma aplicação de injeção.

6.5 - ARMAZENAMENTO DE SERINGAS E AGULHAS

Local seco, protegido de pó e do risco de rompimento de sua embalagem

6.6 - ESCOLHA DA SERINGA E AGULHA PARA ADMINISTRAÇÃO DE INJETÁVEIS INTRAMUSCULARES:

Tamanho ideal da agulha:adultos magros: 25x7adultos com músculos desenvolvidos ou obesos: 30x7 ou 30x8crianças bem desenvolvidas: 25x7 ou 25x8 crianças e adolescentes obesos: 30x7crianças pequenas: 20x5,5 (exceto para a aplicação de suspensões de penicilina)As agulhas com calibre 25x7 ou 30x7 são usadas para soluções aquosas.

As de calibre25x8 ou 30x8 são reservadas para soluções oleosas e para as suspensões (frasco ampola e diluente), para facilitar a aplicação e não entupira agulha.As seringas são constituídas por corpo ou cilindro e êmbolo. Em uma das extremidades do corpo, encontra-se o bico onde encaixa-se a agulha.Tamanho de seringas com 3, 5, 10, 20 ml.

As agulhas possuem duas partes: uma porção dilatada que se encaixa na seringa, o canhão, a parte afilada e a haste que termina em bisel, que pode ser curto ou longo.

As agulhas apresentam duas informações em relação ao calibre (tamanho):Por exemplo, a agulha 30x7: 30 significa que o comprimento da agulha é de 3Omm ou3cm; 7 significa que o diâmetro interior da agulha é de 0,7mm. 22 GL ¼ tem o mesmo significado, porém em polegadas

FONTE;

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS E TÉCNICAS DE INJEÇÕES AO ALCANCE DO CIRURGIÃO-DENTISTA.
Drug administration lines and injection techniques in the reach of dental surgeon Francisco Octávio Teixeira PACCA,   Carlos Eduardo Xavier dos Santos RIBEIRO DA SILVA,  Artur CERRI,  Rosiene de Freitas LIMA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CASTRO, M.S.; COSTA,T.D.Vias e métodos de administração e formas farmacêuticas. In: Farmacologia Clínica para Cirurgiões-Dentistas. 1999 p. 29-35.
Enfermagem Básica- Teoria e Prática. 1999. Editora Reedel Ltda.
HORTA,WANDA AGUIAR. TEIXEIRA,MILTON DE SOUZA. Injeções Parenterais. Ver. Esc. Enfermagem USP 7(1):46-79.marc.1973.
KAWAMOTO, E.E. FORTES, J.I. Fundamentos de Enfermagem. 1997. Editora Pedagógica e Universitária Ltda.
MENDES, ISABEL AMÉLIA COSTA. NOGUEIRA, MARIA SUELY et al. Rev.Bras. Enfermagem. 41(2):93-6.abr-jun. 1988.
WANNMACHER,L.; FUCHS,F.D. Farmacologia Clínica. Fundamentos da terapêutica racional. 1998 p.29-37. Guanabara Koogan.




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