CICLO DA ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA – MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
Monitoramento
é um processo sistemático de registro e armazenamento das informações, que
consiste no acompanhamento, para verificação da evolução físico-financeira de
determinado programa ou projeto, além de sua coerência com as políticas
públicas.
Um
sistema de monitoramento deve ser capaz de identificar informações relevantes,
precisas, sintéticas, que alimentam o processo de avaliação, por meio de
condições favoráveis, instrumentos técnicos e informacionais, para se
estabelecer a obrigatoriedade de se registrar o processamento de informações
relevantes.
O
monitoramento é um mecanismo gerencial de acompanhamento e controle de ações
planejadas, com base em indicadores. Permite a socialização de informações
sobre resultados alcançados. Além de medir quantitativa e qualitativamente os
ganhos e o alcance social das ações, acompanha as decisões, os procedimentos, a
participação dos beneficiários e a adesão da população aos programas.
Avaliação
é um processo sistemático de análise de resultados de uma política, programa ou
projeto, a partir da utilização de critérios definidos, que visam determinar
relevância, qualidade, utilidade ou efetividade, gerando recomendações para sua
correção ou melhoria. Não há avaliação sem monitoramento. Envolve todas as
atividades relacionadas às fases de um programa: concepção, monitoramento da
sua implementação, verificação de
sua
efetividade e eficiência; mede o grau de eficiência, eficácia e efetividade das
ações.
A
avaliação identifica processos e resultados, quantifica e qualifica dados de
desempenho, compara, analisa, informa e propõe. Compara níveis atuais de
desempenho com parâmetros ou indicadores de qualidade estabelecidos e apresenta
recomendações e ações corretivas a serem executadas em determinado período de
tempo, para melhoria de desempenho.
a) Tipologias da
avaliação:
•
Estrutura – refere-se à adequação das instalações físicas, equipamentos,
recursos humanos e insumos.
•
Processo – avaliação das atividades e serviços, técnicas utilizadas, tempo,
nível de informações, serviços prestados etc.
•
Resultados (eficácia) – visa avaliar até que ponto estão sendo alcançados os
resultados previstos.
•
Impacto – avaliação quando se leva em conta o conjunto da população (usuários
do sistema). Mudanças ocorridas na melhoria de serviços de saúde, em relação
aos beneficiários.
•
Eficiência – avaliação econômica (custos).
b) Objetivos:
•
Adequar os objetivos, a fim de estabelecer medidas interventivas.
•
Saber se o que foi realizado e/ou como estão sendo obtidos os resultados, seus
impactos.
•
Verificar se os objetivos e as metas estão sendo cumpridos de acordo com as
expectativas esperadas.
•
Saber para onde estamos indo e o que precisamos para mudar de direção.
•
Efetuar análises comparativas de desempenho em diferentes períodos no tempo.
1 Efetividade – procura avaliar se o programa tem
obtido resultados na direção esperada.
2 Eficiência – procura medir os benefícios gerados
pelo programa em relação a seus custos.
•
Melhorar métodos de controle.
•
Estabelecer o grau de efetividade/eficácia e eficiência/rendimento de um
programa, projeto ou serviço.
•
Identificar pontos fortes e fracos.
•
Facilitar o processo de tomada de decisões para melhorar e/ou modificar o
programa ou projeto.
•
Permitir visibilidade do desempenho da equipe num contexto amplo, compreendendo
as conseqüências da sua atuação.
c) Indicadores:
•
Os indicadores são o parâmetro que mede a diferença entre a situação desejada e
a situação atual. Permite quantificar um processo/atividade.
•
Os indicadores fornecem referência para coleta de dados e evidências para os
propósitos da avaliação. São utilizados para acompanhar e avaliar o cumprimento
de metas.
•
O indicador está associado ao objetivo e deve possibilitar mensuração dos
resultados alcançados, é geralmente representado como uma relação ou taxa entre
variáveis associadas sobre as quais se pretende atuar.
•
No gerenciamento dos indicadores é importante a formação de uma base de dados
(série histórica), que permita efetuar análises através do tempo, bem como se
as ações empreendidas estão surtindo o resultado esperado.
d) Índices
Representam
o padrão de medida ou unidade de medida dos indicadores, permitindo
uniformidade e o estabelecimento de metas e acompanhamento.
e) Procedimentos:
•
Elaborar critérios, indicadores de qualidade e instrumentos para avaliar a
eficiência dos serviços.
•
Implementar ações corretivas e de melhoria da qualidade nos serviços cujos
resultados e/ou recomendações da avaliação apontem para esta necessidade.
•
Divulgar as intervenções implementadas para a melhoria da qualidade nos
serviços, via boletins, site, informações, instrumentos de avaliação.
f) Avaliação do
desempenho deve considerar os seguintes aspectos:
•
Sistemas de coleta e informação de resultados eficientes;
•
Conjunto de índices adequados;
•
Análise estatística dos resultados; e
•
Ações corretivas.
O
desafio realmente importante é transformar dados em informações que
possibilitem a tomada de decisões por meio de escolha adequada de indicadores e
da análise sistemática dos resultados.
Assim,
como afirmam Sink e Tuttle (1993), para transformar os dados em informações,
devem ser seguidos alguns pré-requisitos básicos:
- Escolher um conjunto de dados
representativos, interpretáveis, oportunos e confiáveis da realidade que
se pretende representar.
- Ter definidos e seguir
procedimentos padronizados para o levantamento dos dados.
- Dispor de um sistema robusto de
apropriação e tratamento dos dados.
- Possuir uma base de dados segura
e de fácil acesso.
- Dispor de ferramentas que
facilitem a análise dos dados.
- Dispor de pessoal capacitado e
com experiência no processo sob análise
g) Requisitos básicos (MSH/WHO,1997):
- Clareza – facilidade para
entender e calcular.
- Utilidade – refletir a importante
dimensão de desempenho.
- Mensurabilidade – definido em
termos quantitativos ou qualitativos.
- Confiabilidade – permitir
avaliação através do tempo e entre diferentes observadores.
- Validade – realizar uma medida
verdadeira do que se quer medir.
h) Sugestão de alguns
indicadores:
Seleção
- Porcentual de redução no número
de especialidades farmacêuticas, após implantação da Relação de
Medicamentos Essenciais.
- Porcentual de redução dos custos
por tratamento.
- Porcentual dos profissionais que
prescrevem pela Relação de Medicamentos Essenciais.
- Porcentual de prescrição pela
Relação de Medicamentos Essenciais.
Programação
- Porcentual de itens de
medicamentos programados x medicamentos adquiridos (em quantidade e
recursos financeiros).
- Porcentual de itens programados x
atendidos
- Porcentual de demanda atendida e
não atendida.
- Porcentual de medicamentos
programados e não utilizados por superestimação.
Aquisição
- Desempenho de fornecedores
(acompanhamento de dados: pontualidade da entrega, qualidade do produto,
preço, segurança, embalagem, entre outros).
- Recursos gastos com aquisição de
medicamentos e por modalidade de compra.
- Demonstrativo físico-financeiro
de aquisição por determinado período de tempo.
- Tempo médio gasto no processo de
compra por modalidade de licitação, desde a emissão do pedido até o
recebimento do medicamento.
- Quantidades solicitadas x
quantidades adquiridas.
- Número de itens solicitados x
adquiridos.
- Recursos públicos gastos per
capita e por grupos de medicamentos.
- Valores gastos por modalidade de
compra.
- Análise comparativa entre os
preços de mercado estimados para a compra x preços ofertados na compra
etc.
- Análises comparativas de preços
das aquisições por produto e/ou grupos farmacêuticos ou
especialidades/clínicas médicas.
- Análises comparativas de preços
de medicamentos por laboratório, para mensurar os aumentos ao longo do
tempo praticado pelos laboratórios.
i) Avaliação de
fornecedores:
- Número de ocorrências/não
conformidades apresentadas pelo fornecedor em relação as entregues
(registrar em instrumento específico todas as ocorrências, bem como no
respectivo cadastro do fornecedor).
- Número de reclamações recebidas
do produto.
- Quantidades contratadas x
quantidades entregues.
- Cumprimento dos prazos de entrega
contratados.
Distribuição
- Porcentual e/ou número de
unidades atendidas mês/ano.
- Tempo médio gasto na reposição
dos medicamentos.
- Porcentual de unidades de saúde
atendidas de acordo com o cronograma de distribuição.
- Porcentual de demanda atendida e
não atendida.
- Porcentual de itens solicitados x
itens atendidos.
- Porcentual do gasto mensal com
medicamentos para atender à atenção básica de saúde e por unidade de
serviço.
Armazenamento
Porcentual
de medicamentos vencidos.
Porcentual
de perdas de medicamentos decorrentes de armazenamento inadequado.
Número
de inventários realizados/ano.
Porcentual
de erros na entrega de medicamentos.
Porcentual
de medicamentos sem rotatividade/ano.
Porcentual
de medicamentos.
j) Avaliação dos
estoques:
- Custo total dos estoques –
avaliar periodicamente quanto a instituição está investindo em relação ao
que foi programado, adquirido.
- Rotatividade dos estoques –
relação entre consumo e estoque médio, em determinado período de tempo.
- Produtos vencidos e obsoletos –
relação do estoque vencido, dividido pelo valor total do estoque, em
determinado período de tempo.
FONTE
MINISTÉRIO
DA SAÚDE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento
de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégica ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA
ATENÇÃO BÁSICA INSTRUÇÕES TÉCNICAS PARA SUA ORGANIZAÇÃO 2ª edição Série A.
Normas e Manuais Técnicos Brasília – DF 2006 Biblioteca Virtual em Saúde do
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Olá!
ResponderExcluirSempre é hora de combater a dengue. Juntos podemos mobilizar a população sobre a importância de se prevenir contra o mosquito Aedes aegypti, mantendo hábitos simples como limpar calhas, caixas d’água, recolher o lixo e nunca deixar pneus ao ar livre para não juntar água.
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