terça-feira, 1 de março de 2016

FARMACOTÉCNICA HOSPITALAR PARTE 6


FARMACOTÉCNICA HOSPITALAR PARTE 6


DRÁGEAS:

São formas farmacêuticas obtidas pelo revestimento de comprimidos. Para este fim se utiliza diversas substâncias, como: queratina, ácido esteárico, gelatina endurecida com formaldeído.

São comprimidos revestidos com açúcar incolor ou colorido. As drágeas são comprimidos revestidos onde o revestimento pode ser realizado com polímeros e/ou açúcar. Se esse revestimento for à base de açúcar, denominamos drágeas.

As drágeas têm aspecto liso, brilhante, são fáceis de deglutir (engolir) e permitem misturar, entre o revestimento e o núcleo da drágea, substâncias que não poderiam ser misturadas em um comprimido comum (substâncias incompatíveis).

Dependendo do tipo de material utilizado, o revestimento pode ser útil para: mascarar sabor, cor e aparência desagradáveis; proteger o princípio ativo (física e quimicamente); permitir mistura de substâncias incompatíveis e controlar a liberação do fármaco. 

OBJETIVOS

1.    Proteção do fármaco do meio;
2.    Melhorar a aparência do comprimido;
3.    Permite impressão sobre comprimido;
4.    Barreira contra sabor e odor desagradável.

DESVANTAGENS

1.    Tempo requerido e necessidade de experiência no processo;
2.    Aumento do tamanho, peso e custo de transporte (Até 50% mais peso e volume).

O processo de produção é parecido com o comprimido, porém vem revestido por uma substancia açucarada, com ou sem corante, de modo a evitar a sua fácil desagregação precoce, para proteger a substância ativa da humidade e luz, para ocultar odores e sabores indesejáveis, para facilitar a sua ingestão ou para proteger a substância ativa da destruição estomacal; geralmente é indicado quando se deseja uma absorção em nível intestinal.

DRAGEAMENTO

v  Impermeabilização e selagem do núcleo
v  Revestimento Primário
v  Alisamento e arredondamento final
v  Acabamento e coloração Impressão

PRINCÍPIO DO DRAGEAMENTO

v  Série de turbinas de aço inoxidável, parcialmente abertas na frente com tamanhos e capacidades diferentes.
v  Operam em um ângulo de 40°.
v  Durante operação é mecanicamente girada em velocidade moderada enquanto a solução de revestimento é aspergida.
v  Fluxo de ar quente auxilia na secagem.

IMPERMEABILIZAÇÃO E SELAGEM DO NÚCLEO 

Objetivos

v  Evita penetração de umidade nos núcleos.
v  Necessário nos processos manuais.
v  Processos por aspersão podem dispensar a camada isolante por não ocorrer sobremolhagem localizada.
v  Materiais de Isolamento – Geralmente alcoólicos
v  Shellac: Tempo de desintegração e dissolução aumentam com o tempo devido a polimerização.
v  Zeína: Obtida a partir do milho. Solúvel em álcool.

REVESTIMENTO PRIMÁRIO

Objetivos

v  Arredondar arestas e aumentar o tamanho do comprimido. Princípio
v  Aplicação alternada de um xarope com aglutinante (Gelatina, Goma arábica, PVP) que adere aos comprimidos e de pós de enchimento, seguido de secagem. (3 a 5 revestimentos)
v  Prossegue-se até alcançar o arredondamento e espessura aceitável.
v  No processo de aspersão, as soluções e suspensões são aspergidas intermitentemente. A secagem é uma etapa crítica.

ALISAMENTO E ARREDONDAMENTO FINAL

Objetivo
v  Cobrir e preencher todas as imperfeições sobre a superfície do comprimido deixada pela camada anterior e conferir à drágea a cor desejada.

Princípio – 5 a 10 revestimentos

1°Xarope: Xarope de enchimento contendo pós suspensos. Podem ser adicionados corantes diluídos para proporcionar base de cor. Comprimidos devem estar completamente lisos.

2° Xarope: Soluções de açúcar contendo um corante são aplicadas até tamanho e cor final adequada.

3° Xarope: Fase de acabamento, podem ser aplicadas algumas camadas de xarope claro.

ACABAMENTO E COLORAÇÃO FINAL

Objetivo

v  Obter o brilho desejado.

Princípio

v  Polimento dos comprimidos em bacias de revestimento polidas ou em bacias de polimento revestidas com telas de lona por aplicação de cera em pó (Cera de abelha ou carnaúba) ou de soluções aquecidas dessas ceras em éter de petróleo ou outros solventes voláteis adequados.

IMPRESSÃO

v  Máquina especial de impressão de FF Sólidas.

Pode ser:

  1. – Baixo-relevo: Imprimir o símbolo abaixo da superfície.
  2. – Alto-relevo: Símbolo fica acima da superfície.
  3. – Impressão gravada: Símbolo é talhado na superfície durante a produção.

Equipamentos

Sistema de Bacia Convencional Sistema com Bacias Perfuradas

ACONDICIONAMENTO

v  Principais funções:

  1. - Proteção, assegurando a conservação até o momento da utilização;
  2. - Funcionalidade, sendo esta direcionada para facilitar o uso do medicamento;
  3. - Identificação e informação, por meio de rotulagem, bula, lote entre outros (LEHIR, 1997)

v  Armazenamento em frascos fechados, em locais de baixa umidade e protegidos de temperaturas extremas;
v  Produtos propensos a decomposição por umidade: frascos com dessecante
v  Fármacos afetados pela luz: recipiente resistente à luz
v  Embalagem unitária: blíster em alumínio ou papel revestido com polietileno
v  Embalagem múltipla: em tubos, frascos de vidro, polietileno ou PVC
v  Podem conter gel de sílica para evitar a umidade

CONTROLE DE QUALIDADE

v  Vide Comprimidos Revestidos
v  Peso médio

Pesa-se individualmente 20 drágeas e determina-se o peso médio. Não mais que 2 unidades fora dos limites tabelados, em relação ao peso médio. Nenhuma acima ou abaixo do dobro do % de variação indicado. Drágeas e comprimidos revestidos Até 25,0 mg ± 15,0% Entre 25,0 e 150,0 mg ± 10,0% Entre 150,0 e 300,0 mg ± 7,5% Acima de 300,0 mg ± 5,0%

PASTILHAS:

São formas farmacêuticas sólidas destinadas a se dissolverem lentamente na boca, constituída por grande quantidade de açúcar e mucilagens associadas a princípios medicamentosos. São “sacoróleos sólidos”(veículo H2O, contendo grande quantidade de açúcar). Têm grande superfície de contato. Dissolução maior que comprimidos e pílulas.

Tipos

v  Pastilhas Macias e
v  Mastigáveis

Composição

v  Polietilenoglicois
v  PEG 400, PEG 1000, PEG 3350
v  Gomas
v  Acácia (e Sacarose)
v  Gelatina-glicerina

Preparação

v  Aquecimento e
v  Moldagem

Composição

Veículo
Pastilhas Duras

v  Sacarose

Pastilhas Macias

v  PEG

Pastilhas Mastigáveis

v  Gelatina

Edulcorantes

v  Sacarose;
v  Sorbitol;
v  Dextrose;
v  Aspartame;
v  Estevosidio (Stevia)

Aromatizante e Flavorizante

Mascarar o sabor dos fármacos
v  Óleos Essenciais :
v  Uso de Glicerina

Acidulantes

v  Ácido Cítrico, Tartárico, fumárico e málico -: pH 2,5 a 3
v  Carbonato de cálcio, Bicarbonato de sódio, trissilicato de magnésio -: pH 7,5 a 8,5

Composição

Corantes

v  Solúveis em água
v  Corante FDC -: Alimentício

Conservante

Normalmente auto-conserváveis

Tamanho e formas
Peso -:1 g

Formas

v  Circular;
v  Hexagonal,
v  Octogonal

PASTILHAS SUBLINGUAIS:

Forma farmacêutica de fácil administração, que evita a primeira passagem hepática. Confere otimização da absorção, assim como rápida e melhor biodisponibilidade. Deve ser deixada embaixo da língua até sua completa dissolução.

PÍLULAS

São Preparações farmacêuticas de consistência firme, sensivelmente esféricas, cujo peso é de cerca de 200 mg, e destinam a serem deglutidas sem mastigar.

v  Diâmetro 6 a 8 mm
v  Peso de 50 a 300 mg

Vantagens das Pílulas

v  Mascarar sabor e odor
v  Fácil administração
v  Podem ser revestidas
v  Gastrossolúveis
v  Gastrorresistentes
v  Pouco alteráveis
v  Deriva do Termo Pila
v  Pequena bola
v  Pílula ou Pírola?

Preparação
Processo Clássico

v  Massa Pilular Industrial
v  Rolo Canelado (Processo Clássico)
v  Compressão
v  Gotejamento

Excipientes

v  Aglutinantes
v  Secos ou absorventes
v  Líquidos

Ensaios

v  Variação de peso
v  Velocidade de desagregação
v  Acondicionamento

GRÂNULOS

São formas farmacêuticas, esféricas, de princípios ativos muito potente, apresentando peso inferior a 50 mg.

24 - BOLOS

São preparações farmacêuticas de uso veterinário, sensivelmente esféricas, cujo peso varia de 1 a 50 gramas

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