terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

DROGAS: CRACK, ÓPIO, MORFINA, HEROÍNA, CODEÍNA

DROGAS: CRACK, ÓPIO, MORFINA, HEROÍNA, CODEÍNA




Pequenas pedras de formatos irregulares, fumadas em cachimbos na maioria das vezes improvisados. O crack é uma mistura de cocaína em pó, convertida em alcalóide pelo tratamento com um álcali (amônia ou bicarbonato de sódio).

Recebeu este nome porque faz um pequeno estalo na combustão quando fumado. Mais barato que a cocaína, produz um efeito forte que dura muito pouco tempo, aumentando o consumo rapidamente e encarecendo a dependência.

Em São Paulo, uma pedra de crack chega a custar 15 reais. Se o dependente fumar cerca de vinte pedras por dia, gastará 300 reais em um único dia. Os efeitos produzidos no usuário são basicamente iguais ao da cocaína, porém muito mais intensos.

Causa irritabilidade, depressão e paranoia, algumas vezes levando o usuário a ficar violento. Afeta a memória e a coordenação motora, provocando um emagrecimento acentuado, debilitando o organismo como um todo. Atualmente, é a droga que mais causa devastação no organismo do usuário.

O Dr. Içami Tiba, em 123 Respostas Sobre Drogas, assim discorre sobre as reações que esta droga provoca no organismo: "O crack leva 15 segundos para chegar ao cérebro e já começa a produzir seus efeitos: forte aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremor muscular e excitação acentuada, sensações de aparente bem-estar, aumento da capacidade física e mental, indiferença à dor e ao cansaço."

Mas se a droga leva apenas 15 segundos para chegar ao cérebro e começar a produzir estes efeitos, estes também tem um curto período de duração: cerca de 15 minutos. A cocaína endovenosa, por exemplo, produz as primeiras reações em 3 a 5 minutos, com duração que varia entre 30 e 45 minutos. Esta característica talvez explique o poder que esta droga exerce sobre seus usuários.

Segundo Solange Nappo, bioquímica e pesquisadora do Cebrid, Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, "a compulsão para o uso do crack (o que os dependentes chamam de 'fissura') é muito mais poderosa que a desenvolvida pela cocaína aspirada ou injetada."

Uma pesquisa do Grea, Grupo Interdisciplinar de Alcoolismo e Famacodependências do Hospital das Clínicas de São Paulo, apontou os intervalos de tempo entre o uso regular de álcool, cocaína em pó e crack e o aparecimento de problemas por causa disso. Veja o resultado no infográfico abaixo:

O caminho entre a experimentação e a dependência é muito rápido. "Com o crack, não existe o chamado uso social ou recreativo", afirma o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade. Uma pesquisa do Cebrid com 25 usuários e ex -usuários da droga revelou que 52% deles faziam uso frequente desta menos de um mês depois de experimentá-la.

Conforme a mesma pesquisa, a idade de suas vítimas também é um fator preocupante: 52% dos consumidores têm entre 13 e 20 anos e 40% entre 20 e 30 anos.

O aumento da criminalidade entre os usuários desta droga também é assustador. A psiquiatra Sandra Scivoletto, coordenadora de um trabalho do Grea, diz que "todos os pacientes que faziam uso regular de crack praticaram roubos ou furtos e mais da metade deles foram expulsos da escola".

Prossegue afirmando que "os usuários do crack se envolvem em atividades ilegais duas vezes mais do que os usuários de outras drogas". Esta pesquisa do Grea mostrou que 38,1% dos jovens que usavam crack haviam se envolvido em tráfico de drogas e 47,6% apresentavam antecedentes de envolvimento com polícia e prisão.

Como a evolução da dependência com relação a esta droga é muito rápida, quando os familiares descobrem o usuário, na maioria das vezes, já está completamente dependente. Para auxiliar os pais, vale destacar o trabalho da jornalista Andréia Peres, publicado originalmente na revista Cláudia de outubro de 1995, conforme abaixo segue:
Fatores de risco para o uso de crack –

A Organização Mundial da Saúde considera mais propensa ao uso de drogas a pessoa mal informada sobre os efeitos, com saúde deficiente, insatisfeita, com personalidade deficientemente integrada e com fácil acesso às drogas.

Traços que favorecem - O adolescente usuário de crack, segundo a psiquiatra Sandra Scivoletto, tem as mesmas características de quem procura estimulantes de um modo geral. Sente uma enorme melancolia, sem motivo aparente, e um grande vazio, devido à falta de uma atividade que lhe traga prazer e de perspectivas de vida de um modo geral.

Os sintomas - O comportamento do usuário de crack, segundo o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, especializado em drogas pela Universidade de Londres muda rápido e intensamente. Ele vai mal na escola (ou a abandona), tem um sono altamente perturbado, emagrece muito, isola-se dos outros e começa a apresentar sintomas de paranoia. Acha que está sendo seguido ou que caiu alguma pedra de crack no chão.

Também fica apático, introvertido. A cocaína age ainda sobre as pupilas dos olhos, podendo dilatá-las.

O tratamento - Depende do estado de cada paciente. Vai do tratamento ambulatorial até a internação domiciliar ou em clínicas especializadas. A sua principal dificuldade, segundo o dr. Ronaldo Laranjeira, é a "fissura", a vontade que o usuário sente de usar a droga. A fase inicial é a mais difícil, e dura, geralmente, uma semana. O jovem só é considerado totalmente reabilitado depois de dois anos de abstinência.

O material utilizado para o consumo desta droga é o cachimbo, normalmente produzido artesanalmente com uma lata de refrigerante com um furo na lateral para inserção do canudo por onde a fumaça será aspirada, colocando-se a pedra de crack no orifício superior da lata por onde o refrigerante é bebido. Copos de água mineral com tampa de papel de alumínio também são muito utilizados.

Um artigo baseado nos dados e na experiência adquiridos em São Paulo durante o "Projeto Cocaína WHO", quando foram entrevistados usuários ou ex- usuários de crack, de autoria dos pesquisadores do CEBRID (Centro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), Solange A. Nappo, José Carlos F. Galduróz e Ana R. Noto; intitulado "Uso do 'crack' em São Paulo: fenômeno emergente?" traz a seguinte conclusão (Clique aqui para ver os gráficos): "Este estudo aponta o crack como uma das formas mais arrasadoras do uso da cocaína."

"Jovens com menos de 20 anos pertencentes a diferentes classes sociais, com predominância da classe baixa, são os consumidores preferenciais. Entre eles, o crack é classificado como droga anti- social e egoísta que os leva a um isolamento social. A paranóia que se instala gera medo e suspeita das pessoas, o que contribui para esse isolamento e confinamento a locais fechados."

"O usuário rapidamente tem ruptura de caráter. A mentira passa a fazer parte de seu discurso, que associada à desconfiança pode gerar agressividade e até violência."

"A compulsão para o uso da droga (fissura) parece ser mais forte que a desenvolvida pela cocaína nas outras formas de consumo (aspirada, injetável), impedindo qualquer uso controlado.

Em menos de um mês, instala-se a dependência, que para muitos traz também a necessidade de roubar e/ou prostituir-se para sustentar o vício."

"A degradação física é outra característica do usuário de crack. Ele perde peso logo no início do consumo, passando a não mais cuidar do seu corpo, deixando de lado os princípios básicos de higiene."

"Devido a essas características, o crack parece ser incompatível com qualquer modo tradicional de vida (trabalho, estudo, relacionamento amoroso, etc.), marginalizando totalmente o indivíduo que dele faz uso."

"A forma 'sedutora' com que se apresenta o uso do crack, ou seja: leve (é apenas fumado), não necessitando de seringas e agulhas que para muitos constituem-se em violação ao próprio corpo; a não transmissibilidade do HIV pela via pulmonar; e os poderosos efeitos alcançados em segundos, são fatores preditivos de aumento cada vez maior do consumo desta droga em São Paulo, podendo transformar-se num problema emergente de saúde pública a curto prazo."

"Os autores deste trabalho acreditam que as campanhas de prevenção ao abuso de drogas desenvolvidas para São Paulo, que em relação à cocaína tem enfocado apenas seu uso endovenoso, devem urgentemente ser revistas no sentido de que o crack também seja abordado, descaracterizando esse uso aparentemente inofensivo."

PAPAVER SOMNIFERUM - OPINÁCEAS (ÓPIO)

DIGA NÃO AS DROGAS

Entre a farta variedade de drogas de que o homem vem se servindo há milhares de anos, o ópio é uma das mais antigas de que se tem notícia.

No quarto milênio a.C., os sumérios conheciam esse tóxico, obtido do látex das flores da papoula (Papaver somniferum), planta nativa da Ásia Menor.

Também os egípcios e os gregos sabiam dos efeitos do ópio. Os médicos árabes utilizava-o para o tratamento de diarreias e tosses.

E, através dos comerciantes árabes, a droga foi introduzida na China.

No começo da era cristã, apareceu, empregada terapeuticamente, como analgésico e sonífero.

Na Renascença, o ópio era utilizado para tratamento de histeria, o que comprova a existência de conhecimentos sobre as influência psicológicas da droga. Até o século XIX, era consumida "terapeuticamente", misturada com uísque ou álcool (láudano). Poucos médicos - todos de reputação duvidosa - receitavam, e os grandes consumidores (além dos próprios médicos) eram intelectuais e artistas.

Acredita-se que o ópio começou a ser fumado em cachimbos pôr volta do século XVII. Mas a Guerra do Ópio (1840 / 42), entre chineses e ingleses, constitui um pretexto para a abertura dos portos de Hong Kong, cidade que se tornou um dos maiores centros de tráfico.

MORFINA

DIGA NÃO AS DROGAS

Morfina: É o primeiro derivado do ópio produzido em laboratório (1803). Isolada em 1805, recebendo esse nome pela associação com os poderes de Morfeu, deus grego do sono. Inicialmente, suas propriedades foram tão mal compreendidas que chegou a ser indicada para tratamento de opiômanos.

E o vício do ópio era realmente curado: os pacientes transferiam sua depend6encia de uma droga para outra. A morfina está entre os mais eficazes analgésicos usados pela medicina para o combate de dores de fraturas, queimaduras e na cirurgia. Pequenas doses produzem uma sensação de tranquilidade e em doses maiores verifica-se um estado geral de euforia, seguida de uma fase de sonolência e torpor físico e mental. O dependente apresenta como sintoma geral: sonolência, redução das atividades físicas, como contração das pupilas, depressão do ritmo respiratório.

Em estágios mais avançados, podem registra-se náuseas e vômitos. O processo intoxicação-tolerância é rápido e de difícil cura, uma vez que a morfina leva a dependência física e psíquica.

HEROÍNA

DIGA NÃO AS DROGAS

Também criada em laboratório, durante a busca de substituto seguro para a morfina. Em 1898, o Laboratório Bayer, na Alemanha, anuncia ter encontrada a deacetilmorfina, três vezes mais potente que a morfina.

Por sua potência, a Bayer dá à substância o nome de heroína. Hoje está provado que a heroína vicia ainda mais que a morfina. Geralmente injetada, a droga modera as emoções e provoca sensação temporária de bem-estar. A abstinência causa diarréias, vômitos fortes e leva ao risco de morte por desidratação.

CODEÍNA:

DIGA NÃO AS DROGAS

É frequentemente empregada para aliviar a tosse, já que age sobre uma zona do encéfalo de que depende essa manifestação. De todos os derivados do ópio, a codeína é a que tem menores possibilidades de criar o vício.

FONTES
  1. - Enciclopédia Exitus
  2. - Enciclopédia Barsa
  3. - Enciclopédia do Estudante
  4. Compton's Interactive Encyclopedia
  5. Drogas - Wilson Paulino
  6. - Internet: ( Comem Jundiaí: www.jundiaí online.com.br
  7. ( Projeto Cara Limpa): www.caralimpa.com.br
  8. - Enciclopédia Abril. Volumes: I, VIII, X, XI, XII
  9. - Jornal: O Estado de S. Paulo (reportagem do Zap)


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