TECNOLOGIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR
EXCIPIENTES DAS FÓRMULAS FARMACÊUTICAS
INTRODUÇÃO
A
farmacotécnica é uma parte da Farmacologia que cuida das drogas, no que se
refere as transformações nas várias formas farmacêuticas utilizadas na
prevenção, diagnóstico e cura das doenças. Esta transformação visam à
administração, assegurando uma perfeita eficácia terapêutica e conservação.
A
farmacotécnica é um ramo da farmácia, praticada por profissionais
farmacêuticos, e tem como objeto a manipulação dos princípios ativos para a
fabricação de medicamentos. Nesta área estuda-se o desenvolvimento de novos
produtos e sua relação com o meio biológico, técnicas de manipulação, doses, as
formas farmacêuticas, as interações físicas e químicas entre os princípios ativos
e entre os princípios ativos e os excipientes e veículos.
O
surgimento e incremento da área biofarmacêutica, e os sólidos conhecimentos
adquiridos nessa área, com a introdução dos biopolímeros no mercado e, a
disponibilidade de tecnologias de produção e métodos analíticos sofisticados,
capacitaram o profissional farmacêutico a desenvolver Formulas Farmacêuticas
cada vez mais específicas (modified release), com maior seletividade na
liberação do ativo (targeting) e, conseqüentemente, com eficácia terapêutica
aumentada.
PRINCIPAIS FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA A
EVOLUÇÃO NO CONCEITO E NAS REGULAMENTAÇÕES DOS EXCIPIENTES DAS FÓRMULAS
FARMACÊUTICAS:
v Criações
de conselhos internacionais na Europa e Estados Unidos;
v Criação de
seções específicas para excipientes no NF;
v Inclusão
de monografias no NF,
v Divisão
especial de monografias na USP/NF,
v Edição do
Handbook of Pharmaceutical Excipients (1a em 1986 e 2a em 1994),
FATORES ECONÔMICOS E TECNOLÓGICOS:
DESENVOLVIMENTO DE NOVAS FORMAS FARMACÊUTICAS:
v Produtos
de biotecnologia (polímeros, biosensores),
v Sistemas
de direcionamento de fármacos (targeting),
v Sistemas
de liberação modificada de fármacos (modified release).
AUTOMAÇÃO:
Equipamentos
sofisticados para compressão, extrusão e esferonização (tecnologia para
produção de pellets), leito fluidizado, spray-dried. Surgimento de ativos
inovadores: biotecnologia e peptídeos sintéticos.
ELABORAÇÃO DE EXCIPIENTES COM FUNÇÕES
ESPECÍFICAS:
Preparação
de lipossomas, nanocápsulas, microemulsões, géis transdérmicos, patches, dentre
outros;
QUESTÕES AMBIENTAIS:
Encontrar
substitutos aceitáveis para os CFCs (clorofluorocarbonos), por exemplo,
utilizada em sistemas de aerossóis e para outros solventes orgânicos de uso
farmacêutico
INFLUÊNCIA DOS EXCIPIENTES NA LIBERAÇÃO DO
FÁRMACO
Durante a
produção de Formas Farmacêuticas sólidas, as propriedades dos excipientes,
assim como a dos ativos, podem se refletir em diversos parâmetros:
PROPRIEDADES DOS EXCIPIENTES
v Compressibilidade,
v Fluidez,
v Uniformidade
de conteúdo,
v Lubrificação
(escoamento e enchimento da matriz, ejeção dos comprimidos, preparação de
cápsulas) e mistura.
v Dureza,
v Friabilidade,
v Uniformidade
de corte. do (UC),
v Velocidade
de desagregação,
v Estabilidade
do ativo,
v Revestimento,
v Dissolução
e
v Biodisponibilidade.
INFLUÊNCIAS DAS PROPRIEDADES
As
propriedades podem influenciar de diversas maneiras, tais como:
v Tamanho e
forma da partícula,
v Peso,
v Uniformidade
de corte UC,
v Desintegração,
v Dissolução,
v Densidade
e granulométria ,
v Dureza,
v Área
Superficial e porosidade,
v Formação
de película de revestimento,
v Hidratação,
v Estabilidade
físico-química,
v Forma
polimórfica e grau de cristalinidade,
v Condições
de armazenamento,
CARACTERÍSTICAS IDEAIS PARA OS EXCIPIENTES:
v Toxicologicamente
inativo.
v Química e
fisicamente inerte frente ao fármaco.
v Compatível
com outros ingredientes da formulação.
v Incolor e
insípido.
v Elevada
fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido).
v Alta
capacidade de sofrer compressão (sólido).
v Disponível
a partir de diversas fontes, com custos adequados.
v Fácil de
ser armazenado.
v Características
reprodutíveis lote-a-lote.
v Desempenho
consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina.
FUNÇÃO DOS EXCIPIENTES
v Fornecem a
forma farmacêutica peso, consistência e volumes adequados.
v Auxilia o
fármaco a cumprir seu papel.
Excipientes
específicos são adicionados na desintegração da forma farmacêutica e dissolução
do fármaco, o que irá refletir no quantidade de fármaco absorvido e na
velocidade na qual este processo ocorre, ou seja, na biodisponibilidade do
fármaco.
CATEGORIA DE EXCIPIENTE
De acordo
com sua influência na estabilidade, absorção do fármaco e características do
processo de preparação:
v Antioxidantes
v Quelantes
v Conservantes
v Estabilizantes
v Tamponantes
v Modificadores
de pH
v Influência
na preparação da Forma Farmacêutica como em Emulsões e suspensões , Géis e Sólidas
PRINCIPAIS EXCIPIENTES FARMACOTÉCNICOS
Desempenho
consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina.
EXCIPIENTE DILUENTE
Responsável
pela forma farmacêutica, peso, consistência e volumes adequados.
EXCIPIENTE ADJUVANTE
Auxilia o
fármaco a cumprir seu papel.
EXCIPIENTES ESPECÍFICOS
são
adicionados na tentativa de controlar e regular a velocidade de desintegração
da forma farmacêutica e da dissolução do fármaco, o que irá refletir no
quantidade de fármaco absorvido e na velocidade na qual este processo ocorre.
DILUENTES:
Produtos
inertes adicionados aos pós para permitir a obtenção de comprimidos ou o
enchimento de cápsulas, com volumes adequados.
Ainda,
para propiciar propriedades de fluxo e compressão necessárias à produção.
Diferentes naturezas (solúvel, insolúvel ou mista).
Exemplos:
lactose, fosfato de cálcio tribásico, amido, manitol, sulfato de cálcio,
celulose microcristalina (Microcel, Avicel), fosfato de cálcio dibásico
(Encompress, Ditab), Óxido de magnésio, carbonato de magnésio, talco, caolim
VEÍCULOS:
São
preparações inertes destinadas à incorporação do (s) ativo(s). Podem ser
edulcorados e conter agentes suspensores.
Exemplos:
xarope simples, sorbitol 70%, glicerina, água, etc. Solventes: São usados para
dissolver outra substância na preparação de uma solução; pode ser aquoso ou
oleaginoso).
Co-solventes,
como a água e álcool (hidroalcóolico) e água e glicerina, podem ser usados
quando necessários.
Exemplos:
álcool, óleo de milho, óleo de algodão, glicerina, álcool isopropílico, óleo
mineral, ácido oléico, óleo de amendoim, água purificada, água para injeção.
ABSORVENTES:
Substâncias
usadas para absorverem água presente nos extratos ou para fixar certos
compostos voláteis, como as essências.
Exemplos:
fosfato de cálcio, caulim, carbonato de magnésio, bentonita, talco
Aglutinantes: Usados para promover adesão das partículas durante a granulação e
compressão de formas farmacêuticas sólidas.
Podem ser
usados na forma de solução, dispersão ou pós. Exemplos: goma arábica, ácido
algínico, açúcar compressível, CMC-Na, etilcelulose, gelatina, metilcelulose,
povidona (PVP), amido, amido pré-gelatinizado, glicose líquida. Desagregantes
(desintegrantes):
Aceleram a
desintegração e/ou a dissolução da forma nos fluidos biológicos.
Exemplo:
ácido algínico, amido, alginato de sódio, CMC-Na, celulose microcristalina,
croscarmelose sódica (Ac-Di-Sol), glicolato sódico de amido (Explotab),
crospovidona (Kollidon CL).
LUBRIFICANTES:
Capazes de
prevenir a aderência dos pós e granulados nas punções e matrizes, facilitarem o
escoamento dos mesmos no alimentador e facilitar o enchimento de cápsulas.
Otimizar o processo produtivo.
Exemplo:
estearato de magnésio, estearato de cálcio, ácido esteárico, talco, óleo
vegetal hidrogenado (ex. Lubritab).
DESLIZANTES:
Agentes usados
nas formulações de comprimidos e cápsulas para melhorar as propriedades de
fluxo das misturas em pó. Exemplo: sílica coloidal (Aerosil 200), talco.
AGENTES MOLHANTES:
Substâncias
adicionadas com a finalidade de diminuir a tensão superficial na interface
sólido/líquido. Age diminuindo o ângulo de contato entre a água e as partículas
sólidas, aumentando a molhabilidade das partículas.
Exemplos:
lauril sulfato de sódio (LSS), docusato sódico, polissorbatos 20, 60, 80
(Tweens). Agentes tamponantes : Fornece às formulações, resistência contra
variações de pH, em casos de adição de substâncias ácidas ou básicas. Exemplos:
tampão citrato, tampão fosfato, tampão borato.
CORANTES, AROMATIZANTES E FLAVORIZANTES:
Adjuvantes
empregados para corrigir cor, odor e sabor desagradáveis, tornando a preparação
mais atraente. Exemplos de flavorizantes: baunilha, mentol, óleo de canela,
óleo de anis, cacau, dentre outros.
EDULCORANTES:
Usado para
edulcorar (adoçar) a preparação.
Exemplos:
aspartame, dextrose (glicose), manitol, sorbitol, sacarina, ciclamato sódico,
açúcar, acesulfame de potássio, sucralose, esteviosídeo.
AGENTES PLASTIFICANTES:
Substâncias
empregadas juntamente com polímeros, para modificar a temperatura de transição
de fase dos mesmos e, facilitar a coalescência do filme formado sobre os
grânulos, comprimidos ou pellets. Torna a camada de revestimento mais uniforme
sobre o granulado, durante a preparação de cápsulas de liberação entérica.
Exemplos:
glicerina, trietilcitrato, dibutilftalato, silicone, PPG
AGENTES DE REVESTIMENTO:
Empregados
para revestir comprimidos, grânulos, cápsulas ou pellets com o propósito de
proteger o fármaco contra decomposição pelo oxigênio atmosférico e umidade,
para mascarar sabor ou odor desagradável, para evitar a degradação no suco
gástrico e obter a liberação do fármaco em meio entérico.
Exemplo:
ceras, gelatina, metil ou etilcelulose, acetoftalato de celulose,
hidroxipropilmetilcelulose, acetato de celulose, Eudragit. tipos L100, RS 30D.
Agentes formadores de matrizes para liberação controlada: Substâncias de
natureza polimérica empregadas com a finalidade de se obter liberação
prolongada e/ou controlada do fármaco
Exemplos:
HPMC, CMC-Na, goma xantana, Carbopol, diversos tipos de Eudragit, agar-gar,
derivados polióxidoetilênicos (PEO’s), dentre outros.
AGENTES EMULSIFICANTES OU EMULSIONANTES:
Usados
para estabilizar formulações que possuem um líquido disperso em outro líquido
ambos imiscíveis. O produto final pode ser uma emulsão líquida ou semi-sólidas
(creme).
Podem ser
aniônicos, catiônicos ou anfotéros. Exemplos: monoestearato de glicerila,
álcool cetílico e gelatina.
Podem ser
empregados como agentes emulsivos auxiliares: CMC-Na, MC, alginato e pectina.
AGENTES SURFACTANTES (TENSOATIVOS):
Substâncias
que reduzem a tensão superficial. Podem ser usados como agentes molhantes,
detergentes ou emulsificantes.
Exemplos:
cloreto de benzalcônio, nonoxinol 10, octoxinol 9, polissorbato 80, lauril
sulfato de sódio.
AGENTES SUSPENSORES:
Agentes
utilizados para aumentar a viscosidade da fase externa de uma suspensão
(dispersão de sólidos, finamente divididos, e um líquido no qual o fármaco é
insolúvel). Reduzem a velocidade de sedimentação das partículas do fármaco.
AGENTE DOADOR DE CONSISTÊNCIA:
Usado para
aumentar a consistência de uma preparação, em geral, uma pomada. Exemplos:
álcool cetílico, cera branca, cera amarela, álcool estearílico, parafina, cera
microcristalina, cera de ésteres cetílicos.
AGENTES DE TONICIDADE (ISOTONIZANTES):
Usados
para obtenção de soluções com características osmóticas semelhantes às dos
fluidos biológicos, a serem administradas pelas vias: ocular, nasal,
parenteral. Exemplos: NaCl , manitol e dextrose.
UMECTANTES:
Substâncias
empregadas para prevenir o ressecamento de preparações, principalmente, pomadas
e cremes, por apresentarem a capacidade de retenção de água. Exemplos:
glicerina, propilenoglicol, sorbitol. Agentes levigantes: Líquido usado como
agente facilitador no processo de redução de partículas do fármaco, durante o
preparo de emulsões, bases oleosas, dentre outras. Triturado juntamente com o
fármaco.
SOLUÇÕES
Definição:
São
misturas homegêneas formada por dois componentes distintos: o solvente e o
soluto, ou solvido e dissolvido.
Convenções
1) Um
componente liquido Solvente
2) Dois
líquidos Solvente (o de maior quantidade) Obs: Teoricamente é possível
considerar a existência de soluções cujo solvente seja um sólido, um gás ou um
líquido, porem o termo solução se aplique a sistemas cujo solvente seja um
líquido.
COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE
A
solubilidade de uma substância em um líquido não é ilimitada. Quando colocamos
um sólido em contato com um liquido e o mesmo não exerça nenhuma ação química
pode acontecer:
v Ser
totalmente solúvel no liquido
v Ser
parcialmente solúvel no liquido
v Ser
praticamente insolúvel no liquido
Definição:
Coeficiente
de solubilidade é a concentração de soluto que se pode dissolver em um
solvente, a dada temperatura.
Classificação quanto ao coeficiente:
v Solução
Saturada: Aquela cuja concentração de soluto se encontra em equilíbrio com o
solvente.
v Solução
não Saturada: Aquela cuja concentração de soluto não atingiu o equilíbrio com o
solvente.
v Solução
super Saturada: Aquela cuja concentração de soluto ultrapassa a da solução
saturada.
Solução e Absorção
Quando em
uma solução o soluto atinge uma alto grau de dispersão, apresentando dimensões
de partículas inferiores a 0,001µm, estamos diante das condições ideais para
absorção de compostos medicamentosos pelo organismo sendo este motivo o que
leva a solução a ser uma das formas galênicas bem utilizadas.
Fatores que podem influenciar nas soluções
v Temperatura;
v Interações
solvente-soluto;
v Estado de
divisão da substancia a dissolver;
v Agitação
v Constante
dielétrica do soluto e do solvente;
v Ph
XAROPES
Origem:
Derivado
do termo Francês “sirop” que segundo alguns autores provém do vocábulo latino
“sirupus” ou “syrupus”, que por sua vez se deriva do arabe “Charab”, que
significa bebida.
Definição:
São
preparações farmacêuticas aguosas, límpidas, que contem um açucar (sacarose) em
uma concentração próxima da saturação.
Propriedades
Os xaropes
possuem constante dielétrica mais baixa que a da água, o que melhora a
dissolução de certos fármacos.
Os Xaropes
possuem uma boa conservação devido ao fato de serem soluções hipertônicas, o
que provoca a desidratação nos microorganismo provocando plasmólise e ficam
inibidos de reprodução.
Os xaropes
possuem uma elevada viscosidade o que atenua ou impede o aparecimento de
turvação ou precipitação.
Tipos Medicamentosos:
Preparados
contendo extratos fluidos, e ativo diversos.
Veículos:
v Xarope
Simples
v Xarope de
goma
v Xarope de
Sucos (todos os xaropes tanto os medicamentosos, quanto os veículos devem ser
soluções saturadas ou quase saturadas de açúcar)
Concentração do Xarope
A
concentração de um xarope é de 2/3 de açúcar para 1/3 de água. Isso
corresponderia a 65g de açúcar para 35g de água.
Isso
corresponde a uma solução de densidade 1,32 a 15-20°C.
Preparação do Xarope
Essencialmente
a preparação de um xarope consiste em dissolver o açúcar na água (xarope
simples) ou em soluções medicamentosas (sol. Salina solução de fármacos
orgânicos, tintura, extratos, etc.).
Dois métodos:
A frio:
Consiste
em colocar o açúcar em contato com a água e através de um processo de agitação
constante ou mesmo intercalada, promove-se a dissolução.
A quente:
Consiste
em dissolvermos o açúcar em água a um temperatura em torno dos 80°C. Pode-se
fazer isso aquecendo os constituintes em uma chapa aquecedora ou mesmo banho
Maria a 100°C.
Filtração
O processo
de filtração consiste em tornarmos límpido o xarope e pode ser feito por:
v Filtração
em papel de poro largo (Chardin)
v Algodão
v Filtro de
Taylor, etc.
Alterações dos xaropes Vários fatores podem
alterar os xaropes:
v Agentes
atmosféricos (Oxigênio e CO2)
v Aquecimento
(destruição de fármacos e hidrólise da sacarose)
v Exposição
a Luz (alteração de fármacos e catalise diversas)
v Interações
de Componentes
v Reações
Internas
v Proliferação
microbiana
A
proliferação microbiana é sem duvida uma das grandes preocupações para o
formulador, a possibilidade de crescimento microbiano se deve ao fato de
desequilíbrio na formulação, neste caso podemos lançar mão de conservantes para
tentar evitar o problema.
Conservantes:
Propilparabeno
Metilparabeno O-fenilfenol Benzoato de sódio. A pesar de podermos adicionar a
formulação os conservantes, medidas preventivas devem ser tomadas como:
Esterilizar
em estufa a 150 os frascos onde iremos acondicionar os xaropes. Ter o máximo de
atenção com a técnica de preparação.
Ensaios
Os ensaios
nos xaropes irão verificar os caracteres organolépticos, físicos e químicos.
Caracteres Organolépticos:
Os xaropes
devem se apresentar límpidos, viscosos, e com sabor agradável. Não devem ter
cheiro repugnante (tipo ac sulfúrico ou acético)
Caracteres Físicos:
Devemos
observar a Viscosidade , propriedades polarimétricas e densidade. Viscosidade :
190 cPo a 20°C Propriedade Polarimétrica : a 20°C - Solução 1:10 revela desvio
rotatório de +8°,26 e +8°,50. após a inversão apresenta desvio de -2°,26 e
-2°,34. Densidade: a 15-20°C é de 1,32
FLAVORIZAR
Definição:
Flavorizar,
uma preparação farmacêutica para administração oral é fator preponderante à
adesão terapêutica pelo paciente. Porém, antes é importante a compreensão da
psicofisiologia envolvida na percepção dos sabores.
A
percepção de um determinado sabor envolve os receptores dos paladares,
proteínas localizadas na superfície das células das papilas gustativas, que
reconhecem certas estruturas químicas e iniciam a emissão de sinais para que o
cérebro os traduza reconheçam os sabores.
Principais Sabores
v Doce;
v Azedo;
v Amargo,
v Salgado.
Os
receptores para os paladares primários doce, amargo, salgado e azedo (ácido)
estão distribuídos e agrupados em regiões diferentes da superfície da língua.
O paladar
doce é detectado principalmente na ponta da língua, enquanto o amargo é mais
evidenciado na região posterior, o salgado nas laterais anteriores e o azedo
nas laterais medianas.
Algumas
correlações podem ser feitas entre sabor/odor e a estrutura química da
substância
Por exemplo:
v sabor
azedo pode ser associado à presença de íons hidrogênio;
v salgado,
com alguns ânions e cátions;
v amargo,
com o alto peso molecular dos sais;
v doce, com
compostos polihidroxilados, compostos polihalogenados e alfa aminoácidos;
v sabor
cortante pode ser associado à presença de insaturação na molécula;
v odor de
cânfora, com o átomo de carbono terciário da estrutura e,
v odores de
frutas, com grupos ésteres e lactonas.
Dentre os
fatores responsáveis pelo sentido do paladar estão, também, envolvidos os
seguintes fenômenos: Calor – Quente ou Frio
v A
adstringência - É devido à presença de taninos e ácidos;
v A aspereza
correspondente à textura e,
v A sensação
de frescor devido à ausência de calor.
Flavorizantes são utilizados para mascarar
alguns sabores primários:
v Doce:
baunilha, vanilina, tutti-frutti, uva, morango, framboesa, amora, hortelã
Ácido/Azedo:
v Cítrico,
limão, laranja, cereja, Salgado: amêndoas, xarope de canela, xarope de ácido
cítrico, xarope de maple, xarope de laranja, xarope de alcaçuz, framboesa.
v Amargo:
anis, café, chocolate, chocolate xarope de alcaçuz, cravo.
v Salino +
amargo: xarope de canela, xarope de laranja, xarope de ácido cítrico. Oleoso:
menta, anis, hortelã (ex. correção do sabor de preparações com óleo mineral).
v Metálico:
morango, framboesa, cereja, uva.
Dentre os
fatores responsáveis pelo sentido do paladar estão, também, envolvidos os
devido à presença de taninos e ácidos;
v A aspereza
correspondente à textura e,
v A sensação
de frescor devido à ausência de calor.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
1. ALLEN JR,L.V; POPOVICH,
N.G.;ANSEL,H.C. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed.
Porto Alegre, Artmed, 2007.
2. FERREIRA, A.O. Guia Prático da
Farmácia Magistral. 3. ed. São Paulo: PharmaBooks, 2008. v.1 e v.2
3. AULTON, M.E. Delineamento de Formas
Farmacêuticas. Trad. De George Gonzalez Ortega et. all. 2ª. Ed., Porto Alegre,
Artmed, 2005.
4. VILLANOVA, J.C.O.; SA, V.R.
Excipientes: guia prático para padronização.1 ed. Editora Pharmabooks. 2009
5. BATISTUZZO, JOSE ANTONIO.
Formulário médico-farmacêutico . Ed. 3. Editora Tecnopress. 2006 VILELA, M. A.
P; AMARAL,M. P; H Controle de qualidade na farmácia de manipulação. Editora
Omega, 2009
6. ANSEL. H.C., PRINCE,S.J.. Manual de
cálculos farmacêuticos. Editora Artmed. 2005 4. ERIC S. GIL. Controle
físico-quimico de qualidade de medicamentos, 3° ed Ed. Pharmabooks. 2010
ótimo texto.
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