TECNOLOGIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR
OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS
1 -DEFINIÇÃO:
São os
meios empregados para se obter a forma que a substância deve ser usada.
2 - CLASSIFICAÇÃO
v Mecânicas
v Física
v Química
2.1- OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS MECÂNICAS
Definição:
São aqueles que mudam o estado da droga sem modificar o estado físico e a
constituição.
2.1.1 - CONTUSÃO:
Consiste
em colocar a substância em um almofariz e bater o pistilo verticalmente sobre a
mesma, para quebrar
2.1.2 - TRITURAÇÃO:
Consiste
em colocar a substância em um almofariz e com movimentos giratórios triturar a
mesma. Normalmente esse processo é feito com as substancias depois de
contundidas.
2.1.3- PULVERIZAÇÃO:
Consiste
em reduzir esta substância a um pó fino e tenue para isso usa-e o almofariz o
gral e o moinho de acordo com a substância.
2.1.3;1 - OUTROS MÉTODOS DE PULVERIZAÇÃO:
A - SUBLIMAÇÃO.
O enxofre,
o calomelano e o Iodo são obtidos por sublimação.
B - HIDRATAÇÃO
O óxido de
cálcio (cal) umedecido na água resulta em um po fino (hidratação).
C - DESIDRATAÇÃO
O sulfato
de cobre secado na estufa produz um pó fino (desidratação)
D - EFLORECÊNCIA
O sulfato
de cobre ao ar livre produz um pó fino (eflorecência).
E- RASURAÇÃO:
Processo
usado para reduzir a pó certas substancias vegetais resistentes; é obtido com
uma lima grossa (groza).
F - TAMIZAÇÃO:
É o
processo em que fazemos passar um determinado pó pro um tamiz (peneira) para
promover uma iniformidade dos grãos.
2.1.4 - DECANTAÇÃO:
É o
processo utilizado para separar um liquido de um pó,ou um liquido de um liquido
onde inclinamos o recipiente lentamente para escorrer um liquido ficando no
recipiente o pó ou o liquido.
2.1.5 - EXPRESSÃO:
Destina-se
a separar sólidos ou pastas de líquidos (oleos de sementes, sucos da polpa de
frutas) utiliza-se um pano ou uma premsa. É o processo de espremer para
extrair. líquidos (Óleos de sementes, sucos da polpa de frutas) utiliza para
tanto:
2.1.6 - FILTRAÇÃO
Fig.
1 - Montagem para realização de uma filtração comum
A
Filtração ou filtragem é um método utilizado
para separar sólido de líquido ou fluido que está suspenso, pela passagem do
líquido ou fluido através de um meio permeável capaz de reter as partículas
sólidas.
O
“equipamento” mais utilizado é o filtro de papel, usado para filtrar o café (um
exemplo bastante prático do uso da filtração). Ele funciona como uma peneira
microscópica, somente o líquido passa pelos seus minúsculos orifícios, acumulando
a fase sólida dentro do filtro.
O
nome dado à substância que passou pelo filtro é “filtrado”. O filtro é feito de
fibras interlaçadas, formando uma peneira microscópica.
Num
aspirador de pó, o filtro é utilizado para separar as partículas sólidas (poeira)
do ar.
Existem
filtrações de escala laboratorial e filtrações de escala industrial.
Numa
filtração qualitativa, é usado o papel de filtro qualitativo, mas, dependendo
do caso, o meio poroso poderá ser uma camada de algodão, tecido, polpa de
fibras quaisquer, que não contaminem os materiais.
Para
as filtrações quantitativas, usa-se geralmente papel filtro quantitativo, ou
placas de vidro sinterizada ou de porcelana sinterizada.
Em
qualquer dos casos indicados há uma grande gama de porosidades e esta deverá
ser selecionada dependendo da aplicação em questão.
A - TIPOS DE FILTRAÇÃO
Existem basicamente 5 tipos de
filtração utilizadas em laboratório, que são:
São onde os elementos fundamentais
são: papel filtro qualitativo e funil comum (Exemplificada a montagem na figura
apresentada em cima).
1. FILTRAÇÃO ANALÍTICA
Este tipo de filtração é utilizada na análise quantitativa. O funil é o funil analítico, munido de um tubo de saída longo, que, cheio de líquido "sifona", acelerando a operação de filtração.
Os papéis filtro para fins quantitativos diferem dos qualitativos, principalmente por serem quase livres de cinzas (na calcinação), visto que, durante a preparação, são lavados com ácido clorídrico e fluorídrico, que dissolvem as substâncias minerais da pasta de celulose.
O teor de cinza de um papel filtro quantitativo de 11 cm de diâmetro é menor que 0,0001 g.
Eles existem no mercado na forma de discos com
vários diâmetros e porosidades.
Fig.
2 - Montagem para realização de filtração a vácuo
2. FILTRAÇÃO COM FUNIL DE BUCHNER
OU CADINHO DE GOOCH
São as típicas filtrações a vácuo,
pois são realizadas com a aplicação de vácuo para permitir, seja por motivo de
tempo, seja por viscosidade do líquido a ser filtrado, necessitar-se de um
diferencial de pressão (a própria pressão atmosférica atua como força) atuando
sobre o líquido no filtro.
É efetuada com sucção com auxílio de uma trompa de
vácuo e Kitassato. No fundo do funil, sobre a placa plana perfurada é adaptado
o disco de papel filtro molhado, aderido devido à sucção (ver figura 2).
3. - FILTRAÇÃO A VÁCUO
Substituindo-se o funil de Buchner por
um cadinho de porcelana com fundo perfurado temos a filtração com cadinho de
Gooch.
É portanto, efetuada com sucção e o meio filtrante é polpa de papel de
filtro quantitativo ou amianto. Para a confecção do meio filtrante de amianto ou
polpa de papel filtro, deve-se colocar o cadinho na alonga e adicionar com
muito cuidado o amianto misturado com água (ou polpa de papel filtro com água).
O meio filtrante não deve ser muito espesso.
4. FILTRAÇÃO EM CADINHOS COM
PLACAS POROSAS DE VIDRO OU PORCELANA
Neste caso, o cadinho já possui o meio
filtrante fundido ao corpo do cadinho. Sofrem via de regia, ataque das soluções
alcalinas. Por isso são utilizados em aplicações diversas, evitando-se apenas
soluções francamente alcalinas.
5. FILTRAÇÃO A QUENTE
Quando a solubilidade permitir, a
filtragem a quente é preferível, por reduzir a viscosidade do líquido.
Nas filtrações a quente, evita-se o
contacto do papel de filtro com as paredes do funil que arrefecem o conjunto
filtrante. Por isso, depois de feito o cone do papel, as suas paredes são
dobradas em pregas e aquece-se previamente o conjunto com água quente.
Há
também filtros com camisa de vapor e neste caso o papel de filtro é adaptado
como nos casos comuns.
2. 2 - OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS FÍSICAS
A - DEFINIÇÃO:
São
aqueles que modificam de modo permanente ou transitório o estado físico sem
alterar a estrutura química.
B - ATRAVÉS DE UMA SOLUÇÃO:
Define-se
solução ou soluto como sendo a união de um líquido com um corpo sólido, líquido
ou gasoso de modo a formar um líquido homogêneo.
CONSIDERAÇÕES:
v líquido
que se faz a dissolução chama-se disovente ou solvente;
v Quando um
sólido se dissolve em um líquido há sempre variação de temperatura. Os sólidos
absorvem calor ao se dissolverem .
v Definimos
a solução ou soluto como sendo a união de um líquido com um corpo sólido,
líquido ou gasoso de modo a formar um líquido homogêneo.
v Concentração
de uma solução é a relação entre a quantidade dissolvida e a quantidade de
solvente (%).
v Solução
Saturada: Quando um liquido ou solução dissolve o máximo de um corpo sólido.
v Coeficiente
de solubilidade: É a quantidade do corpo dissolvido em 100g do solvente, quando
a solução está saturada (a uma determinada temperatura).
C - ATRAVÉS DE UMA FUSÃO :
É a
passagem do estado sólido para o liquido, sob a influência do calor.
PONTO DE FUSÃO :
É a
temperatura em que o ocorre a passagem do estado sólido para o liquido. Ativo
Ponto de Fusão Acido Acetil Salicílico (AAS) 143°C Acetato de prednisona 222ºC
a 226ºC Aciclovir 230o C Alprazolam 228 a 288,5° C Hidrocortisona 215º C
Mazindol 198º a 199º C Testosterona 153ºC a 157ºC Tretinoína 182º C Valerato de
betametasona 192ºC
D - ATRAVÉS DE UMA EBULIÇÃO:
É a
passagem do estado liquido para o estado gasoso.
PONTO DE EBULIÇÃO:
É a
temperatura em que um liquido passa do estado liquido para o estado gasoso, a
uma dada pressão. Ativo Ponto de Ebulição Água 100°C Álcool 78ºC Benzina 80o C
Clorofórmio 61° C Éter 34,5º C
Usamos a DESSECAÇÃO:
É a retirada da água dos corpos. Usamos: Estufa (sólidos) Dessecador (sólidos) temperatura
em que um liquido Ebulição: (líquidos)
E - ATRAVES DA REFRIGERAÇÃO:
É o metodo
de fazer baixar a temperatura artificialmente. É usada para a conservação de
substâncias termosensíveis.
2.3 - OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS QUÍMICAS
São
aquelas que alteram profundamente a droga em sua constituição íntima modificam
assim a sua ação terapêutica. Ex: Saponificação Fermentação
SAPONIFICAÇÃO
É o processo de fabricação de sabão. Consiste na hidrólise básica de lípideos, mais precisamente triglicerídeos (óleos vegetais ou gorduras) mediante a adição de uma base forte e facilitado com aquecimento.
Cada molécula de triglicerídeo se
quebra em uma molécula de glicerina e em seus três ácidos graxos correspondentes.
O sabão resultante é um sal de ácido
carboxílico e
por possuir uma longa cadeia carbônica em sua estrutura molecular, é capaz de
se solubilizar tanto em meios polares quanto em meios apolares.
Além disso, o sabão é um tensoativo,
reduz a tensão superficial da água fazendo com que ela "molhe melhor"
as superfícies. A reação básica de saponificação pode ser representada pela
seguinte equação:
Éster de ácido graxo + Base
forte → Álcool + Sal de ácido graxo (sabão)
FERMENTAÇÃO
Vem a ser
um processo utilizado pelas bactérias para obter energia, não utiliza oxigênio
e decorre no citoplasma das células, sendo
que cada etapa é catalisada com a ajuda de diferentes enzimas.
Algumas indústrias se utilizam desse
processo na produção de alguns produtos, conhecidos de todos nós, como por
exemplo:
·
1.
iogurte é produzido pela famosa fermentação lática, onde as bactérias, denominadas de
lactobacilos, produzem ácido lático;
·
2.
pão e cerveja são produzidos pela fermentação alcóolica, onde a fermentação é realizada porfungos (anaeróbicos facultativos), que
produzem no final álcool;
·
3.
vinagre à produzido pela fermentação acética, que consiste numa reação química,
onde ocorre a oxidação parcial do álcool etílico, obtendo o ácido acético. As
bactérias que realizam esse processo são as acetobactérias; etc.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
1. ALLEN JR,L.V; POPOVICH,
N.G.;ANSEL,H.C. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed.
Porto Alegre, Artmed, 2007.
2. FERREIRA, A.O. Guia Prático da
Farmácia Magistral. 3. ed. São Paulo: PharmaBooks, 2008. v.1 e v.2
3. AULTON, M.E. Delineamento de Formas
Farmacêuticas. Trad. De George Gonzalez Ortega et. all. 2ª. Ed., Porto Alegre,
Artmed, 2005.
4. VILLANOVA, J.C.O.; SA, V.R.
Excipientes: guia prático para padronização.1 ed. Editora Pharmabooks. 2009
5. BATISTUZZO, JOSE ANTONIO.
Formulário médico-farmacêutico . Ed. 3. Editora Tecnopress. 2006 VILELA, M. A.
P; AMARAL,M. P; H Controle de qualidade na farmácia de manipulação. Editora
Omega, 2009
6. ANSEL. H.C., PRINCE,S.J.. Manual de
cálculos farmacêuticos. Editora Artmed. 2005 4. ERIC S. GIL. Controle
físico-quimico de qualidade de medicamentos, 3° ed Ed. Pharmabooks. 2010
Gostei da abordagem! Simples e clara
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