SAÚDE, POLÍTICAS SOCIAIS E CIDADANIA
1 - INTRODUÇÃO
O pesquisador T.H. Marshalll,
em seu estudo clássico sobre cidadania conseguiu imprimir uma análise
extremamente rica sobre o processo de consolidação do que conhecemos por
cidadania.
Entretanto, críticas
aconteceram em função do referido estudo ter sido realizado tendo como base a
experiência Inglesa.
Atualmente é corrente a crença
de que o processo de consolidação da cidadania não obedece a nenhum padrão nem
pode ser enquadrado na forma de um paradigma explicativo. Não é possível a
tentativa modular explicativa para este fenômeno e a experiência Inglesa apesar
de ser considerada importante não pode ser usada como padrão em termos de
consolidação da cidadania.
Outros países percorreram
caminhos que nada tem a ver com a experiência Inglesa. Atualmente é coerente a
crença de que o processo de consolidação da cidadania não é um padrão, ou
melhor não existe um paradigma (modelo) explicativo que possa ser construído
para explicar o respectivo fenômeno. A experiência da Inglaterra seguiu uma
tramitação que nem sempre pode ser observada em outros contextos históricos. O
modelo Inglês não pode ser considerado um paradigma, entretanto não deixa de
ser, e pode ser considerado um paradigma focal que pode ser utilizado como
ponto de reflexão para conseguirmos chegar a explicação do fenômeno que cerca a
constituição e a consolidação da cidadania nos sistema democráticos de governo.
Entretanto é importante salientar a
importância da adoção de políticas econômicas e sociais que tenham como
essência o Estado do Bem estar social, que foi inspirado na concepção econômica
Keynesiana, e que levou a formulação da tese do liberalismo democrático e do
Estado Social-Democrático.
O Welfare State passou a limpo as teses
do liberalismo clássico, que tinha como essência a manutenção de um Estado
mínimo, não interventor nas relações do mercado privado. Possivelmente esta
tese teve muita relação com o contra ponto da época representado pelo
socialismo real, em expansão, patrocinado pelo Império Soviético. A partir de
1989, com a queda do muro de Berilinl e com o conseqüente esfacelamento do
Império soviético, cresceu assustadoramente as idéias do liberalismo clássico,
sob nova roupagem conhecida como neoliberalismo, ou mesmo neocolonialismo, ou
mesmo sob a denominação de neo escravismo invisível. O fato em questão teve
como marco a queda do contra - ponto representado pelo poder do socialismo
real, que entrou em franca deterioração, face suas contradições com o ideário
de Marx e Engells.
As modificações no contexto do
socialismo real, que rapidamente foram assimilados pelas economias
capitalistas, geraram uma nova tese, com a idéia de globalização, que
atualmente através de transformações pelas quais passa o capitalismo, já fazem
parte de um contexto mundial, e caracterizam o que podemos classificar de
neoliberalismo.
Prevaleceu após a consolidação da
revolução promovida pelas burguesias, principalmente as inseridas no modelo de
produção internacionais, as teses do Estado mínimo, não interventor, voltado
para aspectos puramente econômicos e que não levam em consideração os aspectos
sociais de uma sociedade que cada vez mais cresce.
2- O PARADIGMA DA CIDADANIA
Segundo T.H. Marshall, em sua visão
democrática, a idéia da cidadania é composta por três elementos a saber :
2.1 DIREITOS CÍVIS
São os que constituem e materializam a
liberdade individual, tais como a liberdade de ir e vir, de imprensa, de
pensamento, de fé, de direito a propriedade, o direito de concluir contratos
validos e a defender todos os direitos em termos de direito à justiça.
2.2- DIREITOS POLÍTICOS
Reconhece o direito de participação no
poder através de partidos políticos e como eleitor nas inúmeras instituições
representativas do poder, tais como sindicatos de classes dentre outros.
2.3- DIREITOS SOCIAIS
Os direitos sociais não envolvem
definições precisas, pois está relacionado aos padrões de desenvolvimento da
sociedade. Entretanto implica no direito mínimo de habitação, transporte, laser
e de todos os outros fatores que possam estar ligados a uma vida civilizada.
Está relacionado ao bem econômico, de segurança e de participação total em
todos os aspectos que compõem a cidadania..
2.4- DIREITOS HUMANOS
É o direito que procura estabelecer a
igualdade civil e jurídica. Procura sintetizar os valores básicos da nova
sociedade que tem como essência o mercado e a liberdade dos indivíduos e que
são normalmente estabelecidos através de contratos.
O liberalismo clássico tem como
essência os direitos civis que tem como base as relações privadas incluídas num
mercado.
3 - TEMAS E PROBLEMAS
As críticas as teses de Marshall, estão
relacionadas ao modo específico de expansão da cidadania que foi avaliada tendo
como cenário o modelo Inglês. No caso específico da Alemanha e do Brasil os
direitos sociais constituíram uma condição para a delimitação, ou mesmo
supressão dos direitos civis e políticos, enquanto que no EUA os direitos civis
e políticos foram estabelecidos praticamente simultaneamente.
Logo, não existe uma lógica para o
estabelecimento do processo de cidadania. Presentemente temos em mente que a
cidadania compreende vários aspectos, principalmente sociais que incorporam
questões como saúde, educação, transporte, saneamento básico, habitação dentre
outros aspectos relevantes e que devem ser implementados e controlados pelo
Estado.
A noção de cidadania convive com um
paradoxo no mundo capitalista, que caminha para a globalização das teses de um
Estado que prevalece o meritocratismo residual e que na verdade sabemos não ser
tão residual assim. A tensão provocada entre a necessidade de redistribuição de
renda e a acumulação cada vez maior do capital poderá constituir pontos de
conflitos e acelerar lutas sociais.
4 - O SURGIMENTO
DO LIBERALISMO
No século XVII, a Inglaterra sofre as revoluções
lideradas pela burguesia emergente que visava limitar a autoridade dos reis. A
primeira foi a revolução puritana, em meados do século XVII, culminando com a
execução do rei Carlos I e a ascensão de Cromwell. A queda definitiva do
Absolutismo se dá com a revolução gloriosa, em 1688, quando Guilherme III e
proclamado rei, após ter aceito a declaração de direitos que limitava a sua
autoridade e dava mais poderes ao parlamento, ficando o poder executivo
subordinado ao legislativo, que era obrigado a convocar regulamente o
parlamento sem o qual ele não poderia fazer leis ou revogá-las e portanto
governar.
Tais idéias surgidas inicialmente na Inglaterra
subvertem as concepções políticas nos séculos XVII e XVIII, em todo mundo, e
dão origem a movimentos bem sucedidos de emancipação de colônias (
Independência dos Estados Unidos da América, em 1776 ) e a outras reprimidas
com violência como a Conjuração Mineira no Brasil, em 1789 e a Baiana em 1798.
Esses movimentos representavam a defesa dos princípios de igualdade, liberdade
e fraternidade e lutavam contra os privilégios da nobreza. Na defesa desses
princípios ocorre na Europa a revolução Francesa em 1789 que depõe a dinastia
dos Borbons.
Os ideais liberais eram um conjunto de
idéias éticas, políticas e econômicas que se opunha a visão de mundo da nobreza
feudal. O pensamento burguês buscava a separação entre estado e sociedade
enquanto conjunto de atividades particulares de indivíduos, sobretudo os de
natureza econômica. O que se queria era separar definitivamente o público do
privado, reduzindo o mínimo possível a intervenção do Estado na vida de cada
cidadão.
Podemos nós referir ao Liberalismo
Ético, enquanto garantia dos direitos individuais, tais como liberdade de
pensamento, expressão, e religião dentre outras, o que supõe um estado de
direito em que sejam evitados o arbítrio em todas as suas formas. O Liberalismo
Político constituiu-se sobretudo contra o Absolutismo real buscando nas teorias
contratualistas as formas de legitimação do poder, não mais fundado nos
direitos divinos dos reis, nem na tradição de heranças, mas no consentimento
dos cidadãos.
O Liberalismo
Econômico se opôs inicialmente a intervenção do poder do rei nos negócios, que
se dava por intermédio de procedimentos típicos da economia mercantilista, tais
como a concessão de monopólios e privilégios.
Os primeiros a se insurgirem contra o
controle da economia foram os fisiocratas, cujo lema era "Laissez - faire,
Laissez passer, le monde va de lui - même " ( deixai fazer, deixai passar,
que o mundo anda por si mesmo ).
Tais idéias são desenvolvidas pelos
economistas Ingleses Adam Smith, 1723-1790, e David Ricardo, 1772 -1823 . O que
se pretendia era a defesa do individualismo e da propriedade privada dos meios
de produção e da economia de mercado baseada na livre iniciativa de competição.
O Estado mínimo, ou seja, não intervencionista é considerado possível pela ação
reguladora do mercado.
5- O LIBERALISMO
SOCIAL E O WELFARE STATE
As extremas desigualdades sociais
provocadas nos Estados liberais levam alguns a pensar que a ênfase na economia
livre deveria ser atenuada, pois o mercado não dava conta dos problemas sociais
e propiciava a acumulação e concentração de riquezas em grupos de privilegiados
aumentando assustadoramente o estado de miséria de uma parcela extremamente
representativa em termos de tamanho nessas sociedades. Alguns pensadores como
Thomas Green ( 1836 -1882 ) e Leonard Hobhouse ( 1864 - 1929 ), introduziram a
idéia de intervenção na economia com o objetivo de possibilitar a igualdade de
oportunidades e auxiliar o crescimento da individualidade.
Acontecimentos históricos apressam a
revisão dos princípios do liberalismo. A revolução socialista de 1917, ocorrida
na União Soviética, e a quebra do bolsa de Nova York em 1929 são fatos
marcantes para a revisão do pensamento liberal. A década de 30 foi marcada pela
depressão econômica : falências, desemprego, inflação, que geraram graves
tensões sociais. A crise do modelo capitalista desencadeia também experiências
totalitárias na Alemanha e na Itália, e países como os Estados Unidos e
Inglaterra são obrigados a buscar novas soluções que pudessem evitar o perigo
do nazismo, do fascismo e do comunismo.
Desde o início do século a Inglaterra
já vinha implementando medidas assistenciais como o seguro nacional de saúde e
sistema fiscal progressivo. Mas são nas décadas de 20 e 30 que o Estado começa
a intervir de forma marcante na produção e distribuição de bens, o que indica
uma forte tendência em direção ao Welfare State, ou seja, o Estado do Bem Estar
Social. É nesta direção que se desenvolve o pensamento do Inglês John Maynard
Keynes (1883 - 1946 ), que além de economista era também filósofo e jurista.
Keynes, considera necessário aliar a
eficiência econômica à liberdade individual, com devida atenção à justiça
social. Mas isso provoca o revisionismo econômico, já que exige do Estado maior
intervenção nos negócios a fim de controlar as forças econômicas e regular as
distorções, o que significa uma crítica ao Laissez-faire da economia
clássica.
6 - HISTÓRICO SOBRE A SITUAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS E DA
SAÚDE NO BRASIL
Para podermos entender melhor a questão
da evolução conjuntural da questão do setor saúde no Brasil acreditamos ser
importante desenhar um histórico sobre o desenvolvimento dos direitos sociais e
dentre eles o da saúde no país.
Acreditamos que uma visão mais
abrangente sobre o histórico da questão analisada poderá fornecer uma melhor
compreensão sobre o que vem ocorrendo nos dias atuais, além de possibilitar um
exercício de previsão para o futuro tendo como base as políticas atualmente
desenvolvidas.
6.1 -
DESENVOLVIMENTO DOS DIREITOS SOCIAIS NO BRASIL
Em 1850 terminou no Brasil a
escravatura, porém a idéia de senhor e escravo permaneceu na sociedade da época
até o inicio da república. Paradoxalmente, caracterizado na Inglaterra, o
liberalismo iniciou-se com o aperfeiçoamento dos direitos civis e políticos e
pela consolidação de uma nova ótica de cidadania.
No Brasil a passagem do sistema
monárquico para a república foi um movimento que se processou, sem violência e
sem a participação popular, ocorrendo toda a sua organização no seio das elites
dominantes. O surgimento da república e os ideais liberais foram utilizados
inicialmente pelas elites para suprimir os direitos civis e políticos na
sociedade Brasileira da época.
A idéia de cidadania era pouco ou quase
nada praticada e os "cidadãos" poderiam ser chamados de
"passivos". Conviviam na sociedade Brasileira diversas correntes de
pensamento, que evidentemente contribuíram para a estagnação do processo de
compreensão e construção da cidadania pela sociedade da época, entre os quais
podemos destacar o Anarquismo, que negava a legitimidade da ação política e as
instituições de todas as naturezas e pregava a adoção do liberalismo econômico
sem transformações profundas nas relações políticas.
Convivia com o Anarquismo, o
Positivismo, de Augusto Conte, que considerava a república como um fator
integrativo da sociedade, desenvolvendo idéias de unidade, de um
Estado paternalista, de uma pátria comunitária e de reforço dos direitos
sociais sem lutas políticas e sem conflitos, criando um modelo harmônico que
não previa a idéia de movimentos sociais, evidentemente enfraquecendo os
direitos políticos. Os governos de Vargas sofrem influência desta corrente de
pensamento. E por último a corrente do Liberalismo Clássico, que defende o
mercado como a essência das relações sociais.
As diferenças regionais também podem
ser consideradas como fatores importantes na análise do processo de
incorporação os direitos sociais no Brasil. Como exemplo, podemos citar os
casos do Rio de Janeiro, na época capital da república e do Estado de São
Paulo. Enquanto o primeiro Estado era caracterizado por uma sociedade em que
prevaleciam os sistemas de produção representados pelo comércio e pela
prestação de serviços, ( setor terciário de produção), o segundo era
representado por uma sociedade que se desenvolveu tendo como base um sistema
produção industrial, ( setor secundário de produção ).
Outro fator relevante para o
entendimento do processo está relacionado ao fato de o capitalismo só ter
emergido no Brasil após o amadurecimento do mesmo nos países considerados de
" Primeiro Mundo", ou Centrais .
Resumindo, poderíamos historiar o processo da seguinte
maneira ; O período compreendido entre 1888 e 1930 ‚caracterizado pelo Laissez
Faire, ou seja não havia proteção social e o mercado funcionava como regulador
das demandas.
Haviam numerosos grupos organizados a
margem da economia formal e a idéia do sistema monárquico permaneceu por muito
tempo. Entretanto, em 1907 surge a primeira lei regulamentadora da ação
sindical, sob a influência dos imigrantes e dos anarquistas.
Em 1923, inicia-se um processo de
incorporação de direitos sociais através da Lei de Eloy Chaves que regulamentou
o funcionamento das caixas de pensões e de saúde.
A partir de 1930 e até aproximadamente
1967, o Estado incorpora o conceito de proteção social, porém de forma
particularista e restrita, ou seja, pela adoção de certas categorias de
trabalhadores ao sistema previdenciário. Surgem os Institutos de Assistência e
Pensões ( IAPs ), que objetivavam proteger o sistema de acumulação capitalista
através da proteção do trabalho e ao mesmo tempo criar um sistema mais
participativo.
Este tipo de variável de cidadania
somente foi incorporado por categorias que tinham importância no mercado de
trabalho da época. Era um mecanismo que não considerava os trabalhadores
rurais, domésticos e autônomos, etc, no processo de proteção social, criando
uma classe de pré-cidadãos. Neste período houve uma diminuição da oferta de
serviços de saúde, porém existiu paralelamente uma oferta condicionada a possibilidade da contribuição
que deveria ser tripartite, e efetivada
pelo governo, empresários e
trabalhadores, caracterizando um sistema de proteção social estratificado,
assistencialista e regulado.
Em 1966/67, patrocinado pelo governo
militar da época, ocorre o processo de centralização dos Institutos de
Assistência e Pensões ( IAPs ), e surge o Instituto Nacional de Previdência
Social ( INPS ), como conseqüência da proposta racionalizadora do novo modelo
político do Estado Brasileiro. A partir deste período houve um crescimento
acentuado da abrangência da previdência social, através do aumento do número de
contribuintes e de beneficiários.
Em 1977, em face da crise política
advinda do esgotamento do padrão de acumulação de capital, característica do
período compreendido entre 1974-1979, conhecido como milagre Brasileiro, houve
a criação do Sistema Nacional de Previdência Social ( SIMPAS ), com o objetivo
de reorganizar e modernizar administrativamente a previdência social, da qual
passaram a fazer parte várias Instituições dentre as quais podemos destacar o
INPS, INAMPS, IAPAS, CEME, FUNABEM, LBA, DATAPREV.
Entre 1980-1983 inicia-se o que
chamamos de crise do sistema
previdenciário, vinculada a
fatores econômicos, financeiros, estruturais e conjunturais que caracterizaram
o financiamento do sistema desde suas origens.
Em 1988, finalmente é elaborada e
promulgada uma nova constituição Brasileira, que apresenta em seu escopo
avanços para o sistema de seguridade social.
Como foi possível verificar no Brasil,
neste século, os direitos sociais foram garantidos pelo Estado, não como uma
decorrência de um processo gradual de conquista da cidadania, mas sim como um
processo político patrocinado pelo Estado.
Observamos em linhas gerais que no
período compreendido entre a primeira república do Marechal Deodoro da
Fonseca e a promulgação da Constituição de 1988, no final da nova república de
Tancredo e Sarney existiu a perpetuação de uma prática discricionária,
cooptativa, centralizadora e privatizante na ação do estatal, quando analisamos
sob o ponto de vista de políticas sociais.
Com efeito até o início da república
nada existia de concreto em termos de legislação trabalhista visto que naquela
época o Estado oligárquico de posição política liberal, não intervia nas
questões sociais, amparado na constituição de 1891.
7 - EVOLUÇÃO DAS
POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL
No Brasil, como em todo o mundo, as
origens do setor saúde sempre tiveram relação intensa com a religião. As
primeiras instituições hospitalares no Brasil foram as Santas Casas.
Cronologicamente a evolução do setor foi a seguinte:
1514 - Regimento de capelas e hospitais de D.
Manuel o Venturoso
1532 - Fundação da Santa Casa de São Vicente
( São Paulo ).
1549 - Fundação da segunda Santa Casa em
Salvador.
1565 - Fundação da terceira Santa Casa no Rio
de Janeiro.
1753 - Aparecimento dos primeiros hospitais
militares.
Na realidade até o século XIX os
hospitais podiam ser encarados como locais de espera da morte e de segregação.
A partir do século XIX, com a descoberta da assepsia e da anestesia os
hospitais passam a ser encarados como locais destinados a reabilitação de
doentes.
As políticas de saúde no Brasil
praticamente iniciaram-se com a estruturação dos serviços de saúde em 1923. É
neste ano que o direito à saúde passa a ser considerado nas políticas sociais
desenvolvida numa sociedade extremamente liberal e de âmbito rural, entretanto
de natureza excludente.
Havia nesta ‚ época uma
industrialização incipiente e em termos de serviços prevaleciam a assistência
prestada pelas Santa Casas de Misericórdias, ligadas a Igreja.
O processo supra mencionado de
modificação da situação teve a sua origem principalmente na greve geral de
1917, que reivindicava benefícios, tais como: aposentadoria, férias,
afastamento por invalidez, pensões dentre outras reivindicações, que iriam
originar a criação das caixas de assistência.
Em 1923, no governo de Artur Bernardes,
através da Lei Eloy Chaves, inicia-se o que chamamos de fase pródiga da
estruturação do setor saúde no Brasil através da Lei da caixa de assistência
aos ferroviários que previa entre outros benefícios a assistência médica e a
compra de medicamentos. Antes de 1923 prevalecia a oligarquia cafeeira, com a
Lei Eloy Chaves.
A partir de 1930, com o governo de W.
Luís, houve ampliação da fase pródiga com o aparecimento de outras caixas de
assistência. A fase pródiga era caracterizada pela ampliação de benefícios
pelas caixas de assistência, incluindo-se a assistência médica. Era portanto um
sistema de atendimento particularista e excludente.
O modelo pródigo não seguia a estrutura
utilizada pelos seguros que utilizavam o cálculo atuarial para a concessão de
benefícios e os mesmos de um modo geral eram concedidos tendo como base
aspectos políticos. A fase pródiga se estendeu aproximadamente até 1935 (
governo de Getúlio Vargas ), quando se verificou que os gastos com benefícios
atingiam a cerca de 65% da receita para pagamento dos mesmos.
Nesta época a assistência médica chegou
a utilizar em média cerca de 14% dos recursos das caixas de assistência,
chegando a utilizar no final do período 30% do total de recursos. Entre 1937 e
1945 ( Estado Novo - ditadura de Vargas ), iniciou-se um novo modelo
assistencial denominado de contencionista para fazer face as despesas crescentes originadas pelos gastos
com benefícios.
Neste período contencionista o estado
imprimiu ações com o objetivo de eliminar os déficit existentes que obedeceram
as seguintes lógicas:
a - Aumento da intervenção do Estado.
b - Diminuição de benefícios
c - Aumento de arrecadação
Havia neste período uma duvida se a
previdência deveria se comportar como um seguro ou como uma instituição de
assistência.
Para organizar as caixas de assistência
o governo Vargas estimulou a criação dos IAPs, iniciando-se um processo de
universalização que gerou um clima de satisfação social apesar da limitações
imposta nos gastos com assistência médica que não poderiam ultrapassar a 8% da
arrecadação.
A universalização gerou aumento da
arrecadação e o aumento da arrecadação financiou a industrialização, os planos
habitacionais, as anistias fiscais e a
outros projetos governamentais. Neste
processo patrões, empregados e Estado contribuiriam com 33,3% cada para a
manutenção do sistema previdenciário e de assistência médica.
Com a criação dos Institutos houve
também uma modificação na estrutura administrativa e no processo de gestão.
As caixas de assistência eram geridas
por conselhos de empregados diretamente eleitos. No caso dos IAPs como o
governo participava com " capital " passou também ser gestor do
sistema. Os presidentes dos IAPs eram nomeados pelo governo que também era o
responsável pela nomeação do conselho de empregados e empregadores que eram
indicados pelos presidentes dos órgãos.
Esse é um período contencionista onde a
assistência médica é encolhida em detrimento a outros benefícios. Havia na
época corporações fortes representadas pelos Institutos de assistência e Pensões dos Bancários,
Marítimos, Servidores Públicos Federais,
Comerciários e Industriários. O modelo contencionista passou a sofrer
alterações a partir de 1945. Entre os anos de 1945 e 1960, conhecidos como fase
de democratização, o sistema previdenciário retornou ao que chamamos de fase
pródiga, com conseqüente aumento substancial de benefícios e de assistência
médica.
Neste período os Estado Unidos da
América passaram a ter hegemonia mundial, tanto militar, como econômica e
paralelamente houve a incorporação da idéia do Estado do Bem estar ( Wellfare
State ), de inspiração Keynesiana e da Social Democracia, principalmente pelos
Países da Europa Ocidental . No Brasil citamos como evento marcante a
Constituição de 1946 que incorpora a Assistência Sanitária como um dever da
Previdência Social. ( Braga e Draibe ).
Na fase contencionista o percentual
mais baixo dos gastos com saúde em relação a arrecadação da previdência ocorreu
no governo de Getúlio Vargas e atingiu a 2,3% da receita. Em 1960 este
percentual chegou a atingir a cerca de 15% da receita.
Em 1960 foi criada a Lei Orgânica da
Previdência Social com os objetivos de diminuir os déficit previdenciários
através de um aumento de contribuições que estabeleceu a alicota de 8% tanto
para empregados como para empregadores. Além de estabelecer tetos de
contribuição, a Lei em questão uniformizou os
benefícios dos Institutos de Previdência que eram de característica eminentemente
urbana, e representativa de corporações.
Com a LOPS inicia-se uma padronização
de ações dos Institutos e a regulação de benefícios mínimos a
serem concedidos, tais como: auxílio natalidade, auxilio doença,assistência hospitalar, aposentadoria,
pensões, etc.
Em 1963 surge o estatuto da terra e com
ele há a extensão dos benefícios previdenciários aos trabalhadores rurais,
caracterizando uma segunda tentativa do processo de universalização.
Em 1964 cerca de 22% da população
Brasileira tinha benefícios em função do sistema de previdência social vigente.
A assistência médica era exercida predominantemente através de serviços
próprios.
Em
1966 foi criado o Instituto Nacional
de Previdência Social (INPS), com o objetivos de diminuir o controle dos
sindicatos sobre a previdência, aumentar a arrecadação do sistema, dinamizar
projetos governamentais e diminuir as despesas do Estado com o sistema.
O modelo pródigo em vigor até a
referida época fez com que em 1966 as despesas com assistência médica
atingissem a cerca de 20% das despesas totais da previdência.
Os gastos com assistência médica
possuíam uma tendência crescente desde 1959, fato que levou o governo a
repensar o sistema previdenciário desembocando na criação do INPS. Em 1967
houve a incorporação dos acidentes de trabalho como benefícios previdenciários.
Com a criação do INPS houve também uma
modificação do processo de gestão que deixou de ser tripartite para ser gerido
exclusivamente pelo governo.
Entre 1967 e 1970 as despesas com
assistência médica duplicaram, chegando em 1976 à 30% das despesas totais da
previdência social. Comparando-se os dados em questão com os indicadores de
gastos no inicio do processo no governo Vargas podemos verificar que houve um
crescimento significativo das despesas com saúde.
Enquanto na previdência cresciam
substancialmente os gastos com assistência médica de base eminentemente
individual, pois prevalecia a hegemonia do paradigma clínico, paradoxalmente
diminuíam as verbas destinadas ao Ministério da Saúde que atendia as
expectativas da saúde coletiva.
A título de exemplo podemos citar o
percentual de recursos da União destinados ao Ministério da Saúde em 1963, que
atingiu à 3,42% do global, em comparação com os recursos destinados em 1973, ao
mesmo Ministério, que atingiram à cerca de 1,07% dos recursos globais da União.
Em 1971 com a criação do FUNRURAL e
também da CEME, houve nova tentativa de aumentar o processo de universalização
do direito à saúde.
A cobertura de benefícios que somente
atingia a cerca de 22% da população cresceu substancialmente atingindo a um
bloco de cerca de 50%, tendo evidentemente como conseqüência um aumento expressivo de despesa com o setor de
saúde.
O
FUNRURAL regulamentou os benefícios
dos trabalhadores rurais e incorporou efetivamente a massa de trabalhadores dessa categoria na
previdência social, entretanto a lógica do benefício não obedecia os mesmos
padrões estabelecidos para os trabalhadores urbanos, prevalecendo o padrão de
subsídios fixos.
Em 1972 houve a incorporação dos
trabalhadores domésticos no sistema previdenciário, e em 1973 há a incorporação
dos autônomos pelo mesmo sistema, continuando excluídos os trabalhadores dos
setores informais da economia. O período em questão foi caracterizado pela
urbanização dos municípios de um modo geral e pela "universalização"
do sistema previdenciário que passou a cobrir cerca de 70% da população.
É importante assinalar que entre 1964 e
1967 houve uma tendência radical por parte do governo vigente de
privatização do setor saúde. Em 1964 os serviços de saúde eram em sua maioria
executados por unidades próprias dos Institutos de Assistência e Pensões, com
exceção do IAPI. Entretanto, em 1967 era possível verificar que dos 2800
hospitais existentes no País, 2300 eram contratados pela sistema previdenciário. Houve realmente um aumento da cobertura pela
privatização do setor.
O processo de privatização
desenvolvido neste período foi reforçado
pelo decreto lei 2300/68 que claramente dirigia a maioria das ações executadas
pelo setor público para a área
privada, restringindo a ação
do setor
público a normalização.
Evidentemente com o crescimento da
cobertura houve necessidade de mais receita o que ocasionou o aparecimento em
1976 do Fundo de Apoio a Ação Social ( FAS ) que tinha como objetivo estimular
o desenvolvimento local através de financiamento de equipamentos, construções e
etc. Este Fundo tinha a sua receita oriunda da Loteria Esportiva, da própria
União e do lucro operacional da Caixa Econômica Federal. Foi através deste
fundo que foram construídos cerca de
1000 hospitais, fato este que permitiu dobrar a rede de assistência
hospitalar privada.
O processo de privatização do setor
saúde chegou a tal ponto que em 1977, 90% dos recursos do recém criado INAMPS
eram gastos com pagamento de leitos contratados, cabendo cerca de 7% dos
recursos ao pagamento de convênios e
somente 3% dos recursos eram destinados
as Unidades Próprias.
A crise financeira da previdência social decorrente de um
período caracterizado pela recessão, desemprego e conseqüente diminuição da
arrecadação contribuiu para que o governo novamente repensasse a previdência
social criando, em 1976, o Ministério da Previdência e da Assistência Social e
o SIMPAS, que era constituído pelos seguintes órgãos ( INPS, IAPAS, INAMPS,
DATAPREV, LBA, FUNABEM,CEME ).
Com a criação do Ministério da
Previdência e Assistência Social em
1976, se definiu tetos orçamentários para
o desenvolvimento da assistência médica através de uma instituição própria
denominada de INAMPS. Ficou a cargo do IAPAS o controle da despesa da
assistência médica e dos demais benefícios, funcionando como uma espécie de
caixa do sistema previdenciário.
Em 1980 foi gestado no Ministério da
Saúde, com a participação de alguns técnicos do INAMPS o Programa Nacional de
Serviços Básicos ( PREV SAÚDE ), que não foi a frente e teve como mérito
constatar o modelo vigente de privatização do setor saúde.
Em 1982 surge o Conselho Consultivo de
Assistência a Saúde da Previdência (CONASP ), que teve como mérito o reconhecimento da existência das redes
hospitalares Estadual e Municipal que encontrava-se completamente sucateadas.
O CONASP também passa a reconhecer a
importância dos Hospitais Universitários e muda a forma de pagamento das
internações hospitalares para o setor privado que tinha como base o ato médico
realizado em um dado paciente, ou seja era efetuado por unidade de serviço (
Guias de Internações Hospitalares ), para o sistema denominado de AIH ( Autorização de Internação Hospitalar ), que possuía a sua
base no pagamento médio do custo de um determinado procedimento médico. A
proposta operacional do CONASP foi parcialmente concretizada no Programa de
Ações Integradas de Saúde ( PAIS ), posteriormente denominado de Ações
Integradas de Saúde ( AIS ), a ser executado de forma tripartite pelo
MPAS/INAMPS,MS e Secretarias Estaduais de Saúde.
As AIS nunca chegaram a ser hegemônicas
na gestão, mas podem ser consideradas como um passo importante para a
consolidação do paradigma da reforma sanitária, e toda ação correspondente
proporcionada por esta reforma no período compreendido entre 1981 e 1984. Ainda
que fosse o carro chefe do Plano do CONASP, as dotações orçamentárias das AIS
não foram além de 6,2% do orçamento do INAMPS, enquanto os recursos gastos com
a rede contratada chegavam a cerca de 59%. Entretanto, a AIS tiveram o mérito
de demarcar o inicio de um processo de
coordenação interinstitucional e de gestão colegiada, através da Comissão
Interministerial de Planejamento e Coordenação ( CIPLAN ), envolvendo os
Ministérios da Saúde, Previdência, Educação e Trabalho.
A partir da Nova República, com Waldir
Pires, no MPAS e Hésio Cordeiro no INAMPS as AIS começam a ganhar expressão
nacional, no esforço paradoxal e conflituoso dos programas sociais e da
transição democrática .
A universalização do acesso aos
serviços de saúde, a integralidade das ações para superar a clássica dicotomia
prevenção X cura e a unificação dos serviços através das AIS seriam vetores da
ação estratégica das mudanças pensadas.
As AIS se transformaram em eixo
fundamental de política de saúde na primeira fase do governo de transição
democrática a partir de 1985, constituindo-se em importante estratégia no
processo de descentralização da saúde.
As Ações Integradas de Saude devem
passar a significar um movimento de reorganização setorial, no sentido da
Reforma Sanitária que permitiu caminhar, gradativamente, para a superação da
organização sanitária, centralizada e desordenada, em busca de novas formas de
organização descentralizada, integrada e democratizada, com gestão colegiada
que atingiu todas as instituições, direta ou indiretamente relacionadas com o
setor público, com todos os seus recursos e com todas as suas atividades, no
sentido de darem respostas às necessidades da população, definidas na Política
Nacional de Saúde, segundo critérios epidemiológicos-sociais.
Consoante com tais princípios, as
diretrizes do SUDS também assumiram : universalização da equidade no acesso aos
serviços de saúde, integralidade dos cuidados assistenciais, regionalização e integração
dos serviços de saúde, descentralização das ações de saúde, implementação de
distritos sanitários, desenvolvimento de instituições colegiadas gestoras e
desenvolvimento de uma política de recursos humanos.. Tais diretrizes
objetivaram sacramentar conceitos relativos à democratização do acesso aos
serviços de saúde, liquidando com categorias diversificadas de cidadãos, e a
organização da rede sob padrões técnicos apropriados.
Uma proposição central no
desenvolvimento do SUDS era “ normatização, regulamentação do relacionamento
com o setor privado; a execução direta de serviços fica restrita àqueles de
abrangência nacional. Aos Estados e municípios compete a proteção estadual e
municipal, respectivamente, das atividades nacionais, destacando-se o caráter
normativo complementar assumido pelo nível estadual e a execução direta de
serviços, tanto de cuidados individuais quanto coletivos, no âmbito municipal.
Verifica-se, assim, que o SUDS tem como
tonica a reformulação do INAMPS que, prescindindo de sua atuação em nível
estadual, delega às Secretarias Estaduais de Saúde grande parte de seu poder
decisório. O SUDS adquire materialidade jurídico-formal, uniforme através do
convênio padrão SUDS 01/88, que buscou “compatibilizar aspectos legais
normatizados pelo Decreto 95861/88 com as diretrizes gerais contidas na
Exposição de motivos original, as quais apontavam para questões de caráter mais
amplo do que a formalidade institucional”.
Alguns pontos podem ser e merecem ser destacados:
1 - Descentralização;
2 – Hierarquização
3 – Sistema de referência e contra referência
4 – Humanização do atendimento
5 - Acompanhamento, controle e avaliação;
6 - Relacionamento com os prestadores de serviços
assistenciais;
O SUDS não esperou a nova Constituição
para desenhar as estratégias e táticas de mudança, mas interveio no processo
político, inclusive como determinante no que a Constituição expressou sobre o
SUS - Sistema Único de Saúde. A estratégia do SUDS buscou, dentro das
limitações da atuação institucional, evitar os conflitos para os quais a
correlação de forças era desfavorável naquele dado momento e focalizar a
atenção no processo de descentralização e fortalecimento dos níveis periféricos
do sistema, num primeiro momento envolvendo os Estados, mas apontando, a médio
prazo, em direção aos municípios. Apesar desses obstáculos, o SUDS sobreviveu
até a aprovação da Lei Orgânica da Saúde, em 1990, fundamentalmente pela
determinação política do CONASS e do CONASEMS.
Em 1986 realizou-se, em Brasília a VIII
Conferência Nacional de Saúde, com uma participação mais ampla dos vários
segmentos sociais. A VIII CNS consagrou o princípio do direito à saúde como um
direito de cidadania universal, garantido pelo
Estado, e como expressão das lutas e conquistas sociais.
Entre 1986 e 1987 houve a criação de
condições para um passo mais adiante denominado de SUDS ( Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde ), aprovado pelo decreto 94657/87 e implantado em
quase todos os Estados Brasileiros através de convênios diversos.
Em 1988 a nova Constituição Brasileira
incorporou a essência do SUDS e no plano político e transformou Estados e
Municípios em atores fundamentais para a aprovação do capítulo da seguridade
social /saúde, que se constituiu o marco do direito à saúde no Brasil.
Entre a homologação da Constituição
Brasileira e os dias atuais avanços e retrocessos se sucederam em relação ao
direito à saúde no País, desembocando no modelo que conhecemos atualmente por
Sistema Único de Saúde.
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