ATENÇÃO
FARMACÊUTICA HOSPITALAR - RESULTADOS
DOS ACOMPANHAMENTOS NO HOSPITAL DA BALEIA – BH - MG
Angelita Cristine de Melo[1]Jacqueline
Mansur Peixoto[2]Maria
Clara Padovani de Souza[3]Flávia
da Costa Ferreira[3]
Resumo
O papel do farmacêutico hospitalar além de administrativo é também
clínico, cooperando com outros profissionais no desenho do plano terapêutico, análise
de prescrição, monitorização do tratamento e do paciente, visando maior qualidade
do serviço de saúde e redução de custos. A dificuldade de implantação da Atenção
Farmacêutica em hospitais deve-se à necessidade de discussões e convencimento da
Diretoria Clínica e Administrativa quanto ao trabalho clínico do farmacêutico. Detectou-se
um grande número de problemas relacionados a medicamentos (PRM) reais e risco de
PRM, assim como problemas de saúde (PS), que poderiam ser evitados se houvesse Atenção
Farmacêutica adequada no hospital orientando a equipe multiprofissional.
Palavras chave: Atenção Farmacêutica, Problemas
relacionados com medicamentos, Farmácia Hospitalar.
Abstract
The paper of the hospital pharmacist beyond
administrative is also clinic, cooperating with other professionals in the drawing
of the therapeutical plan, analysis of prescription, assessment of the treatment
and the patient, aiming at bigger quality of the health service and reduction of
costs. The difficulty of implantation of the Pharmaceutical Care in hospitals happened
because the necessity of discussion and persuation of the Clinical and Administrative
Direction of the clinical work to the pharmacist. A great number of drug therapy
problems (DTP) was detected real and risk of DTP, as well as health problems (HP),
that they could be prevented if had Pharmaceutical Care adjusted in the hospital
guiding the multiprofessional team.
Key Words: Pharmaceutical
Care, drug therapy problems, hospital pharmacy
1. Introdução
A complexidade das terapias medicamentosas e as evidências dos resultados
das intervenções farmacêuticas na melhoria dos regimes terapêuticos e na redução
dos custos assistenciais reforçam a importância de uma assistência farmacêutica
de qualidade1. O serviço de farmácia tem participação importante na elaboração
de uma política de uso racional de medicamentos visando melhorar e garantir a qualidade
da farmacoterapia e reduzir os custos para o estabelecimento, já que a politerapia
além de onerar os custos com cuidado ao paciente, ocasiona elevação da morbi-mortalidade2,
3, 4, 5, 6, 7.
O papel do farmacêutico dentro do contexto hospitalar deixou de ser
apenas administrativo na programação de medicamentos e organização dos recursos
financeiros. A tendência atual é que a prática farmacêutica direcione-se para o
paciente, tendo o medicamento como instrumento e não mais como meio1.
Desta forma, promove suporte técnico junto à equipe de saúde, na análise de prescrição,
monitorização do tratamento e do quadro clínico do paciente durante a sua internação1,
8, 9, porém a atividade
do farmacêutico não se esgota com a alta do paciente. Na alta do paciente comumente
há prescrição de medicamentos, sendo que o farmacêutico deve orientá-lo, mesmo quando
não há necessidade de continuar a terapia é necessário orientá-lo e educá-lo para
que passe a ver o medicamento não como um bem de consumo, mas sim como um instrumento
útil, capaz de prevenir a doença e restaurar a saúde por uma utilização adequada8,
9.
A metodologia atual para o desenvolvimento desse trabalho clínico do
farmacêutico é a Atenção Farmacêutica, mudança filosófica originada no início dos
anos 90 definida como:
“Provisão responsável pela terapia medicamentosa com o propósito de
alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente. Esses
resultados são: cura da doença; eliminação ou redução dos sintomas; diminuição da
velocidade da progressão da doença; e prevenção da doença ou de seus sintomas”8.
A Atenção Farmacêutica contempla a interação direta com os pacientes,
configurando uma opção mais avançada para o pleno exercício da profissão farmacêutica,
pois além de permitir a aplicação dos conhecimentos acumulados, atua em integração
com médicos, enfermeiros e nutricionistas, assegura o uso correto do medicamento
e evita o aparecimento de reações adversas, toxicidade e interações medicamentosas8.
A disciplina de Atenção Farmacêutica Hospitalar do curso de Farmácia
do Centro Universitário Newton Paiva está sendo ministrada no Hospital Benjamim
Guimarães (Hospital da Baleia), por meio de convênio dessas instituições tendo como
objetivo a implantação desta filosofia dirigida aos pacientes. O Hospital da Baleia,
localizado em Belo Horizonte – MG, é uma entidade filantrópica, fundado em 1944,
mantido pela Fundação Benjamin Guimarães. É considerado o segundo maior hospital
de Minas Gerais em atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o maior Centro
de Oncologia do estado, possui atualmente capacidade de 258 leitos, oferecendo atendimento
em diversas clínicas, com 29 especialidades, exceto a de cirurgia cardíaca e maternidade.
Diante deste contexto, foi realizada a análise dos dados coletados
dos pacientes acompanhados na Atenção Farmacêutica no referido estabelecimento com
objetivo de verificar as principais doenças, problemas de saúde, medicamentos mais
utilizados e os problemas relacionados a estes.
2. Material e Métodos
Os resultados foram obtidos por meio de um estudo retrospectivo observacional
dos acompanhamentos realizados no Hospital da Baleia no período de abril a novembro
de 2002. Os acompanhamentos seguiram a metodologia proposta pelo Programa Dáder7,
12, 14 e alguns pontos do Pharmacist´s Workup of Drug Theraphy (PWDT)11,14. Foram considerados problemas
reais e risco de PRM (quando o paciente apresenta fatores de risco que podem desencadeá-lo)
e também os problemas de saúde caracterizados como aqueles não relacionados ao medicamento
e que necessitam de intervenção, conforme preconizado pela Organização Mundial de
Saúde11, 13.A coleta dos dados, dos pacientes neurológicos e ortopédicos
(distribuídos na Alta Complexidade e Ala 3), foi realizada pelos acadêmicos de farmácia
do Centro Universitário Newton Paiva treinados sob supervisão, sendo realizada por
meio de consulta aos prontuários farmacêuticos quecontinham as seguintes informações
retiradas do prontuário médico e da entrevista farmacêutica com paciente: grau de
escolaridade, estado civil, história médica pregressa, atual e familiar, hábitos
de vida, história medicamentosa pregressa, reações adversas e alergias já apresentadas,
dados gerais do paciente (idade, sexo) e dados clínicos do paciente como hipótese
diagnóstica (considerada a doença que levou o paciente à internação),outras doenças
apresentadas, os medicamentos prescritos, procedimentos médicos de relevância realizados
no período de internação, exames solicitados e seus resultados assim como o exame
físico, dados vitais, dieta e evolução clínica geral do paciente, problemas relacionados
com medicamentos e detecção de riscos para desenvolvê-los.
As informações coletadas foram lançadas em sistema informatizado Microsoft
Excel® versão 2000 para análise
dos dados por meio de cálculos de médias e proporções; e plotagem de gráficos 15.
3. Resultados
GRÁFICO 1
Foi acompanhado um total de 41 pacientes, referentes à Alta Complexidade
(n= 30) e Ala 3 (n= 11), apresentando idade média de 49 anos (amplitude de 18 a
83 anos), e maior prevalência do sexo feminino (63,0%), Gráficos 1, 2 e 3.
Gráfico 1: Número de pacientes acompanhados por unidade de internação
– Hospital da Baleia – abril a novembro 2002.
GRÁFICO 2
Gráfico 2: Idade dos pacientes acompanhados – Hospital da Baleia –
abril a novembro 2002.
GRÁFICO 3
Gráfico 3: Distribuição do sexo entre os pacientes acompanhados – Hospital
da Baleia – abril a novembro 2002.
As hipóteses diagnósticas mais comuns foram acidente vascular cerebral
(AVC) 33,9% (n= 18), tumor cerebral 11,3% (n= 6), hipertensão arterial sistêmica
(HAS) 5,6% (n= 3) e trauma raqui-medular (TRM) 9,4% (n= 5). Os diagnósticos médicos
segundo unidades de internação foram Alta Complexidade 73,5% (n= 39) e Ala 3 26,4%
(n= 14), Gráficos 4 e 5.
GRÁFICO 4
Gráfico 4: Principais hipóteses diagnósticas encontradas entre os pacientes
acompanhados – Hospital da Baleia – abril a novembro 2002.
GRÁFICO 5
Gráfico 5: Freqüência de hipóteses diagnósticas por unidade de internação
acompanhada – Hospital da Baleia – abril a novembro 2002.
Dentre as outras hipóteses encontradas destacam-se desnutrição, desidratação,
neurocisticercose, câncer de mama, insuficiência cardíaca congestiva, dispnéia,
hemorragia digestiva alta, hérnia discal, osteomielite de crânio, aneurisma, esclerose
óssea, obesidade mórbida, politraumatismos, hidrocefalia e meningiomas.
Os dez medicamentos mais prescritos nas duas unidades de internação
foram dipirona, heparina, soro fisiológico, ranitidina, fenitoína, cloreto de potássio,
codeína + paracetamol, soro glicosado hipertônico 50%, nimodipina e captopril, Gráfico
6.
GRÁFICO 6
Gráfico 6: Medicamentos mais freqüentemente prescritos nas unidades
de internação acompanhadas – Hospital da Baleia – abril a novembro 2002.
Na ALA 3, os dez medicamentos mais prescritos foram dipirona, heparina,
soro fisiológico, ranitidina, fenitoína, diclofenaco, codeína + paracetamol, soro
glicosado hipertônico 50%, diazepam, metoclopramida, Gráfico 7.
GRÁFICO 7
Gráfico 7: Medicamentos mais prescritos na ALA 3 – Hospital da Baleia
– abril a novembro 2002.
Os medicamentos mais prescritos na Alta Complexidade foram dipirona,
heparina, soro fisiológico 0,9%, ranitidina, fenitoína, cloreto de potássio, codeína
+ paracetamol, soro glicosado hipertônico 50%, mimodipina e captopril, Gráfico 8.
GRÁFICO 8
Gráfico 8: Medicamentos mais prescritos na Alta Complexidade – Hospital
da Baleia – abril a novembro 2002.
Foram detectados um total de 373 PRM, sendo referentes à Alta Complexidade
66,4% (n = 248), referentes à Ala 3 33,5% (n = 125 ), Gráfico 9. O número de PRM
por paciente na Alta Complexidade foi de 8 PRM/paciente e na Ala 3 de 11PRM/paciente.
O PRM mais comum detectado nas duas unidades foi o PRM6, 55,2% (n =
206), sendo 37,2% (n = 139) referentes à Alta Complexidade e 17,9% (n = 67) referentes
à Ala 3; seguido do PRM4, 27,0% (n = 101) , sendo 20,3% (n = 76) referentes à Alta
Complexidade e 6,7% (n = 25) referentes à Ala 3. (gráf. 10)
Na Alta complexidade a distribuição de PRM foi a seguinte: 0,8% (n
= 2) PRM1; 6,0% PRM2 (n = 15); 0,0% PRM3; 13,0% (n = 32); PRM4 real e 18,0% (n =
44) risco de PRM4; 2,0% (n = 5); PRM5 real e 4,0% (n = 11) risco de PRM5; 16,0%
(n = 40) PRM6 real 40,0% (n = 99) risco de PRM6. (graf. 11)
GRÁFICO 9
Gráfico 9: Total problemas relacionados a medicamentos detectados e
sua distribuição entre as unidades de internação acompanhadas – Hospital da Baleia
– abril a novembro 2002.
Na Ala 3 os PRM se distribuíram como se segue: 4,0% (n = 5) PRM1; 9,6%
(n = 12) PRM2; 0,0% PRM3; 6,0% (n = 7) PRM4 real e 14,0% (n = 18) risco de PRM4;
8,0% (n = 10) PRM5 real e 4,8% (n =6) risco de PRM5; 8,0% (n = 10) PRM6 real e 45,0%
(n = 57) risco de PRM6, Gráfico 12.
GRÁFICO 10
Gráfico 10: Problemas relacionados aos medicamentos detectados e sua
distribuição entre as unidades de internação – Hospital da Baleia – abril a novembro
2002
GRÁFICO 11
Gráfico 11: Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM) entre reais
e risco de PRM detectados na Alta Complexidade – Hospital da Baleia – abril a novembro
2002.
GRÁFICO 12
Gráfico 12: Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM) entre reais
e risco de PRM detectados na Ala 3 – Hospital da Baleia – abril a novembro 2002.
Dentre os 14 problemas de saúde detectados, 85,7% (n = 12) pertenciam
à Alta Complexidade e 14,2% à Ala 3 (n = 2), Gráfico 13.
GRÁFICO 13
Gráfico 13: Freqüência dos Problemas de Saúde detectados e sua distribuição
entre as unidades – Hospital da Baleia – abril a novembro 2002.
Os PS mais comuns foram tabagismo 50,0% (n = 7), etilismo 35,7% (n
= 5), insônia 7,1% (n = 1) e dependência à cafeína 7,1% (n = 1), Gráfico 14.
GRÁFICO 14
Gráfico 14: Principais problemas de saúde identificados entre os pacientes
acompanhados – Hospital da Baleia – abril a novembro 2002.
Na Alta Complexidade os problemas de saúde mais freqüentes foram tabagismo
50,0% (n = 6) e etilismo 33,3% (n = 4), seguidos de insônia e dependência à cafeína
8,3% (n = 1) respectivamente, Gráfico 15.
GRÁFICO 15
Gráfico 15: Freqüência de Problemas de Saúde (PS) detectados entre
os pacientes acompanhados na Alta Complexidade – Hospital da Baleia – abril a novembro
2002.
A Ala 3 apresentou dois problemas de saúde mais freqüentes que foram
tabagismo e etilismo 50,0% respectivamente (n = 1), Gráfico 16.
GRÁFICO 16
Gráfico 16: Freqüência de Problemas de Saúde (PS) detectados entre
os pacientes acompanhados na Ala 3 – Hospital da Baleia – abril a novembro 2002.
4. Discussões
O número de pacientes acompanhados foi maior na Alta Complexidade (n=
30) provavelmente devido a maior rotatividade nos leitos em conseqüência da internação
temporária de pacientes provenientes de outras unidades de internação que apresentam
agravamento do quadro clínico e quando melhoram retornam à unidade de origem, da
alta hospitalar, da transferência para outra unidade de internação ou do óbito.
Na Ala 3, o tempo de permanência no leito é maior, possivelmente porque recebem
os pacientes durante todo o período de tratamento e somente quando o quadro clínico
se agrava é transferido para a Alta Complexidade.
A faixa etária de maior prevalência entre os pacientes acompanhados
foi de 51 a 70 anos (39,0%) identificando ser a idade um fator de risco para o desenvolvimento
de comorbidades16. A maior prevalência do sexo feminino (63,0%) dentre
os pacientes acompanhados pode estar correlacionada com idade de maior prevalência,
em que possivelmente as pacientes encontram-se no período de menopausa. Esta etapa
caracteriza-se pela redução na produção de hormônios provenientes do colesterol,
estando este não consumido, aumentando sua concentração sérica e o risco de se aderir
nos vasos sanguíneos e desencadear doenças neurológicas como AVC16. Os
pacientes internados na Alta Complexidade apresentaram maior número de problemas
de saúde e doenças, pois esta unidade destina-se a receber pacientes mais graves.
Foi observada correlação entre os PS mais freqüentes entre pacientes
e as hipóteses diagnósticas, pois alguns desses são fatores de risco para o desencadeamento
das doenças apresentadas, como por exemplo, o tabagismo é para acidente vascular
cerebral (AVC) e hipertensão arterial sistêmica (HAS), além do uso de contraceptivo
associado ao tabagismo também poder aumentar o risco. Assim como o etilismo pode
causar HAS16, 17, 18 e seu agravamento
pelo tabagismo16, 17, 18. Vários efeitos neurológicos da hipertensão
de longa data localizam-se no Sistema Nervoso Central (SNC). O infarto cerebral
é secundário ao aumento de aterosclerose observados em pacientes hipertensos, enquanto
a hemorragia cerebral decorre tanto da elevação da pressão arterial quanto do surgimento
de microaneurismas vasculares cerebrais. Somente a idade e a pressão arterial sabidamente
influenciam no surgimento de microaneurismas17,18.
Pode-se observar que os medicamentos mais prescritos de acordo com
o levantamento estão envolvidos com maior prevalência de PRM 6, PRM 5, PRM 4, problemas
relacionados com efetividade e segurança ressaltando a necessidade de adoção de
parâmetros monitorização desses aspectos na prática clínica afim de previr complicações
de interações e de reações adversas. Estes parâmetros não são habitualmente realizados
na prática hospitalar possivelmente por limitação financeira, principalmente tratando-se
e instituições públicas. Alguns dos medicamentos estão envolvidos com PRM 2, como
exemplo da ranitidina e da dipirona demonstram a necessidade de se reavaliar o uso
durante a internação, pois têm grande potencial de interação medicamentosa e são
prescritos por alguns profissionais de forma indiscriminada14.
Pode-se observar que houve maior ocorrência total de PRM na unidade
Alta Complexidade que possivelmente pode ser atribuído ao maior número de pacientes
acompanhados (n=30), mas ao se realizar a análise de PRM por paciente verificamos
os mesmos tiveram menor incidência nessa enfermaria, possivelmente devido a maiores
cuidados e/ou treinamento da equipe de saúde que cuida dos mesmos por ser uma unidade
em que os pacientes encontram-se mais debilitados.
O PRM de maior prevalência nas duas unidades foi o PRM 6, acredita-se
que pela complexidade das doenças e pela necessidade de polimedicação durante o
tratamento os pacientes estejam sujeitos a sofrerem as conseqüências de interações
medicamentosas que podem aumentar os efeitos farmacológicos ou exacerbar os efeitos
tóxicos como identificado pelo PRM 6. A maioria deles apresenta-se como risco de
desenvolver PRM e para que se minimize a ocorrência destes é necessária a utilização
de parâmetros de monitorização para que sejam realizados os ajustes terapêuticos
necessários. A ocorrência de PRM 5 também foi significativa, mas apresenta-se em
sua maioria também como um risco para desenvolver
PRM e para redução de ocorrência de reações adversas a medicamentos também é necessária
a implantação de parâmetros de monitorização sugeridos na literatura14.
Outro PRM freqüente foi o PRM 4, em que o paciente não apresenta a
resposta esperada ao tratamento farmacológico, seja por não assiduidade na administração
das doses conforme a prescrição ou pela ocorrência de interações medicamentosas
que podem reduzir a ação farmacológica, prejudicando os efeitos do medicamento e
diminuindo a resposta do paciente e nesse caso também seria necessário verificar
a eficácia do tratamento por meio de parâmetros de monitorização do medicamento14.
5. Conclusões
A realização da Atenção Farmacêutica em hospitais é de difícil implantação
devido à necessidade de discussões e convencimento da Diretoria Clínica e Administrativa
quanto ao trabalho clínico o qual o farmacêutico é capaz de prestar e os benefícios
do mesmo em hospitais. Apesar disso, é de suma importância para a racionalização
da terapia farmacológica e melhoria da qualidade de vida do paciente além da redução
de custos hospitalares, complementando o serviço administrativo prestado pela Farmácia
Hospitalar através da integração do farmacêutico junto a equipe hospitalar com conhecimentos
técnico-científicos. Talvez a dificuldade se explique pela gravidade dos quadros
clínicos, complexidade das prescrições, dos procedimentos e desconhecimentos de
aspectos técnicos pela equipe multiprofissional.
Alguns PRM podem ser detectados e resolvidos por meio da adoção de
parâmetros de monitorização como exames laboratoriais e resposta clínica do paciente.
O farmacêutico é o profissional tecnicamente qualificado para otimizar
a terapia medicamentosa prevenindo, detectando e corrigindo problemas relacionados
aos medicamentos, tais como reações adversas, interações e incompatibilidades. Desta
forma, garante-se o sucesso da terapia farmacológica, melhorando a qualidade de
vida do paciente e contribuindo para redução dos custos assistenciais.
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_________________________
[1]Mestre em Ciências Farmacêuticas
pela UFMG. Professora de Farmacologia Clínica I e II.Professora de Atenção Farmacêutica
I, II e III.Supervisora de Atenção Farmacêutica na Farmácia Escola, Clínica de Atendimento
Multidisciplinar à Prevenção e ao Tratamento das Toxicomanias e no Hospital da Baleia.
[2]Especialista em Saúde Pública
pela UFMG. Professora de Atenção Farmacêutica III. Supervisora de Atenção Farmacêutica
no Hospital da Baleia.
[3]Estagiária do Hospital da Baleia
e Acadêmica de Farmácia do Centro Universitário Newton Paiva. Centro Universitário
Newton Paiva - Campus Silva Lobo. Avenida Silva Lobo, 1730, Nova Granada, Belo Horizonte
- MG.Coordenação do curso de farmácia: (31) 33715190 e-mail: farmaciafacibis@newtonpaiva.br
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