CADEIA DE SUPRIMENTO
LUCIANA PEREIRA DE SOUZA
O
conceito da cadeia de suprimento começou a se desenvolver apenas no Início dos
anos 90. Mesmo no âmbito internacional, o conceito ainda pode ser
considerado
em construção, são poucas as empresas que já conseguiram implementá-lo com
sucesso.
Existem
inclusive alguns profissionais que consideram a cadeia de suprimento como
apenas um novo nome, uma simples extensão do conceito de logística, ou seja,
uma ampliação da atividade logística para além das fronteiras organizacionais,
na direção de cliente e fornecedores na cadeia de abastecimentos (FLEURY,
1999).
O
propósito do estudo consiste em mostrar que o conceito de gerenciamento de
cadeia de suprimento, enquanto relativamente novo, em verdade não é nada mais
que uma extensão da logística (CORONADO, 2007).
Assim,
a partir de meados da década de 1990 muito se tem falado e tem sido escrito
sobre cadeia de suprimento. Seu surgimento tem sido muitas vezes confundido,
como citado acima com a logística, porém ela abrange um escopo maior de
processos e funções, podendo ser considerada a logística como um subconjunto da
cadeia de suprimento (PIRES, 2007).
Francischini
e Gurgel (2004) descrevem logística como uma ferramenta estratégica utilizada
para aumentar a satisfação do cliente e elevar a competitividade da empresa,
bem como a sua rentabilidade. Este conceito também faz referência às
considerações de Pozo (2004).
Deste
modo, a expressão logística, pode ser definida como o processo de planejamento,
implementação e controle do fluxo eficiente e eficaz de matérias-
primas,
estoques de produtos semi-acabados, acabados e do fluxo de informações a eles
relativo, desde a origem até o consumo, com o propósito de atender aos requisitos
dos clientes.
Já
a cadeia de suprimento refere-se à integração dos processos que formam um
determinado negócio, desde os fornecedores originais até o usuário final,
proporcionando produtos, serviços e informações que agregam valor para o
cliente (FRANCISCHINI E GURGEL, 2004).
Slack;
Chambers e Johnston (2002, p.415) mencionam cadeia de suprimento como:
A
gestão da interconexão das empresas que se relacionam por meio de ligações à
montante e à jusante entre os diferentes processos, que produzem valor na forma
de produtos e serviços para o consumidor final. A cadeia de valor centra-se em
dois objetivos – chaves, satisfazer efetivamente os consumidores e fazer isso
de forma eficiente.
Christopher,
(citado por CORONADO, 2007, p. 84) define “a cadeia de suprimento representa
uma rede de organizações, através de ligações nos dois
sentidos,
dos diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e
serviços que são colocados nas mãos do consumidor final ”.
Atualmente,
grandes e pequenas organizações sejam governamentais ou privadas, com ou sem
fins lucrativos, vêem-se em um mercado competitivo onde seus resultados podem
determinar o nível de serviço levado aos seus clientes e/ou usuários.
Nesse
contexto de qualidade de serviço prestado, a cadeia de suprimento torna-se um
diferencial competitivo (POZO, 2004). Na mesma passagem Pozo (2004) segue
discorrendo sobre o histórico da cadeia de suprimentos, e reafirma a sua
importância como diferencial competitivo conforme se verifica na citação a seguir:
Com
a evolução gradativa da cadeia de suprimento, desde o século XX ao XXI,
notam-se grandes diferenças em seu processo evolutivo, diante disto, as
empresas tendem a se portar no mercado com desenvolvimento em evoluções, vindo
a construir o seu diferencial em relação às demais, minimizando assim o seu
tempo de entrega e atendendo com melhor qualidade os desejos e as necessidades
dos seus clientes. CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de
suprimentos: estratégias para redução de custos e melhoria dos serviços. São
Paulo: Pioneira, 1997.
Porter,
(citado por PIRES, 2007, p. 54) advoga que para se compreender os elementos-chave
para uma vantagem competitiva devem-se analisar as várias
atividades
executadas na cadeia de suprimento de uma empresa e o modo como elas interagem.
Essas
atividades podem ser classificadas em atividades primárias e atividades de
apoio. As atividades primárias são aquelas envolvidas na criação física do
produto, na movimentação física, na venda, no serviço de pós-venda etc.
E
as atividades de apoio são as que dão suporte às primárias e também a elas
próprias. O perfeito entendimento da cadeia de suprimento tem sido
reconhecidamente um fator de vantagem competitiva para as organizações que
efetivamente entendem o seu papel estratégico.
A
administração da cadeia de suprimento exige o entendimento dos impactos que
serão causados nas organizações, em seus processos e na sociedade. Entendê-las
não se limita, a saber, que a demanda afeta todo o processo e que, portanto,
estimativas e pedidos devem ser bem elaborados para satisfazer as necessidades
de clientes e consumidores.
A
cadeia de suprimento está vinculada a variáveis internas e externas que afetam
a organização e aos diferentes modelos de negócio estabelecidos para os
segmentos industriais ou para as empresas de serviços (BERTAGLIA, 2003).
Todavia,
nem sempre a cadeia de suprimento foi assim, com foco no mercado, Pozo (2004, p.14)
faz a delimitação no tempo citando que: ”Não o era 50 anos atrás e, também, foi
pouco utilizada até os anos 70”. Bertaglia (2003, p.4) afirma que:
A
cadeia de suprimento corresponde ao conjunto de processos requeridos para obter
materiais, agregar-lhes valor de acordo com a concepção dos clientes e
consumidores e disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e para a data
(quando) que os clientes e consumidores os desejarem.
O
conceito de cadeia de suprimento reforça o vínculo entre processos e desempenho,
o que inclui os processos internos de uma empresa e também os de seus clientes
e fornecedores externos.
Uma
necessidade registrada por um cliente interno ou externo dá início a uma cadeia
de suprimento (KRAJEWSKI, 2009). 9 PORTER, M. Competitive
Advantage: creating and sustaining superior performance. New York: Free Press,
1985. 557p.
O
gerenciamento da cadeia de suprimento é responsável pelo planejamento e controle
dos bens e serviços de uma organização, suas informações permitem uma sincronia
com a cadeia produtiva.
Portanto
recomenda-se que ao trabalhar com a cadeia de suprimento se tenha bastante
atenção, pois uma falha pode ocasionar uma insatisfação para quem esteja
adquirindo o produto ou serviço oferecido pela organização.
Os
objetivos da implantação de uma cadeia de suprimento poderão assim ser resumidos,
de acordo com Francischini e Gurgel (2004, p.262):
Os
objetivos da implantação de uma cadeia de suprimento poderão assim ser
resumidos,
de acordo com Francischini e Gurgel (2004, p.262):
· PARCERIAS - Compartilhar todas
as iniciativas com os parceiros da cadeia.
· RISCOS - Compartilhar os
riscos de fazer negócios.
· RESULTADOS - Compartilhar os
resultados da racionalização das atividades.
· INFORMAÇÕES - Compartilhar as informações mediante meios
adequados.
·
DIFERENÇA - Evitar que algum elo da cadeia
acumule perdas.
Sendo
o conceito da cadeia de suprimento muito amplo é necessário definir alguns
processos que podem ser considerados críticos para que o abastecimento de uma
cadeia seja eficaz. Esses processos podem ser desenvolvidos internamente pela
empresa ou por processos logísticos que assumem parte deles ou sua totalidade
(FRANCISCHINI E GURGEL, 2004).
FONTE : MONOGRAFIA DE : Luciana Pereira de
Souza, Administração de Suprimentos de Materiais dos Serviços de Saúde Hospitalar:
Um caso na cidade de Paulo Afonso-Ba, Paulo Afonso – Ba junho / 2009, Faculdade
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