PROMOÇÃO
DA PRESCRIÇÃO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
PARTE 1
1 - INTRODUÇÃO
As
estratégias para promover o uso racional de medicamentos distribuem-se segundo
o público-alvo que queremos sensibilizar. O primeiro passo deve consistir em
identificar as razões pelas quais as práticas inapropriadas estão ocorrendo
para melhor eleger e direcionar a intervenção. As intervenções podem ser
categorizadas da seguinte forma (MSH, 1997).
2- ESTRATÉGIAS
EDUCACIONAIS
As
estratégias educacionais são aquelas centradas no provimento de informações, o
que pode ser feito a partir da interação cotidiana, treinamentos, seminários e
distribuição de material escrito. A preparação dos eventos e materiais pode e
deve ser realizada pela equipe multiprofissional.
As
informações trocadas nas interações de rotina costumam focar aspectos relativos
a questões mais particulares, relacionadas a um paciente ou prescrição
específica.
Na
medida em que se identifiquem determinados problemas que tendem a se tornar
repetitivos, estes poderão ser mais bem abordados através de estratégias mais
sistêmicas.
Até
que o farmacêutico seja bem aceito e reconhecido pela equipe de saúde, o que é
conseguido por meio de uma boa postura profissional e boa preparação técnica,
as abordagens diretas tendem a gerar alguns conflitos, que devem ser conduzidos
com uma postura firme, mas cuidadosa e, sobretudo, ética.
Os
profissionais de saúde podem ser motivados através da criação de materiais
técnico-científicos, como é o caso da preparação de formulário ou guia
terapêutico, boletins, cartazes ou, simplesmente, aproveitando materiais
produzidos pelo Ministério da Saúde ou sociedades/ associações
científicas/profissionais nacionais e internacionais. Também se beneficiam,
através
da organização de eventos científicos, cursos de educação continuada, grupos de
discussão ou através da orientação concreta das comissões de farmácia e
terapêutica, controle de infecção hospitalar ou do conselho municipal de saúde,
sem esquecer dos centros de informação sobre medicamentos e a mídia em geral. O
farmacêutico deve atentar para a existência de momentos educacionais já
implementados, como centros de estudo ou grupos de leitura e incorporar-se a
eles.
Os
boletins podem apresentar-se como uma intervenção bastante factível no nível
local, desde que tomados alguns cuidados. No que diz respeito à produção de
boletins farmacoterapêuticos, a OMS recomenda que a informação seja (WHO,
1985):
•
precisa;
•
técnica e cientificamente consistente;
•
específica para o problema da população-alvo;
•
independente da indústria farmacêutica;
•
apresentada de forma atrativa;
•
distribuída eficiente e periodicamente aos leitores.
Apesar
de terem grande valor no processo de reeducação ou persuasão dos profissionais
de saúde, os boletins são de pouco impacto se não estiverem associados com
outras práticas educativas (Berbatis & Plumridge, 1989).
ESTRATÉGIAS GERENCIAIS
As
estratégias gerenciais são aquelas que visam a orientar a decisão. Requerem
esforços concentrados para sua manutenção, mas são capazes de produzir impacto
considerável nos serviços, além de oferecerem poucas possibilidades de consequências
não controladas.
Incluem
as listas de medicamentos essenciais (que limitam o elenco de produtos
disponíveis àqueles considerados essenciais), a revisão de uso de medicamentos
com a intervenção e o desenho de protocolos (com monitoramento da adesão aos
protocolos). Para ser efetiva como medida racionalizadora, a relação de medicamentos
essenciais deve ser o balizador das aquisições de medicamentos. Eventuais
aquisições fora da lista de medicamentos padronizados, para atendimento de
particularidades clínicas, como pacientes resistentes ou intolerantes aos
produtos padronizados ou portadores de doenças raras, somente devem ser feitas
mediante uma rotina preestabelecida, na qual haja definição clara dos
profissionais capazes de autorizar esse tipo de aquisição com base em
justificativas clínicas precisas.
A
Revisão de Uso de Medicamentos (RUM) é uma abordagem dentro dos Estudos de
Utilização de Medicamentos (EUM) e constitui-se como uma ferramenta que permite
a identificação de problemas no processo do uso do medicamento (prescrição,
dispensação, administração e monitoramento). Para racionalização dos recursos
disponíveis, pode-se dar prioridade aos medicamentos que serão objeto
importante desse tipo de cuidado (Quadro 8).
Como
principais resultados a serem obtidos nesse tipo de estudo, destacam-se: a
melhoria da qualidade do cuidado, a contenção de seu custo e a identificação e
controle de fraudes e abusos. Os estudos de RUM aplicam-se à utilização de
medicamentos em pacientes ambulatoriais ou em regime de internação hospitalar.
Para que seja efetiva e bem compreendida, minimizando conflitos desnecessários,
a implantação de um programa de RUM deve ser realizada em uma estratégia bem
conduzida, com a participação dos prescritores no processo de discussão da
implantação, para que fique bem claro que se trata de uma proposta de cooperação
multiprofissional em prol da melhoria da qualidade do cuidado, muito distante
de uma ação policialesca sem objetivos institucionais (Luiza, 1994).
Razões
para a seleção dos medicamentos a serem monitorizados
1.
O medicamento é conhecido ou suspeito de causar reações adversas ou interagir
com outros medicamentos, alimentos, ou procedimentos diagnósticos, de forma a
representar um risco elevado à saúde.
2.
O medicamento é utilizado no tratamento de pacientes que podem se encontrar em
elevado risco de reações adversas
3.
O medicamento é uma substância muito prescrita ou cara
4.
O medicamento é potencialmente tóxico ou causa desconforto nas doses
terapêuticas normais
5.
O medicamento é mais efetivo quando usado de maneira específica
6.
O medicamento está sendo submetido a uma avaliação para adição, retirada ou
retenção nas listas de padronização.
7.
O medicamento foi selecionado, por meio de organizações de controle, para avaliação.
Fonte:
Coe (1992). Traduzido e adaptado por Lemme (2000).
Várias
das comissões multidisciplinares da saúde (farmácia e terapêutica, controle de
infecção hospitalar, nutrição parenteral, óbitos etc.) trabalham com temas que
podem gerar várias possibilidades de interface com a questão dos medicamentos,
gerando e/ou orientando diversas intervenções.
É
bastante comum que os prescritores não considerem o custo do tratamento como
parâmetro de escolha dentre as opções terapêuticas. Assim, incluir essas
informações nos boletins ou outros instrumentos informativos pode ser de grande
utilidade. Atualmente, o Sindicato de Médicos de Minas Gerais disponibiliza em
sua página eletrônica (http://www.sinmedmg.org.br) informações comparativas de
alternativas farmacoterapêuticas.
Os
modelos padronizados de receituário, facilitando a explicitação de critérios de
prescrição para determinados fármacos, também podem ser alternativa a utilizar.
Como
exemplo já em uso no Brasil, temos as requisições de receita para substâncias
controladas pela Portaria 344/98, bem como o uso de formulários específicos
para solicitação de antibióticos utilizados por vários hospitais.
Na
falta de uma denominação melhor em português, estamos chamando de ‘embalagens
inteligentes’ aquelas em que a disposição e a quantidade de medicamentos
fornecidos servem como orientação tanto para o prescritor como para o paciente
quanto à melhor forma de uso dos medicamentos. Exemplos disso são as cartelas
de contraceptivos orais e os blísteres (calendários utilizados na hanseníase).
Algumas
unidades de saúde têm utilizado outras medidas administrativas com a intenção
de promover a prescrição racional, como por exemplo, limitar a circulação dos
representantes de empresas médicas, proibição de uso de amostras grátis de
medicamentos não padronizados e outras. É interessante lembrar que a
descontinuidade do abastecimento de medicamentos é outro aspecto administrativo
que frequentemente pode acarretar o uso irracional, na medida em que, pela
ausência das opções terapêuticas de primeira escolha, os prescritores tenderão
a utilizar opções desnecessariamente mais caras e inadequadas.
ESTRATÉGIAS REGULATÓRIAS
Incluem
as medidas de cunho regulatório, como a definição de políticas com orientação
ao uso racional, os atos com medidas regulatórias à prescrição (por exemplo, a
Portaria 344/98), a retirada de produtos inidôneos do mercado, as restrições de
comercialização e de distribuição (por exemplo, o misoprostol). As principais
medidas de promoção da prescrição racional estão sumarizadas no Quadro abaixo.
A
execução de determinados projetos de investigação, utilizando a metodologia
própria dos estudos de utilização de medicamentos, é outra arma importante.
Quanto à criação de Centros de Farmacovigilância, é notória sua contribuição,
principalmente, no que diz respeito ao saneamento do mercado farmacêutico e
identificação de problemas pontuais. Este, entretanto, é um aspecto que ainda
está em desenvolvimento no país (Coelho, 1999).
INTERVENÇÕES PARA A
PROMOÇÃO DO USO RACIONAL POR PARTE DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Estratégias Educacionais
Treinamento de
prescritores
v Educação formal (anterior à prática
profissional)
v Educação continuada
v Visitas supervisionadas
v Grupos de leitura, seminários, centros
de estudo
v Material impresso
v Literatura clínica e boletins
v Guias de tratamento e formulários de
medicamentos
v Panfletos
v Abordagens baseadas no contato de
rotina
Estratégias Gerenciais
Seleção, aquisição e
distribuição
•
Listas de aquisição limitadas ao elenco de medicamentos essenciais
•
Estudo de revisão de medicamentos com intervenção
•
Comissões regionais e hospitalares
•
Informações sobre custos
Abordagens
de prescrição e dispensação
•
Modelos padronizados de receituário
•
Protocolos padronizados para diagnóstico e tratamento
•
Embalagens ‘inteligentes’
- Financiamento
•
Pesquisa de preços cuidadosa
Estratégias Regulatórias
•
Registro de medicamentos
•
Listas de medicamentos essenciais
•
Restrições à prescrição
•
Restrições à dispensação
Fonte:
adaptado de MSH (1997).
PARA A COMUNIDADE
No
caso do desenvolvimento de programas educativos voltados para a comunidade
leiga, é desejável a participação ativa de profissionais de saúde e membros da
própria comunidade em todos os momentos do planejamento, desenvolvimento e
avaliação do programa. Esta tem sido a fórmula recomendada e utilizada por
vários educadores sanitários (Andrade & Coelho, 1997; Séguin &
Rancourt, 1996; Maurizi, 1994).
A
seguir, são descritos os passos mais importantes para a formação de uma equipe
de colaboradores e possíveis multiplicadores das informações educativas:
•
identificar os indivíduos que sejam respeitados pelos membros da comunidade ou
que exerçam certa influência sobre a mesma;
•
convidá-los a participar de reunião sobre a questão do consumo de medicamento
em seu município;
•
reunir o grupo e solicitar aos presentes que exponham suas dúvidas,
preocupações e dificuldades sobre o uso de medicamentos pela comunidade,
procurando direcionar a discussão para temas como a distribuição de
medicamentos no município, a automedicação, riscos do uso irracional de
medicamentos, uso por gestantes, idosos e crianças etc.;
•
a partir da discussão, identificar os problemas;
•
conscientizar o grupo da necessidade de desenvolver projetos educativos na área
e solicitar a cooperação de todos;
•
definir temas, público-alvo, metodologia de trabalho e agendar as próximas
reuniões.
No
processo, também é recomendável:
•
identificar as condições de vida, trabalho e riscos de adoecimento da
população-alvo;
•
identificar os meios de comunicação a que a população-alvo tem acesso;
•
identificar grupos e projetos de ação comunitária já existentes na área para
troca de experiências;
•
considerar os aspectos culturais da comunidade;
•
preparar materiais informativos com linguagem e conteúdo simples e de fácil
compreensão;
•
lembrar que a informação, quando é mental ou afetivamente classificada como
desconfortável pelo indivíduo, tende a ser ignorada; ao contrário, quando é
considerada agradável, ela tende a ser incorporada.
O
trabalho não deve se restringir apenas a conscientizar as pessoas a usar
corretamente os medicamentos, mas também poderá ser utilizado para evitar o
surgimento de doenças que necessitem do uso dos mesmos. Por exemplo, as noções
básicas de higiene pessoal e ambiental são aspectos fundamentais a serem
abordados nesse programa.
A
elaboração de material técnico-científico para dar suporte às palestras e
outras atividades é uma consequência natural do processo educativo e,
provavelmente, precisará reunir indivíduos com diferentes habilidades
profissionais. É, portanto, sumamente importante assegurar que todos os
colaboradores compreendam a proposta educativa e seus objetivos, e que o
desenvolvimento e a produção desses materiais atendam à população analfabeta da
região, empregando figuras ilustrativas. No final, é conveniente testar o
material produzido junto a membros da comunidade para avaliação e incorporação
de correções, o que proporcionará uma melhor adequação do produto ao grupo a
que se destina.
AVALIAÇÃO PERIÓDICA DO
PROCESSO
A
avaliação é a chave mestra do processo, pois mede a eficácia e a eficiência de
cada etapa do programa educativo, identifica os possíveis problemas, realiza
ajustes e correções e avalia se o mesmo obteve ou não o impacto desejado, ou
seja, se provocou mudanças comportamentais na comunidade e até nos serviços de
saúde local.
ALGUMAS ESTRATÉGIAS PARA
PROMOÇÃO DO USO RACIONAL PARA A COMUNIDADE
A
seguir, são realizadas algumas considerações específicas com relação aos tipos
de estratégias voltadas à comunidade leiga.
TEATRO
A
organização de peças dramáticas breves e que descrevam situações que
gostaríamos de mudar facilita o debate e impulsiona o público a participar
ativamente das discussões. Alguns estudiosos recomendam deixar no texto margem
para que os espectadores possam participar diretamente da representação.
Segundo Andrade & Coelho (1997), essa estratégia proporciona aos
espectadores uma possível primeira experiência como atores, em um cenário real.
TRABALHO DE GRUPO
Com
relação ao trabalho de grupo, recomenda-se que o processo obedeça às seguintes
etapas:
•
colocação de uma situação problema para o grupo;
•
abrir espaço para discussão (análise da situação): os participantes expõem suas
ideia, sentimentos e opiniões;
•
conscientização do problema: o coordenador entra com aspectos
teórico/científicos e pode introduzir material educativo elaborado para este
fim;
•
formação de consciência crítica: os participantes fazem uma conexão entre o
teórico,
o problema e as soluções;
•
os participantes tiram suas próprias conclusões.
TREINAMENTO DE
MULTIPLICADORES
Na
maioria dos municípios, é normal verificarmos a existência de boa parte da
população vivendo na zona rural, em localidades de difícil acesso, mas que são
atendidas periodicamente pelos agentes de saúde comunitários. Outros grupos que
podem, de uma maneira geral, apoiar o processo educativo são os próprios
profissionais de saúde e os professores de escolas primárias e secundárias.
Portanto, vale a pena investir no treinamento destes indivíduos, que serão
multiplicadores da informação na área, sendo necessário, apenas, assegurar que
todos compreendam a proposta educativa, seus objetivos, a utilização adequada
dos materiais educativos produzidos e o desenvolvimento/aplicação de práticas educativas
relevantes.
No
caso em questão, é interessante observar a existência de instrumento educativo
idealizado pelo Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos (GPUIM), do
Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Ceará, com apoio da United
Nations Children’s Fund (Unicef), para ajudar no treinamento de agentes de
saúde e ensinar a refletir sobre o lado útil e o lado perigoso dos
medicamentos, intitulado Medicamentos:
manual
para agentes de saúde (Sousa, 1997), podendo ser utilizado nas atividades aqui
propostas. Outro instrumento elaborado pelo mesmo grupo, porém voltado para o
treinamento de professores primários, é o manual Medicamentos incluído na série
Crianças para a Saúde da Unicef (Brasil, 1993).
PROGRAMA DE RÁDIO
Programas
de rádio são excelentes instrumentos educativos. Um exemplo claro da utilização
desse veículo de comunicação para educar os indivíduos sobre o uso racional de
medicamentos foi o programa de rádio Falando de Medicamentos, idealizado, em
maio de 1995, pelo Grupo de Prevenção do Departamento de Farmácia da
Universidade Federal do Ceará (UFC) (Coelho, 1999).
O
programa tinha periodicidade semanal, todas as segundas-feiras, na Rádio
Universitária FM de Fortaleza, e apresentava o seguinte formato, que foi mudando
no decorrer de sua existência (1995-1998): inicialmente, o programa era
composto por entrevistas com profissionais de saúde, notícias interessantes da
área, seções de ‘Você Sabia ?’, nas quais eram discutidos fatos curiosos sobre
medicamentos. Depois, o grupo aperfeiçoou o programa trabalhando sobre
rádio-teatro (peças cômicas), seguido de entrevista e discussão sobre o tema. O
sucesso levou a Unicef a solicitar ao grupo a preparação de 14 programas com
duração de três a quatro minutos, que seriam distribuídos para radialistas de
emissoras comunitárias, cujos temas foram: os nomes dos medicamentos; o custo
dos medicamentos; a propaganda de medicamentos; prazo de validade dos
medicamentos; medicamentos na
gravidez,
na lactação, na infância, nos idosos, para tosse e resfriado; antibióticos;
antidiarréicos; estimulantes de apetite; medicamentos para ansiedade e insônia,
e anticoncepcionais.
Vale
ressaltar que a criação dos programas se baseava, principalmente, no perfil das
solicitações de informação sobre medicamentos encaminhadas ao Centro de
Informação de Medicamentos da UFC.
Em
outro projeto, o grupo preparou quatro programas para o Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor (Idec) destinados ao público feminino, com duração de 8-12
minutos e formato variado: enquetes, entrevistas e rádio-teatro. Os temas dessa
série foram: anticoncepcionais, medicamentos na gravidez e lactação,
emagrecedores, problemas gerais com medicamentos.
ALGUNS COMENTÁRIOS
ADICIONAIS
É
evidente que todo o trabalho da promoção do uso racional de medicamentos seria
muito mais efetivo se as autoridades sanitárias trabalhassem com medidas
preventivas para assegurar a saúde dos cidadãos (o que, por si só, iria reduzir
a necessidade do uso de medicamentos) e retirassem do mercado farmacêutico
nacional os medicamentos de eficácia duvidosa ou nula e as combinações em dose
fixas injustificadas (Coelho, Da-Silva & Arrais, 1997; Velásquez, 1999).
Contudo, os gastos oriundos da promoção do uso racional representam um
investimento social de grande relevância para a saúde pública, que trará, a
largo prazo, uma economia importante para o estado.
FONTE
Assistência
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direitos reservados Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da
Saúde. É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que seja
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sobre esta publicação podem ser pedidas a: Coordenação de Medicamentos e
Tecnologias Opas/OMS SEN, lote 19 – Brasília – DF Cep: 70800-400 Tel:55 (61)
426-9595 Fax: 55 (61) 426-9591 Web: www.opas. org. br/medicamentos e-mail do
projeto: webmaster.hse@bra.ops-oms.org
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