PREPARAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS INJETÁVEIS PARTE 1
1 - INTRODUÇÃO
A administração e diluição de medicamentos é um processo
multi e interdisciplinar que exige conhecimento técnico da equipe de saúde. É
necessário conhecimento sobre biodisponibilidade de fármacos para que se
mantenha sua eficácia terapêutica.
A preparação de fármacos injetáveis ocorre normalmente no
momento da sua administração aos pacientes. Em vários países, os medicamentos
injetáveis são preparados por enfermeiros ou farmacêuticos após serem
prescritos pelos médicos. Os processos podem envolver a dissolução de pós, a
diluição de fluidos ou a transferência destes de seu recipiente original a
outro, o que proporciona várias etapas em que podem ocorrer erros.
Para
que sejam evitados erros ao administra medicações injetáveis, devem-se conferir
sempre os cinco passos certos para administração medicamentosa:
v Paciente
certo;
v Medicação
certa;
v Dosagem
certa;
v Via
de administração certa;
v Horário
certo.
É de
extrema importância se observar a data de validade, já que medicamentos
vencidos podem ser nocivos e/ou não atingirem seu real efeito.
No
preparo de medicações parenterais é importante observar também a presença de reações
medicamentosas e ainda observar os locais corretos de aplicação e do volume
suportável a ser aplicado.
Vale
a pena destacar a necessidade de se manter uma técnica asséptica no preparo,
levando em conta a importância da lavagem das mãos.
Destaca-se
também a importância da anotação de reações adversas alem da checagem do processo
com a identificação das medicações administradas.
Também
é de extrema importância observar as Interações e incompatibilidade físico-química
medicamentosa. As interações medicamentosas tem importância considerável, uma
vez que estas exercem influência direta sobre o efeito farmacológico desejado.
Essas interações em uma conduta terapêutica podem ser benéficas, quando a somatória
dos efeitos favorece a cura ou a supressão dos sintomas indesejados; ou maléficas
quando a somatória exacerba ou anula por mecanismos competitivos entre os
medicamentos, causando reações indesejadas ou imprevistas.
Existem
três tipos de interações:
v Fármaco
cinéticas,
v Fármaco
dinâmicas e
v Físico
químicas.
Interações
fármacos cinéticas é quando uma substância interfere na absorção, distribuição,
biotransformação ou eliminação da outra quando administradas conjuntamente.
Interações
fármaco dinâmicas ou farmacológicas são quando a interação esta relacionada ao
mecanismo de ação dos fármacos, que podem ser aditivos ou antagônicos e
interferem diretamente no efeito farmacológico desejado.
Por
ultimo, interações físico-químicas são quando duas ou mais substâncias reagem
de forma direta, inativando-se ou formando uma substância tóxica ao organismo.
É comum
às substâncias reagirem dentro de uma seringa ou mesmo em um frasco de solução
parenteral e essas reações nem sempre são visíveis. Isto pode ser chamado também
de incompatibilidade físico-química
2 - CUIDADOS BÁSICOS ANTES DA APLICAÇÃO
DE INJEÇÕES
v A
sala para preparo de medicações de ser um ambiente arejado, com boa iluminação
e com tela para proteção contra insetos nas janelas.
v Deve
conter armários e bancadas com gavetas, pias e coletores de material perfuro
cortantes.
v De
preferência não utilizar pias para preparo de medicamentos para evitar
respingos e contaminação das medicações em preparo.
v A
sala e a bancada utilizadas devem ser limpas sempre que necessário e ao termino
de cada plantão.
v As
bolas de algodão devem ser guardadas secas e o álcool em uma almotolia.
v Nunca
manter as bolas de algodão embebidas em álcool, pois isso favorece a
contaminação.
v Também
as bolas de algodão devem ser mantidas em recipiente com tampa.
v Deve-se
observar na prescrição medica o nome do paciente, data da prescrição, nome do
medicamento, dosagem a ser administrada e horário.
v Em
relação ao medicamento, observar aspecto da substancia (se não existe alteração
de coloração, presença de depósitos ou turvação) e validade das drogas.
v Por
fim cita-se a importância da lavagem das mãos a fim de evitar infecções cruzadas.
v Lava-las
sempre que for preparar medicação após a administração e entre a manipulação de
pacientes
3 -
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS INJETÁVEIS POR VIA INTRAMUSCULAR - I.M.
Consiste
na administração direta do injetável na massa muscular. Habitualmente são
escolhidos os músculos da nádega, da coxa e da espádua. O músculo estriado é
dotado de elevada vascularização, sendo em contrapartida, pouco inervado por
fibras sensitivas. Estas duas características conferem-lhe facilidade de
absorção medicamentosa e simultaneamente a possibilidade de uma administração
menos dolorosa. Habitualmente, o volume de líquidos administrado não ultrapassa
os 10 ml, sendo na maioria dos casos bastante menor (1 a 5 ml). Algumas
injeções intramusculares são dolorosas, pelo que é frequente incluir na sua
fórmula anestésicos locais que simultaneamente tenham conservantes como o
álcool benzílico ou o clorobutanol.
3.1 - FORMAS DE PREPARAÇÕES PARA
ADMINISTRAÇÃO - I.M.
As
preparações para administração I.M. podem apresentar-se sob a forma de:
a ) Soluções aquosas
Soluções cuja tonicidade é
semelhante ao soro sanguíneo. São permitidos pequenos desvios no sentido da
hipotonia e, em alguns casos, é até aconselhável uma ligeira hipertonicidade,
uma vez que provoca um leve derrame local dos fluídos dos tecidos (exosmose), o
que pode originar uma absorção uniforme.
O pH é outro fator a
considerar. Na prática corrente, considera-se aceitável a utilização de
injetáveis cujo pH varie entre 4,5 e 8,5. Quando o pH é demasiado baixo ou elevado,
podem ocasionar-se reações que vão da simples dor, com congestão e inflamação
subsequentes, até à destruição por necrose dos elementos celulares.
A dor concomitante ou
subsequente à injeção, não depende exclusivamente das características
físico-químicas da fórmula, mas pode estar ligada a acho do próprio fármaco. A
penicilina é dolorosa, ao contrário da estreptomicina, embora o pH e tonicidade
da solução sejam muito próximos dos valores ideais.
b) Soluções oleosas
São soluções em que a
viscosidade é uma característica a ter em conta, uma vez que a tolerância local
e a velocidade de absorção do fármaco são favorecidas pela fluidez da
preparação.
Soluções cujo veículo não é
a água ou o óleo - exemplo de alguns alcoóis como os glicóis, que de um modo
geral, apresentam elevada viscosidade e são dolorosas.
A absorção do fármaco é mais
rápida se o solvente escolhido for miscível com a água. É com base neste
princípio que se fundamenta o emprego de formas medicamentosas de ação
prolongada destinada à via I.M.. Com efeito, se um fármaco insolúvel em
água, se dissolver num veículo hidromiscível, mas anidro, ao proceder-se à
injeção I.M. precipitará no seio do músculo: a água do tecido muscular
mistura-se com o solvente injetado diminuindo o coeficiente de solubilidade do
fármaco que precipita "in situ". Este tipo de ejetáveis
proporcionará a obtenção de um verdadeiro depósito do fármaco no seio da massa
muscular, de onde irá ser absorvido muito lentamente. Exemplo característico
são os hormônios sexuais, fármacos insolúveis na água, mas miscíveis com o
trietilenoglicol (hidrossolúvel).
c) Suspensões
A absorção do fármaco
processa-se lentamente, conseguindo-se sob esta forma, verdadeiros injetáveis
de ação prolongada.
A penicilina procaínica é
solúvel na proporção de 800 U/ml de água, enquanto que a penicilina benzatínica
dissolve-se no mesmo volume, mas apenas numa quantidade correspondente a 200 U.
O coeficiente de solubilidade dos dois antibióticos ocasiona o diferente
comportamento dos dois injetáveis. Embora se aplicando ambos em suspensão
intramuscular aquosa, a penicilina procaínica apenas é mensurável no sangue até
cerca de 20 horas após a injeção, enquanto que a penicilina benzatínica ainda é
evidenciável mesmo decorridos 10 a 15 dias. Vê-se, pois, que a velocidade de
absorção do fármaco suspenso, depende fundamentalmente das suas características
de solubilidade na água.
3.2 - CARACTERÍSTICAS DA ADMINISTRAÇÃO - I.M.
v Área da aplicação: É feita nos músculos que são dotados
de grande área vascularizada, conferindo facilidade de absorção medicamentosa.
Por ser uma área bastante inervada por fibras sensitivas, é muito importante
que se identifique o local exato da aplicação, para evitar complicações
posteriores. Os medicamentos que aplicados por esta via são soluções aquosas,
oleosas, suspensões etc,
v
Volume
máximo: 5,0 ml;
3.3 - MATERIAL UTILIZADO NA ADMINISTRAÇÃO - I.M.
v Bandeja
(cuba rim)
v Algodão
v Álcool
70%
v Medicação
prescrita
v Seringa,
conforme volume a ser injetado;
v Tipo
de seringa e agulha: seringas específicas de 3, 5, ou 10 ml de acordo com o
volume a ser administrado com agulhas específicas (ver tabela abaixo).
v Agulha,
comprimento /calibre compatível com a massa muscular e solubilidade do líquido
a ser injetado;
v
Tipo
de pessoa / Calibre da agulha
1-
Adulto magro 25 x 7
2-
Adulto com massa muscular/obeso 30 x 7 ou 30 x 8
3-
Crianças Desenvolvidas 25 x 7 ou 25 x 8
4-
Crianças e Adolescentes Obesos 30 x 7
5-
Crianças Pequenas / magras 20 x 5,5 ou 20 x 6
3.4 - TÉCNICA
DO PREPARO DA MEDICAÇÂO
a) Para
ampola:
v
Fazer
desinfecção da ampola com álcool a 70%
v
Abrir
a ampola na linha pontilhada marcada no gargalho;
v
Retirar
a capa protetora da agulha
v
Colocar
a agulha dentro do frasco
v
Puxar
a quantidade indicada do medicamento para dentro da seringa
b) Para
frascos com várias doses:
v
Limpar
o frasco com algodão umedecido em álcool a 70%,
v
Retirar
o invólucro da agulha e puxar a mesma quantidade de ar que a dose a ser
administrada;
v
Colocar
a agulha no frasco
v Injetar ar no frasco,
retirando a dose desejada para a seringa;
3.5 - DESENVOLVIMENTO
DO PROCESSO:
v
Ler
a prescrição: Data, nome do paciente, medicação, dose, via de administração e o horário da
medicação;
v
Lavar
as mãos
v
Separar
a medicação prescrita
v
Preparar
o medicamento conforme técnica
v
Levar
a bandeja (cuba rim) para perto do paciente, colocando a bandeja sobre a
mesinha de cabeceira;
v
Orientar
o paciente e seu acompanhante sobre o procedimento;
v
Checar
condições do músculo escolhido, para volume maior ou igual a 3ml;
v
Para
solução com veículo oleoso ou se for observada hipotrofia do deltoide, o
músculo indicado para aplicação é o glúteo.
v
Calçar
luvas de procedimentos
v
Retirar
o ar da seringa e agulha
v
Fazer
antissepsia da pele com algodão/álcool a 70%, mantendo o algodão entre o dedo
mínimo e a mesma mão.
v
Firmar
o músculo, utilizando o dedo indicador e o polegar da mão dominante para
segurar o corpo da seringa. Na região deltoide quatro dedos abaixo da região
escapular e na região glútea no quadrante externo superior.
v
Introduzir
a agulha em ângulo adequado à escolha do músculo
v
Aspirar
observando se atingiu algum vaso sanguíneo (caso aconteça, retirar agulha do
local, desprezar todo material e reiniciar o procedimento).
v
Injetar
o líquido lentamente
v
Retirar
a seringa/agulha rapidamente, comprimindo o local com algodão, observando
presença de edema, hematoma ou sangramento no local;
v
Deixar
a unidade organizada,
v
Assegurar-se
que o paciente esteja confortável e seguro no leito (grades elevadas no caso de
crianças)
v
Desprezar
o material pérfuro-cortante em recipiente apropriado (caixa resíduo
pérfuro-cortante)
v
Retirar
a luva de procedimento
v
Lavar
as mãos
v Checar o procedimento
na ficha única
3.6 - LOCAIS DE APLICAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO - I.M.
Os
músculos mais utilizados são:
a)
Região deltoideana ou
face lateral do braço (músculo deltóide)
v
Aplicação
é realizada no músculo deltoide (3 a 4 dedos abaixo do ombro), que não
apresenta grande massa muscular, mas estão presentes nervos e vasos sanguíneos,
podendo ser dolorida e sujeita a complicações. Orientar o paciente no sentido
de que os injetáveis intramusculares devem ser preferencialmente administrados
no Glúteo Máximo (nádega).
v
Contra-
indicado para menores de 10 anos e adultos com pequeno desenvolvimento
muscular.
Evitar aplicar em:
v
Adultos
muito magros;
v
Crianças
abaixo de 10 anos;
v
Idosos;
v
Injeções
muito freqüentes;
v
Volume
acima de 3,0 ml;
Técnica
v Após preparo da
medicação e anti-sepsia das mãos conforme descrito anteriormente, orientar a
pessoa para manter o braço relaxado ao longo do corpo ou o braço dobrado na
altura da cintura;
v
Verificar
visualmente e pelo tato (palpação) se há sinais de endurecimento, marcas de
outras aplicações, presença de nódulos, hematomas ou inflamações. Se algum
destes sinais forem detectados mudar o local da aplicação. Este cuidado deve
ser tomado em qualquer aplicação intramuscular;
v
Realizar
anti-sepsia do local da aplicação com algodão embebido em álcool 70%, com
movimentos firmes de cima para baixo, deixar secar, descartar este algodão e
manter um algodão seco oposto à mão que esta com a seringa;
v
Apoiar
uma das mãos no ombro, segurando firme o músculo;
v
Introduza
a agulha em ângulo reto (90°) ou ligeiramente inclinada, com um único movimento
firme e suave;
v
Neste
momento solte o músculo e puxe o êmbolo para trás para verificar refluxo de
sangue;
v
Se
isto ocorrer, retirar imediatamente a agulha e realizar novo procedimento
preparando nova injeção e aplicar em outro local;
v
Injetar
o medicamento lentamente para diminuir o desconforto durante a aplicação;
v
Após
aplicação retirar a agulha com movimento firme e rápido, colocando o algodão
seco;
v
Realizar
uma boa compressão para evitar sangramento, se necessário colocar um
esparadrapo antialérgico no local.
v
NOTA:
Esteja atento as reações do paciente durante e após a aplicação de qualquer
injeção.
b)
Região dorso-glútea
ou nádega (músculo glúteo máximo)
v
Aplicação
é realizada nos músculos glúteos, que são amplos e os mais recomendados para
aplicação de injeções em adultos e crianças maiores de 2 anos (nas crianças
menores o melhor e mais seguro local de aplicação é na coxa).
v
O
profissional deve conhecer o local exato para realizar a aplicação pois esta
região é altamente vascularizada e o nervo ciático está presente podendo causar
danos graves se a aplicação atingir este nervo.
v
Aplicar
no quadrante superior externo da região glútea, pois é o local mais seguro,
longe do nervo ciático, rico em músculos, podendo ser feita profundamente com
mais conforto para o paciente e segurança para o profissional.
v
Não
aplicar volumes maiores que 5 ml (quantidade maior deve ser aplicado em dois
locais diferentes);
v
Dê
preferência às agulhas 30x7 ou 30x8 para evitar o risco de perda de medicamento
por refluxo e formação de nódulos doloridos.
c)
Região ventro-glútea
ou quadril (músculo glúteo médio e mínimo)
v
Aplicação
é realizada no terço médio do músculo glúteo lateral, que constitui o quadril.
E considerado o local mais seguro e indolor para aplicação intramuscular, porém
devido ao desconhecimento por parte do paciente e também do profissional, este
local normalmente não é lembrado para realização da injeção.
v
O
local é seguro e ideal para aplicação em adultos, idosos e crianças.
Região
Ventro-Glútea
v
Local
de baixo risco.
v
Muito
cuidado para identificar a Crista Ilíaca.
Técnica:
v
Após
preparo da medicação e anti-sepsia das mãos conforme descrito anteriormente,
orientar a pessoa para manter-se em uma das posições para realização da
aplicação:
v
Deitado
de costas ou de lado com os joelhos levemente dobrados, sentado ou em pé com os
joelhos levemente dobrados;
v
Não
aplicar volumes maiores que 5,0 ml;
v
O
local deve ser demarcado apoiando a palma da mão sobre a articulação do
quadril;
v
Com
a ponta do indicador, localizar a parte anterior dos ossos ilíaco, facilmente
palpável (com treinamento), manter o dedo fixo neste ponto, abrir a mão formando
um V entre o dedo indicador e o dedo médio;
v
No
centro deste V é que se deve introduzir à agulha ligeiramente voltada para cima
em direção à crista ilíaca;
v
Após
localização realizar anti-sepsia do local, demarcar novamente e aplicar a
injeção conforme descrito anteriormente.
v
Se
a aplicação for feita no quadril esquerdo ou caso o aplicador seja canhoto,
inverta a posição dos dedos.
d)
Região anterolateral
da coxa (músculo vasto lateral da coxa)
v
Aplicação
é realizada no músculo vasto lateral da coxa (músculo alongado que se estende
do quadril até o joelho). Embora não seja um dos locais mais confortáveis, é
considerado local seguro para aplicação em adultos e principalmente em crianças
menores de 2 anos.
v
Não
deve ser local para uso frequente de aplicações.
v
Não
aplicar volumes maiores que 3,0 ml.
Técnica:
v
Após
preparo da medicação e anti-sepsia das mãos conforme descrito anteriormente,
orientar a pessoa para manter-se em uma das posições para realização da
aplicação: deitado ou sentado com a coxa apoiada no assento e relaxada;
v
Marcar
o local dividindo a coxa em três partes iguais. A aplicação deve ser realizada
no terço médio na parte externa, no meio da coxa onde a massa muscular é maior;
v
Após
localização realizar anti-sepsia do local, segurar o músculo entre o polegar e
indicador e realizar aplicação introduzindo a agulha (25x7) em ângulo de 90°,
no caso de adultos obesos e com músculos desenvolvidos ou então inclinada
(voltada para o joelho) de cima para baixo em pessoas magras e crianças;
e)
Região Lateral Externa
da Coxa
v
Local
de menor risco para crianças pequenas
v
Indicado
para adultos e crianças.
v
Aplicar
a agulha inclinada na direçâo do juelho.
Técnica em z
v
Está
técnica é muito usada em aplicações intramusculares de medicamentos oleosos
(ex.: anticoncepcionais) ou a base de ferro, pois evita o refluxo (evitando
perda de medicamento), nódulos, ou inflamações quando ocorre retomo destes
tipos de medicamentos. O local ideal para realizar esta técnica é a região
dorso-glútea.
v
Técnica:
após preparo da medicação e anti-sepsia das mãos conforme descrito
anteriormente, puxar firmemente a pele para baixo ou para o lado com a parte
lateral da mão;
v
Introduzir
a agulha com movimento firme mantendo a pele puxada;
v
Verificar
se existe refluxo de sangue aspirando lentamente, caso não ocorra, aplicar
lentamente;
v
Retirar
a agulha e somente depois soltar a pele. Desta maneira a pele fechará a saída
impedindo o retomo do medicamento injetado.
v
Outra
alternativa é usar a lateral da mão ou puxar a pele para o lado ou para baixo.
Voltando à posição relaxada, a pele vedará a saída do líquido injetado para
fora do músculo.
3.7 - ACIDENTES QUE
PODEM OCORRER COM INJEÇÕES INTRAMUSCULARES
v
Abcessos
sépticos - causados pela falta de anti-sepsia. O local é contaminado
apresentando pus e inflamação. Higiene e anti-sepsia antes e depois da
aplicação são procedimentos importantíssimos.
v
Dor
- as aplicações costumam ser muito doloridas quando feitas rapidamente, quando
o volume de medicamento for inadequado para tamanho do músculo, quando o local
for impróprio para aplicação ou quando o músculo estiver contraído.
v
Endurações
- são causadas pela aplicação repetida no mesmo local, deixando a região
"empedrada". Nestes casos é aconselhável a mudança do local pois o
medicamento reflui tomando sua absorção muito difícil. Massagens e compressas
quentes são indicadas.
v
Embolias
- são ocorrências extremamente perigosas causadas pela injeção de substâncias
indevidas (oleosas, suspensões, ar, pedaços de coágulos entre outras) em veias
ou artérias, causando a obstrução de pequenos vasos sanguíneos, levando a
necrose (morte) da área atingida. Cuidado! Não esqueça de puxar o embolo para
verificar se não foi atingido nenhum vaso acidentalmente antes da aplicação.
v
Hematomas
- são manchas arroxeadas que aparecem no local da aplicação, causadas pelo
extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos para os tecidos (pele), devido a
um traumatismo. Normalmente quando isto ocorre alguns dias são necessários para
seu desaparecimento total.
v
Lesões
Nervosas - causadas quando as aplicações são feitas próximas de nervos motores,
podendo causar sérios problemas desde dores intensas até comprometimento de
movimentos. O conhecimento da anatomia dos locais exatos de aplicação evita
este tipo de acidente.
v
Nódulos
- são causados quando aplicação é realizada com agulha menor que a indicada,
introduzida parcialmente, ou grande inclinação, tomando a injeção muito
superficial. Para evitar este tipo de problema verificar o tamanho ideal de
agulha e tomar cuidado principalmente com medicamentos oleosos.
v
Reaçôes
alérgicas ou Choque Anafïlático - são causadas pela injeção de medicamento ao
qual o paciente é alérgico, podendo ir desde reações que provocam vermelhidão e
prurido (coceira) pelo corpo, até reações complexas e graves como o choque
anafilático, que quando ocorre necessita urgência de atendimento hospitalar. A
reação pode começar durante ou após aplicação, podendo o paciente apresentar:
boca seca, formigamento da língua, respiração ofegante, pressão baixa, pele
úmida e fria.
v
Este
é um dos motivos em não realizar aplicações sem receituário médico. A prevenção
também pode ser feita realizando-se o teste alérgico (preferencialmente em
Hospitais e Clínicas Especializadas) que seguem padrões recomendados, sendo por
este motivo proibidos de serem feitos em farmácias.
v
Tonturas
e desmaios - podem ocorrer em qualquer tipo de aplicação devido à ansiedade,
falta de alimentação ou medo com a expectativa da dor, antes ou após aplicação.
v
Normalmente
não tem maiores consequências, mas ocorrendo deve-se colocar a pessoa sentada
em lugar ventilado para recuperá-la do mal-estar.
v
Se
os sintomas não desaparecem rapidamente ou ocorrer desmaio acionar rapidamente
assistência médica.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
v
AVIS,
K. E.; LEVCHUK, J. W. - Parenteral Preparations. In Remington:
The Science and Practice of Pharmacy. 20.ª ed. Philadelphia: Daniel Limmer,
2000. ISBN 0-683-306472.
v
BAASKE,
D. M. - Stability of esmolol hydrochloride in
intravenous solutions. American Journal of Hospital Pharmacy. 51; 1994.
ISSN 1079-2082.
v
BRITISH
MEDICAL ASSOCIATION AND THE ROYAL PHARMACEUTICAL SOCIETY OF GREAT BRITAIN -
British National Formulary. London: Pharmaceutical Press. 1994. ISSN
0260-535X.
v
CLOYD,
J. C. - Availability of diazepam from plastic containers. American
Journal of Hospital Pharmacy. 37; 1980.ISSN 1079-2082.DRISCOLI, D. F.;
NEWTON, D. W.;
v
BRSTRIAN,
B. R. - Precipitation of calcium phosphate from parenteral
nutrient fluids. American Journal of Hospital Pharmacy. 51; 1994. ISSN
1079-2082
v
DRUG
INFORMATION. American Hospital Formulary Service.
Bethesda: American Society of Health-System Pharmacists 1999. ISBN
1-879907-91-7.
v DUPUIS, L. L..
Stability of propafenone hydrochloride in I.V. solutions. American Journal
Health-System Pharmacy. 54
(1997) 1293-5. ISSN 1079-2082.
v
FARMACOPEIA
PORTUGUESA. V ed.
Imprensa Nacional - Casa da Moeda. 1986. Vol. 1 e 2.
v
GARRELTS,
J. C. and WAGNER, D. J. - The pharmacokinetics, safety, and
tolerance of cefepime administered as an intravenous bolus or as a rapid
infusion. The Annals of Pharmacotherapy. 33; 1999. ISSN 1060-0280.
v
GUPTA,
V. D. [et al.]. Stability of ketorolac tromethamine in 5%
dextrose injection and 0,9% sodium chloride injections. International
Journal of Pharmaceutical Compounding. l:3; 1997. ISSN 1092-4221.
v
HASEGAWA,
G. R. - Caring about stability and compatibility. American
Journal of Hospital Pharmacy. 5; 1994. ISSN 1079-2082.
v
JAROSINSKI,
P. F. [et al.] - Stability of concentrated
trimethoprim-sulfamethoxazole admixtures. American Journal of Hospital
Pharmacy. 46; 1989. ISSN 1079-2082.
v
MANUAL
DE ANTÍDOTOS. 1.ª
ed. Porto: Grupo de Toxicologia, Assessor da Comissão de Farmácia e Terapêutica
do Hospital Geral de Santo António. 1999. ISSN 0873-6553.
v
MARTINDALE. The Extra Pharmacopoeia.
31.ª ed. London: The Royal Pharmaceutical Society of Great Britain, 1996. ISBN
0-85369-342-0.
v
MICROMEDEX® HEALTHCARE
SERIES: MICROMEDEX,
Greenwood Village, Colorado (Edition expires [12 de 2001]).
v
MORRIS,
E. M. - Compatibility and stability of diazepam injection
following dilution with intravenous fluids. American Journal of Hospital
Pharmacy. 35; 1978. ISSN 1079-2082.
v PARENTERAL ADMIXTURE
INCOMPATIBILITIES AN INTRODUCTION. International Journal of
Pharmaceutical Compounding. 1:3; 1997. ISSN 1092-4221.
v
PRISTA, L. N.; ALVES, A. C.; MORGADO,
R. M. - Técnica
Farmacêutica e Farmácia Galénica. 4.ª ed. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1992. Vol. I. ISBN 972-31-0562-4.
v RAY, J. B..
Droperidol. Stability in intravenous admixtures. American Journal of
Hospital Pharmacy. 40;
1983. ISSN 1079-2082.
v
SALOM, G. P. - Administración de Medicamentos por
Via Intravenosa. In Curso sobre Administración de Medicamentos.
Alicante: Organização de Farmacéuticos Ibero-Latinoamericanos, 1995. ISBN
84-606-2706-3 101.
v
STANDARD TERMS - PHARMACEUTICAL
DOSAGE FORMS, ROUTES OF ADMINISTRATION, Conteiners. The
European Pharmacopeia Forum. Council of Europe. 2000. ISSN 1013-5294.
v
STEWART,
J. T. Stability of ranitidine in intravenous admixtures
stored frozen, refrigerated, and at room temperature. American
Journal Hospital Pharmacy. 47; 1990. ISSN 1079-2082.
v
TORRES, N. V.; MARTÍ, M. C. - Mezclas Intravenosas y Nutricion
Artificial. 4.ª ed. Valencia: Convaser, C.E.E. 1999. ISBN
84-605-8427-5.
v
TRISSEL,
L. - Handbook on Injectable Drugs. 11.ª ed.
Bethesda: American Society of Health-System Pharmacists, 2001. ISBN 0333792122
v
VISOR,
G.C. [et al.] Stability of ganciclovir sodium (DHPG sodium) in 5%
dextrose or 0,9% sodium chloride injections. American Journal of Hospital
Pharmacy. 43; 1986. ISSN 1079-2082.
v ZHANG, Yan-Ping.
Stability of aminocaproic acid injection admixtures in 5% dextrose injection
and 0,9% sodium chloride injection. International Journal of Pharmaceutical Compounding. 1:2; 1997. ISSN 1092-4221.
v RESUMO
DAS CARACTERÍSTICAS DOS MEDICAMENTOS (RCM'S), EMEA - The European Agency for the Evaluation of Medicinal Products,
Nenhum comentário:
Postar um comentário