CONCEITOS BÁSICOS SOBRE MEDICAMENTOS
FEBRAFAR PARTE 3
Antiparkinsoniano
Conceito
– são medicamentos utilizados para tratar os sintomas do mal de Parkinson.
Comentários:
A doença de Parkinson deve-se à deficiência de uma substância existente no
cérebro chamada DOPAMINA, que é responsável pela coordenação dos movimentos juntamente
com a ACETILCOLINA (é preciso que ocorra o equilíbrio entre elas). A LEVODOPA,
no sistema central, é convertida em DOPAMINA. O CLOR. DE BIPERIDENO promove a
diminuição de ACETILCOLINA, restabelecendo assim o equilíbrio entre a mesma e a
DOPAMINA.
Hipnóticos
e Sedativos
Conceito
– são usados para o tratamento de diversos tipos de insônia, tensão emocional, pois
reduz a inquietação e induz o sono e a sedação. Agem deprimindo o SNC de
maneira não seletiva ou geral. Em doses elevadas, são usados como hipnóticos e
em doses menores como sedativos. Ex. Dormonid e Sonebon.
Neurolépticos
Conceito
– são usados para o tratamento de pacientes com desorganização mental de
pensamento e comportamento, como por exemplo: obsessão, mania de perseguição e
no alívio de tensão emocional grave. Não curam, mas diminuem os sintomas da
doença. Portanto, não são curativos, sua ação é primariamente e paliativa. Ex.
Carbonato de lítio, baloperidona e risperidona.
Comentários:
Neurose – distúrbio da pessoa com ela mesma.
Ex. mania de limpeza
Psicose – distúrbio da
pessoa com a realidade.
Ex. ouvir vozes
Analgésicos
Narcóticos
Conceito
– são medicamentos utilizados para deprimir o SNC, ou seja, diminuem o ritmo
cerebral que está acelerado. Ex: Fenobarbital e Fenitoína.
Comentários:
A epilepsia caracteriza-se por crises de convulsão que são decorrentes de uma
disritmia cerebral, levando a um equilíbrio das cargas elétricas, podendo
ocorrer em intensidade e freqüências variadas.
Anorexígenos
Conceito
– são medicamentos usados para reduzir o apetite e também agir corrigindo o
fator emocional que leva à ingestão excessiva de alimentos.
Ex.
Femproporex e Anfepramona.
Comentários:
A obesidade é o excesso de gordura que fica armazenada no organismo proveniente
de uma alimentação excessiva ou de distúrbios hormonais.
Interação Medicamentosa
Interação
é uma reação química resultante da mistura entre dois ou mais medicamentos,
formando uma terceira substância, com características indesejáveis ao organismo
por causarem modificações na absorção, distribuição, biotransformação, excreção
e até mesmo na ação de alguns fármacos, comprometendo a eficácia dos mesmos.
A
Interação também se dá com a mistura de medicamentos e alimentos.
Classificação das
Interações Medicamentosas
Didaticamente,
costuma-se classificar as interações medicamentosas em dois grandes grupos:
a) INTERAÇÕES
FARMACOCINÉTICAS –
são as que ocorrem na absorção, distribuição, biotransformação ou excreção dos
fármacos.
-
Interações na Absorção dos Fármacos – quando fármacos
interagem no organismo, um ou mais deles podem ficar insolúveis no estômago,
impossibilitando a absorção. Também podem ocorrer alterações na motilidade
intestinal ou um fármaco alterar o Ph gástrico ou entérico, comprometendo a
absorção do outro fármaco.
-
Interações na Distribuição dos Fármacos – alguns fármacos
são distribuídos no organismo pela ligação a proteínas plasmáticas. Muitas
vezes um fármaco pode comprometer a ligação de outro a essas proteínas,
prejudicando a sua distribuição.
-
Interações na Biotransformação dos Fármacos – a
biotransformação dos fármacos no
interior do organismo ocorre principalmente no fígado, através de reações
bioquímicas catalisadas por enzimas. Determinados fármacos têm a capacidade de
estimular a ação dessas enzimas (indutores enzimáticos) e outros de inibi-las
(inibidores enzimáticos). Portanto, sua administração em conjunto com outros
agentes pode provocar a indução ou inibição enzimática, levando à perda ou
redução de ação do segundo fármaco ou, em alguns casos, acelerando sua
excreção.
-
Interações na excreção dos Fármacos – os fármacos são
eliminados do organismo principalmente por via retal, através de mecanismos
específicos. Quando ocorrem interações medicamentosas, alterações nesses
mecanismos podem levar ao retardo ou aceleração da excreção dos fármacos, ocasionando
modificações nas suas concentrações e possibilitando o prolongamento ou redução
de sua ação.
b) INTERAÇÕES
FARMACODINÃMICAS
– são as que interferem na ação dos fármacos envolvidos, o que pode resultar na
potencialização dos efeitos (Sinergismo) ou na exacerbação de um ou mais
efeitos colaterais. Algumas interações podem gerar efeitos antagônicos
(resultados opostos). Assim, quando dois fármacos atuam em um mesmo receptor no
organismo e são administrados simultaneamente, pode ocorrer competição pelo receptor,
comprometendo a ação terapêutica.
Comentários:
Substâncias que devem ser tomadas
com estômago vazio e muita água:
-
Cefalexina
-
Tetraciclina
-
Penicilina
-
Eritromicina
-
Pantomicina
-
Compostos
de Diazepam com Ergotamina e propantelina
Substâncias que não devem ser
tomadas com leite:
-
Sais
de Ferro
-
Bisacodil
-
Antibióticos
Os antibióticos nunca devem ser
misturados com Vitamina C ou qualquer substância que a contenha (sucos
cítricos), pois a mesma inibe a ação dos antibióticos. O cálcio contido no
leite reduz a absorção dos antibióticos.
Medicamentos que devem ser tomados
junto com alimentos:
-
Ácido
Acetilsalicílico
-
Fenitoína
-
Metoclopramida
-
Carisoprodol
-
Amiodarona
-
Reserpina
-
Teofilina
-
Cinarizina
-
Prednisona
-
Analgésicos
-
Antiinflamatórios
Nunca misturar com outros
medicamentos:
-
Prometazina
-
Diazepan
-
Digoxina
-
Dexametazona
-
Cloreto
de Potássio
Tais medicamentos quando associados
formam precipitados e compostos indesejáveis ao organismo.
Nunca usar fazendo uso de bebidas
alcoólicas:
-
Analgésicos
fortes
-
Tranqüilizadores
-
Anticonvulsivantes
-
Neurolépticos
-
Hipnóticos
-
Anti–histamínicos
-
Barbitúricos
-
Antibióticos
Nunca misturar os seguintes
medicamentos injetáveis:
AMPICILINA COM:
-
Lincomicina
-
Gentamicina
-
Cloranfenicol
-
Tetraciclina
-
Liquemine
-
Amicacina
-
Hidrocortisona
-
Oxitetraciclina
CEFALOTINA COM:
-
Anti-histamínico
-
Gentamicina
-
Eritromicina
-
Cálcio
-
Amicacina
-
Aminofilina
-
Fenobarbital
-
Liquemine
-
Oxitetraciclina
-
Penicilina
G Potássica
-
Pentobarbital
GENTAMICINA COM:
-
Anfoterecina
B
-
Liquemine
-
Cefalotina
-
Ampicilina
-
Penicilina
G Potássica
-
Oxacilina
-
Carbenicilina
CLORANFENICOL/TETRACICLINA
COM:
-
Anfoterecina
B
-
Aminofilina
-
Ampicilina
-
Carbenicilina
-
Cálcio
-
Riboflavina
-
Oxacilina
-
Cefalotina
-
Prometazina
-
Hidrocortisona
OXACILINA COM :
-
Complexo
B
-
Tetraciclina
-
Gentamicina
-
Tianfenicol
Observações importantes: Evite
misturar um medicamento com outro na mesma seringa. Observe somente as
associações recomendadas pelo médico.
Nesta parte são focalizadas algumas
interações medicamentosas. Dado o seu grande número foram selecionadas aquelas
mais importantes do ponto-de-vista clínico, relacionadas às drogas
habitualmente usadas.
DROGA
|
ASSOCIADA COM
|
EFEITO
|
|
Antiinflamatórios
não esteróides (em geral)
|
Ácido Fólico
|
Diminuição do efeito
terapêutico dos antiinflamatórios
|
|
Anticoagulantes
orais
|
Aumento
no risco de hemorragias
|
||
Anti-hipertensivos
(bloqueadores beta e diuréticos)
|
Redução do efeito
anti-hipertensivo |
||
Diuréticos
|
Insuficiência
renal aguda em pacientes desidratados
|
||
Glicocorticóides
(corticosteróides)
|
Maior
possibilidade de surgimento de efeitos colaterais indesejáveis
|
||
Heparina
(via parentera) |
Aumento no risco de
hemorragias
|
||
Sais de Lítio
|
A
indometacina, cetoprofeno, ácido mefenâmico, clometacina, fenilbutazona,
diclofenaco, piroxican e ibuprofeno
aumentam as concentrações séricas de lítio em 30 a 60%
|
||
Anticonvulsivantes
indutores enzimáticos (carbamazepina, fenobarbital, fenitoína e primidona) em
geral
|
Anticoncepcionais
orais (Associações estrógeno/ progestágenos)
|
Diminuição da
eficácia do anticoncepcional
|
|
Corticóides
|
Diminuição da
eficácia dos corticosteróides
|
||
Teofilina e
derivados
|
Diminuição das
taxas plasmáticas e da atividade da teofilina
|
DROGA
|
ASSOCIADA COM
|
EFEITO
|
|
Antidepressivos
tricíclicos (em geral)
|
Anticonvulsivantes
|
Os antidepressivos
tricíclicos favorecem o aparecimento de convulsões
|
|
Benzodiazepínicos
(em geral)
|
Cimetidina
|
A
administração de cimetidina e alguns benzodiazepínicos (alprazolam, clordiazepóxido,
clorazepato, diazepam e triazolam) resulta em diminuição do clearence plasmático
e aumento da meia vida plasmática e concentração destes benzodiazepínicos.
Além disso, foi observado um aumento do efeito sedativo em alguns
pacientes tomando cimetidina e
benzodiazepínicos.
|
|
Digoxina
|
O
diazepam pode reduzir a excreção renal da digoxina, com aumento da meia vida
plasmática e risco de toxicidade. Este efeito foi também relatado com o
alprazolam.
|
||
Glicorticóides
(Corticosteróides/ Corticóides) em geral |
Anticoagulantes
Orais
|
Aumento
no risco de hemorragia conseqüente à terapia corticosteróide (mucosa
digestiva, fragilidade vascular).
|
|
Anticoncepcionais
Orais
|
Reforço
da ação antiinflamatória da hidrocortisona. Diminuição do metabolismo da
predinisolona. Provavelmente, vale para todos os corticosteróides.
|
DROGA
|
ASSOCIADA COM
|
EFEITO
|
|
Glicocorticóides (Corticosteróides/
corticóides) em geral
|
Digitálicos
|
Predisposição para
toxicidade digitálica
|
|
Diuréticos
depletores de potássio (ácido etacrínico, furosemida, tiazídicos) e outras
drogas depletoras de potássio (anfoterecina B)
|
Podem aumentar a
depleção de potássio, que é um dos efeitos dos corticosteróides.
|
||
Antidiabéticos
orais (em geral)
|
Derivados
pirazolônicos
|
A
administração de fenilbutazona e outros derivados pirazolônicos
concomitantemente aos antidiabéticos orais pode potencializar a atividade
hipoglicêmica.
|
|
Isoniazida
|
Redução
da eficácia dos antidiabéticos orais. Pode, entretanto, aparecer o inverso,
ou seja, uma potencialização da hipoglicemia.
|
||
Anticoncepcionais
orais (em geral)
|
Anti-hipertensivos
|
Os
anticoncepcionais podem elevar a pressão arterial, anulando a ação dos
hipotensores.
|
|
Antiinfecciosos ( Ampicilina, Cloranfenicol,
Neomicina, Nitrofurantopina, Penicilina V, Sulfonamidas, Tetraciclinas)
|
Diminuição
do efeito anticoncepcional causado por
todos os antiinfecciosos que atuam sobre a flora intestinal.
|
||
Betabloqueadores
|
Acúmulo
do betabloqueador.
Risco de intoxicação. |
||
Corticosteróides
|
Reforço
da ação antiinflamatória da hidrocortisona. Diminuição do metabolismo da prednisolona.
Provavelmente, válido para todos os corticosteróides.
|
DROGA
|
ASSOCIADA COM
|
EFEITO
|
|
Anticoncepcionais
orais (em geral)
|
Indutores de
enzimas microssônicas (Rifampicina, barbitúricos, carbamazepina, fnitoína,
primidona, griseofulvina )
|
Diminuição do
efeito anticoncepcional. Em relação à fenitoína: possibilidade de
aparecimento de convulsões. (entretanto, é duvidosa esta interação).
|
|
Anticoagulantes
orais (em geral)
|
Anticoncepcionais
orais
|
Diminuição dos
efeitos dos anticoagulantes.
|
|
Cimetidina
|
Aumento dos efeitos
dos anticoagulantes.
|
||
Clorafenicol
|
Aumento dos efeitos
dos anticoagulantes e no risco hemorrágico.
|
||
Clortalidona (e
outros diuréticos tiazídicos)
|
Diminuição dos
efeitos dos anticoagulantes.
|
||
Diuréticos
depletores de potássio ou hipocalemiantes (Tiazídicos e similares, como a
clortalidona, incluindo ácido tienílico e indapamida, e diuréticos de alça
como ácido etacrínico, bumetanida e furosemida) em geral.
|
Alguns
antiarrítmicos (Bepridil, antiarrítmicos do tipo quinidínico, sotalol,
amiodarona).
|
Aumento dos efeitos
dos antiarrítmicos, com possibilidade de intoxicação.
|
|
Bloqueadores
neuromusculares não desporizantes
|
Prolongamento do
bloqueio neuromuscular.
|
||
Digitálicos
|
Aumento dos efeitos
tóxicos dos digitálicos.
|
Imunização
É
a característica que o organismo adquire ao se tornar resistente contra
determinada doença. Essa resistência decorre da produção de anticorpos
específicos para cada tipo de antígeno.
Mas,
afinal o que são anticorpos e antígenos?
Resumidamente,
podemos dizer que antígeno é toda a substância estranha ao organismo que, por
qualquer motivo, penetra ou tenta nele penetrar. Já os anticorpos são
substâncias próprias do organismo, isto é, produzidas por ele, que destróem ou
tentam destruir os antígenos que invadiram o corpo.
Tipos
de Imunização:
Existem dois tipos de imunidade: a
ativa e a passiva. A imunidade ativa desenvolve-se quando o próprio organismo
produz os anticorpos (vacina). A passiva não é uma imunidade definitiva e
desenvolve-se quando o indivíduo recebe anticorpos já formados em outro
organismo (soro).
Noções Básicas
Sobre Injetáveis
Vias de aplicação
de injetáves
Intradérmica (I.D) – Também chamada
intracutânea ou cutânea, é utilizada para testes alérgicos e algumas vacinas. É
aplicada na camada mais profunda da pele, chamada derme. Sua característica é a
formação de uma bolinha (pápula na pele).
Local
de aplicação: geralmente é feita na parte interna do antebraço, por ser de
fácil acesso, pouco pigmentado e com poucos pelos.
Posição:
geralmente sentado com o antebraço apoiado em suporte específico.
Quantidade:
geralmente não ultrapassa 0,1ml. Quantidades superiores devem ser divididas em
duas partes, ou mais aplicações.
Técnica
de Aplicação
1- Estique a pele e
introduza a agulha em ângulo d5 a 15° com o bisel voltado para cima.
Aproximadamente da agulha é introduzido. Puxe o êmbolo levemente para trás.
2- Não refluindo
sangue, injete o líquido delicadamente e observe a pele se distender, tomando o
aspecto de uma bolha chamada pápula. Já que a injeção é feita de modo muito
superficial (entre a derme e a epiderme).
3- Terminada a
aplicação, retire cuidadosamente a agulha. Não massageie o local. Esta injeção
dispensa a anti-sepsia. A presença do álcool pode comprometer os resultados dos
testes e o efeito das vacinas fabricadas com microorganismos vivos inativos. Se
necessário, lave a área com água e sabão ou soro fisiológico, secando em
seguida com algodão seco.
4- Descarte
adequadamente as seringas e o material usado.
-
Subcutânea: Feita no tecido subcutâneo, que fica entre
a pele e o músculo, é usada para a aplicação de vacinas, insulinas,
anticoagulantes e outros medicamentos que devam ser absorvidos lentamente. É um
tipo de aplicação geralmente indolor,
feito com seringas específicas e agulhas curtas, chamadas agulhas de insulina.
Volume máximo recomendado é de 1,5ml.
Locais de Aplicação: parte posterior dos
braços, parte anterior e lateral externa das coxas e abdôme e nádegas.
Material necessário: algodão com álcool,
seringa agulhada de vacina ou insulina.
Execução da Técnica: Após limpar o local da
aplicação, faça uma prega na pele com o dedo indicador e polegar e, em seguida,
introduza profunda e rapidamente a agulha, em ângulo reto (90°) para que a
absorção se faça de forma eficaz através dos capilares existentes na camada
profunda do tecido. Aspire, faça a aplicação
e retire a agulha com auxílio do algodão. Não massageie o local. Em
pessoas magras, faça a aplicação com a seringa inclinada para evitar a
aplicação no músculo e proceda conforme as orientações anteriores. Para as
vacinas são utilizadas seringas específicas com escalas em décimo de ml.
Material necessário para a aplicação da
insulina:
-
Algodão
com álcool
-
Frasco
de insulina U-100 tipo R, N ou L (trazida pelo cliente)
-
Seringa
de insulina de 30,50 ou 100 unidades
-
Endovenosa (E.V.) ou Intravenosa (I.V.): é aplicada na veia
e o efeito é imediato. Deve ser aplicada lentamente para se evitar mal estar,
hipotensão, formigamento e ondas de calor, fenômenos de origem nervosa que
acometem pessoas ansiosas. Com este cuidado, evita-se também a elevação do
volume circulatório, prejudicial aos cardíacos. A injeção é geralmente indolor
e deve ser aplicada somente por pessoa realmente habilitada, podendo causar
sérios problemas se for mal aplicada.
Locais
de Aplicação:
-
Veias
do Braço
-
Veias
do dorso da mão
-
Veia
do Pé
Material
Necessário:
-
Algodão
Seco e embebido em álcool
-
Seringa
de bico lateral e agulha 20x5,5 ou 25x7
-
Garrote
-
Intramuscular (I.M.): é feita no músculo, parte do corpo
responsável pelos movimentos, rica em vaso sangüíneos que facilitam a absorção
de grande número de medicamentos. Possui
também grande número de nervos que comandam a atividade muscular, sendo, por
isso, muito importante que se identifique com exatidão as áreas apropriadas
para a aplicação, afim de evitar possíveis complicações. Este é o tipo de
injeção mais utilizado em farmácias. As injeções intramusculares devem ser
sempre profundas, isto é, aplicadas com agulhas de tamanho apropriado e com
ângulo reto (90°), salvo exceções, para favorecer a absorção e não haver
retorno do medicamento para a camada subcutânea. Os medicamentos mais doloridos
e irritantes são aplicados por esta via.
Material
Necessário:
Algodão
com álcool a 70°
Seringas
com 3,5 ou 10ml
Agulhas
do tamanho apropriado:
-
Adultos
magros – 25x7
-
Adultos
com ossos bem desenvolvidos ou obesos– 30x7 ou 30x8
-
Crianças
bem desenvolvidas – 25x7 ou 25x8
-
Crianças
e adolescentes obesos – 30x7
-
Crianças
muito pequenas – 20x5,55 (exceto para
aplicação de suspensões de penicilina)
As
agulhas com calibre 25x7 ou 30x7 são usadas para soluções aquosas. As de
calibre 25x8 ou 30x8 são reservadas para soluções oleosas e para suspensões de
penicilina, para facilitar a aplicação e não entupir a agulha.
Músculos
Utilizados:
-
Braço
ou região deltoideana (volume de líquido máximo de 3ml)
-
Nádega
ou região dorsoglútea (volume de líquido no máximo de 5ml, se ultrapassar devem
ser aplicados em dois locais diferentes)
-
Quadril
ou região ventroglútea (volume de líquido no máximo de 5ml)
-
Coxa
(volume de líquido no máximo de 4ml)
Técnica
em Z ou trilha em Z - técnica ideal para evitar o refluxo do medicamento para a
camada subcutânea, evitando o aparecimento de nódulos doloridos por reação
inflamatória, principalmente no caso de aplicações feitas com soluções oleosas
(como Perlutan) e à base de ferro como Noripurum, este podendo deixar manchas
escuras na pele.
Pode
ser usada em qualquer um dos locais descritos previamente sendo, entretanto,
mais utilizada na região glútea.
1- Após fazer a
anti-sepsia da pele, puxe-a firmemente para o lado ou para baixo com a parte
lateral da mão esquerda (se for canhoto faça com a mão oposta)
2- Introduza a agulha.
Sempre mantendo a pele puxada, segure a seringa com o polegar e o dedo
indicador da mão esquerda.
3- Puxe o êmbolo
discretamente para trás e observe se há refluxo de sangue. Caso isso não
ocorra, faça a aplicação.
4- Aguarde
aproximadamente 10 segundos antes de retirar a agulha e só então solte a
pele.
Outra
alternativa é usar a lateral da mão ao puxar a pele para o lado ou para baixo. Nesse caso, os dedos
indicador e polegar ficarão livres para segurar a seringa. Voltando a posição
relaxada, a pele vedará a saída do líquido injetado para fora do músculo.
Formas de
Apresentação da Medicação Injetável
-
Aquosa
(ex. Voltaren)
-
Oleosa
(ex. Perlutan)
-
Líquida
com pó em suspensão (ex. Benzetacil)
-
Pó (ex. Despacilina e
Tilatil)
Sala de Aplicação
Deve
possuir área física bem iluminada, bem ventilada e deve conter:
-
Pia
-
Sabão
líquido ou em barra
-
Papel
Toalha
-
Álcool
70° ou álcool swabs
-
Algodão
-
Bancada
para preparar as injeções
-
Lixeira
-
Cadeira
-
Garrote
-
Seringas
e agulhas descartáveis
Cuidados Gerais na
Administração de Injetáveis
Para
maior segurança, tanto para o aplicador quanto para o cliente, peça a receita
médica na hora de aplicar injeções. Observe os seguintes itens: nome e n° do
CRM do médico, nome do cliente, data, nome do medicamento, dosagem, via de
aplicação e concentração, se houver.
Termos Técnicos em
Aplicações de Injeções
Anti-Sepsia – é a redução de
germes e eliminação de partículas de sujeira da pele através do uso de
anti-sépticos como álcool, água oxigenada e outros.
Contaminação – significa levar
para um material, medicamento, ambiente ou organismo vivo partículas de
sujeira, pó, micróbios etc.
Desinfecção – é o processo
pelo qual reduzem-se os micróbios do ambiente e dos materiais através do uso da
fervura ou soluções desinfetantes, como álcool e outras.
Esterilização – é um processo
radical onde todos os germes presentes no material são eliminados, assim como
qualquer partícula de sujeira. Tanto a medicação injetável quanto as seringas e
agulhas são esterilizadas.
Germes
ou Micróbios
– estão presentes na pele, no ar, nos objetos e gotículas de saliva. Sem os
devidos cuidados de higiene, eles podem ser introduzidos no organismo através
da injeção, causando infecção em pessoas predispostas. São os chamados
abscessos por contaminação, com presença de pus.
Infecção – é a penetração e
proliferação de germes no organismo. As pessoas mais sensíveis são as crianças,
idosos, portadores de câncer, aidéticos e pessoas muito estressadas.
A falta dos devidos
cuidados higiênicos no preparo ou na aplicação da injeção pode causar infecção.
Descarte do
Material Utilizado
-
Após
a aplicação, descarte a seringa e a agulha em coletores feitos especialmente
para este fim, de paredes rígidas.
-
Nunca
jogue agulhas descobertas em sacos plásticos.
-
A
agulha também não deve ser desconectada da seringa para evitar riscos de
acidente com o aplicador.
-
Os
protetores das agulhas não devem ser nelas recolocados.
-
Descarte
materiais somente até o limite recomendado no DESCARTEX.
-
Para
o descarte final do coletor, transporte o DESCARTEX fechado, segurando somente
pela a alça e afastado do corpo.
Noções Básicas
Sobre Portaria 344
3.1.1
– Notificação de Receita A
-
De
cor amarela.
-
Confeccionada
e fornecida pela autoridade sanitária.
-
Prescrição
dos medicamentos à base das substâncias das listas:
A1, A2 e A3.
-
Válida
em todo o território nacional desde que acompanhado de justificativa.
-
Deve
ser preenchida de forma legível, sendo a quantidade dos medicamentos prescritos
em algarismos arábicos e por extenso.
-
A
farmácia ou drogaria só pode aviar ou dispensar quando todos os itens da
receita e da notificação de receita estiverem devidamente preenchidas e
assinadas pelo profissional prescritor.
-
A
notificação será retida na farmácia/drogaria e a receita devolvida ao paciente
com carimbo (anexo 1 – modelo de carimbo).
-
Vale
por 30 dias após a sua emissão.
-
Podem
conter, no máximo, 5 (cinco) ampolas e para as demais formas farmacêuticas
de apresentação, a quantidade
correspondente a 30 (trinta) dias de tratamento.
-
Pode
ser prescrito acima das quantidades previstas, devendo o prescritor anexar
justificativa indicando com CID da doença ou diagnóstico, posologia, data e
assinatura.
-
No
caso de formulações magistrais, as formas farmacêuticas deverão conter, no
máximo, as concentrações que constam na literatura nacional internacional
oficialmente reconhecidas.
O
profissional prescritor, para receber o talonário, deve se dirigir à autoridade
sanitária para o preenchimento da ficha cadastral, munido de carteira de identidade
expedido pelo conselho profissional e comprovante de residência. O
cadastramento pode ser feito por pessoa devidamente autorizada. Após o
cadastramento, o profissional pode requerer o talonário.
No
ato do recebimento do talonário, o profissional, ou portador, deve levar o
carimbo que será aposto na presença da autoridade sanitária, em todas as folhas
do talonário no campo “Identificador do Emitente”.
SIAP344 – Guia para Prescrição e
Dispensação
3.1.2
– Notificação de Receita B
Para
Uso Humano e Uso Veterinário
- De cor azul.
- Impressa às expensas do profissional ou
instituição.
-
Prescrição dos medicamentos à base das substâncias das Listas B1 e B2.
-
Válida apenas na unidade federativa que concedeu a numeração.
-
Nos campos UF, NÚMERO, IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE, DADOS DA GRÁFICA, NÚMERO DA
AUTORIZAÇÃO e a NUMERAÇÃO CONCEDIDA devem estar impressas.
-
Pode haver prescrição acima das quantidades previstas, devendo-se para tanto o
prescritor anexar justificativa indicando o CID da doença ou diagnóstico,
posologia, data, assinatura e carimbo.
-
Pode conter apenas uma substância ou medicamento que a contenha.
-
Devem vir acompanhada da receita comum.
-
A receita comum deve receber os carimbos (Anexo 1 - Modelo de Carimbo).
-
A notificação fica retida na farmácia e a receita devolvida ao paciente.
-
Antes de confeccionar esta Notificação de Receita, deve o interessado solicitar
à Autoridade Sanitária autorização e numeração (intervalo numérico) para
confecção do talonário.
-
O rodapé da notificação deve conter os dados da gráfica (razão social, CGC e
endereço), o intervalo numérico concedido pela Vigilância Sanitária local e o
número da autorização.
-
Válida por 30 dias após sua emissão.
-
Cada notificação pode conter, no máximo,
05 ampolas ou o suficiente para 60 dias de tratamento nas demais formas farmacêuticas
(comprimidos, solução e xaropes orais etc).
-
É proibido fórmulas contendo associações medicamentosas das substâncias
anorexígenas entre si ou com ansiolíticos, diuréticos, hormônios ou extratos
hormonais e laxantes, bem como quaisquer outras substâncias medicamentosas.
-
É proibido associações medicamentosas de substâncias ansiolíticas associadas a
substâncias simpaticolíticas ou parasimpaticolíticas.
SIAP344 – Guia para Prescrição e
Dispensação
3.2.1-
Receita Controle Especial
-
Válida em todo o território nacional por trinta dias após a sua emissão.
-
Deve ser preenchida em duas vias.
-
Destina-se aos medicamentos à base das substâncias das Listas C1 e C5.
-
Deve ser preenchida de forma legível, sem rasuras ou emendas, a quantidade em
algarismos arábicos e por extenso.
-
Só pode ser dispensada ou aviada quando todos os itens estiverem devidamente
preenchidos.
-
Em 72 horas, as farmácias ou drogarias devem apresentar as receitas de controle
especial provenientes de outras Unidades Federativas à Autoridade Sanitária.
-
A 2ª via deve ser devolvida ao paciente contendo carimbo do estabelecimento
atestando o aviamento/dispensação.
-
Os medicamentos das listas C4 (antiretrovirais) devem ser dispensados no âmbito
do SUS por formulário próprio fornecido pelo Programa DST/AIDS ou na Receita de
Controle Especial quando para aquisição em farmácia ou drogaria.
-
Os antiretrovirais só podem ser prescritos por profissionais médicos.
-
Cirurgiões dentistas e veterinários só podem prescrever para uso odontológico e
veterinário, respectivamente.
-
Cada receita poderá conter até 03 (três) substâncias ou medicamento das Listas
C1 e C5.
-
De cada uma das substâncias ou medicamentos poderão ser prescrito até 05
(cinco) ampolas ou o suficiente para 60 (sessenta) dias de tratamento, quando
em outra forma farmacêutica.
-
Para os antiretrovirais podem conter, cada receita, até 05 (cinco)
medicamentos.
-
antiparkinsonianos e anticonvulsivantes podem ser prescritos para até 06 meses
de tratamento.
-
Acima das quantidades previstas, o prescritor deve anexar justificativa com CID
ou diagnóstico, posologia, datando e assinando as duas vias.
Procedimento do
Balconista
É de responsabilidade do balconista:
-
Abordagem
do cliente no meio da loja.
-
Prestar
um bom atendimento a todos os clientes.
-
As
expressões: senhor (a), bom dia, como vai, até logo, muito obrigado, posso lhe
ajudar, estamos às suas ordens, devem fazer parte constante do vocabulário.
-
Para
evitar vendas erradas, toda a receita deverá ser lida por dois balconistas,
mesmo que a receita esteja legível. Em
caso de dúvida, consultar o FARMACÊUTICO. Persistindo a dúvida, ligar para o
médico.
-
Anotar
as faltas e encomendas de produtos.
-
Não
é permitida a aplicação de injeções sem a apresentação da receita. Antes da
aplicação, o balconista deverá apresentar o medicamento e a receita para o
FARMACÊUTICO confirmar.
-
Retirada
dos produtos a vencer, com 90 dias de antecedência (a critério da loja).
-
Auxiliar
na limpeza e organização da filial, principalmente prateleiras, gôndolas e sala
de aplicação.
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