quarta-feira, 6 de julho de 2016

TECNOLOGIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR - PREPARAÇÕES OTOLÓGICAS OU AURICULARES


TECNOLOGIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR
PREPARAÇÕES OTOLÓGICAS OU AURICULARES


INTRODUÇÃO

v  As preparações otológicas normalmente são usadas para a remoção do cerúmem (cera do ouvido) ou para tratamento de infecções, inflamação ou dor otológica.
v  As preparações otológicas podem ser: líquidas (soluções, suspensões e emulsões), pastosas (pomadas) e, pós.

DEFINIÇÕES

Cerúmem é uma combinação das secreções das glândulas sudoríparas e sebáceas do ouvido.
As secreções, quando ficam ressecadas, formam uma massa semi-sólida e pegajosa que abriga células epiteliais, pêlos, poeira e outros corpos estranhos que penetram no meato acústico auditivo externo.
O acúmulo excessivo de cerúmem na orelha pode causar coceira, dor, audição deficiente e constitui impedimento ao exame otológico.

SOLUÇÕES E SUSPENSÕES OTOLÓGICAS

As soluções e suspensões otológicas ou auriculares, são formas líquidas destinadas à instilação no canal auditivo.
Soluções otológicas para irrigação podem ser compostas de surfactantes fracos, bicarbonato de sódio, ácido bórico (0,5 a 1%) ou solução de acetato de alumínio na forma de líquido morno, geralmente a cerca de 37°C.
Essas soluções para irrigação podem ser usadas para remover a cera do ouvido, exsudatos purulentos de infecções e corpos estranhos do canal auditivo.

POMADAS OTOLÓGICAS

São preparações semi-sólidas que são aplicadas no exterior do ouvido.
Pomadas otológicas não são utilizados com frequência. No entanto, elas podem ser preparadas usando qualquer pomada base e podem conter substâncias antifúngicas, antimicrobianas ou corticosteróides.
São aplicadas diretamente na porção exterior do ouvido. Uma pomada a base de polietilenoglicol pode ser facilmente removida do ouvido com água morna ou soluções diluídas de um surfactante.

PÓS FINOS

Pós finos insuflados podem conter agentes antifúngicos ou bactericidas que irão atuar como um reservatório do fármaco.
Um pequeno insuflador de plástico ou de borracha pode ser usado para aspergir ou insuflar o pó dentro do ouvido.

COMPOSIÇÃO

v  Veículos para soluções geralmente contém: glicerina, propilenoglicol, água e/ou álcool. As pomadas otológicas contém principalmente, vaselina sólida. Os pós otológicos podem conter talco ou lactose.
v  Conservantes: clorobutanol a 0,5% e os parabenos a 0,01%.
v  Antioxidantes como o bissulfito de sódio e outros estabilizantes também são usados, se necessário.

FÍSICO-QUÍMICA DOS COMPONENTES MAIS COMUNS

v  Os veículos mais utilizados em preparações otológicas são: a glicerina, o propilenoglicol e outros PEGs de baixo peso molecular, especialmente o PEG 300. Esses veículos são viscosos e irão aderir ao canal auditivo.
v  Álcool puro e óleos vegetais, principalmente o óleo de oliva tem sido usados como veículos. Óleo mineral tem sido empregados como um veículo para alguns medicamentos antibióticos e antiinflamatórios.
v  Água e álcool (etanol e isopropanol) podem ser usados como veículos e como solventes para alguns medicamentos.
v  Geralmente, são usados primariamente para a finalidade de irrigação, uma vez que em muitos casos um dos objetivos terapêuticos é manter o canal auditivo seco para minimizar o crescimento de bactérias e fungos.

PREVENÇÃO DE OTITE MÉDIA EM OUVIDO DE NADADOR

v  Além das combinações antibióticos- esteróides, utilizam-se ácido acético (2%) em solução de acetato de alumínio e ácido bórico (2,75%) em álcool isopropílico.
v  Esses fármacos ajudam a re-acidificar o meato acústico externo e os veículos ajudam a secá- lo. Ao secar o canal, o meio de crescimento dos microorganismos invasores, em geral Pseudomonas aeruginosa, fica desativado.

DOR DE OUVIDO

v  Acompanha as infecções otológicas ou inflamação e edema dos tecidos auriculares, e costuma ser desproporcional com relação à afecção real, pois o meato acústico externo é muito estreito, e, mesmo uma leve inflamação pode causar dor e desconforto intensos para o paciente.
v  Geralmente se empregam analgésicos tópicos e sistêmicos. Os analgésicos tópicos para os ouvidos são em sua maioria soluções e contém o analgésico antipirina e o anestésico benzocaína em um veículo de propilenoglicol ou glicerina.

CARACTERÍSTICAS DAS PREPARAÇÕES OTOLÓGICAS

v  produto semi-estéril.
v  veículo viscoso, para aderir às paredes do canal auditivo, como a glicerina, propilenoglicol, óleo e até mesmo a água.
v  pH de 5 a 7,8.

EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO

As preparações otológicas são acondicionadas em recipientes pequenos (5 a 15mL) de vidro ou de plástico, com um conta-gotas. Devem ser geralmente estocadas a temperatura ambiente ou em geladeira.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

1.    ALLEN JR,L.V; POPOVICH, N.G.;ANSEL,H.C. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed. Porto Alegre, Artmed, 2007.
2.    ANSEL. H.C., PRINCE,S.J.. Manual de cálculos farmacêuticos. Editora Artmed. 2005 4. ERIC S. GIL. Controle físico-quimico de qualidade de medicamentos, 3° ed Ed. Pharmabooks. 2010
3.    AULTON, M.E. Delineamento de Formas Farmacêuticas. Trad. De George Gonzalez Ortega et. all. 2ª. Ed., Porto Alegre, Artmed
4.    BATISTUZZO, JOSE ANTONIO. Formulário médico-farmacêutico . Ed. 3. Editora Tecnopress. 2006
5.    VILELA, M. A. P; AMARAL,M. P; H Controle de qualidade na farmácia de manipulação. Editora Omega, 2009
6.    FERREIRA, A.O. Guia Prático da Farmácia Magistral. 3. ed. São Paulo: PharmaBooks, 2008. v.1 e v.2

7.    VILLANOVA, J.C.O.; SA, V.R. Excipientes: guia prático para padronização.1 ed. Editora Pharmabooks. 2009 

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