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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

ÁCIDO ACETILSALICÍLICO

ÁCIDO ACETILSALICÍLICO

ALINE LINS CAMARGO


FÓRMULA ESTRUTURAL


APRESENTAÇÕES

• Comprimidos 100 mg e 500 mg.

INDICAÇÕES

• Dor leve a moderada.
• Enxaqueca e outros tipos de cefaleia.
• Febre.
• Processos inflamatórios.
• Profilaxia e tratamento de doenças tromboembólicas.
• Prevenção de trombose em cirurgias cardíacas.
• Prevenção secundaria de evento vascular encefálico transitório.
• Prevenção secundaria de cardiopatia isquêmica.
• Prevenção secundaria de enfarte agudo do miocárdio.
• Tratamento adjuvante em angina estável e instável.
• Suspeita de enfarte agudo do miocárdio.
  • Tratamento de enfarte agudo do miocárdio em associação com trombolítico.
  • Terapia após angioplastia com e sem implantação de stent.

CONTRAINDICAÇÕES

• Hipersensibilidade ao acido acetilsalicilico ou a anti-inflamatórios não esteroides.
• Crianças e adolescentes com menos de 16 anos (risco de síndrome de Reye).
• Tratamento de gota.
• Ulceração péptica previa ou ativa.
• Hemofilia e outras doenças hemorrágicas.

PRECAUÇÕES

v  Usar com cuidado nos casos de:
  • Asma, pólipos nasais e outras doenças alérgicas, hipertensão não controlada, desidratação, deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase e consumo exagerado de álcool.
  • Insuficiência renal
  • Insuficiência hepática
  • Cirurgias (suspender o uso uma a duas semanas antes do procedimento para reduzir o risco de sangramento excessivo.
  • Uso de bebida alcoólica (risco de sangramento gastrintestinal).
  • Ocorrência de zumbidos ou perda de acuidade auditiva (suspender o uso).
  • Idosos (mais Susceptíveis aos efeitos tóxicos dos salicilatos).
  • Lactacao (ver Apendice B).

v  Categoria de risco na gravidez (FDA): D.

ESQUEMAS DE ADMINISTRAÇÃO

Adultos
Dor leve a moderada, febre e enxaqueca

• Dose de 500 a 1.000 mg, por via oral, a cada 4 a 6 horas. Dose máxima diária:4 g.

Doenças inflamatórias

• Dose de 1.000 a 1.500 mg, por via oral, a cada 6 horas. Dose máxima diária: 4 a 6 g.

Profilaxia e tratamento de doença tromboembólica

• Dose de 100 a 200 mg, por via oral, a cada 24 horas.Prevenção de formação de trombo após cirurgia cardíaca
• Dose de 100 a 300 mg, por via oral, a cada 24 horas.

Prevenção secundária de evento vascular encefálico transitório

• Dose de 100 a 300 mg, por via oral, a cada 24 horas, com inicio nas primeiras horas após o episodio e mantida durante tempo indeterminado.

Prevenção secundária de enfarte agudo do miocárdio

• Dose de 100 a 300 mg, por via oral, a cada 24 horas, durante tempo indeterminado.

Terapia adjuvante em angina estável e instável

• Dose de 100 a 300 mg, por via oral, a cada 24 horas, durante tempo indeterminado.

Terapia de enfarte agudo do miocárdio em associação com trombolítico

• Dose única de 150 a 300 mg, por via oral, administrada precocemente após o diagnostico. Dose de manutenção de 100 mg, por via oral, a cada 24 horas.

Terapia após angioplastia com inserção de stent coronariano

• Dose de 300 mg, por via oral, pelo menos 2 horas antes da inserção, e após
150 a 300 mg, por via oral, a cada 24 horas.

ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS CLINICAMENTE RELEVANTES

• Inicio de efeito: 15 a 30 minutos (analgésico, antipirético e anti-inflamatório), 1 a 7,5 minutos (antiplaquetário).
• Pico de efeito: 1 a 2 horas.
• Duração de efeito: 4 a 6 horas.
• Meia-vida de eliminação: acido acetilsalicilico: 15 a 20 minutos; salicilatos (dose dependente): 2,5 a 3 horas (500 mg); 5 a 6 horas (acima de 1.000 mg).
• Metabolismo: hepático.
• Excreção: renal.

EFEITOS ADVERSOS

• Geralmente são leves e infrequentes em doses baixas.

Frequentes

• Indigestão, náuseas, vômitos.

Graves

• Ulceras gastrintestinais (6% a 31%)
• Sangramentos.
• Perda auditiva e zumbido no ouvido (uso de doses elevadas e/ou crônico).
• Broncoespasmo, angioedema, reações de hipersensibilidade, síndrome de Reye (crianças).

INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOS

ACIDO VALPRÓICO: pode aumentar as concentrações séricas de acido valpróico livre. Com doses repetidas, monitorar concentração plasmática de acido valpróico, sintomas de toxicidade do acido valpróico e enzimas hepáticas.

ANTICOAGULANTES (ANISINDIONA, FEMPROCUMONA, HEPARINA, HEPARINAS DE BAIXO PESO MOLECULAR, VARFARINA): aumento da atividade anticoagulante e risco de sangramento.  A administração combinada deve ser evitada sempre que possível. Quando administrados juntos monitorar paciente cuidadosamente. Ajuste da dose do anticoagulante pode ser necessário.

CELECOXIBE: aumento do risco de sangramento gastrintestinal. Observar pacientes para sinais de sangramento gastrintestinal, quando doses elevadas de acido acetilsalicilico são utilizadas.

CETOROLACO: pode resultar em aumento dos efeitos adversos gastrintestinais (ulcera péptica, sangramento e perfuração gastrintestinal). Uso concomitante e contraindicado.

CORTICOIDES SISTÊMICOS (por exemplo, prednisona, prednisolona, dexametasona, metilprednisolona): aumento do risco de ulcerações gastrintestinais e concentrações séricas .sub -terapêuticas do acido acetilsalicílico. Monitorar pacientes para efeitos adversos gastrintestinais excessivos e para diminuição da efetividade do acido acetilsalicilico.

DILTIAZEM, VERAPAMIL: pode resultar em prolongamento do tempo de sangramento. Monitorar pacientes para sinais e sintomas de sangramento, especialmente no trato gastrintestinal.

ESTREPTOQUINASE: aumento do risco de complicações hemorrágicas. O uso concomitante com acido acetilsalicílico deve ser evitado em paciente com acidente vascular isquêmico ate trombólise ter sido completada.

FUROSEMIDA: pode diminuir o efeito diurético da furosemida. Em adultos, evitar doses superiores a 650 mg de acido acetilsalicílico quando administrado com furosemida.

GINKGO: aumento do risco de sangramento. Monitorar sinais de sangramento.

IBUPROFENO: possível redução do efeito antiplaquetário do acido acetilsalicílico. Uso concomitante deve ser evitado (aumento dos efeitos adversos), mas caso este seja necessário, usar o acido acetilsalicílico pelo menos 30 minutos antes ou 8 horas após a administração de ibuprofeno.

INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (ECA), como captopril e enalapril: o uso concomitante com acido acetilsalicílico pode diminuir a efetividade do inibidor da ECA. Avaliar a relação risco beneficio do uso combinado.

INIBIDORES DA RECEPTAÇÃO DE SEROTONINA (citaprolam, fluoxetina, paroxetina, sertralina): aumento do risco de sangramento. Monitorar pacientes em relação a sinais de sangramento.

METOTREXATO: aumento do risco de toxicidade do metotrexato (leucopenia, trombocitopenia, anemia, ulcerações nas mucosas). Monitorar sinais de toxicidade,
especialmente mielossupressão e toxicidade gastrintestinal.

NITROGLICERINA: pode aumentar as concentrações de nitroglicerina e depressão aditiva da função plaquetária. Esta interação pode ser usada terapeuticamente em pacientes com enfarte agudo do miocárdio. Em outros pacientes, monitorar resposta exacerbada a nitroglicerina, evidenciada por cefaleia e sincope.

SULFONILUREIAS (EXEMPLO, CLORPROPAMIDA, TOLBUTAMIDA): aumento do risco de hipoglicemia. Em pacientes recebendo doses elevadas de acido acetilsalicílico, monitorar glicose sanguínea e sinais clínicos de hipoglicemia. Ajuste da dose da sulfonilureia pode ser necessário.

TICLOPIDINA: aumento do risco de sangramento. Uso concomitante deve ser acompanhado de monitoria cuidadoso da função hematológica.

VACINA CONTRA VARICELA: pode aumentar o risco de desenvolvimento de síndrome de Reye. Evitar uso de salicilatos por 6 semanas após administração da vacina.

VENLAFAXINA: aumento do risco de sangramento. Monitorar pacientes para sinais de aumento de sangramento quando venlafaxina e iniciada ou descontinuada.

ORIENTAÇÕES AOS PACIENTES

• Orientar para ingerir os comprimidos com 250 mL de água e não deitar dentro de 15 a 30 minutos após a administração.
• Orientar para ingerir o medicamento com alimentos ou grande quantidade de água ou leite para evitar desconforto gastrintestinal.
• Reforçar a importância de evitar o uso de bebidas alcoólicas.
• Alertar que e importante notificar imediatamente ao medico se apresentar os seguintes efeitos adversos: dor de estomago forte, vomito com sangue ou vomito com aparência de grumos de café, sangue nas fezes ou urina, exantema ou bolhas na pele com prurido intenso, inchaço da face ou pálpebras, respiração difícil ou ruidosa, muita tontura ou sonolencia, zumbido no ouvido.

ASPECTOS FARMACÊUTICOS

• Armazenar a temperatura ambiente, entre 15 e 30 .C, em embalagens bem fechadas e protegidas de calor excessivo, umidade e luz direta.
• Após exposição à água ou umidade, o fármaco sofre hidrolise, resultando em salicilato e acetato, que possuem odor semelhante a vinagre. Não usar se odor forte estiver presente.

FONTE :

BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Formulário Terapêutico Nacional 

sábado, 23 de julho de 2016

BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS ESTÉREIS (BPMPE) EM FARMÁCIAS


ANVISA - RDC NÚMERO 214 DE 12 DE DEZEMBRO DE 2006

BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS ESTÉREIS (BPMPE) EM FARMÁCIAS

ANEXO IV

1. OBJETIVO 

 Os requisitos mínimos relativos à manipulação de preparações estéreis em farmácias, complementando os requisitos estabelecidos no Regulamento Técnico de Boas Práticas de Manipulação em Farmácias. 

Destina-se ainda à reconstituição, transferência, incorporação e fracionamento de qualquer medicamento estéril destinado à utilização em serviços de saúde. 

Caso a farmácia pretenda manipular Soluções Parenterais de Grande Volume (SPGV) e estéreis a partir de matérias-primas estéreis deverá seguir regulamentação de boas práticas de fabricação, aplicada à indústria farmacêutica, no que couber. 
2. CONDIÇÕES GERAIS. 
2.1. A farmácia é responsável pela qualidade das preparações estéreis em todas as etapas. 

2.2. É indispensável o efetivo monitoramento de todo o processo de preparação, de modo a garantir ao paciente a qualidade da preparação a ser administrada. 

2.3. Para a manipulação de produtos utilizados em Terapia de Nutrição Parenteral devem ser obedecidas as disposições da Portaria SVS/MS n° 272, de 08 de abril de 1998 ou qualquer outra que venha complementá-la, alterá-la ou substituí-la. 

2.4. Para a manipulação de produtos usados em terapia antineoplásica devem ser obedecidas as disposições da RDC no 220 de setembro de 2004, contempladas neste Anexo, ou qualquer outra que venha alterá-la ou substituí-la. 

2.5. A manipulação de antineoplásicos e outras substâncias com reconhecido risco químico deve seguir critérios rígidos de utilização de equipamentos de proteção coletiva (Cabine de Segurança Biológica) e individual, procedimentos de conservação e transporte, prevenção e tratamento em caso de acidentes, de acordo com legislação específica. 

3. ORGANIZAÇÃO E PESSOAL. 

3.1. Treinamento. 

Além de atender aos requisitos descritos no item 3.2 do Anexo I, todo pessoal deve conhecer os princípios das BPMPE. 

3.2. Saúde, Higiene e Conduta. 

3.2.1. O acesso de pessoas às áreas de preparação de formulações estéreis deve ser restrito aos operadores diretamente envolvidos. 

3.2.2. Os manipuladores de produtos estéreis devem atender a um alto nível de higiene e particularmente devem ser instruídos a lavar corretamente às mãos e antebraços, com escovação das unhas, utilizando anti-séptico padronizado, antes de entrar na área de manipulação. 

3.2.3. Os operadores que fazem a inspeção visual devem ser submetidos a exames oftalmológicos periódicos e ter intervalos de descanso freqüentes no período de trabalho. 

3.3. Vestuário 

3.3.1. Os funcionários envolvidos na manipulação de preparações estéreis devem estar adequadamente uniformizados para assegurar a proteção da preparação contra a contaminação e os uniformes devem ser trocados a cada sessão de manipulação para garantir a higiene apropriada. 

3.3.2. A colocação dos uniformes e calçados, bem como a higiene preparatória para entrada nas áreas classificadas, devem ser realizadas em sala especificamente destinada para paramentação e seguir procedimento estabelecido para evitar contaminação microbiana e por partículas. 

3.3.3. Os uniformes e calçados utilizados nas áreas classificadas devem cobrir completamente o corpo, constituindo barreira à liberação de partículas provenientes da respiração, tosse, espirro, suor, pele e cabelo. 

3.3.4. O tecido dos uniformes utilizados nas áreas classificadas não deve liberar partículas ou fibras e deve proteger quanto à liberação de partículas naturais do corpo. 

3.3.5. Os uniformes usados na sala de manipulação, inclusive máscaras e luvas, devem ser estéreis e substituídos a cada sessão de manipulação. 

3.3.6. Deve ser assegurado que as luvas estéreis sejam trocadas a cada duas horas de trabalho de manipulação, e sempre que sua integridade estiver comprometida. 

3.3.7. Os uniformes reutilizáveis devem ser mantidos separados, em ambiente fechado, até que sejam apropriadamente lavados e esterilizados, sob a responsabilidade da empresa. 

3.3.7.1. A lavagem e esterilização dos uniformes podem ser realizadas por empresa terceirizada, por meio de contrato formal. 

3.3.8. O processo de lavagem e esterilização dos uniformes deve ser validado e seguir procedimentos escritos. 

4. INFRA-ESTRUTURA FÍSICA. 

4.1. A farmácia destinada à manipulação de preparações estéreis deve ser localizada, projetada e construída ou adaptada segundo padrões técnicos, contando com uma infra-estrutura adequada às operações desenvolvidas, para assegurar a qualidade das preparações. 

4.2. A farmácia deve possuir, além das áreas comuns referidas no Anexo I, no mínimo, as seguintes áreas/salas: 

a) sala de limpeza, higienização e esterilização; 

b) sala ou local de pesagem; 

c) sala de manipulação e envase exclusiva; 

d) área para revisão; 

e) área para quarentena, rotulagem e embalagem; 

f) sala de paramentação específica (antecâmara). 

4.3. As farmácias que somente realizam reconstituição, transferência, incorporação ou fracionamento de especialidades farmacêuticas, devem atender às disposições do item 4.2., no que couber. 

4.4. Nas salas de pesagem, manipulação e envase, todas as superfícies devem ser revestidas de material resistente aos agentes sanitizantes, lisas e impermeáveis para evitar acúmulo de partículas e microorganismos, possuindo cantos arredondados. 

4.5. As salas de pesagem, manipulação e envase devem ser projetadas de modo a evitar superfícies de difícil limpeza e não podem ser usadas portas corrediças. 

4.6. Os tetos rebaixados devem ser completamente vedados para evitar a contaminação proveniente do espaço entre o teto original e o teto de rebaixamento. 

4.7. As tubulações instaladas nas salas de pesagem, manipulação e envase devem ser embutidas na parede. 

4.8. Sistematicamente deve-se proceder ao controle do nível de contaminação ambiental do ar e das superfícies, através de parâmetros estabelecidos, seguindo procedimento escrito e com registros dos resultados. 

4.9. A sanitização das áreas classificadas constitui aspecto particularmente importante e por isso devem ser utilizados mais de um tipo de desinfetante, com alternância periódica. 

4.10. Deve ser procedido monitoramento periódico, através de parâmetros estabelecidos, do processo de sanitização para detectar o surgimento de microorganismos persistentes ou resistentes. 

4.11. Na sala de pesagem, e sala de manipulação e envase não é permitido o uso de pia e ralo, mesmo sifonados. 

4.12. O acesso às salas de limpeza, higienização e esterilização; pesagem; manipulação e envase deve ser realizado por meio de antecâmara. 

4.13. Sala de limpeza, higienização e esterilização. 

4.13.1. A sala destinada à lavagem, esterilização e despirogenização dos recipientes vazios deve ser separada e possuir classificação ISO 8 (100.000 partículas/ pé cúbico ar). 

4.13.2. A limpeza e higienização de medicamentos, produtos farmacêuticos e produtos para saúde utilizados na manipulação de produtos estéreis também deve ser realizada em área classe ISO 8. 

4.13.3. A sala deve ser contígua à área de manipulação e dotada de passagem de dupla porta para a entrada de material em condição de segurança. 

4.13.4. Deve dispor de meios e equipamentos para limpeza e esterilização dos materiais antes de sua entrada na sala de manipulação. 

4.13.5. No caso do produto manipulado necessitar de esterilização final por calor, o processo de esterilização poderá ser realizado nesta sala, desde que obedecidos procedimentos previamente estabelecidos e em horário distinto das demais atividades realizadas nesta sala. 

4.14. Sala de pesagem. 

4.14.1. A sala onde é realizada a pesagem deve possuir Classe ISO 7 (10.000 partículas/ pé cúbico de ar) para garantir baixa contagem microbiana e de partículas. 

4.15. Sala de manipulação e envase. 

4.15.1. A sala destinada à manipulação e envase de preparações estéreis deve ser independente e exclusiva, dotada de filtros de ar para retenção de partículas e microorganismos, garantindo os níveis recomendados - Classe ISO 5 (100 partículas/ pé cúbico de ar) ou sob fluxo laminar, Classe ISO 5 (100 partículas/ pé cúbico de ar), em área Classe ISO 7 e possuir pressão positiva em relação às salas adjacentes. 

4.16. Área para revisão. 

4.16.1. Deve existir área específica para revisão, com condições de iluminação e contraste adequadas à realização da inspeção dos produtos envasados. 

4.17. Área para quarentena, rotulagem e embalagem. 

4.17.1. A área destinada à quarentena, rotulagem e embalagem das preparações deve ser suficiente para garantir as operações de forma racional e ordenada. 

4.18. Sala de Paramentação (antecâmara). 

4.18.1. A sala de paramentação deve possuir câmaras fechadas, preferencialmente com dois ambientes (barreira sujo/limpo) para troca de roupa. 

4.18.2. As portas de acesso à sala de paramentação e salas classificadas devem possuir dispositivos de segurança que impeçam a abertura simultânea das mesmas. 

4.18.3. A sala de paramentação deve ser ventilada, com ar filtrado, com pressão inferior à da sala de manipulação e superior à área externa. 

4.18.4. O lavatório deve possuir torneira ou comando que dispense o contato das mãos para o fechamento. Junto ao lavatório deve existir provisão de sabonete líquido ou anti-séptico e recurso para secagem das mãos. 

5. EQUIPAMENTOS, MOBILIÁRIOS E UTENSÍLIOS. 

5.1. Os equipamentos devem ser localizados, projetados, instalados, adaptados e mantidos de forma a estarem adequados às operações a serem realizadas. 

5.2. A estrutura dos equipamentos deve visar a minimização dos riscos de erro e permitir que os mesmos sejam efetivamente limpos e assim mantidos para que seja evitada a contaminação cruzada, o acúmulo de poeiras e sujeira e, de modo geral, qualquer efeito negativo sobre a qualidade da manipulação. 

5.3. Os equipamentos utilizados na manipulação de preparações estéreis devem ser escolhidos de forma que possam ser efetivamente esterilizados por vapor, por aquecimento a seco ou outro método. 

5.4. Os equipamentos de lavagem e limpeza devem ser escolhidos e utilizados de forma que não constituam fontes de contaminação. 

5.5. Os produtos usados na limpeza e desinfecção não devem contaminar os equipamentos de manipulação com substâncias tóxicas, químicas, voláteis e corrosivas. 

5.6. Os desinfetantes e detergentes devem ser monitorados quanto à contaminação microbiana. 

5.7. Após o término do trabalho de manipulação, os equipamentos devem ser limpos, desinfetados e identificados quanto à sua condição, efetuando-se os registros desses procedimentos. 

5.8. É recomendável que o sistema de filtração de ar do fluxo laminar não seja desligado ao término do trabalho, a menos que, após a sua parada, seja providenciada a limpeza e desinfecção do gabinete. 

5.9. O sistema de ar filtrado deve assegurar que o fluxo de ar não espalhe partículas no ambiente. 

5.10. O ar injetado nas áreas classificadas deve ser filtrado por filtros HEPA. 

5.11. Quando a manutenção dos equipamentos for executada dentro das áreas classificadas, devem ser utilizados instrumentos e ferramentas também limpos. 

5.12. Todos os equipamentos devem ser submetidos à manutenção preventiva, de acordo com um programa formal, e corretiva, quando necessário, obedecendo a procedimentos operacionais escritos com base nas especificações dos manuais dos fabricantes. 

5.12.1. Devem existir registros das manutenções preventivas e corretivas realizadas. 

5.13. O equipamento utilizado no tratamento de água deve ser projetado e mantido de forma a assegurar a produção da água com a especificação exigida. 

5.14. Deve ser realizada a sanitização do sistema de produção de água, de acordo com procedimentos escritos, mantendo-se os devidos registros. 

5.15. O sistema de distribuição da água deve garantir que não haja contaminação microbiana. 

5.16. Sendo necessário o armazenamento da água, devem ser usados recipientes de aço inoxidável, herméticos e munidos de filtro de ar esterilizante. 

5.17. O mobiliário deve ser construído de material liso, impermeável, facilmente lavável e que não libere partículas, e que seja passível de desinfecção pelos agentes normalmente utilizados. 

6. MATERIAIS. 

6.1. Aquisição, recebimento e armazenamento. 

6.1.1. As matérias primas adquiridas devem ser analisadas para a verificação do cumprimento de todas as especificações estabelecidas nos compêndios oficiais incluindo a determinação da biocarga. 

6.1.2. Especialidades farmacêuticas e produtos para a saúde utilizados no preparo de estéreis devem seguir especificação técnica detalhada pelo farmacêutico e estar regularizados junto à ANVISA/MS, conforme legislação vigente. 

6.1.3. Cada lote deve estar acompanhado do Certificado de Análise emitido pelo fabricante, garantindo a sua pureza físico-química e microbiológica, bem como o atendimento às especificações estabelecidas. 

7. ÁGUA. 

7.1. A água de abastecimento, o sistema de tratamento de água e a água tratada devem ser monitorados regularmente e mantidos os registros desses resultados. 

7.2 Água para Preparação de Estéreis. 

7.2.1. A água utilizada na preparação de estéreis deve ser obtida no próprio estabelecimento, por destilação ou por osmose reversa, obedecendo às características farmacopéicas de água para injetáveis. 

7.2.2. Em casos excepcionais, quando o consumo de água não justificar a instalação de sistema de produção de água para injetáveis, a farmácia pode utilizar-se de água para injetáveis produzida por indústria farmacêutica, sendo neste caso desnecessária a realização dos testes previstos nos itens 7.2.6. e 7.2.7 deste anexo. 

7.2.3. A água para enxágüe de ampolas e recipientes de envase, deve ter qualidade de água para injetáveis. 

7.2.4. O armazenamento da água não é recomendado, a não ser que ela seja mantida em recirculação a uma temperatura igual ou superior a 80º C. Caso contrário, ela deve ser descartada a cada 24 (vinte e quatro) horas. 

7.2.5. Deve haver procedimentos escritos para a limpeza e manutenção do sistema de obtenção de água para injetáveis, com os devidos registros. 

7.2.6. Devem ser feitos os testes físico-químicos e microbiológicos previstos para água purificada, além de teste de endotoxinas bacterianas, com o objetivo de monitorar o processo de obtenção da água para injetáveis, com base em procedimentos escritos. 

7.2.7. A farmácia deve monitorar a água para preparação de estéreis, quanto à condutividade e presença de endotoxinas bacterianas imediatamente antes de ser usada na manipulação. 

7.2.7.1. No caso da água se destinar a produtos oftálmicos, não será requerido o teste de endotoxinas bacterianas. 

7.2.8. Devem ser estabelecidas e registradas as medidas corretivas e preventivas que serão adotadas em caso de laudo insatisfatório da água. Deve ser avaliada a efetividade das medidas adotadas, por meio de uma nova análise. 

7.2.9. O processo de obtenção da água utilizada na preparação de estéreis deve ser validado. 

8. CONTROLE DO PROCESSO DE MANIPULAÇÃO. 

8.1. Devem ser tomadas precauções no sentido de minimizar a contaminação durante todos os estágios da manipulação. 

8.2. A manipulação deve ser realizada com técnica asséptica, seguindo procedimentos escritos e validados. 

8.3. Deve existir um programa de monitoramento ambiental, para garantir a qualidade microbiológica da sala de manipulação, com seus respectivos registros. 

8.4. Deve ser verificado, sistematicamente, o cumprimento do procedimento de lavagem das mãos e antebraços dos manipuladores. 

8.5. Deve ser verificado o cumprimento dos procedimentos de limpeza e desinfecção das áreas, instalações, equipamentos e materiais empregados na manipulação das preparações estéreis. 

8.6. Especialidades farmacêuticas, produtos para a saúde e recipientes devem ser limpos e desinfetados antes da entrada na área de manipulação. 

8.7. Especialidades farmacêuticas utilizadas para preparação de estéreis devem ser previamente tratadas para garantir a sua assepsia externa e inspecionadas visualmente quanto à presença de partículas. 

8.8. Deve ser efetuado, na ordem de manipulação, o registro do número de lote de cada uma das especialidades farmacêuticas e produtos para a saúde, ou de cada matéria-prima, utilizados na manipulação de preparações estéreis, indicando inclusive os seus fabricantes / fornecedores. 

8.9. As embalagens primárias estéreis devem ser transportadas de modo a garantir a manutenção da sua esterilidade até o envase. 

8.10. Todas as superfícies de trabalho, inclusive as internas da capela de fluxo laminar, devem ser limpas e desinfetadas antes e depois de cada sessão de manipulação efetuando os respectivos registros. 

8.11. Devem existir registros das operações de limpeza e desinfecção dos equipamentos empregados na manipulação. 

8.12. O envase das preparações estéreis deve ser feito em recipiente que atenda aos requisitos deste Regulamento e garanta a estabilidade físico-química e microbiológica dessas preparações. 

8.12.1. O recipiente deve manter a esterilidade e apirogenicidade do seu conteúdo durante a conservação, transporte e administração. 

8.12.2. Especialidades farmacêuticas, frascos e equipos, quando utilizados na reconstituição, transferência, incorporação e fracionamento, devem atender às recomendações da RDC/ANVISA n° 45, de 12/03/2003 suas atualizações, ou outro instrumento legal que venha a substituí-la, observando critérios específicos de fotossensibilidade dos produtos. 

8.12.3. O envase de preparações esterilizadas por filtração deve ser procedido sob fluxo laminar classe ISO 5, em sala classe ISO 7. 

8.13. Deve ser efetuado teste de integridade no filtro esterilizante antes e após o processo de filtração. 

8.14. Todas as soluções devem passar por filtração em membrana compatível com o método de esterilização final utilizado. Deverão ser efetuados testes para verificação da integridade da membrana filtrante antes e após a filtração. 

8.15. Todos os processos de esterilização devem ser validados e sistematicamente monitorados com base em procedimentos escritos. Os resultados devem ser registrados e arquivados. 

8.15.1. Devem ser definidos procedimentos claros para diferenciação das preparações esterilizadas, das não esterilizadas. 

8.16. Os indicadores biológicos devem ser considerados somente como método adicional para monitoramento da esterilização. 

8.17. No caso de injetáveis, deve ser realizado o monitoramento dos produtos intermediários quanto à presença de endotoxinas. 

8.18. O tempo entre o início da manipulação de determinada solução e sua esterilização ou filtração esterilizante deve ser o menor possível e estabelecido para cada produto, levando-se em conta a sua composição. 

8.19. A eficácia de qualquer procedimento novo deve ser validada em intervalos regulares ou quando forem feitas modificações significativas no processo ou nos equipamentos. 

8.20. É obrigatória a revisão e inspeção de todas as unidades de produtos estéreis. 

8.21. Deve ser efetuado teste para verificação da hermeticidade dos produtos estéreis. 

8.22. Deve existir um sistema de identificação que garanta a segurança da separação das preparações antes e depois da revisão. 

8.23. Todo produto estéril, obtido por reconstituição, transferência, incorporação ou fracionamento de especialidades farmacêuticas estéreis destinado à utilização em serviços de saúde, deve conter rótulo com as seguintes informações: nome completo do paciente, quarto/leito e registro hospitalar (se for o caso), composição qualitativa e quantitativa dos produtos e ou nomes das especialidades farmacêuticas que compõem a manipulação, volume total, velocidade da infusão, via de acesso, data e hora da manipulação, número seqüencial de controle e condições de temperatura para conservação e transporte, nome e CRF do farmacêutico responsável e identificação de quem preparou a manipulação. 

9. CONTROLE DE QUALIDADE. 

9.1. As matérias-primas utilizadas na preparação de estéreis devem ser submetidas aos ensaios farmacopéicos completos, incluindo identificação, quantificação (teor), impurezas e determinação da biocarga. 

9.2. Os testes de quantificação (teor), impurezas e determinação da biocarga podem ser executados por laboratórios de controle de qualidade terceirizados. 

9.3. O produto estéril pronto para o uso deve ser submetido, além dos previstos no Anexo I, aos seguintes controles: 

a) inspeção visual de 100% das amostras, para verificar a integridade física da embalagem, ausência de partículas estranhas, precipitações e separações de fases; 

b) verificação da exatidão das informações do rótulo; 

c) teste de esterilidade; 

d) teste de endotoxinas bacterianas, exceto para os produtos oftálmicos. 

9.3.1. As amostras para o teste de esterilidade devem ser retiradas, segundo técnicas de amostragem que assegurem a representatividade da amostra, a cada ciclo de esterilização. 

9.4. Todas as análises realizadas devem ser registradas. 

9.5. Ficam dispensadas dos testes de esterilidade e de endotoxinas bacterianas toda preparação estéril, obtida por reconstituição, transferência, incorporação ou fracionamento de especialidades farmacêuticas estéreis, com prazo de utilização de 48 horas e nos casos de administração prolongada (dispositivos de infusão portáteis), desde que a infusão inicie até 30 horas após o preparo, em serviços de saúde. 

10.GARANTIA DA QUALIDADE. 

10.1. Validação. 

10.1.1. Os equipamentos e as salas classificadas devem ser qualificados/certificados e os ciclos de esterilização e despirogenização, assim como o sistema de obtenção de água para preparação de estéreis devem ser validados. 

10.1.2. O procedimento de preparações estéreis deve ser validado para garantir a obtenção do medicamento estéril. 

10.1.2.1. A validação deve seguir protocolo escrito que inclua a avaliação da técnica adotada, por meio de um procedimento simulado. 

10.1.2.2. A validação deve abranger a metodologia empregada, o manipulador, as condições da área e dos equipamentos. 

10.1.2.3. A validação do procedimento de manipulação deve ser realizada antes do efetivo início das atividades da farmácia. 

10.1.3. Devem ser realizadas revalidações periódicas, no mínimo uma vez ao ano. 

10.1.4. Sempre que houver qualquer alteração nas condições validadas, o procedimento deve ser revalidado. 

10.1.5. As validações e revalidações devem ser documentadas e os documentos arquivados por dois anos. 

10.2. Documentação. 

10.2.1. A documentação e o registro de preparações estéreis devem ser arquivados durante dois anos a partir da data da manipulação. 

11. REQUISITOS ADICIONAIS PARA MANIPULAÇÃO/FRACIONAMENTO DE PREPARAÇÕES ESTÉREIS CONTENDO CITOSTÁTICOS DEVEM SEGUIR AS SEGUINTES DISPOSIÇÕES, ESTABELECIDAS NA RDC No 220 DE 21 DE SETEMBRO DE 2004 OU OUTRA NORMA QUE VENHA A SUBSTITUÍ-LA. 

11.1. Todos os medicamentos Citostáticos devem ser armazenados em local exclusivo, sob condições apropriadas, de modo a preservar a identidade e integridade dos mesmos. 

11.2. A farmácia deve possuir sala exclusiva para manipulação e fracionamento de citostáticos. 

11.3. A pressurização da sala de manipulação deve ser negativa em relação ao ambiente adjacente. 

11.4. Todas as operações devem ser realizadas em Cabine de Segurança Biológica (CSB) Classe II B2, que deve ser instalada seguindo orientações contidas em legislação específica. 

11.5. A CSB deve ser validada com periodicidade semestral e sempre que houver deslocamento e/ou reparos, por pessoal treinado, mantendo-se os registros. 

11.6. Qualquer interrupção do funcionamento da CSB implica na paralisação imediata das atividades de manipulação dos medicamentos citostáticos. 

11.7. Equipamentos de Proteção Individual. 

11.7.1. Durante a manipulação devem ser usados: 

a) dois pares de luvas (tipo cirúrgica) de látex estéreis com punho longo e sem talco, trocados a cada hora ou sempre que sua integridade estiver comprometida; 

b) avental longo ou macacão de uso restrito à sala de manipulação, com baixa permeabilidade, frente fechada, com mangas longas e punho elástico. 

11.7.2. A paramentação, quando reutilizável, deve ser guardada separadamente, em ambiente fechado, até que seja lavada. O processo de lavagem deve ser exclusivo a este vestuário. 

11.7.3. Deve ser feita a inspeção visual do produto final, observando a existência de perfurações e/ou vazamentos, corpos estranhos ou precipitações na solução. 

11.8. Conservação e Transporte. 

11.8.1. O transporte do medicamento citostático deve ser feito em recipientes isotérmicos exclusivos, protegido de intempéries e da incidência direta da luz solar. 

11.8.2. O responsável pelo transporte de medicamentos citostáticos deve receber treinamento específico de biossegurança em caso de acidentes e emergências. 

11.8.3. Para casos de contaminação acidental no transporte de medicamentos citostáticos, é compulsória a notificação do ocorrido ao responsável pela manipulação, assim como as providências de descontaminação e limpeza, adotadas de acordo com os protocolos estabelecidos. 

11.9. Biossegurança. 

11.9.1. A farmácia deve dispor de Programa de Biossegurança, devidamente implantado, de acordo com legislação específica. 

11.9.2. A farmácia deve manter um “Kit” de Derramamento identificado e disponível em todas as áreas onde são realizadas atividades de manipulação, armazenamento e transporte. 

11.9.2.1. O Kit de Derramamento deve conter, no mínimo, luvas de procedimentos, avental de baixa permeabilidade, compressas absorventes, proteção respiratória, proteção ocular, sabão, descrição do procedimento, formulário para o registro do acidente e recipiente identificado para recolhimento dos resíduos de acordo com RDC/ANVISA nº 306, de 07/12/2004, suas atualizações ou outro instrumento legal que venha substituí-la. 

11.9.3. Devem existir normas e rotinas escritas, revisadas anualmente, para a utilização da Cabine de Segurança Biológica e dos Equipamentos de Proteção Individual. 

11.9.4. Em caso de acidente. 

Todos os acidentes devem ser registrados em formulário específico. 

11.9.4.1. Pessoal. 

11.9.4.1.1. O vestuário deve ser removido imediatamente quando houver contaminação. 

11.9.4.1.2. As áreas da pele atingidas devem ser lavadas com água e sabão. 

11.9.4.1.3. Quando da contaminação dos olhos ou outras mucosas, lavar com água ou solução isotônica em abundância e providenciar acompanhamento médico. 

11.9.4.2. Na Cabine. 

11.9.4.2.1. Promover a descontaminação de toda a superfície interna da cabine. 

11.9.4.2.2. Em caso de contaminação direta da superfície do filtro HEPA, a cabine deverá ser isolada até a substituição do filtro. 

11.9.4.3. Ambiental. 

11.9.4.3.1. O responsável pela descontaminação deve paramentar-se antes de iniciar o procedimento. 

11.9.4.3.2. A área do derramamento, após identificação e restrição de acesso, deve ser limitada com compressas absorventes. 

11.9.4.3.3. Os pós devem ser recolhidos com compressas absorventes umedecidas. 

11.9.4.3.4. Os líquidos devem ser recolhidos com compressas absorventes secas. 

11.9.4.3.5. A área deve ser limpa com água e sabão, em abundância. 

11.9.4.3.6. Quando da existência de fragmentos, estes devem ser recolhidos e descartados conforme RDC/ANVISA nº. 306, de 07/12/2004, suas atualizações ou outro instrumento que venha substituí-la. 

FONTE



MINISTÉRIO DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

quarta-feira, 6 de julho de 2016

TECNOLOGIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR - EMULSÕES

TECNOLOGIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR
EMULSÕES


Os sistemas emulsionados são uma forma farmacêutica semi-sólida heterogênea constituída por 2 líquidos imiscíveis um no outro, em geral água e componentes graxos, sob a forma de pequenos glóbulos chamados de gotículas, sendo que a formação destas gotículas é obtida à custa de um agente emulsivo.

De acordo com a consistência as F.F emulsões podem ser classificadas em cremes, loções e leites.

A água e o óleo são componentes naturalmente e mutuamente insolúveis, portanto a necessidade de um componente (tensoativo) que adsorva nas interfaces e tenha afinidade por ambas, a fim de evitar a separação das fases, com a função de estabilizar a emulsão.

Uma emulsão possui basicamente duas fases, uma interna e outra externa. O fator determinante para identificar as duas fases e a solubilidade do tensoativo empregado.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS EMULSÕES

Nas emulsões o fármaco pode estar dissolvido ou suspenso nas fases aquosa ou na oleosa, e esta versatilidade é uma das principais vantagens das emulsões. Como vantagens as emulsões apresentam, ainda:
a) Aumento da estabilidade química em solução;
b) Possibilidade de se solubilizar o fármaco na fase interna ou externa;
c) Possibilidade de mascarar o sabor e o odor desagradável de certos fármacos através de sua solubilização na fase interna;
d) Possibilidade de se aperfeiçoar a biodisponibilidade;
e) Boa biocompatibilidade com a pele humana.

ENTRE AS DESVANTAGENS, DESTACAM-SE:

a) Baixa estabilidade física ou físico-química;
b) Menor uniformidade

TENSOATIVOS, OU AGENTES EMULSIFICANTES

Os tensoativos, ou agentes emulsificantes auxiliam na produção de uma dispersão estável, pela redução da tensão interfacial e consequente manutenção da separação das gotículas dispersas, através da formação de uma barreira interfacial.

Os tensoativos têm um grupamento polar (hidrofílico) que é orientado em direção a água e um grupamento apolar (lipofílico) que está direcionado ao óleo.
O tipo de emulsão é determinado pela solubilidade do agente emulsificante:

a) Se o tensoativo é mais solúvel em água, então a água será a fase contínua, consequentemente se formará uma emulsão do tipo o/a;

b) Se o tensoativo é mais solúvel em óleo, então o óleo será a fase continua, consequentemente se formará uma emulsão do tipo a/o;
O estearato de sódio é um tensoativo com características aniônicas. O fator determinante da solubilidade de um tensoativo são as suas características polares ou apolares.

Note que quanto menor a tensão interfacial entre os dois líquidos, menor será o trabalho exercido no processo de emulsificação.

Por exemplo, o trabalho (W) para se preparar uma emulsão sem o tensoativo é de 34 Joules, enquanto na presença do tensoativo, o trabalho cai para 0,6Joules.

O processo de emulsificação permite a dispersão de um liquido em outro, sendo um hidrófilo e o outro lipófilo, de forma que o sistema fique estável, mesmo depois no estado de repouso.

Este processo se dá pela adição de um tensoativo, também chamado de emulsificante ou surfactante.

O PROCESSO PODE SER EXPLICADO POR 2 TEORIAS:

DIMINUIÇÃO DA TENSÃO INTERFACIAL

Neste processo ocorre a diminuição da energia necessária para dispersar um líquido no outro.

Quando por agitação se dissolve um composto oleoso em um composto aquoso, estes formam glóbulos de variados tamanhos, os quais possuem uma energia livre (energia livre de Gibbs) muito maior que em seu estado inicial, pois a sua área de contado aumentou consideravelmente.

Naturalmente, estes glóbulos tende-se a se unirem novamente, voltando assim ao seu estado inicial e diminuído a energia livre.

O tensoativo age justamente na preservação destes pequenos glóbulos, impedindo a coalescência entre as partículas, adsorvendo-se na superfície globular.

Sendo assim, a tensão entre as faces das gotículas ficam menor e por consequência ocorre a formação das duas fases.

TEORIA DA PELÍCULA OU FILME

Já neste processo, forma-se um filme de tensoativos entre as gotículas de uma das fases, que se orienta para formar uma barreira física entre um glóbulo e outro.
Quanto menor a tensão interfacial entre dois líquidos imiscíveis (água/óleo) maior é a facilidade de emulsioná-los.

Desta forma é necessária a presença de um terceiro componente que possua afinidade pelas duas fases, e a propriedade de migrar, adsorver e de acumular na interface para reduzir a tensão interfacial entre as duas fases e facilitar a formação da emulsão.

Esse componente é conhecido como Emulsionante ou Tensoativo ou Surfactante
Como os dois componentes básicos de uma emulsão é a água e o óleo, podemos classificar em dois tipos distintos, de acordo com a natureza da respectiva fase dispersa, ou interna.

A fase em que o tensoativo for mais solúvel determina a fase Externa.

Sendo assim, as emulsões se dividem em simples e múltiplas.

DIVISÃO

SIMPLES

O/A – óleo em água: fase interna (descontínua) formada por gotículas de óleo envoltas pela fase aquosa (contínua); podem ser lavadas facilmente;
A/O – água em óleo: fase interna (descontínua) formada por gotículas de água, envolta por uma fase oleosa contínua (dispersante);

MÚLTIPLAS

A/O/A – água em óleo, em água: fase mais interna aquosa, circundada por uma fase intermediária oleosa, e por fim, envolvida pela fase aquosa.
O/A/O – óleo em água, em óleo: fase mais interna oleosa, circundada por uma fase intermediária aquosa, e por fim, envolvida pela fase oleosa.

1. Quanto à natureza química do agente emulsionante, as emulsões podem ser classificadas em Emulsões iônicas (carga positiva ou carga negativa) ou Emulsões Não-iônicas (sem cargas).

2. Quanto ao tamanho das partículas da fase interna, podem ser classificadas em macroemulsões (gotículas >400nm), miniemulsões (gotículas entre 100 e 400nm) e microemulsões (gotículas <100nm o:p="">

3. Quanto à consistência podem ser classificadas em cremes (viscosidade entre 8.0 a 20.0 cps), loções (2.0 a 7.0 cps) e leites (1.0 e 2.0 cps)

CLASSIFICAÇÃO DOS TENSOATIVOS

1. ANIÔNICOS

Em soluções aquosas sofrem dissociação, onde o ânion é o radical ácido que na água se separa do cátion, ficando assim ânion formado pela cadeia e carbono (lipofílica) e o radical (p.ex. Carboxílico COO-). A parte dissociada, neste caso o Na+ fica com carga positiva.

São bastante usados em detergentes, shampoos, cremes e sabonetes líquidos.
São exemplos o lauril sulfato de sódio, estearato de sódio, palmitato de sódio, além das bases autoemulsionantes, como Lanette N (mistura de álcool cetoestearílico e cetiestearil sulfato de sódio) e Lanette WB.

OBSERVAÇÃO:

É indispensável conhecer o caráter iônico dos produtos químicos, pois a mistura inadequada pode resultar em ppt (precipitação)

v  produtos catiônico + produto aniônicos = incompatível (ppt)
v  produtos catiônico + produto não iônicos = compatível
v  produto aniônico + produtos não iônicos = compatível

BASES AUTO-EMULSIONÁVEIS ANIÔNICAS

Agente de consistência + Emulsionante

v  Lanette N – álcool cetoestearílico/ cetilestearil sulfato de sódio • LanetteWB – álcool cetoestearílico/ laurilmiristil sulfato de sódio
v  Chembase LN – álcoois graxos/ alquil sulfato
v  Cutina KD 16 – monoestearato de glicerila/ estearato de sódio
v  Lipal GMS AE – monoestearato de glicerila/ estearato de sódio
v  Crodafos CES- álcool cetoestearílico/ fosfato de cetostearil

2. CATIÔNICO

Em soluções aquosas sofrem dissociação, a parte hidrofílica ou polar da molécula é aniônica (possui carga negativa), Contudo, são bem mais irritantes que os tensoativos aniônicos e não-iônicos.

Os exemplos clássicos são os sais de quartenário de amônio como o Cloreto de cetiltrimetilamonio e o metossulfato beheniltrimetiamônio e bases auto-emulsionantes como o Incoquat (mistura de álcool cetoestearílico e beheniltrimetiamônio).

Os grupos mais comuns são os grupos amínicos (freqüentemente encontrados nos amaciantes);

3. NÃO-IÔNICO

Quando em solução aquosa não sofre dissociação, portanto não liberando cargas. Indiscutivelmente revestem a maior importância da cosmética moderna.
São exemplos o álcool cetoestearílico, álcool cetílico e estearílico (etoxilados ou não), MEG, TWEEN, SPANS, Polawax, Cosmowax, Crodabase, etc.

BASES AUTO-EMULSIONÁVEIS NÃO-IÔNICAS

Agente de consistência + Emulsionante

v  Polawax – álcool cetoestearílico/ monoestearato de sorbitano (20EO) • Paramul J – álcool cetoestearílico/ álcool cetoestearílico (20 EO)
v  Chembase SP – álcoois graxos/ emulsionantes etoxilados
v  Cosmowax J– álcool cetoestearílico/ alcool cetoestearílico (20EO)
v  Arlacel 165F – Estearato de glicerila/ácido esteárico 100EO
v  Croda base CR2 – Cera auto-emulsionante completa- álcool cetoestearílico/ álcool cetoestearílico 20 EO+

ÂNFÓTEROS

Dependendo do meio, podem assumir caráter catiônico ou aniônico.

FLOCULAÇÃO

A floculação é a união de vários glóbulos da fase dispersa (Interna) em agregados, ocorrendo devido às forças de atração.
É um fenômeno reversível. A partir de então, podem ocorrer dois fenômenos:

1. Cremagem: ocorre quando os flocos migram para a superfície (a velocidade de sedimentação é negativa – Lei de Stokes)

2. Sedimentação: é quando os flocos se depositam no fundo do recipiente (a velocidade de sedimentação é positiva – Lei de Stokes)

COALESCÊNCIA E SEPARAÇÃO DAS FASES

Ocorre quando os glóbulos menores se aproximam e se juntam formando um glóbulo maior, sendo que, quando todos os glóbulos da fase dispersa se unir, haverá então a separação de fases. É um processo totalmente irreversível.

INVERSÃO DE FASES

Ocorre quando a fase interna passa a fazer parte da fase interna. Está intimamente relacionado à agitação, temperatura e ao volume das fases.

1. Ensaio de diluição:
2. Ensaio com corantes:
3. Ensaio de condutividade elétrica:

MÉTODO POR DILUIÇÃO

Sempre que se adiciona um líquido a uma emulsão e está continua estável, o líquido adicionado corresponde a sua fase externa. Uma emulsão o/a pode ser diluída com a água, mas não com o óleo. Para uma emulsão a/o é o inverso.

MÉTODO DOS CORANTES

Coloração contínua ou coloração das gotículas. Adiciona-se à emulsão um corante lipossolúvel em pó (Soudan I) - se a emulsão for do tipo a/o, a coloração propaga-se na emulsão; se a emulsão for do tipo o/a, a cor não se difunde. Temos fenômenos inversos com o uso de corantes hidrossolúvel (eritrosina ou azul de metileno).

MÉTODO DE PREPARAÇÃO

Para facilitar o preparo da emulsão torna-se conveniente a acomodação dos componentes em fases:

FASE AQUOSA

1. Veículo: água

2. Umectantes: polietilenoglicóis (ATPEG 400, ATPEG 600), glicerina, sorbitol, polissacarídeos, etc

3. Espessantes hidrofílicos: polímeros derivados do ácido acrílico, hidroxietilcelulose

4. Princípios ativos e promocionais hidrossolúveis: aloe vera, extratos vegetais, vitamina E acetato, D-panenol, etc

5. Quelantes: etilenodiamino diacetato de sódio, citrato de sódio

6. Conservantes

7. Corantes

FASE OLEOSA

1. Emolientes: responsáveis por espalhabilidade do creme sobre a pele, lubrificação e hidratação da pele em conjunto com o uso de umectantes. Exemplos de emolientes são: álcool estearílico propoxilado (ALKOMOL E), óleo mineral, óleos vegetais, silicones, ésteres graxos, etc.

2. Agentes de consistência ou espessantes da fase oleosa: álcoois graxos, ésteres graxos, etc.

3. Antioxidantes: butilhidroxitolueno, vitamina E.

4. Filtros solares/ fotoantioxidantes: octilmetoxicinamato, benzofenonas 3 e 4.

5. Princípios ativos e promocionais lipossolúveis: óleos vegetais

6. Fragrâncias

As emulsões semi-sólidas possuem, necessariamente, uma fase aquosa e uma oleosa.

Cada fase da emulsão é preparada isoladamente, aquecendo-se ambas as fases à temperatura de 70° C a 75° C.
Fase oleosa: usa-se um gral de porcelana em banho-maria (b.m) para fundir as substâncias graxas sólidas e também o agente emulsionante lipofílico (se houver)

v  fase A; Fase aquosa: usa-se um Becker em chapa elétrica para as substâncias hidrossolúveis
v  fase B; Verter a fase B (aquosa) na fase A (oleosa) agitando vigorosamente até o arrefecimento da mistura;
Substâncias voláteis devem ser incorporadas à fundir incorporando-se depois uma fase na outra.

A dispersão da fase interna na externa deve ser feita com ambas as fases

Para determinar precisamente a solubilidade de um tensoativo, GRIFFIN em 1948 introduziu uma escala numérica de 1 a 50, onde os compostos abaixo de 8 possuem características lipofílicas e acima deste valor possui características hidrofílicas.

Os valores de EHL podem ser encontrados na literatura em tabelas diversas. Quanto aos valores de EHL os compostos são classificados em:
a) Agentes antiespuma 1-3 (EHL baixo)
b) Emulsificantes A/O 3-6
c) Agentes molhantes 7-9
d) Emulsificantes O/A 8-18
e) Detergentes 13-16
f) Agentes solubilizantes 16-40 (EHL alto)

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

1.    ALLEN JR,L.V; POPOVICH, N.G.;ANSEL,H.C. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed. Porto Alegre, Artmed, 2007.
2.    ANSEL. H.C., PRINCE,S.J.. Manual de cálculos farmacêuticos. Editora Artmed. 2005 4. ERIC S. GIL. Controle físico-quimico de qualidade de medicamentos, 3° ed Ed. Pharmabooks. 2010
3.    AULTON, M.E. Delineamento de Formas Farmacêuticas. Trad. De George Gonzalez Ortega et. all. 2ª. Ed., Porto Alegre, Artmed
4.    BATISTUZZO, JOSE ANTONIO. Formulário médico-farmacêutico . Ed. 3. Editora Tecnopress. 2006
5.    VILELA, M. A. P; AMARAL,M. P; H Controle de qualidade na farmácia de manipulação. Editora Omega, 2009
6.    FERREIRA, A.O. Guia Prático da Farmácia Magistral. 3. ed. São Paulo: PharmaBooks, 2008. v.1 e v.2

7.    VILLANOVA, J.C.O.; SA, V.R. Excipientes: guia prático para padronização.1 ed. Editora Pharmabooks. 2009