sábado, 9 de julho de 2016

TECNOLOGIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR - SUPOSITÓRIOS, ÓVULOS E VELAS


TECNOLOGIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR
SUPOSITÓRIOS, ÓVULOS E VELAS


SUPOSITÓRIOS

De acordo com a Farmacopéia Brasileira I, “supositórios são preparações farmacêuticas consistentes de forma cônica ou oval, destinadas à aplicação retal e obtidas por solidificação ou compressão em moldes de massa adequada encerrando substâncias medicamentosas”.

ÓVULOS

Já os óvulos seriam “preparações farmacêuticas consistentes de forma ovóide, destinadas à aplicação vaginal, obtidas por solidificação ou compressão em moldes de massa adequados encerrando substâncias medicamentosas. Em geral destinado à ação local, sendo os antibióticos, anti-parasitários, anti-sépticos, entre outros, os fármacos mais utilizados em óvulos”.

VELAS

Finalmente, velas “são preparações farmacêuticas consistentes de forma cilíndrica destinadas à aplicação uretral”.
Enfim, embora tais formas farmacêuticas se caracterizem propriamente como formas semi-sólidas, fazem parte também do grupo das formas chamadas formas plásticas e se assemelham muito em especial a géis e pomadas, no que diz respeito aos componentes usuais e técnicas de preparação.

COMPONENTES USUAIS

A) EXCIPIENTES INERTES OU VEÍCULOS:

Constituem a base do supositório; devem desintegrar-se obrigatoriamente a 37 ºC.
1. Bases lipofílicas: manteiga de cacau, óleos hidrogenados e outros excipientes semisintéticos etc.

2. Bases hidrófilas: polioxietilenoglicóis, etc.

3. Base anfifílica: ácido esteárico saponificado + glicerina

B) TENSOATIVOS:

facilitam a dispersão de matérias hidrófobas, promovendo absorção

1. Naturais: lecitina de soja
2. Sintéticos: POLISSORBATOS

C) ANTIOXIDANTES:

Em especial protegem os excipientes graxos de processos de rancificação.
Ex.: Alfa-tocoferol, butil-hidroxianisol, ácido nor-di-hidroguairético etc.

D) ENDURECEDORES:

São utilizados para aumentar a consistência e elevar o ponto de fusão. Exemplos: parafina, ceras, PEG 4000.

E) AMOLECEDORES:

São substâncias empregadas para abaixar o ponto de fusão; incluem glicerina, propilenoglicol, óleos vegetais e minerais.

SUBSTÂNCIAS UTILIZADAS

a) Manteiga de cacau:

v  Apresenta três formas polimórficas (_, _ e _), sendo muito utilizada em supositórios.
v  Funde-se aproximadamente a 30 ºC, devendo ter baixa acidez.
v  Susceptível à rancificação.

b) Óleos hidrogenados:

São obtidos por hidrogenação catalítica de vários óleos vegetais (ex.: óleo de coco, de amendoim, de semente de algodão), processo este que diminui a vulnerabilidade à oxidação (rancidificação).

c) Excipientes semi-sintéticos:

São obtidos a partir de ácidos graxos saturados de origem vegetal, esterificados, de cadeia variando de 12 a 18 carbonos.

Apresentam, entre outras vantagens, ponto de fusão mais bem definido, menor acidez, menor susceptibilidade para oxidação, maior uniformidade de lote para lote. Exemplos: Fattbase®, Witepsol®, Novata®, Estaram®.

d) Polioxietilenoglicóis:

São bases hidrosolúveis, também designadas polietilenoglicóis, PEG, Carbowaxes etc.
São polímeros do óxido de etileno designados por números (PEG 200, PEG 400, PEG 1500 etc) que dão uma idéia aproximada do peso molecular da cadeia polimérica.
Os mais utilizados são os de peso molecular 6000, 4000 e1500.

TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO.

a) Fusão-solidificação
As matérias-primas são misturadas ao(s) excipiente(s) previamente fundido(s) e em seguida a massa é vertida em moldes apropriados.

Depois do resfriamento, os supositórios são retirados dos moldes, exceto no caso em que o molde é a embalagem do produto.

b) Compressão

O excipiente é triturado e misturado ao fármaco e depois comprimido em equipamento apropriado.
Este método, devido a desvantagens como a necessidade de equipamento especializado, dificuldade de homogeneização e aspectos irregulares dos supositórios obtidos, só é usado casos específicos como, por exemplo, para fármacos termolábeis.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ALLEN JR,L.V; POPOVICH, N.G.;ANSEL,H.C. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed. Porto Alegre, Artmed, 2007.
ANSEL. H.C., PRINCE,S.J.. Manual de cálculos farmacêuticos. Editora Artmed. 2005 4.
AULTON, M.E. Delineamento de Formas Farmacêuticas. Trad. De George Gonzalez Ortega et. all. 2ª. Ed., Porto Alegre, Artmed, 2005.
BATISTUZZO, JOSE ANTONIO. Formulário médico-farmacêutico . Ed. 3. Editora Tecnopress. 2006
ERIC S. GIL. Controle físico-quimico de qualidade de medicamentos, 3° ed Ed. Pharmabooks. 2010
FERREIRA, A.O. Guia Prático da Farmácia Magistral. 3. ed. São Paulo: PharmaBooks, 2008. v.1 e v.2
VILELA, M. A. P; AMARAL,M. P; H Controle de qualidade na farmácia de manipulação. Editora Omega, 2009
VILLANOVA, J.C.O.; SA, V.R. Excipientes: guia prático para padronização.1 ed. Editora Pharmabooks. 2009 2.



Nenhum comentário:

Postar um comentário