TECNOLOGIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR
CONCEITOS GERAIS
ÁGUA PURIFICADA:
É aquela
que atende às especificações farmacopéicas para este tipo de água.
AJUSTE:
Operação
destinada a fazer com que um instrumento de medida tenha desempenho compatível
com o seu uso, utilizando-se como referência um padrão de trabalho (padrão de
controle).
AMBIENTE
Espaço
fisicamente determinado e especializado para o desenvolvimento de
determinada(s) atividade(s), caracterizado por dimensões e instalações
diferenciadas.
Um ambiente
pode se constituir de uma sala ou de uma área. Conceitos segundo a RDC 67/2007.
ÁREA
Ambiente
aberto, sem paredes em uma ou mais de uma das faces. Área de dispensação: área
de atendimento ao usuário destinada especificamente para a entrega dos produtos
e orientação farmacêutica.
HISTÓRICO
v Farmacopéias
regionais nem sempre oficializadas (séc. XVIII).
v Farmacopéias
nacionais oficiais (fim do séc. XVIII e início do séc. XIX).
v Brasil
adotou a Farmacopéia Portuguesa até a Independência.
v Adotou a
Farmacopéia Francesa até que a brasileira fosse publicada FARMACOPÉIAS
BRASILEIRAS 1ª. Edição (1926) 2ª. Edição (1959) 3ª. Edição (1976) 4ª. Edição
(1988)
v Todas as
Farmacopéias possuem “métodos gerais” preconizados e em seguida as monografias;
com exceção da 4ª. Edição que contém apenas as generalidades e métodos gerais
de análise. Não possui monografias de matérias primas e especialidades
farmacêuticas.
FORMULÁRIOS
Ao lado
das Farmacopéias existem os formulários de índole galênica, oficializados em
muitos países e dotados de caráter nacional, ou restritos a determinados
serviços.
Em alguns
países da América do Norte e na Grã-Bretanha, a publicação dos formulários
nacionais é acompanhada das respectivas Farmacopéias. Nos E.U.A têm sido
publicados, regularmente diversos formulários nacionais.
O último
National Formulary XXII foi oficializado juntamente com a revisão da USP XXII.
No Brasil também têm sido publicados alguns formulários, com exemplo o
Formulário Homeopático Brasileiro.
DROGA
Produto
simples ou complexo que poderá ser utilizado como matéria prima para o uso
farmacêutico, podendo este ser de origem vegetal, mineral ou animal. Ex.: mel,
cera de abelha, fenol, sulfato de cobre, beladona.
FÁRMACO-
Todas as
drogas utilizadas em farmácia e dotadas de ação farmacológica ou, pelo menos de
interesse médico. Poderíamos dizer então, que o conceito de droga abrange o de
Fármaco ou que o Fármaco é um tipo especial de droga.
MEDICAMENTO
“Toda a
substância que administrada convenientemente ao organismo enfermo possa aliviar
ou curar o seu estado patológico.” “Qualquer substância simples ou complexa que
aplicada no interior ou no exterior do corpo do homem ou do animal possa
produzir efeito curativo ou preventivo”. “Toda a substância ou conjunto de
substâncias que se administrem com fins terapêuticos.” Remédio - são todos os
meios utilizados com o fim de prevenir ou de curar as doenças.
CALCULOS FARMACÊUTICOS SISTEMA MÉTRICO
DEFINIÇÃO:
É o
sistema decimal de pesos e medidas. Neste sistema com base decimal, o valor de
um número pode ser alterado por um fator de 10, mediante o deslocamento de uma
posição da vírgula.
Unidades
métricas de peso e volume e seus equivalentes mais usadas na prática
farmacêutica 1 miligrama (mg) = 1.000 microgramas (mcg ou µg) 1 grama (g) = 1.000
miligramas = 1.000 micrograma 1 quilograma (Kg) = 1.000 gramas 1 litro (L) =
1.000 mililitros (mL) 1 decilitro (dL) = 100 mililitros Notas 1 - O metro
quadrado (m2 ) e o centímetro cúbico (cm3 ou cc) pode ser adicionado em
aplicações específicas.
O mililitro
é tão próximo do volume do centímetro cúbico que para fins práticos são
consideradas unidades equivalentes. 1mL = 1cc ou cm3
Como já
vimos o sistema métrico é de fácil manuseio pôr um simples erro de uma vírgula
implica no aumento da dose em 10 vezes o seu valor que dependendo da droga pode
levar a óbito, assim como para menor pode levar a não efetivação do efeito o
que pode ocasionar a perca da confiança por parte do paciente, medico
familiares etc.
Cabe,
portanto ao farmacêutico treinar e avaliar sua equipe técnica dentro do sistema
métrico
SISTEMAS COMUNS
DIVISÃO:
v Sistema
Apotecário
v Sistema
Avoirdupois.
SISTEMA APOTECÁRIO
É o
sistema de pesos e medidas tradicional e historicamente empregados em farmácia.
É expresso
por unidades denominados:
v minim ( )
v grão ( G )
v escrópulo
( ℈ )
v dracma ( ʒ
)
v onça ( ℥ )
v libra ( ℔ )
O sistema
está relacionada com o Inglês usam a mesma massa de um grão. Às vezes
"pa" é acrescentado à frente da unidade para identificá-lo como parte
do sistema apotecário (apothecaries sistem) países europeus.
Nos
Estados Unidos, ainda é por vezes utilizado, por exemplo, com medicamentos
prescritos sejam vendidos em seis onças (℥ vi)
SISTEMA AVOIRDUPOIS
É o
sistema comercial, no qual as mercadorias são adiquiridas por pesagem.
O sistema
avoirdupois emprega três unidades de massa o grão (gr), a onça (oz) e a libra
(lb).
Equivalentes
caseiros comuns 1 colher de chá 5 mL 1 colher de sopa 15 mL
MÉTODOS DE CÁLCULOS
RAZÃO
É a
magnitude relativa de duas quantidades. Exemplo: 1:5 Pode ser expressa por uma
fração comum (1/5) ou mais tradicionalmente pelo uso dos dois pontos (1:5) e se
lê “um para cinco”.
Pode-se
ainda ser abstrata ou estar ligada a unidades: Exemplo: A razão 1:100 é
expressa “1 para 100” ou “1 parte para 100”.
A razão
5g: 500g é expressa como “5g para 500g”
Na razão o
primeiro termo (numerador) pode ser maior ou menor que o segundo termo o
(denominador), sendo o valor da razão determinado pela divisão do primeiro pelo
segundo termo.
Exemplo:
6:2 ou 2:6 ou os valores 3 ou 0,3333 Proporção É a expressão da equidade de
duas razões. Exemplo: 1:5=4:20
PROPORÇÃO
RAZÃO
A
proporção pode ser escritas em uma destas 3 formas:
v a:b=c:d
(ex.: 2:6=4:12)
v a:b::c:d
(ex.: 2:6::4:12)
v a/b=c/d
(ex.: 2/6=4/12)
Cada uma
das expressões é lida: a esta para b assim como c esta para d. A disposição
aritmética dada na proporção quando um dos termos nos falta leva-nos a usar
essa regra em um grande número de cálculos em farmácia (regra de 3).
Exemplo:
Em uma solução temos 25g de Ac. Cítrico para 200mL de solução pronta quanto teremos
que medir da solução para termos 15g de Ac. Cítrico. 25g/200mL=15g/X 25X=200x15
25X=3000 X=3000/25 X= 120mL
ANALISE DIMENSIONAL
É um
método de resolução de problemas que empregam equivalentes e fatores de
conversão de unidades para assegurar que os termos de uma equação tenham as
mesmas dimensões
A equação
básica utilizada na analise dimensional e: Unidades e quantidades dadas x
fatores de conversão e equivalentes = resposta na unidade. Exemplo: quantas
onças fluidas estão contidas em 2,5L? Dados: 1 fl oz = 29,57mL e 1L = 1000ml
PERCENTAGEM
DEFINIÇÃO:
Por cento
ou simplesmente % significa “por uma centena” ou “em uma centena” e percentagem
denota a “taxa por cento”.
DIVISÃO:
As
procentagens nas preparações farmacêuticas são expressas com o primeiro termo
(ou numerador) de cada expressão indicando o componente sobre o qual a
concentração está baseada e o segundo (ou denominador) indicando a preparação
total (USP).
1)
Percentagem peso-volume (p/V): Expressa o
número de gramas de um constituinte em 100mL de uma solução ou preparação
liquida É expressa como: ___%p/V.
2)
Percentagem volume-volume (V/V): Expressa o
número de mililitros de um constituinte em 100mL de uma solução ou preparação
liquida É expressa como: ___%V/V.
3)
Porcentagem peso-peso (p/p) expressa o número
de gramas de um constituinte em 100 g de solução ou preparação. É expressa
como: ___ % p/p.
Freqüentemente,
nas prescrições e fórmulas, quando as concentrações são dadas em porcentagem as
designações p/V, V/V e p/p não são indicadas. Nesses casos, assumimos:
Para
soluções ou dispersões de sólidos em líquidos, porcentagem peso-volume; Para
soluções ou dispersões de líquidos em líquidos; porcentagem volume-volume; Para
misturas de sólidos ou semi-sólidos, porcentagem peso-peso;
Para
soluções de gases em líquidos, porcentagem peso-volume È possível nas
prescrições ou fórmulas contendo vários ingredientes, calcularmos um dos
componentes como sendo peso-volume e outro como sendo volume-volume.
Por
exemplo, na manipulação de uma preparação líquida, um dos componentes pode ser
um pó e ser calculado com base na relação peso-volume e o outro pode ser um
líquido, calculado com base na relação volume-volume. Nos cálculos, as
porcentagens podem ser expressas como razões, indicando partes por centena.
FATOR DE EQUIVALÊNCIA (Feq)
É
utilizado para fazer o calculo da conversão da massa do sal ou éster para a
massa do fármaco ativo, ou da substância hidratada para a substância anidra.
(Manual Anfarmag).
Para
calcular o FEq, deve-se usar o Equivalente-Grama das substâncias envolvidas.
Divide-se o Equivalente- Grama do sal pelo Equivalente-Grama da Base,ou o
Equivalente-Grama da substância hidratada pelo Equivalente-Grama da Substância
anidra.
Exemplo:
Sulfato de Salbutamol conversão para Salbutamol Formula Molecular do Sulfato de
Salbutamol: (C13H21NO3)2. H2SO4 Peso Molecular do Sulfato de Salbutamol: 576,71
Equivalente-Grama do sal: 288,35 Formula Molecular do Salbutamol: C13H21NO3
Peso Molecular do Sulfato de Salbutamol: 239,31 Equivalente-Grama do sal: 239,31
FEq = Eq g do Sal Eqg da Base FEq = 288,35 239,31 FEq = 1,20
FATOR DE CORREÇÃO (FCr)
Fator
utilizado para corrigir a diluição de uma substância, o teor do principio
ativo, o teor elementar de um metal ou a umidade. Essas correções são feitas
baseando-se nos certificados de análise das substancias ou nas diluições feitas
na própria farmácia. (Manual Anfarmag)
Para
calcular o Fator de Correção (FCr), divide-se 100 pelo teor da substância ou
elemento. Exemplo: Betacaroteno Substância disponível: 11% FCr = 100 FCr = 9,09
Calculo do
fator de substância com quantidade do ativo diluído
Exemplo:
Kawa Kawa Substância disponível: Extrato de Kawa Kawa com 30% de Kavalactonas
Substância Referência: Extrato de Kawa Kawa com 70% de Kawalactonas FCr = 70
FCr = 2,33 30
Calculo do
fator para correção de umidade indicada no laudo de análise. FCr = 100 . 100 –
Teor de umidade Exemplo: Metrotrexate Certificado de Análise: Umidade 8% FCr =
100 FCr = 100 FCr = 1,09
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
1. ALLEN JR,L.V; POPOVICH, N.G.;ANSEL,H.C. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed. Porto Alegre, Artmed, 2007.
2. FERREIRA, A.O. Guia Prático da Farmácia Magistral. 3. ed. São Paulo: PharmaBooks, 2008. v.1 e v.2
3. AULTON, M.E. Delineamento de Formas Farmacêuticas. Trad. De George Gonzalez Ortega et. all. 2ª. Ed., Porto Alegre, Artmed, 2005.
4. VILLANOVA, J.C.O.; SA, V.R. Excipientes: guia prático para padronização.1 ed. Editora Pharmabooks. 2009
5. BATISTUZZO, JOSE ANTONIO. Formulário médico-farmacêutico . Ed. 3. Editora Tecnopress. 2006 VILELA, M. A. P; AMARAL,M. P; H Controle de qualidade na farmácia de manipulação. Editora Omega, 2009
6. ANSEL. H.C., PRINCE,S.J.. Manual de cálculos farmacêuticos. Editora Artmed. 2005 4. ERIC S. GIL. Controle físico-quimico de qualidade de medicamentos, 3° ed Ed. Pharmabooks. 2010
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