segunda-feira, 27 de junho de 2016

TECNOLOGIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR - CONCEITOS GERAIS


TECNOLOGIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR
CONCEITOS GERAIS


ÁGUA PURIFICADA:

É aquela que atende às especificações farmacopéicas para este tipo de água.

AJUSTE:

Operação destinada a fazer com que um instrumento de medida tenha desempenho compatível com o seu uso, utilizando-se como referência um padrão de trabalho (padrão de controle).

AMBIENTE

Espaço fisicamente determinado e especializado para o desenvolvimento de determinada(s) atividade(s), caracterizado por dimensões e instalações diferenciadas.
Um ambiente pode se constituir de uma sala ou de uma área. Conceitos segundo a RDC 67/2007.

ÁREA

Ambiente aberto, sem paredes em uma ou mais de uma das faces. Área de dispensação: área de atendimento ao usuário destinada especificamente para a entrega dos produtos e orientação farmacêutica.

HISTÓRICO

v  Farmacopéias regionais nem sempre oficializadas (séc. XVIII).
v  Farmacopéias nacionais oficiais (fim do séc. XVIII e início do séc. XIX).
v  Brasil adotou a Farmacopéia Portuguesa até a Independência.
v  Adotou a Farmacopéia Francesa até que a brasileira fosse publicada FARMACOPÉIAS BRASILEIRAS 1ª. Edição (1926) 2ª. Edição (1959) 3ª. Edição (1976) 4ª. Edição (1988)
v  Todas as Farmacopéias possuem “métodos gerais” preconizados e em seguida as monografias; com exceção da 4ª. Edição que contém apenas as generalidades e métodos gerais de análise. Não possui monografias de matérias primas e especialidades farmacêuticas.

FORMULÁRIOS

Ao lado das Farmacopéias existem os formulários de índole galênica, oficializados em muitos países e dotados de caráter nacional, ou restritos a determinados serviços.
Em alguns países da América do Norte e na Grã-Bretanha, a publicação dos formulários nacionais é acompanhada das respectivas Farmacopéias. Nos E.U.A têm sido publicados, regularmente diversos formulários nacionais.
O último National Formulary XXII foi oficializado juntamente com a revisão da USP XXII. No Brasil também têm sido publicados alguns formulários, com exemplo o Formulário Homeopático Brasileiro.

DROGA

Produto simples ou complexo que poderá ser utilizado como matéria prima para o uso farmacêutico, podendo este ser de origem vegetal, mineral ou animal. Ex.: mel, cera de abelha, fenol, sulfato de cobre, beladona.

FÁRMACO-

Todas as drogas utilizadas em farmácia e dotadas de ação farmacológica ou, pelo menos de interesse médico. Poderíamos dizer então, que o conceito de droga abrange o de Fármaco ou que o Fármaco é um tipo especial de droga.

MEDICAMENTO

“Toda a substância que administrada convenientemente ao organismo enfermo possa aliviar ou curar o seu estado patológico.” “Qualquer substância simples ou complexa que aplicada no interior ou no exterior do corpo do homem ou do animal possa produzir efeito curativo ou preventivo”. “Toda a substância ou conjunto de substâncias que se administrem com fins terapêuticos.” Remédio - são todos os meios utilizados com o fim de prevenir ou de curar as doenças.

CALCULOS FARMACÊUTICOS SISTEMA MÉTRICO

DEFINIÇÃO:

É o sistema decimal de pesos e medidas. Neste sistema com base decimal, o valor de um número pode ser alterado por um fator de 10, mediante o deslocamento de uma posição da vírgula.
Unidades métricas de peso e volume e seus equivalentes mais usadas na prática farmacêutica 1 miligrama (mg) = 1.000 microgramas (mcg ou µg) 1 grama (g) = 1.000 miligramas = 1.000 micrograma 1 quilograma (Kg) = 1.000 gramas 1 litro (L) = 1.000 mililitros (mL) 1 decilitro (dL) = 100 mililitros Notas 1 - O metro quadrado (m2 ) e o centímetro cúbico (cm3 ou cc) pode ser adicionado em aplicações específicas.
O mililitro é tão próximo do volume do centímetro cúbico que para fins práticos são consideradas unidades equivalentes. 1mL = 1cc ou cm3
Como já vimos o sistema métrico é de fácil manuseio pôr um simples erro de uma vírgula implica no aumento da dose em 10 vezes o seu valor que dependendo da droga pode levar a óbito, assim como para menor pode levar a não efetivação do efeito o que pode ocasionar a perca da confiança por parte do paciente, medico familiares etc.
Cabe, portanto ao farmacêutico treinar e avaliar sua equipe técnica dentro do sistema métrico

SISTEMAS COMUNS

DIVISÃO:

v  Sistema Apotecário
v  Sistema Avoirdupois.

SISTEMA APOTECÁRIO

É o sistema de pesos e medidas tradicional e historicamente empregados em farmácia.
É expresso por unidades denominados:
v  minim ( )
v  grão ( G )
v  escrópulo ( )
v  dracma ( ʒ )
v  onça ( )
v  libra ( )

O sistema está relacionada com o Inglês usam a mesma massa de um grão. Às vezes "pa" é acrescentado à frente da unidade para identificá-lo como parte do sistema apotecário (apothecaries sistem) países europeus.
Nos Estados Unidos, ainda é por vezes utilizado, por exemplo, com medicamentos prescritos sejam vendidos em seis onças ( vi)

SISTEMA AVOIRDUPOIS

É o sistema comercial, no qual as mercadorias são adiquiridas por pesagem.
O sistema avoirdupois emprega três unidades de massa o grão (gr), a onça (oz) e a libra (lb).
Equivalentes caseiros comuns 1 colher de chá 5 mL 1 colher de sopa 15 mL

MÉTODOS DE CÁLCULOS

RAZÃO

É a magnitude relativa de duas quantidades. Exemplo: 1:5 Pode ser expressa por uma fração comum (1/5) ou mais tradicionalmente pelo uso dos dois pontos (1:5) e se lê “um para cinco”.
Pode-se ainda ser abstrata ou estar ligada a unidades: Exemplo: A razão 1:100 é expressa “1 para 100” ou “1 parte para 100”.
A razão 5g: 500g é expressa como “5g para 500g”
Na razão o primeiro termo (numerador) pode ser maior ou menor que o segundo termo o (denominador), sendo o valor da razão determinado pela divisão do primeiro pelo segundo termo.
Exemplo: 6:2 ou 2:6 ou os valores 3 ou 0,3333 Proporção É a expressão da equidade de duas razões. Exemplo: 1:5=4:20

PROPORÇÃO RAZÃO

A proporção pode ser escritas em uma destas 3 formas:
v  a:b=c:d (ex.: 2:6=4:12)
v  a:b::c:d (ex.: 2:6::4:12)
v  a/b=c/d (ex.: 2/6=4/12)

Cada uma das expressões é lida: a esta para b assim como c esta para d. A disposição aritmética dada na proporção quando um dos termos nos falta leva-nos a usar essa regra em um grande número de cálculos em farmácia (regra de 3).
Exemplo: Em uma solução temos 25g de Ac. Cítrico para 200mL de solução pronta quanto teremos que medir da solução para termos 15g de Ac. Cítrico. 25g/200mL=15g/X 25X=200x15 25X=3000 X=3000/25 X= 120mL

ANALISE DIMENSIONAL

É um método de resolução de problemas que empregam equivalentes e fatores de conversão de unidades para assegurar que os termos de uma equação tenham as mesmas dimensões
A equação básica utilizada na analise dimensional e: Unidades e quantidades dadas x fatores de conversão e equivalentes = resposta na unidade. Exemplo: quantas onças fluidas estão contidas em 2,5L? Dados: 1 fl oz = 29,57mL e 1L = 1000ml

PERCENTAGEM

DEFINIÇÃO:

Por cento ou simplesmente % significa “por uma centena” ou “em uma centena” e percentagem denota a “taxa por cento”.

DIVISÃO:

As procentagens nas preparações farmacêuticas são expressas com o primeiro termo (ou numerador) de cada expressão indicando o componente sobre o qual a concentração está baseada e o segundo (ou denominador) indicando a preparação total (USP).

1)    Percentagem peso-volume (p/V): Expressa o número de gramas de um constituinte em 100mL de uma solução ou preparação liquida É expressa como: ___%p/V.
2)    Percentagem volume-volume (V/V): Expressa o número de mililitros de um constituinte em 100mL de uma solução ou preparação liquida É expressa como: ___%V/V.
3)    Porcentagem peso-peso (p/p) expressa o número de gramas de um constituinte em 100 g de solução ou preparação. É expressa como: ___ % p/p.

Freqüentemente, nas prescrições e fórmulas, quando as concentrações são dadas em porcentagem as designações p/V, V/V e p/p não são indicadas. Nesses casos, assumimos:
Para soluções ou dispersões de sólidos em líquidos, porcentagem peso-volume; Para soluções ou dispersões de líquidos em líquidos; porcentagem volume-volume; Para misturas de sólidos ou semi-sólidos, porcentagem peso-peso;

Para soluções de gases em líquidos, porcentagem peso-volume È possível nas prescrições ou fórmulas contendo vários ingredientes, calcularmos um dos componentes como sendo peso-volume e outro como sendo volume-volume.

Por exemplo, na manipulação de uma preparação líquida, um dos componentes pode ser um pó e ser calculado com base na relação peso-volume e o outro pode ser um líquido, calculado com base na relação volume-volume. Nos cálculos, as porcentagens podem ser expressas como razões, indicando partes por centena.

FATOR DE EQUIVALÊNCIA (Feq)

É utilizado para fazer o calculo da conversão da massa do sal ou éster para a massa do fármaco ativo, ou da substância hidratada para a substância anidra. (Manual Anfarmag).
Para calcular o FEq, deve-se usar o Equivalente-Grama das substâncias envolvidas. Divide-se o Equivalente- Grama do sal pelo Equivalente-Grama da Base,ou o Equivalente-Grama da substância hidratada pelo Equivalente-Grama da Substância anidra.
Exemplo: Sulfato de Salbutamol conversão para Salbutamol Formula Molecular do Sulfato de Salbutamol: (C13H21NO3)2. H2SO4 Peso Molecular do Sulfato de Salbutamol: 576,71 Equivalente-Grama do sal: 288,35 Formula Molecular do Salbutamol: C13H21NO3 Peso Molecular do Sulfato de Salbutamol: 239,31 Equivalente-Grama do sal: 239,31 FEq = Eq g do Sal Eqg da Base FEq = 288,35 239,31 FEq = 1,20

FATOR DE CORREÇÃO (FCr)

Fator utilizado para corrigir a diluição de uma substância, o teor do principio ativo, o teor elementar de um metal ou a umidade. Essas correções são feitas baseando-se nos certificados de análise das substancias ou nas diluições feitas na própria farmácia. (Manual Anfarmag)
Para calcular o Fator de Correção (FCr), divide-se 100 pelo teor da substância ou elemento. Exemplo: Betacaroteno Substância disponível: 11% FCr = 100 FCr = 9,09
Calculo do fator de substância com quantidade do ativo diluído
Exemplo: Kawa Kawa Substância disponível: Extrato de Kawa Kawa com 30% de Kavalactonas Substância Referência: Extrato de Kawa Kawa com 70% de Kawalactonas FCr = 70 FCr = 2,33 30
Calculo do fator para correção de umidade indicada no laudo de análise. FCr = 100 . 100 – Teor de umidade Exemplo: Metrotrexate Certificado de Análise: Umidade 8% FCr = 100 FCr = 100 FCr = 1,09

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

1. ALLEN JR,L.V; POPOVICH, N.G.;ANSEL,H.C. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed. Porto Alegre, Artmed, 2007.

2. FERREIRA, A.O. Guia Prático da Farmácia Magistral. 3. ed. São Paulo: PharmaBooks, 2008. v.1 e v.2

3. AULTON, M.E. Delineamento de Formas Farmacêuticas. Trad. De George Gonzalez Ortega et. all. 2ª. Ed., Porto Alegre, Artmed, 2005.

4. VILLANOVA, J.C.O.; SA, V.R. Excipientes: guia prático para padronização.1 ed. Editora Pharmabooks. 2009

5. BATISTUZZO, JOSE ANTONIO. Formulário médico-farmacêutico . Ed. 3. Editora Tecnopress. 2006 VILELA, M. A. P; AMARAL,M. P; H Controle de qualidade na farmácia de manipulação. Editora Omega, 2009

6. ANSEL. H.C., PRINCE,S.J.. Manual de cálculos farmacêuticos. Editora Artmed. 2005 4. ERIC S. GIL. Controle físico-quimico de qualidade de medicamentos, 3° ed Ed. Pharmabooks. 2010

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