MANUAL DE NORMAS E PROCEDIMENTOS
DA
ATIVIDADE DE FARMÁCIA
RIO
DE JANEIRO - 2012
DIRETORA MÉDICA
UPA 24 HORAS TERESÓPOLIS
DRA JULIANA DE
OLIVEIRA WILKEN
CAPÍTULO X
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
Monitoramento é um processo
sistemático de registro e armazenamento das informações, que consiste no acompanhamento,
para verificação da evolução físico-financeira de determinado programa ou projeto,
além de sua coerência com as políticas públicas.
Um sistema de monitoramento
deve ser capaz de identificar informações relevantes, precisas, sintéticas, que
alimentam o processo de avaliação, por meio de condições favoráveis, instrumentos
técnicos e informacionais, para se estabelecer a obrigatoriedade de se registrar
o processamento de informações relevantes.
O monitoramento é um mecanismo
gerencial de acompanhamento e controle de ações planejadas, com base em indicadores.
Permite a socialização de informações sobre resultados alcançados. Além de medir
quantitativa e qualitativamente os ganhos e o alcance social das ações, acompanha
as decisões, os procedimentos, a participação dos beneficiários e a adesão da população
aos programas.
Avaliação é um processo sistemático
de análise de resultados de uma política, programa ou projeto, a partir da utilização
de critérios definidos, que visam determinar relevância, qualidade, utilidade ou
efetividade, gerando recomendações para sua correção ou melhoria. Não há avaliação
sem monitoramento. Envolve todas as atividades relacionadas às fases de um programa:
concepção, monitoramento da sua implementação, verificação de
sua efetividade e eficiência;
mede o grau de eficiência, eficácia e efetividade das ações.
A avaliação identifica processos
e resultados, quantifica e qualifica dados de desempenho, compara, analisa, informa
e propõe. Compara níveis atuais de desempenho com parâmetros ou indicadores de qualidade
estabelecidos e apresenta recomendações e ações corretivas a serem executadas em
determinado período de tempo, para melhoria de desempenho.
a) Tipologias da avaliação:
• Estrutura – refere-se à adequação
das instalações físicas, equipamentos, recursos humanos e insumos.
• Processo – avaliação das
atividades e serviços, técnicas utilizadas, tempo, nível de informações, serviços
prestados etc.
• Resultados (eficácia) – visa
avaliar até que ponto estão sendo alcançados os resultados previstos.
• Impacto – avaliação quando
se leva em conta o conjunto da população (usuários do sistema). Mudanças ocorridas
na melhoria de serviços de saúde, em relação aos beneficiários.
• Eficiência – avaliação econômica
(custos).
b) Objetivos:
• Adequar os objetivos, a fim
de estabelecer medidas interventivas.
• Saber se o que foi realizado
e/ou como estão sendo obtidos os resultados, seus impactos.
• Verificar se os objetivos
e as metas estão sendo cumpridos de acordo com as expectativas esperadas.
• Saber para onde estamos indo
e o que precisamos para mudar de direção.
• Efetuar análises comparativas
de desempenho em diferentes períodos no tempo.
1 Efetividade – Procura avaliar se o programa tem obtido resultados na direção esperada.
2 Eficiência – Procura medir os benefícios gerados pelo programa em relação a seus
custos.
• Melhorar métodos de controle.
• Estabelecer o grau de efetividade/eficácia
e eficiência/rendimento de um programa, projeto ou serviço.
• Identificar pontos fortes
e fracos.
• Facilitar o processo de tomada
de decisões para melhorar e/ou modificar o programa ou projeto.
• Permitir visibilidade do
desempenho da equipe num contexto amplo, compreendendo as consequências da sua atuação.
c) Indicadores:
• Os indicadores são o parâmetro
que mede a diferença entre a situação desejada e a situação atual. Permite quantificar
um processo/atividade.
• Os indicadores fornecem referência
para coleta de dados e evidências para os propósitos da avaliação. São utilizados
para acompanhar e avaliar o cumprimento de metas.
• O indicador está associado
ao objetivo e deve possibilitar mensuração dos resultados alcançados, é geralmente
representado como uma relação ou taxa entre variáveis associadas sobre as quais
se pretende atuar.
• No gerenciamento dos indicadores
é importante a formação de uma base de dados (série histórica), que permita efetuar
análises através do tempo, bem como se as ações empreendidas estão surtindo o resultado
esperado.
d) Índices
Representam o padrão de medida
ou unidade de medida dos indicadores, permitindo uniformidade e o estabelecimento
de metas e acompanhamento.
e) Procedimentos:
• Elaborar critérios, indicadores
de qualidade e instrumentos para avaliar a eficiência dos serviços.
• Implementar ações corretivas
e de melhoria da qualidade nos serviços cujos resultados e/ou recomendações da avaliação
apontem para esta necessidade.
• Divulgar as intervenções
implementadas para a melhoria da qualidade nos serviços, via boletins, site, informações,
instrumentos de avaliação.
f) Avaliação do desempenho
deve considerar os seguintes aspectos:
• Sistemas de coleta e informação
de resultados eficientes;
• Conjunto de índices adequados;
• Análise estatística dos resultados;
e
• Ações corretivas.
O desafio realmente importante
é transformar dados em informações que possibilitem a tomada de decisões por meio
de escolha adequada de indicadores e da análise sistemática dos resultados.
Assim, como afirmam Sink e
Tuttle (1993), para transformar os dados em informações, devem ser seguidos alguns
pré-requisitos básicos:
- Escolher um conjunto de dados representativos,
interpretáveis, oportunos e confiáveis da realidade que se pretende representar.
- Ter definidos e seguir procedimentos
padronizados para o levantamento dos dados.
- Dispor de um sistema robusto de apropriação
e tratamento dos dados.
- Possuir uma base de dados segura e
de fácil acesso.
- Dispor de ferramentas que facilitem
a análise dos dados.
- Dispor de pessoal capacitado e com
experiência no processo sob análise
g) Requisitos básicos (MSH/WHO,1997):
- Clareza – facilidade para entender
e calcular.
- Utilidade – refletir a importante
dimensão de desempenho.
- Mensurabilidade – definido em termos
quantitativos ou qualitativos.
- Confiabilidade – permitir avaliação
através do tempo e entre diferentes observadores.
- Validade – realizar uma medida verdadeira
do que se quer medir.
h) Sugestão de alguns indicadores:
Seleção
- Porcentual de redução no número de
especialidades farmacêuticas, após implantação da Relação de Medicamentos Essenciais.
- Porcentual de redução dos custos por
tratamento.
- Porcentual dos profissionais que prescrevem
pela Relação de Medicamentos Essenciais.
- Porcentual de prescrição pela Relação
de Medicamentos Essenciais.
Programação
- Porcentual de itens de medicamentos
programados x medicamentos adquiridos (em quantidade e recursos financeiros).
- Porcentual de itens programados x
atendidos
- Porcentual de demanda atendida e não
atendida.
- Porcentual de medicamentos programados
e não utilizados por superestimação.
Aquisição
- Desempenho de fornecedores (acompanhamento
de dados: pontualidade da entrega, qualidade do produto, preço, segurança,
embalagem, entre outros).
- Recursos gastos com aquisição de medicamentos
e por modalidade de compra.
- Demonstrativo físico-financeiro de
aquisição por determinado período de tempo.
- Tempo médio gasto no processo de compra
por modalidade de licitação, desde a emissão do pedido até o recebimento do
medicamento.
- Quantidades solicitadas x quantidades
adquiridas.
- Número de itens solicitados x adquiridos.
- Recursos públicos gastos per capita
e por grupos de medicamentos.
- Valores gastos por modalidade de compra.
- Análise comparativa entre os preços
de mercado estimados para a compra x preços ofertados na compra etc.
- Análises comparativas de preços das
aquisições por produto e/ou grupos farmacêuticos ou especialidades/clínicas
médicas.
- Análises comparativas de preços de
medicamentos por laboratório, para mensurar os aumentos ao longo do tempo praticado
pelos laboratórios.
Avaliação de fornecedores:
- Número de ocorrências/não conformidades
apresentadas pelo fornecedor em relação as entregues (registrar em instrumento
específico todas as ocorrências, bem como no respectivo cadastro do fornecedor).
- Número de reclamações recebidas do
produto.
- Quantidades contratadas x quantidades
entregues.
- Cumprimento dos prazos de entrega
contratados.
Distribuição
- Porcentual e/ou número de unidades
atendidas mês/ano.
- Tempo médio gasto na reposição dos
medicamentos.
- Porcentual de unidades de saúde atendidas
de acordo com o cronograma de distribuição.
- Porcentual de demanda atendida e não
atendida.
- Porcentual de itens solicitados x
itens atendidos.
- Porcentual do gasto mensal com medicamentos
para atender à atenção básica de saúde e por unidade de serviço.
Armazenamento
·
Porcentual de medicamentos vencidos.
·
Porcentual de perdas de medicamentos decorrentes de armazenamento inadequado.
·
Número de inventários realizados/ano.
·
Porcentual de erros na entrega de medicamentos.
·
Porcentual de medicamentos sem rotatividade/ano.
Avaliação dos estoques:
- Custo total dos estoques – avaliar
periodicamente quanto a instituição está investindo em relação ao que foi programado,
adquirido.
- Rotatividade dos estoques – relação
entre consumo e estoque médio, em determinado período de tempo.
- Produtos vencidos e obsoletos – relação
do estoque vencido, dividido pelo valor total do estoque, em determinado período
de tempo.
FONTE
MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria
de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento de Assistência Farmacêutica
e Insumos Estratégica ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA INSTRUÇÕES TÉCNICAS
PARA SUA ORGANIZAÇÃO 2ª edição Série A. Normas e Manuais Técnicos Brasília – DF
2006 Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs
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Ilha.
OUTRAS CONSULTAS -
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