PROGRAMAÇÃO
DE MEDICAMENTOS
PARTE 2
MÉTODOS PARA PROGRAMAÇÃO
Existem
vários métodos para programar medicamentos. Eles devem ser escolhidos tendo em
vista os recursos e informações disponíveis (MSH, 1997). São eles:
I.
perfil epidemiológico;
II.
oferta de serviços;
III.
consumo histórico;
IV.
consumo ajustado.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
Esse
método baseia-se, fundamentalmente, nos dados de incidência e prevalência dos
principais problemas de saúde que acometem uma determinada população,
considerando-se o perfil demográfico, os esquemas terapêuticos preconizados, a
capacidade instalada (oferta de serviços e estrutura oferecida à população) e a
possível ocorrência de fenômeno de sazonalidade.
O
método inicia-se com o diagnóstico situacional de saúde da população, no qual
são analisadas as enfermidades prevalentes e incidentes sobre as quais devem
incorrer as ações de intervenção sanitária que possam gerar impacto positivo no
quadro de morbi-mortalidade.
Pode-se,
ainda, aliar o aporte da farmacoepidemiologia para avaliar o padrão de
utilização de medicamentos de modo a aumentar a acurácia do método.
O
uso crítico dos dados epidemiológicos é o primeiro caminho para que se possa
melhorar a qualidade do serviço de saúde. A falta de notificação de certas
doenças, o mau preenchimento de atestados de óbitos, erros de diagnósticos,
insuficiência de recursos tecnológicos para informatização plena das redes e
deficiência de pessoal são fatores que comprometem a qualidade dos registros.
A
programação por perfil epidemiológico não requer, obrigatoriamente, dados de
consumo, e é aplicável quando não se dispõe de informações acerca da utilização
de medicamentos; é também aplicável quando se planeja a instalação de novos
serviços na rede de saúde.
A
efetividade do método, no entanto, depende da adesão dos prescritores aos
protocolos terapêuticos consensuados. Pode haver risco de sub ou
superestimativas se houver falta de acurácia dos dados coletados,
confiabilidade duvidosa dos registros epidemiológicos ou desconsideração quanto
à cobertura dos serviços. Se a oferta de serviços for insuficiente, será muito
difícil estimar demanda real.
PROCEDIMENTOS
OPERACIONAIS
1.
Relacionar os principais problemas de saúde por grupo de pacientes e faixa
etária.
2.
Determinar taxa de morbidade e mortalidade para grupos específicos por idade e
sexo.
3.
Analisar a ocorrência das enfermidades em função do período de tempo, incluindo
a sazonalidade. Ex.: A maior incidência de infecções respiratórias no inverno.
4.
Relacionar os medicamentos segundo a abordagem prevista no protocolo
previamente definido, tendo em conta as primeiras e segundas escolhas e os
esquemas de tratamento.
5.
Estimar a quantidade de medicamentos necessária para tratar a população-alvo
prevista para adoecer por patologia: dose/dia X duração de tratamento X
população-alvo a ser atendida.
6.
Calcular a quantidade a adquirir, considerando o estoque existente.
a)
estimar o prazo necessário para se processar cada aquisição;
b)
deduzir do quantitativo programado o estoque que provavelmente ainda haverá à
época em que serão efetivamente entregues os medicamentos, levando em conta as
validades dos mesmos no estoque atual.
7.
Calcular o custo estimado a partir da relação dos valores médios de mercado
para compras semelhantes (municípios, estados, unidades de saúde etc) em
quantitativo e modalidade, contrapondo-o aos valores da última compra
realizada.
PROGRAMAÇÃO PELO MÉTODO
DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
Calcule
a necessidade anual de métodos contraceptivos para o Programa de Saúde
Reprodutiva.
DADOS:
v Pop. geral = 6.000.000 habitantes.
v Cobertura dos serviços: 54%
v Percentual de mulheres na população =
52% = 3.120.000 mulheres
v Percentual de mulheres em idade fértil
(14 a 49 anos) = 49% = 1.528.800 mulheres
Das
mulheres em idade fértil, desconsiderar os seguintes grupos, por não
necessitarem de métodos contraceptivos.
v Mulheres esterilizadas = 20%
v Mulheres grávidas= 6%
v Mulheres querendo engravidar= 6,2%
v Mulheres estéreis= 2,3%
Quantidade
de mulheres em condições de participar do Programa Saúde Reprodutiva = 527.436
mulheres.
Dessas
mulheres, estima-se que 54% serão atendidas pelo Serviço Público de Saúde
Reprodutiva = 284.815 mulheres.
Quadro
de Métodos contraceptivos (% de utilização dentre as mulheres atendidas)
Método
%* Necessidade /ano* Quantidade Contraceptivo oral
78
13 ciclos 284.815 X 0,78 X 13= 2.888.015 (cartelas)
Preservativo
14 144 284.815 X 0,14 X 144 = 5.741.856 (unidades)
DIU
5 01 284.815 X 0,05 X 1= 14.241 (unidades)
Óvulo
1,5 144 284.815 X 0,015 X 144= 615.168 (unidades)
Diafragma
0,5 01 284.815 X 0,005 X 1= 1.424 (unidades)
Geleia
1 07 284.815 X 0,01 X 7 = 19.936 (bisnagas)
*
números sugeridos apenas para efeitos do exemplo.
Dando
prosseguimento ao exemplo:
Se
tenho em estoque 1.800.000 cartelas de contraceptivos orais, vencendo dentro de
8 meses, como devo executar a programação?
1.800.000
cartelas serão suficientes para: (1.800.000 x 12)/2.888.015 = 7, 5 meses de consumo.
Preciso
comprar, portanto, medicamento para cinco meses com a validade adequada.
OFERTA DE SERVIÇOS
É
um caso particular de programação, em que se emprega o mesmo tipo de lógica
presente no método do perfil epidemiológico: aqui se examina basicamente a rede
instalada para tratamento de uma ou outra enfermidade e estimam-se as
necessidades da população atendida perante ela.
A
oferta de serviços depende da relação existente entre os problemas de saúde e a
disponibilidade de ofertar os serviços ou cuidados de saúde necessária
(capacidade instalada).
Portanto,
é preciso conhecer tais necessidades e serviços de saúde que são ofertados à
população, por nível de complexidade, para se programar adequadamente.
Esse
método reflete somente o que foi ofertado e demandado por aquela parcela da
população que teve acesso aos serviços de saúde, não considerando possíveis
ineficiências na oferta e prestação dos serviços.
PROCEDIMENTOS
OPERACIONAIS
1.
Levantar informações sobre os registros dos atendimentos realizados nas várias
unidades da rede de saúde (centros e postos de saúde, ambulatórios, hospitais
etc.).
2.
Sistematizar as informações, relacionando os diagnósticos mais comuns e a frequência
de ocorrência de doenças por determinado período de tempo.
3.
Verificar esquemas terapêuticos.
4.
Estimar necessidades para cada caso.
5.
Estimar as necessidades totais por meio do produto do número de casos de
enfermidades atendidos por ano pelas quantidades estimadas para cada
tratamento, de acordo com os esquemas terapêuticos preconizados.
6.
Estimar as quantidades a adquirir.
7.
Calcular o custo estimado.
PROGRAMAÇÃO DE
MEDICAMENTOS PARA DIABÉTICOS EM ATENDIMENTO EM UNIDADE DE SAÚDE ESPECÍFICA
1)
levantamento das fichas cadastrais dos pacientes hoje em tratamento (n=34);
2)
classificação dos mesmos por regime terapêutico seguido pelo prescritor;
3)
cálculos de demanda por tratamentos unitários/mês;
Classificação
A: hipoglicemiante oral Z (2 comp/dia)
Classificação
B: hipoglicemiante oral Z (2 comp/dia)+ hipoglicemiante oral W
(3
comp/dia)
Classificação
C: insulina Y (3 frascos mês)
4)
multiplicação pelo número estimado de tratamentos em cada classe para o período
24 pacientes em A
v
2
x 24 = 48/mês de Z
4 pacientes em B
v
4
x 2 = 8/mês de Z
v
4
x 3 = 12/mês de W
6 pacientes em C
v
6
x 3 = 18 frascos/mês de insulina Y
DEMANDA ESTIMADA
Total de Z
v 48 + 8 = 56/mês ou 672/ano
Total de W
v 12/mês ou 144/ano
Total de insulina Y
v 18 frascos/mês ou 216/ano
Como
no caso anterior, os estoques existentes devem ser considerados.
CONSUMO HISTÓRICO
O
método consiste na análise do comportamento do consumo dos medicamentos com
base em uma série histórica, possibilitando estimar necessidades fundamentadas
na frequência e intensidade de utilização dos mesmos ao longo do tempo.
Para
a aplicação do método, é necessária a existência de registros de movimentação
de estoques, de dados de demanda real (atendida e não atendida), de inventários
com dados históricos de pelo menos 12 meses, incluídos as variações sazonais.
Com esses dados, consolida-se a demanda real, desde que não ocorram faltas
prolongadas de medicamentos e que as informações fornecidas sejam confiáveis.
De resto, estima-se a necessidade sempre tendo em vista a posição dos estoques,
como em qualquer método.
Se
ocorrer falta de medicamentos por um período de tempo, deve-se fazer o ajuste
do consumo. Para se obter uma efetiva programação por consumo histórico, faz-se
necessário que as informações de consumo sejam consistentes e confiáveis.
O
método de consumo histórico é o mais empregado. Não requer dados de
morbimortalidade ou de esquemas terapêuticos. Seus cálculos são bem simples e
ele é geralmente bastante seguro na estimativa de quantidades, desde que os
registros sejam confiáveis e suficientemente detalhados. Em contrapartida, o
método tende a falhar em casos de falta de dados fidedignos e nos casos de
longos períodos em desabastecimento, quando torna-se impossível estimar os
parâmetros de cálculo, em especial o consumo médio mensal (CMM).
Como
os dados de consumo são geralmente estimados por aproximações dos dados de
fornecimento (Opas, 1990), haverá casos de superestimativa de consumo quando
ocorrerem desvios, má utilização ou falta de adesão ao tratamento, e
subestimativas quando o acesso estiver prejudicado, seja por falha na cobertura
proposta ou por oferta deficiente. Essas discrepâncias, para serem
diagnosticadas, requerem auxílio de outros métodos de programação (como o
estabelecimento de perfil epidemiológico) ou de avaliação. Erros desse quilate
podem também promover a irracionalidade do consumo, por irracionalidade de
oferta.
PROCEDIMENTOS
OPERACIONAIS
1.
Levantar uma série histórica de consumo de medicamentos representativa no
tempo. Quanto maior for esse tempo, maior será a precisão e segurança dos dados
utilizados na determinação das quantidades necessárias.
2.
Calcular o consumo médio mensal (CMM), com base na operação anterior, ajustado
pela demanda não atendida e pelo comportamento dos valores relativos ao consumo
de cada item – a magnitude da variação de um mês para o outro, se há tendência
de queda ou elevação de consumo, se o perfil reflete padrão (sazonal ou não) ou
se é errático.
3.
Calcular a necessidade para o período da programação.
4.
Estimar as quantidades a adquirir.
5.
Calcular o custo estimado.
CONSUMO MÉDIO MENSAL
(CMM)
O
Consumo médio mensal (CMM) para cada medicamento corresponde à soma do total
consumido em determinado período de tempo dividido pelo número de meses em que
cada produto efetivamente esteve disponível e foi utilizado. Quanto mais
regular é a disponibilidade do estoque ou o fornecimento, mais sensível será o
resultado obtido.
Equação 1
CMM
= total consumido no período/no meses em que esteve disponível
PROGRAMAÇÃO PELO MÉTODO
DE CONSUMO HISTÓRICO (I)
Se
2.000 unidades do medicamento X foram consumidas em quatro meses, estando o
mesmo disponível em todo o período, o CMM do medicamento X foi de 500
unidades/mês.
Em
contrapartida, se as mesmas 2.000 unidades foram consumidas durante o mesmo
período, mas por razão de desabastecimento esse medicamento esteve em falta por
três meses, então o CMM pode ser estimado em 500 unidades/mês, mas o resultado
é pouco preciso. Na verdade, as 2.000 unidades foram consumidas em um único
mês. É difícil prever se o mesmo padrão se manteria caso o medicamento
estivesse disponível por todo o período. No caso desse exemplo, pode estar
ocorrendo um viés no CMM pela magnitude da demanda não atendida.
O
erro aqui seria de: 2.000 unidades/mês x 3 meses = 6.000 unidades
O
CMM de 500 unidades/mês corresponde a 25% do CMM real.
Este
foi um exemplo no qual a estimativa pelo consumo histórico não deveria ser
usada sem uma análise mais detalhada.
Quando
os dados estão distribuídos em período mais longo de tempo, falhas como a
relatada acima diluem-se na programação, possibilitando erro menor.
PROGRAMAÇÃO PELO MÉTODO
DE CONSUMO HISTÓRICO (II)
Cálculo
do CMM de um determinado medicamento, para o qual os registros de consumo
indicam:
Meses
|
Quantidades
|
JAN
|
000
|
FEV
|
600
|
MAR
|
550
|
ABR
|
490
|
MAI
|
000
|
JUN
|
500
|
JUL
|
500
|
AGO
|
500
|
SET
|
560
|
OUT
|
060
|
NOV
|
600
|
DEZ
|
1000
|
TOTAL
|
4860
|
*
Nos meses de janeiro, maio e junho não houve consumo, mas o estoque estava
abastecido.
CMM
= Consumo Total/nos meses com estoque (ainda que sem consumo)
CMM
= 4.860/12= 405 unidades
Se
programasse por quadrimestre:
CMM
(jan. – abr.) = 1.640/4 = 410 unidades
CMM
(maio – ago.) = 1.000/4 = 250 unidades
CMM
(set. – dez.) = 2.220 4 = 555 unidades
O
consumo médio do primeiro quadrimestre reflete melhor o CMM do período. Se
fossem empregados os consumos de maio a agosto ou de setembro a dezembro, a
programação estaria sub ou superestimando as necessidades.
Este
exemplo também ilustra a necessidade de compatibilizar o cálculo do CMM ao
cronograma de aquisição. Se a compra fosse realizada em intervalos menores,
seria possível empregar o CMM produzido por trimestre, quadrimestre ou semestre
sem tanto perigo de erro.
Equação 2
Cálculo
de demanda de medicamentos
DEMANDA
REAL = Demanda Atendida (consumo) + Demanda não Atendida (DNA)
Equação 3
DEMANDA NÃO ATENDIDA
No
de dias em que faltou o medicamento x CMM
No
de dias de funcionamento da Unidade de Saúde
Exemplo 1:
Em
determinado serviço de saúde, o medicamento Y faltou por 20 dos 25 dias de funcionamento
da unidade. A unidade consome normalmente 120 unidades/mês. Qual seria a
demanda não atendida?
DNA
= (20/25) x 120 = 96 unidades/mês (para o período examinado)
É
importante ressaltar que essa fórmula não se aplica àqueles períodos em que o
consumo se apresentar de maneira atípica, como nos períodos de pico de demanda,
em função de epidemias.
DIFERENÇA ENTRE CONSUMO
E NECESSIDADE
Consumo
é a quantidade de medicamentos efetivamente utilizados em um intervalo de tempo
(dias, semanas, meses, ano). Pode ocorrer em função da necessidade real ou pode
se originar de condutas irracionais de prescrição, dispensação e/ou
automedicação, valores éticos, culturais e influências de origem outra, como
mercado e propaganda.
A
necessidade de medicamentos está diretamente relacionada à prevenção, ao
controle ou à cura de agravos à saúde dos usuários dos serviços de saúde.
Normalmente, é definida por um terceiro, o prescritor, com base nos seus
conhecimentos técnicos, que se espera estarem substanciados na melhor evidência
disponível no momento (Osorio-de-Castro et al., 2000), na adesão a protocolos
terapêuticos, na disponibilidade de medicamentos considerados essenciais e no
uso racional de medicamentos.
É
importante salientar que a programação com base exclusivamente em consumo pode
reproduzir equívocos e distorções decorrentes de condutas irracionais quanto à
utilização de medicamentos.
PROGRAMAÇÃO PELO CONSUMO
HISTÓRICO
Em
dado município, as duas unidades de saúde tiveram consumo anual do medicamento
Y como se segue:
Unidade
A
Meses
|
Quantidades
|
JAN
|
120
|
FEV
|
200
|
MAR
|
220
|
ABR
|
158
|
MAI
|
350
|
JUN
|
390
|
JUL
|
440
|
AGO
|
400
|
SET
|
250
|
OUT
|
260
|
NOV
|
180
|
DEZ
|
190
|
TOTAL
|
3158
|
Unidade B
Meses
|
Quantidades
|
JAN
|
150
|
FEV
|
180
|
MAR
|
207
|
ABR
|
170
|
MAI
|
000
|
JUN
|
000
|
JUL
|
000
|
AGO
|
500
|
SET
|
230
|
OUT
|
220
|
NOV
|
190
|
DEZ
|
180
|
TOTAL
|
2027
|
*
Nos meses de maio, junho e julho esta unidade ficou desabastecida.
Vejamos
os cálculos de CMM para cada unidade isoladamente:
a)
Unidade A:
CMM
= 3158/12 . 263
b)
Unidade B (passou um período desabastecida):
CMM
= 2027/9 . 225
Esse
cálculo considerou apenas os meses em que a demanda era conhecida.
c)
Demanda unificada após cálculo individual:
263
+ 225 = 488
d)
Se o cálculo do CMM for feito para ambas de modo conjunto, imaginando que a demanda
de B foi absorvida integralmente por A, teremos:
3158
+ 2027 = 5185 (/12) = 432 unidades/mês (para o município). Nesse caso, não está
sendo incorporada ao cálculo a DNA da unidade B.
O
exame conjunto revela que a demanda não atendida na unidade B se refletiu
apenas em parte no consumo da unidade A.
É
interessante efetuar o cálculo das duas formas para uma melhor estimativa da
demanda real, lembrando que ela deve ser mais elevada que 432 unidades/mês, do
momento que a demanda unificada após cálculo individual foi maior (ver c).
Parte da demanda pode ter sido redirecionada para fora do município ou
permanecido não atendida.
CONSUMO AJUSTADO
Há
situações em que não se tem disponibilidade alguma de dados, seja de consumo, seja
demográficos ou epidemiológicos. Nesses casos, pode-se empregar o método de extrapolação
de dados de consumo de outras regiões ou sistemas (MSH, 1997).
A
programação por consumo ajustado ‘importa’ a programação efetuada para outras áreas.
Geralmente, tal programação emprega uma área considerada padrão e extrapola as taxas
de consumo e utilização para o serviço chamado alvo. Ela dá uma estimativa
grosseira da demanda, não levando em consideração quaisquer parâmetros locais,
utilizando, contudo, dados de cobertura de serviços e da complexidade dos
mesmos.
O
consumo ajustado pode ser calculado por base populacional (por 1.000
habitantes) ou por base de serviço (por paciente, internação, unidade de
saúde).
PROCEDIMENTOS
OPERACIONAIS (MSH, 1997)
1)
selecionar o serviço ou área considerada padrão (A). Esta deve estar inserida
em local e condições o mais semelhante possíveis aos da área ou serviço (B)
para o qual desejamos extrapolar os dados. Quanto melhor for a qualidade do
padrão escolhido, mais fidedigna será a extrapolação;
2)
determinar o número de meses em que se fará a revisão de dados (período);
3)
revisar os atendimentos que se processaram durante o período no serviço padrão (A);
4)
determinar o denominador a utilizar (habitantes na região, total de
atendimentos etc.) para o serviço padrão (A);
5)
determinar a taxa de consumo para cada medicamento no serviço padrão (A), utilizando
a equação abaixo a partir do cálculo da demanda real (Equação 2):
Equação 5
Taxa
de consumo A = Demanda real A/denominador escolhido (no item 4)
6)
extrapolar a taxa de consumo A para o sistema ou unidade-alvo (B),
multiplicando essa taxa pelo no de atendimentos da unidade/sistema B, ou pelo
no de habitantes da região B (a mesma unidade usada para o denominador da taxa
de consumo, só que aplicado ao sistema/unidade-alvo).
7)
adicionar percentuais para cobrir eventuais perdas, já que a estimativa é
bastante grosseira; 8) estimar custos unitários e totais.
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