Título: Gestão Estratégica da Unidade de
Farmacotécnica Hospitalar na busca da excelência e resultados.
Instituição envolvida:
Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) –Instituto Central, Divisão de
Farmácia
Área de Aplicação:Farmácia
Hospitalar. Este projeto foi implantado na Divisão de Farmácia do Instituto
Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo
Equipe:
Dr. José Manoel de Camargo Teixeira -
HCFMUSP
Dr. Carlos
Alberto Suslik - HCFMUSP
Dra. Sonia
Lucena Cipriano - HCFMUSP
Dra. Márcia
Lúcia de Mário Marin - HCFMUSP
Dra Eliza Yaeko Yamamoto – HCFMUSP
Categoria: Excelência
em Gestão Pública
Problema enfrentado ou oportunidade percebida
e solução adotada
A maioria dos medicamentos prescritos
pelos médicos são, na maioria, produzidos pela indústria farmacêutica, que
tem proporcionado novas metodologias e um vasto leque de produtos inovadores,
que não poderiam ser oferecidos em escala artesanal. Porém, o fato de produzir
milhões de unidades de um produto, requer padronização do mesmo quanto à
apresentação e dosagem, resultando em uma abordagem terapêutica que não atende
a todos pacientes. Não é, economicamente viável
para a indústria farmacêutica
produzir um mesmo produto com múltiplas dosagens, solubilidades, veículos e estabilidades
diferentes, visando atender às necessidades terapêuticas de todos os pacientes.
Tem-se que reconhecer que alguns pacientes e os cuidados necessários à sua
saúde não se encaixam nos perfis teóricos de dosagem e formas farmacêuticas
(drágea, comprimido, cápsula, supositório, entre outras), bem como, as indústrias farmacêuticas não podem preparar um
medicamento personalizado, para um grupo especial de pacientes ou visando
atender às necessidades de um único paciente ou instituição.Esta lacuna deixada
pela indústria farmacêutica é preenchida pela farmácia hospitalar, que por meio
da manipulação de medicamentos consegue atender aos pacientes.
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HCFMUSP) , uma unidade governamental voltada ao ensino,
pesquisa e assistência médica, dispõe desde a sua fundação em 1944, de uma
Farmácia Hospitalar, onde múltiplas categorias de fármacos são rotineiramente
elaboradas. O hospital, devido às suas características de ensino, pesquisa e
prestação de serviço assistencial, sempre pautou pela excelência nos três
quesitos e, enquanto os laboratórios farmacêuticos não mantivessem na sua linha
de produção determinados medicamentos, fez-se necessária a produção destes
medicamentos pela Farmácia. Desta forma, foi criado o Serviço de Produção de
Medicamentos da Divisão de Farmácia, tendo como objetivo principal produzir os
medicamentos para atender as necessidades terapêuticas, diagnósticas e de pesquisas
e ensaios clínicos. Nos seus primórdios, o critério para inclusão de
medicamentos produzidos pela Farmácia foi o de atender toda a demanda da
instituição, desde que houvesse disponibilidade dos insumos farmacêuticos no
mercado nacional. Desta forma, houve investimentos em estrutura física,
equipamentos e mãos de obra especializada. Na sua trajetória, o Serviço de
Produção de Medicamentos desenvolveu produtos especiais tais como: cera para osso
para controle de hemorragia óssea de superfícies óssea, após procedimento
cirúrgico e solução cardioplégica para proteção cardíaca durante cirurgia que
demanda a suspensão do batimento
cardíaco durante intervenção.
Diversos
produtos desenvolvidos pela Farmácia do HC, após uso e aprovação pelo corpo
clínico, despertaram interesse dos laboratórios farmacêuticos que hoje
comercializam e disponibilizam para o mercado nacional.
Desta maneira,
foi perfeitamente natural que no ambiente hospitalar de um hospital
universitário, um Serviço de Produção de Medicamentos fosse gradualmente
estabelecido, visando responder as demandas tanto convencionais como
extraordinárias da equipe médica. Em 25 de agosto de 2004 esse serviço passou a
ser denominado por Unidade de Farmacotécnica Hospitalar – UFAR, tendo por
objetivo produzir medicamentos para
todos os institutos do complexo do Hospital das Clínicas (produtos sem
similares no mercado; produtos especiais, desenvolvidos, exclusivamente, para
atender ao corpo clínico do HCFMUSP e outras instituições de saúde, e produtos
descontinuados no mercado); reembalar especialidades farmacêuticas, em dose
unitária, de forma automatizada, para o atendimento aos pacientes
hospitalizados; manipular fórmulas
magistrais e oficinais para todos os institutos; orientar, avaliar e
desenvolver medicamentos e placebos para
projetos de pesquisa (ensaios clínicos, mestrado, doutorado, iniciação
científica, entre outros) e realizar ensaios físico-químicos, microbiológicos e
biológicos dos medicamentos e matérias-primas, utilizados pelo complexo HC.
A produção de
medicamentos nos moldes da farmácia hospitalar do HC-FMUSP sempre foi
questionada quanto a sua viabilidade financeira. Embora houvesse desde a sua
criação um sistema de custo implantado, para cálculo dos produtos fabricados, o
mesmo era empírico e incompleto.
O objetivo
do projeto foi implantar um sistema de apuração de custos, utilizando o custeio
por absorção, com adaptação do custeio baseado em atividades, para a apuração
do custo unitário de produção dos medicamentos fabricados pela farmácia
hospitalar do HCFMUSP.
O custeio por
absorção consiste na apropriação de todos os custos de produção. Todos os
gastos incorridos na produção são distribuídos para todos os produtos
elaborados No custeio baseado em atividades, não são os produtos ou serviços
que consomem recursos, mas sim as atividades e são elas que geram os produtos
ou serviços
Atualmente, a
Farmacotécnica Hospitalar da Divisão de Farmácia do ICHC, fabrica medicamentos
em escala semi-industrial, distribuídos em sete linhas de produção a saber:
estéreis de pequeno volume, estéreis de grande volume, líquidos orais, líquidos
não-orais, soluções para hemodiálise, produtos semi-sólidos e produtos sólidos,
para atender aos 9 institutos do complexo hospitalar do HC.
No ano de 2007, foram
fabricados 168 itens padronizados (124 com formulações desenvolvidas
exclusivamente para uso do Hospital das Clínicas e 44 com similares no mercado)
e desenvolvidos 65 produtos para ensaios e pesquisas clínicas, totalizando
14.190.681 unidades de medicamentos nas formas farmacêuticas: comprimido,
cápsula, drágea, xarope, solução, suspensão, emulsão, solução injetável, creme,
entre outras.
Foram fabricadas
1.261.781 unidades em embalagem em dose unitária, para os pacientes internados.
Desta forma, a produção interna pela
farmacotécnica hospitalar gerou uma economia anual de R$ 10.803.753,17 para a
instituição. Nesse ano foram manipulados
para atender todo complexo HC, 9.016 pedidos de fórmulas personalizadas, que
corresponderam a 165.984 unidades de líquidos orais, não-orais,
semi-sólidos,sólidos e fracionamentos .
A farmacotécnica
hospitalar do HC, produz cerca de 30% dos medicamentos consumidos pelos
pacientes internos e externos do Complexo HC. Fabrica medicamentos e produtos
correlatos de acordo com as necessidades do hospital, sempre objetivando, desenvolvimento
e atualização do elenco fabricado.
Os
principais aprendizados com o projeto ocorreram em 2003, quando a fim de elucidar a
questão da viabilidade da produção de medicamentos pela Unidade de
Farmacotécnica Hospitalar no ambiente hospitalar foi desenvolvido em parceria
com a FEA-USP, um sistema de apuração de custos, que
permitiu a otimização de recursos na seleção de produtos mais adequados
na produção, aumento de eficiência na utilização dos recursos em decorrência da
capacidade de gestão dos mesmos e condições
de planejar economicamente as atividades da entidade, inclusive aconselhando
e/ou estimulando investimentos.
Os fatores críticos que contribuíram para o sucesso da iniciativa foram: desenvolvimento de parceria com a FEA-USP;
possibilidade da implantação do sistema de custo; visualização dos produtos que
não eram viáveis de serem fabricados; melhor adequação das matérias-primas a
serem adquiridas; racionalização dos custos; produção, somente, dos medicamentos
economicamente viáveis e incorporação da prestação de novos serviços (unitarização
de medicamentos para dispensação aos pacientes internados, desenvolvimento de
fórmulas personalizadas, não disponíveis no mercado, para administração por
sonda enteral, suspensões de omeprazol, gabapentina, diazepam, bromocriptina,
propanolol e medicamentos para dor em pacientes terminais, como o supositório
de morfina, entre outros).
Os desafios
enfrentados foram a apropriação da equipe de colaboradores na implantação do
sistema de custo de produção e a redefinição do elenco de medicamentos a ser
produzido, de acordo com as necessidades dos clientes.
A
sustentação da Unidade de Farmacotécnica está sedimentada no monitoramento
constante dos custos de produção do elenco de medicamentos padronizados, como
também, na inclusão de novos produtos, conforme necessidade do complexo HC,
reduzindo gastos com medicamentos para o HCFMUSP.
Eficiência
no uso dos recursos públicos e desburocratização
O
aspecto inovador do trabalho se deve a implantação de um sistemas de apuração
de custos contemplando os gastos diretos, como mão-de-obra direta e
insumos e gastos indiretos de fabricação
tais como: aluguel (por ser o HCFMUSP uma instituição pública, para cálculo do
custo do aluguel foi aplicado o conceito do custo de oportunidade), energia
elétrica e depreciação de equipamentos, serviços de terceiros, manutenção e
materiais de consumo, permitindo transparência nos cálculos dos custos de
produção.
Quanto a eficiência de
recursos humanos houve melhor adequação das linhas de produção, quanto ao
controle de produtividade, visto o registro do tempo de atividade por fase do
processo com melhor apropriação dos recursos humanos na área de produção.
Em relação aos recursos
financeiros foi verificado com a implantação
do sistemas de apuração de custos que alguns dos medicamentos fabricados
apresentavam custo de produção superior ao preço de mercado, levando a
descontinuação dos mesmos. De 2003 até a presente data já foram descontinuados 87
produtos, gerando redução dos gastos na aquisição de matérias-primas e material
de embalagem. Quanto ao uso eficiente dos recursos físicos, houve readequação
das linhas de produção possibilitando a incorporação de novos serviços, como o
fracionamento de especialidades farmacêuticas em dose unitária, para pacientes
internados.
Quanto as soluções
criativas é possível com as planilhas de custos implementadas a apropriação de
custos para inclusão e desenvolvimento de novos produtos.
Em relação aos
mecanismos simplificadores, com o sistema de apuração de custos implantado é
possível monitorar, rapidamente,os custos dos produtos, por meio de planilhas
de custo, possibilitando tomadas de decisão rápidas quanto a descontinuação ou
incorporação de produtos.
Gestão de
Pessoas
A força de trabalho é composta por 65
colaboradores, entre farmacêuticos, encarregados de setores, auxiliares técnico
de saúde, técnicos de laboratório e de
nível operacional. A Divisão de Farmácia
implantou em 2000 o Comitê Gestor ,
constituído pelos farmacêuticos gerentes das áreas de trabalho. Posteriormente,
foram implantados o comitê de apoio constituído pelos farmacêuticos
operacionais e o comitê funcional por colaboradores da equipe técnica e suporte
representante das áreas. No decorrer dos últimos 5 anos, foi observado pelos
resultados obtidos da pesquisa de clima
organizacional, que esta estrutura promoveu agilidade de respostas,
melhor comunicação entre as áreas, criatividade, iniciativa e cooperação, com o
desenvolvimento do trabalho em equipe.
Para
a melhoria da qualidade de gerenciamento de pessoas, no ano de 2001 foi
estruturada na Divisão de Farmácia a área de Educação Continuada, com a
finalidade de centralizar as atividades de capacitação e desenvolvimento dos seus
colaboradores, que até então, eram realizadas de forma espontânea pelos
gerentes de área. Na ocasião foi realizado um levantamentos das necessidades de
capacitação e desenvolvimento do quadro de colaboradores, resultando na
implementação de Programas para Desenvolvimento Profissional e Qualidade de
Vida. A partir de 2002 foram implantados alguns programas desenvolvidos
sistematicamente, tais como: Programa Construindo o Trabalho em Equipe, Programa
de Oficinas Farmacêuticas, Programas de Capacitação Técnica, Programa Ginástica
Laboral, Programa de Oficinas Farmacêuticas e Programa Meu Amigo Computador,
objetivando qualificação e valorização dos colaboradores para melhor prestação
de serviços.
Em
2005, iniciou-se o processo de avaliação de desempenho e por competências, do
comitê gestor e do comitê de apoio, utilizando instrumento próprio,
acrescentado dos tópicos “pontos fortes” e “oportunidades de melhorias”,
seguindo a prática, conforme etapas: auto-avaliação do membro da equipe;
avaliação individual pelos avaliadores do avaliado; consenso dos avaliadores;
comparação da auto-avaliação e do consenso dos avaliadores; devolução do
consenso ao avaliado; discussão do resultado com o avaliado e arquivo das
fichas de avaliação por avaliado, para acompanhamento de sua evolução, como
também, o direcionamento dos programas de capacitação e desenvolvimento de
acordo com as necessidades levantadas.
A Divisão de Farmácia
valoriza o estabelecimento de parcerias para capacitação e desenvolvimento da
força de trabalho e desta forma mantém com o Centro de Formação e Capacitação
em Ciências da Saúde - Cefacs um sistema de parceria em que é realizado um
Curso Técnico em Farmácia, direcionado ao público interno e externo.
Em relação a
qualidade de vida dos colaboradores são tabuladas e analisadas as licenças
médicas, notificações de DORT e restrição para realização de atividades para
desencadear ações, tais como: realocação do colaborador em outra área ou
atividade, readequação ergonômica de mobiliários e incentivo para a
participação no programa ginástica laboral. Este programa foi implementado em parceria com o Centro Universitário São
Camilo. A equipe de colaboradores realiza a ginástica laboral no próprio local
de trabalho, três vezes por semana, com duração de 15 minutos. As atividades
desenvolvidas são adaptadas às necessidades de cada área de trabalho,
acompanhadas por fisioterapeutas, que também realizam avaliação ergonômica das
atividades das áreas.
A Divisão de Farmácia
propicia a integração da equipe funcional, melhorando as relações para um
ambiente de trabalho saudável, fazendo um evento mensal de comemoração aos
aniversariantes e festas junina e natalina.
Em 2007 foram realizadas 115horas /homem
treinamento.
Efetividade de resultados
A
Divisão de Farmácia monitora suas atividades por meio de indicadores de
desempenho, com análise crítica dos resultados e quando possível compara com
outras instituições. Destacamos neste projeto os resultados:
Indicador: número de unidades
manipuladas
QUADRO 1
Indicador: número de unidades produzidas
QUADRO 2
Indicador: economia gerada com
a fabricação de produtos pelo HC
QUADRO 3
Indicador:Índice
de Treinamento Técnico-
QUADRO 4
Fórmula de cálculo:
= Σ nº horas de eventos x nº participantes
nºtotal de funcionários ativos
Promoção da transparência e do controle social
Os
custos de produção dos produtos fabricados pelo HC constam de um sistema
gerencial denominada Sistema de Administração de Materiais – SAM, que realiza o
gerenciamento logístico (preços, entradas, movimentações e saídas de estoques)
tanto dos produtos como dos insumos utilizados na fabricação dos mesmos, permitindo
acesso a todos os usuários do complexo HC.
São
elaborados relatórios mensais dos produtos fabricados, informando as unidades
produzidas em escala e manipuladas para atendimento de fórmulas personalizadas;
os custos de produção dos produtos que possuem similares no mercado e a
economia proporcionada com a fabricação dos mesmos, quando comparados ao fabricante
com o menor preço no mercado; os custos de produção dos produtos exclusivos do
HC, que por não serem encontrados no mercado, estima-se o seu valor de venda e
pela diferença entre o valor de venda e custo de produção, calcula-se a
economia proporcionada; custos de produção dos produtos especiais desenvolvidos
para ensaios e pesquisas clínicas e a economia total proporcionada com a
fabricação dos produtos HC.
Desenvolvimento de parcerias com outras entidades do
setor público, social ou privado
Parcerias
com o Centro Universitário São Camilo, FEA/USP e Centro de Formação e
Capacitação em Ciências da Saúde - Cefacs.
Processo de informações
A Divisão de Farmácia para
identificar e organizar as informações sistematizadas, necessárias para a
gestão das atividades diárias e tomada de decisão dispõe de um Sistema de
Administração de Materiais - SAM que realiza o gerenciamento logístico
(entradas, movimentações e saídas de estoques) dos medicamentos e insumos na
farmácia, bem como permite a elaboração da programação de compra trimestral de
acordo com verba orçamentária. Os relatórios semanais de monitoria de estoque,
obtidos no SAM, permitem o acompanhamento dos níveis de estoque, embasando as
ações para reposição e regularização dos itens com estoques insuficientes.
Para o desenvolvimento de suas
atividades diárias a Farmácia possui pontos de rede em suas áreas de trabalho.
A equipe de colaboradores da Divisão de Farmácia tem acesso aos sistemas de
informações por meio de senhas, como no caso do SAM. São elaborados relatórios
mensais das atividades, indicadores e melhorias são implementadas. Estas
informações são avaliadas e utilizadas para elaboração do relatório de gestão
anual da Divisão, bem como para elaboração do painel de indicadores que é
afixado em mural, para conhecimento da força de trabalho.
As informações geradas na Divisão
de Farmácia são disseminadas em reuniões semanais do Comitê
Gestor e específicas das áreas, mensais do Comitê Funcional e
de Apoio com registro em ata. Semanalmente, é encaminhado, por meio eletrônico,
o resumo da reunião do Comitê Gestor ,
para o Comitê de Apoio que multiplica nas reuniões setoriais para equipe
funcional.
A integridade das informações é
obtida por meio de uma política adotada pela área de tecnologia da informação,
de integrar todos os sistemas existentes de forma corporativa. A confiabilidade
dos sistemas de informação do Instituto Central é garantida por políticas de
segurança por meio de senhas e níveis de autorização para as operações nos
sistemas institucionais, criação de perfis de usuários, rastreamento de acessos
e operações e pelo uso de tecnologias de proteção de acesso indevido aos
sistemas (sistemas computadorizados de bloqueio de acesso – firewalls).
Em 2003 foi criado na Divisão de
Farmácia o Comitê de Arquivo Morto, com a responsabilidade de estabelecer o
procedimento de arquivo e guarda de documentos, considerando os preceitos
legais para determinar seu tempo de disponibilidade e retenção. Anualmente,
ocorre renovação na composição da equipe.
Quanto ao arquivo das informações
geradas, a Farmácia realiza backup sistematicamente.
Salientamos que as farmácias
hospitalares no Brasil estão em fase inicial de apropriação do conhecimento e
prática da utilização de um sistema de medição, dificultando a obtenção de
referenciais comparativos e escolha de uma única instituição que possa ser
utilizada como referencial para todos os indicadores utilizados. A fim de obter de maneira sistemática e
pontual os indicadores comparativos da Farmácia Hospitalar, o Comitê Gestor está participando, desde setembro de
2006, das reuniões no NAGEH – Núcleo de Apoio a Gestão Hospitalar do CQH, que
visa estabelecer o painel de indicadores da Farmácia Hospitalar, padronizar a
coleta de dados, consolidar e disponibilizar periodicamente esses resultados.
Aprendizado organizacional
A partir de 2001 foi
implementado como Modelo de Gestão, os critérios de excelência do PNQ, que
agregaram valor nos aspectos do enfoque sistêmico da Divisão de Farmácia, para
a busca da excelência nos seus processos de trabalho e sua eficiência no
contexto do Sistema HCFMUSP. Os padrões de trabalho estabelecidos para as
principais práticas de gestão são disseminados por meio de Relatório de Gestão
da Divisão de Farmácia, Manual das Boas Práticas de Farmacotécnica Hospitalar,
Manual de Procedimentos Operacionais, Guia de Boas Práticas de Fornecedores,
Manual de Integração dos Funcionários, os quais se encontram disponibilizados
para as partes interessadas pertinentes.
Desde 2006, os
padrões das principais práticas de gestão são controlados e verificados por
meio de auditoria externa, realizada anualmente pelo Núcleo de Planejamento e
Gestão do Sistema HCFMUSP segundo os critérios do PNGS.
O estabelecimento de
padrões de trabalho relacionados às práticas de gestão de liderança e
estratégias e planos são definidos pelo Comitê Gestor da Divisão de Farmácia, por
meio da realização de planejamento estratégico com o desdobramento das
diretrizes institucionais em planos de ação com metas, indicadores, áreas e
responsáveis. Os responsáveis pelo plano de ação utilizam a ferramenta 5W2H
para o desdobramento em suas etapas.
As melhorias das
práticas e padrões relativos à cultura da excelência podem ser observadas pela
disseminação da utilização das ferramentas de gestão para qualidade, a
continuidade da realização do planejamento estratégico, implementação de
indicadores de desempenho, implantação estruturada de novos projetos e obtenção
de resultados eficientes dos processos.
Como aprendizado
relativo às melhorias podemos destacar a sistematização da aplicação prática
das ferramentas de gestão para qualidade nas atividades da Farmácia. Desta
forma o projeto de apuração de custos para os produtos fabricados pela Unidade
de Farmacotécnica Hospitalar da Divisão de Farmácia foi implantado seguindo
esses parâmetros.
Responsabilidade social
A diretoria da
Farmácia estimula o comportamento nas relações da força de trabalho com as
demais partes interessadas e o respeito aos clientes. Participa de atividades
de apoio à comunidade desenvolvidas pelo ICHC, a exemplo da Campanha da
Catarata, Olho no Olho, Liga de Hanseníase, Projeto Bandeira científica, com
fornecimento de medicamentos.
A equipe farmacêutica
participa das comunidades científicas e sociedade de classe, colaborando com
desenvolvimento de boas práticas na
farmácia hospitalar, e ministrando palestras e cursos. Os funcionários utilizam
caixas de sugestão da Coordenadoria da Hospitalidade do ICHC, o Programa Fale
Com a Diretora e o comitê funcional, para manifestar críticas e sugestões.
Todas as ocorrências são respondidas, tabuladas e transformadas em planos de
ação.
Na área social, foi
desenvolvida pela Farmacotécnica Hospitalar da
Divisão de Farmácia do ICHC, em março 2005, em parceria com a clínica
dermatológica do HCFMUSP, a solução de histamina 1/1.000, em capilar, de grande
utilidade para as Secretarias de Estado da Saúde, no diagnóstico precoce da
moléstia de Hansen. Este produto, por apresentar-se em dose unitarizada,
dispensa o uso de seringa e agulha, pois, por meio de uma das pontas do
capilar, é realizada a escarificação direta da pele, sem provocar sangramento,
diminuindo o risco de contaminação microbiana e possibilitando de forma segura,
rápida e com qualidade, a prova da histamina.
A Unidade de
Farmacotécnica da Divisão de Farmácia está integrada ao plano de gerenciamento
de resíduos de serviço de saúde do ICHC, seguindo as classificações dos
resíduos gerados segundo o CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente e
determinações legais, utilizando procedimentos específicos.
Os resíduos
produzidos são classificados como: resíduo comum (coletados e embalados em
sacos pretos), resíduo químico (acondicionados em caixas ou frascos adequados e
embalados em sacos laranja com símbolo de perigo e identificados para
tratamento adequado) e resíduo pérfuro-cortante (acondicionados em caixas
apropriadas de cor amarela). As embalagens vazias de solventes, e de tintas
para impressora jato de tinta, utilizadas para produção de medicamentos são retiradas
pelos fabricantes.
Os resíduos gerados
são coletados pela empresa prestadora de serviços de higiene e limpeza e
armazenados no expurgo interno. Diariamente, os resíduos segregados no expurgo
interno são removidos, em recipientes com tampa e identificados, para expurgo
externo. É realizada a coleta seletiva, classificação de resíduos químicos para
descarte e retirada de embalagens de solventes que são ações que preservam o
ecossistema.
A UFAR não
tem ocorrência de impacto sócio-ambientais causados pelos seus produtos ou
resíduos.
A
importância da coleta seletiva de lixo é disseminada entre todos os
funcionários por meio de palestras, com registro dos participantes, e
distribuição de cartilhas elaboradas pelo Time de Resíduos do ICHC, que conta
com representante da Divisão de Farmácia.
O controle de água e
energia elétrica é feito, institucionalmente, com orientação e sensibilização
da equipe funcional para evitar desperdícios.
Todas as áreas da
Divisão que passaram por reforma estão sendo adequadas para economia e
racionalização do uso de água e energia elétrica: banheiros com torneiras de
fechamento automático e instalação de interruptores de luz.
Como melhorias das
práticas e padrões de trabalho relativos à responsabilidade social, podemos
citar a elaboração de procedimentos específicos para o descarte dos resíduos
químicos (resíduos de medicamentos, insumos farmacêuticos e reagentes).
Em 2005, iniciou-se o
programa de desenvolvimento de cidadania, no qual a força de trabalho é
envolvida em atividades didáticas sobre atitudes e cidadania como o primeiro
evento para os colaboradores da Divisão, para discussão de conceitos de
utilização das áreas comuns aos cidadãos, contaminação ambiental e convivência
social.
Como também são
afixados cartazes orientativos para força de trabalho em ambientes de uso
comum, como exemplo banheiros, bebedouros, salas de aulas e refeitório.
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