AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE APLICADAS AO CURRÍCULO MÉDICO: OS CONFLITOS NA FORMAÇÃO DO MÉDICO GENERALISTA E ESPECIALISTA
Educação e Saúde: Os Conflitos na Formação do Médico Generalista e
Especialista
Introdução
Considerando nossa participação no curso de pós graduação
lato senso “Processos de Mudança no Ensino Superior e nos Serviços de Saúde” oferecido pelo Centro Universitário da Fundação Educacional
Serra dos Órgãos (UNIFESO) e tendo em vista que estamos desenvolvendo nossas
atividades profissionais no Hospital de Clínicas de Teresópolis Constantino
Ottaviano que é um Hospital Universitário e, portanto deve articular ações
operacionais conjuntas de saúde e de educação em saúde com convergência com as
áreas de pesquisa e de desenvolvimento de tecnologias em saúde, e considerando
que para o êxito pleno dessa atividade há necessidade de uma compreensão
intimista da Política de Saúde vigente no Brasil e da reforma do sistema de
educação superior que vem se processando em relação aos currículos dos
profissionais de saúde e, mas especificamente do curso médico resolvemos para
tanto desenvolver um trabalho de conclusão de curso (TBC) que permita nosso
aprofundamento em relação as questões apresentadas através de pesquisas
bibliográficas que possam subsidiar a grande questão de nosso trabalho
representado pelos conflitos na formação do médico generalista/especialista
levando-se em consideração o processo de reestruturação por que passa o
currículo médico.
Acreditamos que a grande
pergunta poderia ser sintetizada da seguinte forma: Que tipo formação o médico
necessita ter para melhor atender as exigências da Política de Saúde Brasileira
vigente e do mercado?
E complementarmente qual seria a participação
mais adequada do médico especialista e generalista para a otimização das ações
de saúde que visem impactar os resultados.
CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
Um primeiro objeto para reflexão está
relacionado às mudanças efetuadas até o final da década de 80 que considerou na
época a dificuldade em traduzir para o campo da educação médica as
insuficiências e dificuldades da prática médica anterior e o diagnóstico do
funcionamento das organizações de saúde e dos serviços de saúde que segundo
SCHAIBER (1989) realizado de maneira parcial e incipiente e que nos permite
concluir a dificuldade de avaliação da questão E ai surge uma pergunta: Como
traduzir em novos conteúdos de ensino e aprendizagem, em novas maneiras de
pensar e organizar os currículos médicos e a possibilidade de organizar
serviços de saúde mais acessíveis e eficientes, mais humanos e democráticos?
Um segundo objeto relevante foi o fato
de durante um longo período não se ter conseguido estabelecer a distinção entre
a importância da formação geral de um médico na graduação (independentemente de
sua inserção futura no mercado de trabalho) e a formação do médico generalista.
Toda a análise crítica a respeito do impacto negativo da introdução de
especialidades já na graduação em função da fragmentação excessiva do
conhecimento ficou perdida em meio a uma discussão ideologizada a respeito do
médico a ser formado (na verdade, um debate sobre qual deveria ser o papel
social do médico).
Um terceiro objeto foi à subestimação
da importância de trabalhar por transformações dentro das escolas médicas
motivada pela convicção de que era preferível agir no outro lado da balança, para
a organização dos serviços de saúde e a prática assistencial, já que um teria
maior poder de determinação sobre o outro. Na verdade as práticas sanitárias e
a organização do sistema de saúde e o mercado de trabalho exercem influência
decisiva sobre o perfil e o conteúdo da formação dos médicos.
Um quarto objeto seria a determinação
de influir nesse processo de formação durante todo o tempo e em todas as
oportunidades: Ou seja, desde a graduação até níveis mais superiores de pós
graduação. É necessário criar pontos de
contato, elementos de identificação, e possibilidades de discussão com o maior
número possível de médicos. É preciso criar uma massa crítica que possa atuar
nos dois saberes: o da educação e o da prática médica e, sobretudo, não parece
possível promover mudanças em qualquer dessas instâncias prescindindo da
participação efetiva e da articulação de parte significativa da categoria
médica que atuam nos dois saberes.
Outro
objeto relevante foi a insuficiência da abordagem dos problemas propriamente
pedagógicos da educação médica. As estratégias de mudança, apesar de partirem
da identificação correta de problemas nessa área, não foram capazes de
produzir/reunir conhecimento consistente que de fato contribuísse para a
superação das dificuldades apontadas.
Pelo
exposto é possível identificar a dificuldade de análise do assunto, em função
de sua complexidade o que nos leva a optar por uma abordagem que tenha mais
inserção com nossa atual realidade profissional de trabalho em hospital
universitário e que está representado pelo quarto objeto supramencionado.
JUSTIFICATIVA
Para o entendimento da justificativa
do objeto proposto acreditamos ser necessária uma rápida contextualização da
questão. A partir do final dos anos 80, as iniciativas de propor mudanças na
educação médica multiplicaram-se e ganharam força. A crise da saúde e a crise
de identidade da corporação médica produzidas pela capitalização do setor saúde
contribuíram decisivamente para a intensificação desse processo.
No
Brasil, o processo de implantação do Sistema Único de Saúde - SUS, tradução na
prática do movimento pela Reforma Sanitária, está se dando de maneira
paradoxal, como refere CAMPOS (1994) e que reverbera nos tempos atuais. Por um
lado, a crise de financiamento do sistema de saúde está provocando uma parcial
e desordenada desativação de leitos hospitalares em todas as especialidades.
Por outro lado, há um esforço ordenado, um projeto geral, voltado para a
criação de alternativas assistenciais em vários campos que vem se implantando
em ritmo lento e ainda com um empuxe pequeno, a ponto de não haver logrado
redirecionar os recursos públicos aplicados em saúde.
O SUS está sendo construído a partir
de um sistema de saúde regido por lógicas muito distintas das propostas de
universalidade, eqüidade e integralidade da assistência à saúde em todas as
suas formas como consta da legislação vigente. A necessidade de superar certas
limitações e problemas existentes em suas formulações, assim como de
reconstituir sua base de sustentação começou a ser apontada por diferentes autores
e atores sociais e sujeitos.
Várias experiências
político-administrativas recentes têm se demonstrado impotentes para alterar o cenário
atual, na medida em que não conseguiram favorecer a produção de sujeitos
sociais competentes para dar sustentação e prosseguimento a mudanças
institucionais (CAMPOS, 1994).
Mais importante que retocar,
atualmente, “imagens-objetivo” da Reforma Sanitária Brasileira, é iniciar
processos, constituir sujeitos sociais que possam dar conta dos novos desafios
impostos pela realidade. E a formação de recursos humanos e a educação médica
em particular não podem ser negligenciadas enquanto espaços de constituição
desses sujeitos, ainda que não exclusivos (PAIN, 1995).
Pelo exposto, acreditamos que o
desenvolvimento do objeto do trabalho esteja em consonância tanto com a reforma
do setor de saúde implementada pela Constituição Brasileira de 1988 e que apesar
de já ter completado 20 anos ainda está em fase de construção segundo análise
de WILKEN (2005), como também com as profundas modificações propostas e em fase
de implantação no sistema de ensino superior representadas pelo PBL (Problem
Basead Learning).
OBJETIVO
Nossa intenção é promover e aprofundar
a discussão sobre o impacto da relação do atual currículo médico e de suas
metodologias de ensino na produção de serviços de saúde para a população
Brasileira tendo como referência a Política Nacional de Saúde em vigor e o
modelo de ensino anterior ao PBL.
METODOLOGIA
A metodologia de pesquisa será
representada pelo estudo retrospectivo das bibliografias coletadas em bancos de
dados informatizados e não informatizados para estudo e avaliação. A partir do
material coletado durante o processo de pesquisa qualitativa, desenvolver um diagnóstico
consolidado dos principais problemas encontrados tendo como contra ponto o novo
modelo PBL e as “possíveis mudanças de cenário” que a mudança do modelo poderá
impactar nos sistemas de saúde e de educação.
REFERENCIAL PARA ESTUDO
Como marco temporal nós utilizaremos
os últimos 15 anos e como referencial para estudo utilizaremos a análise
bibliográfica de material existente em bancos de dados tais como Scielo, Pub
Med, entre outros, utilizando os seguintes descritores: Política de Educação
Superior, Currículo Médico, Políticas Públicas de Saúde, Médico
Generalista/Especialista.
POLÍTICA
DE SAÚDE NO BRASIL: O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE COMO RESULTADO DE UMA REFORMA
SANITÁRIA
Segundo WILKEN; (2005), com o advento
do que poderíamos classificar de reforma sanitária, inicialmente representada
pelas Ações Integradas de Saúde (AIS), como primeira trincheira de um paradigma
não hegemônico, e que evoluiu para o Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS)
e finalmente para o Sistema Único de Saúde (SUS), consolidou-se a referida
reforma.
A fórmula “Saúde - Direito dos
Cidadãos, Dever do Estado” elaborada no meio do movimento sanitarista e consagrado
como princípio constitucional em 1988, sintetiza admiravelmente a concepção que
informa a primeira experiência brasileira de uma política social
universalizante. A reforma Sanitária, não obstante suas marchas e contra
marchas, configura uma ruptura pioneira no padrão de intervenção estatal no
campo social moldado e formulado na década de 30.
A instituição de um sistema de saúde
de acesso universal e igualitário rompe, assim, definitivamente com o modelo
corporativista, do benefício como privilégio, e, adicionalmente assume a
obrigação de quitar parte da imensa dívida social que o Estado brasileiro
contraiu no decorrer de décadas com a população Brasileira.
DESAFIOS DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL
Segundo
LUCCHESE P, (2004) dentre os
grandes desafios que o debate político no campo da saúde vem delineando para a
sociedade brasileira nos próximos anos, pode-se destacar:
1 - O desafio de garantir a
coexistência de diferentes soluções institucionais na organização
descentralizada do SUS que possam contemplar a heterogeneidade de problemas
regionais e a diversidade cultural do país, sem colocar em risco a unidade
doutrinária e operacional do sistema nacional de saúde, necessária para
assegurar a efetivação dos princípios constitucionais;
2 - O desafio de encontrar o equilíbrio ótimo entre regulação, responsabilidade
e autonomia na gestão compartilhada do sistema pelas três esferas
político-administrativas do Estado Brasileiro (União, estados e municípios), no
contexto de novas relações intergovernamentais e de recomposição do pacto
federativo inaugurado pela Constituição de 1988;
3
- O desafio de estabilizar o financiamento setorial e interferir no
processo de alocação dos recursos dos orçamentos públicos para a saúde, com
vistas à eqüidade;
4 - O desafio de construir novas formas de responsabilização dos governantes e
cidadãos, dos gestores e dos usuários, no acompanhamento e avaliação do
desempenho e dos resultados das políticas setoriais.
AS DISTORÇÕES DO
ENSINO MÉDICO BRASILEIRO
Segundo
Amoretti, R (2005) para podermos entender a questão teremos que
responder as três perguntas: Qual o perfil do médico que formamos? Qual o
perfil do médico que temos que formar? Como formar o profissional adequado para
o atendimento.
O PERFIL DO
PROFISSIONAL MÉDICO QUE FORMAMOS
Segundo
o autor o perfil predominante do profissional médico da segunda metade
do século 20, induzido pelas necessidades de uso das tecnologias, apresenta um
conjunto de características gerais:
- Essencialmente positivista, com
enfoque biologicista e utilitário, já que estas são as características
desenvolvidas tanto pelo referencial técnico-científico das instituições formadoras
quanto pelas exigências de busca de produtividade e competitividade
constituídas no próprio mercado de trabalho;
- Com alto grau de competência
profissional, pois sem este atributo um profissional que lida com alta
tecnologia não tem possibilidades de se afirmar;
- Fortemente centrado em sua
especialidade, à qual se dedica quase na íntegra;
- Predisposto à utilização de novas
tecnologias, equipamentos e técnicas, devido à formação tecnicista;
- Com tendência a medicalizar o
processo saúde-doença e a incorporar equipamentos e insumos;
- Atualizado, assíduo nos estudos e
na formação em serviço, já que precisa renovar constantemente seus
conhecimentos, sob pena de ficar defasado e superado;
- Marcadamente individualista, pois
toda a sua formação colabora neste sentido;
- Formado num modelo idealizado,
coerente com práticas profissionais liberais e privativistas, construindo uma
mentalidade elitista da saúde e estimulada a realização de procedimentos
motivados por interesses econômicos;
- Resistente a trabalhar em
igualdade de condições com as outras profissões da área da saúde, o que se
acentua pelo fato de que a medicina se particularizou no uso da tecnologia,
afirmando-se, assim, uma lógica de poder pelo saber;
- Paternalista na relação com o
paciente e seus familiares, sendo este um dos aspectos que historicamente
marcou a relação médico-paciente;
- Onipotente na crença da cura das
doenças, tendo este aspecto se intensificado com o aumento da eficácia dos
procedimentos médicos;
- Altamente corporativista na
defesa da manutenção das situações estabelecidas em torno do poder e do
controle do saber constituído;
- Crítico do SUS e defensor de uma
visão liberal e autônoma da profissão, condição que hoje, paradoxalmente, quase
inexiste em nosso país, fato que decorre da influência da cultura dos
docentes, pesquisadores e preceptores médicos, sejam acadêmicos ou dos
hospitais de ensino.
ELEMENTOS NEGATIVOS DA FORMAÇÃO MÉDICA
Segundo AMORETTI, R (2005) como elementos
negativos ou faltantes dessa formação, podemos relacionar:
·
Pouco
conhecimento e nenhum compromisso com a organização do Sistema Único de Saúde,
sendo este um fator político e ideológico que tem acompanhado a educação médica,
afastando-a também dos estudos de saúde coletiva, prevenção e promoção de
saúde;
·
Pouco
envolvimento com aspectos administrativos e gerenciais da gestão da saúde
pública;
·
Pouca
compreensão da importância do trabalho em equipe multiprofissional, com
integração de conhecimentos interdisciplinares, para uma assistência focada na
pessoa e em suas necessidades;
·
Fraca
formação humanística, psicológica, sociológica e filosófica necessária a um
profissional médico;
·
Despreparado
para o atendimento das patologias prevalentes segundo a epidemiologia das
diferentes regiões do país;
·
Pouco
preparado psicologicamente para o exercício de sua profissão;
·
Não
comprometido com aspectos políticos e sociais que propiciem a busca de soluções
para os problemas de saúde da população;
·
Com
fraco conhecimento da realidade situacional, do ambiente e das condições de
vida das famílias nas comunidades;
·
Resistente
a mudanças e, geralmente, defensor da manutenção do status quo vigente
na saúde.
Em contrapartida, todos estes fatores somados
contabilizam custos profissionais, sociais e mórbidos decorrentes de sacrifícios
inerentes à formação médica e às suas práticas profissionais, que pesam sobre a
categoria com um ônus de elevado tributo vital, afetando a saúde principalmente
dos mais jovens, o que quase nunca é reconhecido.
Vale
destacar que estas características criticáveis não são exclusivas da formação
do médico. Elas também estão presentes na educação das demais profissões da
área da saúde, que, geralmente, apresentam ainda maior fragilidade na formação de
seus profissionais, que, em sua maioria, não chegam a atingir a qualidade
existente nos aspectos tecnicista e cientificista da medicina.
O PERFIL DO
MÉDICO QUE PRECISAMOS FORMAR
O
mundo da medicina e da saúde está em crise. O excesso de tecnologias que se renovam
continuamente se contrapõe à completa carência de acesso aos mais elementares
recursos da medicina e da saúde pública para grande parte da população. Para
muitos, o médico é um vilão egoísta e insensível, representante dos interesses
das indústrias farmacêuticas e biotecnológicas.
Neste
contexto, nossa época apresenta novas exigências aos profissionais da saúde em
geral e ao médico em
particular. A profissão médica está vivendo uma profunda
perda de identidade. A identidade do médico se constituiu historicamente
com
características muito particulares e enfrenta agora um grande conflito: sobreviver
sem mudanças ou mudar evoluindo conforme as expectativas da sociedade atual,
que tencionam os posicionamentos político-sociais, a formação acadêmica e as
práticas médicas.
A
educação profissional carece de uma reflexão crítica que possibilite a
adequação do médico às expectativas sociais. Por isso, é necessário considerar as
circunstâncias histórico-sociais do processo que levou ao atual modelo da
formação dos médicos e dos sistemas de saúde constituídos. Assim, o perfil dos
novos profissionais está se delineando por exigências da sociedade. Em
contrapartida, é preciso o reconhecimento do trabalho do médico e dos demais
profissionais da área da saúde, com a retribuição por meio de salários adequados
e a valorização das profissões e carreiras.
Entre
os atributos da vocação desse novo profissional médico, podemos incluir:
- Desenvolvimento de uma visão
reflexiva e crítica a respeito de sua profissão e de suas práticas;
- Ampliação de conhecimentos
humanísticos em ciências sociais, antropologia e filosofia, capazes de
propiciar esta reflexividade crítica;
- Manutenção e renovação permanente
dos conhecimentos científico- tecnológicos propiciados pela moderna tecnociência,
que de forma alguma podem ser abandonados, mas precisam ser incorporados e
utilizados com senso crítico e racionalidade;
- Aumento dos conhecimentos
baseados na epidemiologia, para a assistência resolutiva das patologias
prevalentes nas populações;
- Maior participação coletiva na
gestão do sistema público de saúde;
- Conhecimentos de comunidade,
família e técnicas grupais;
- Ampliação dos conhecimentos e das
práticas multidisciplinares e interdisciplinares necessárias ao trabalho em
equipe multiprofissional e integração com os profissionais das demais
profissões da área da saúde;
- Aumento dos conhecimentos em
psicologia, saúde mental e construção de subjetividade, que são recursos de
relacionamento fundamentais às práticas dos profissionais da saúde;
- Ampliação dos conhecimentos em
saúde coletiva, gestão da saúde e informação em saúde, segundo as
diretrizes do SUS;
- Incorporação dos conhecimentos de
educação para a promoção da saúde, de métodos de ensino-aprendizado e de
técnicas pedagógicas de preceptoria, tutoria e outras;
- Incorporação dos conhecimentos
sobre cuidados e responsabilização das equipes de saúde às pessoas
assistidas, com continuidade da assistência em toda a linha de atenção à
sua saúde, desde o cenário pré-hospitalar, no hospitalar e também no
pós-hospitalar;
- Integração dos conhecimentos e
práticas da assistência, do ensino e da pesquisa, com prioridade para as
ações de atenção às necessidades concretas de saúde da população;
- Inclusão da bioética como
paradigma de orientação ética pelos direitos humanos das pessoas, das
populações e das gerações futuras, nas práticas cotidianas e atenção para
todos os fatores éticos necessários às mudanças na cultura médica.
Todas
as iniciativas referentes às mudanças na educação médica devem convergir para o
propósito da formação destes novos profissionais, em busca de suas novas
características. Evidentemente, um grande entrave neste processo é a própria
formação dos docentes médicos, tutores e preceptores, modelos para seus alunos
e residentes, pois eles estão marcados justamente pelos atributos que dão o
caráter formativo aos alunos das faculdades de medicina e aos profissionais recém-egressos
das residências. Portanto, uma das questões fundamentais a considerar é como
educar os educadores, para que correspondam às necessidades e demandas sociais da
área da saúde, trazendo para o debate o saber/fazer docente e o saber/fazer
profissional. E interrogar-se sobre como transformar a preocupação com o outro,
nossos pacientes, pessoas que vivem em nossas comunidades, pertencentes como
nós a uma população específica, deste país da América Latina em meta de nossos
cuidados.
Esta é
a nossa difícil, mas não impossível tarefa. Cabem aos ministérios da Educação e
da Saúde, principais protagonistas públicos deste processo de mudanças,
articular suas políticas de governo com vistas à indução dos centros formadores
em direção a objetivos comuns pactuados.
COMO FORMAR O NOVO PROFISSIONAL MÉDICO?
A formação do novo médico está condicionada à mudança na educação também dos demais profissionais da área da saúde, de níveis superior e técnico. Este processo deve ser simultâneo, integrado, progressivo e solidário. O foco no médico significa que é em torno dele que se estrutura grande parte da distorção da educação atual e que a mudança na formação dos profissionais da medicina é central, embora não exclusiva e nem suficiente para o êxito deste processo.
É
preciso que a educação médica se estabeleça definitivamente em novos cenários,
lá onde as práticas assistenciais estejam ocorrendo e não somente no hospital.
A integração entre ensino, pesquisa e serviço deve ser ampliada, abrangendo as
unidades sanitárias, os postos de saúde, os pronto atendimentos,
as
emergências, os programas de assistência domiciliar, os centros de atenção
psicossocial, as escolas e outros locais. Os alunos e os residentes precisam
compor com os profissionais de todas as categorias que trabalham na saúde, compreender
as dificuldades e as possibilidades das práticas conjugadas em saúde e viver o
cotidiano do SUS.
Os
programas de residências multiprofissionais em saúde, integradas com as residências
médicas, são também um forte estímulo indutor de mudanças positivas para a
qualificação do modelo de assistência.
São
muitos os espaços coletivos, formais e informais que buscam reorientar a
formação médica no Brasil, inclusive as políticas públicas do governo federal.
PROBLEM BASEAD LEARNING – PBL: O
PROCESSO METODOLÓGICO
A aprendizagem baseada na avaliação de
problemas é uma possibilidade de avanço para a minimização das distorções
apontadas. Dentro do novo projeto Pedagógico do Curso de Medicina, o PBL, assim
como a problematização, são ferramentas utilizadas para favorecer ao estudante
a obtenção de conhecimentos, bem como habilidades e atitudes. Sua
aplicação vem sendo iniciada a partir do primeiro semestre do curso sendo
determinada pela carga horária dos módulos e contando com a participação de
professores (tutores) que trabalham com grupos tutoriais de 08 alunos.
A metodologia da Aprendizagem Baseada
em Problema - ABP (Problem Based Learning - PBL) foi implantada no final da
década de 60 na Universidade de McMaster, no Canadá, e, pouco depois, na
Universidade de Maastricht, na Holanda.
No Brasil, a Faculdade de Medicina de
Marília e o Curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina iniciaram um
novo currículo baseado em ABP em 1997 e 1998, respectivamente. Atualmente,
muitas escolas em todo o mundo adotaram currículos baseados neste tipo de metodologia
de ensino que aos poucos vem se consolidando.
Essa metodologia apresenta como
características principais o fato de ser centrado no aluno, se desenvolver em
pequenos grupos tutoriais, apresentar problemas em contexto clínico, ser um
processo ativo, cooperativo, integrado e interdisciplinar e orientada para a
aprendizagem do adulto. Os estudos acerca da metodologia do ABP têm se
enriquecido com os conhecimentos sobre a gênese do processo cognitivo, da aprendizagem
do adulto e da fisiologia da memória, ressaltando-se a importância da
experiência prévia e da participação ativa como pontos fundamentais para a
motivação e aquisição de conhecimentos.
A ABP estimula no aluno a capacidade
de aprender a aprender, de trabalhar em equipe, de ouvir outras opiniões, mesmo
que contrárias às suas e induz o aluno a assumir um papel ativo e responsável
pelo seu aprendizado. A metodologia da ABP objetiva, ainda, conscientizar o
aluno do que ele sabe e do que precisa aprender e motiva-o a ir buscar as
informações relevantes.
Papel do Tutor
A ABP exige uma mudança radical no
papel do professor que deixa de ser o transmissor do saber e passa a ser um
estimulador e parceiro do estudante na descoberta do conhecimento. O tutor
orienta a discussão de modo a abordar os objetivos, previamente definidos, a
serem alcançados naquele problema e estimula o aprofundamento da discussão. Em
nenhum momento, pode dar informações técnicas sobre os temas discutidos.
Facilita a dinâmica do grupo e avalia o aluno do ponto de vista cognitivo e
comportamental.
Em síntese, o tutor deve ajudar os
alunos a atingirem os objetivos do ABP, quais sejam: aprender a “dissecar” um
problema, identificar os objetivos de aprendizagem, buscar as informações relevantes
e aprender a trabalhar em grupo.
Papel do Aluno
Participar ativamente da discussão
contribuindo com seu conhecimento e experiências prévias na primeira reunião e
nas seguintes, com os novos conhecimentos adquiridos, justificando-os com as
referências bibliográficas estudadas. Ajudar o grupo a solucionar o problema.
Procurar sumarizar suas intervenções para facilitar o trabalho do relator.
Identificar o material de aprendizagem relevante (artigos, capítulos de
livros, etc.). Permanecer atento à necessidade de pesquisa bibliográfica
complementar para a solução do problema. Compartilhar os materiais de
aprendizagem coletados com o grupo e selecionar os mais relevantes para estudo
subseqüente. Os alunos devem construir em conjunto uma árvore temática no
encontro de resolução do problema, que deve ser entregue ao tutor ao final do
encontro. A árvore temática é um esquema das questões fundamentais e das
conclusões em que as relações entre os assuntos estão representadas por setas,
chaves, etc. Para isto, é fundamental que cada aluno prepare a sua árvore
temática durante o estudo.
Contribuir para o bom desempenho do
grupo. Respeitar os colegas e esperar a sua hora de intervir. Acompanhar o
processo de trabalho em grupo, identificando aspectos positivos a serem
reforçados e fragilidades que necessitem de reforço para o desenvolvimento de
habilidades necessárias ao trabalho efetivo do grupo. Comentar sua
participação, dos colegas e do tutor.
O coordenador é responsável pelo
"gerenciamento" do encontro, mantendo o tema em discussão e
assegurando que todos os alunos participem evitando que alguém monopolize a
discussão.
O relator deve anotar a lista de
objetivos de aprendizagem definidos no Encontro de Análise do Problema e as
referências bibliográficas. Deve, ainda, fazer a árvore temática que deverá ser
entregue ao término do Encontro de Resolução do Problema.
Ao final do ciclo de cada problema, o
grupo deve escolher um novo coordenador e um novo relator, em sistema de
rodízio.
Encontro de Análise do Problema
1.
Explicar o ciclo básico do PBL: encontro de análise do problema; levantamento
bibliográfico e estudo; encontro de monitorização bibliográfica e resolução do
problema; encontro de resolução do problema e avaliação do trabalho em grupo.
2.
Esclarecer que o grupo está no encontro de análise do problema, explicando a
finalidade dessa atividade: a partir de troca de conhecimentos e experiências
prévias, o grupo deve analisar o problema e identificar o que necessita
aprender para se tornar capaz de resolvê-lo (formular objetivos de
aprendizagem) e, depois, deve buscar os recursos de aprendizagem necessários
para atingir os objetivos. Escolher um coordenador e um relator.
3.
Distribuir o texto do problema e dar um tempo para leitura.
4.
Pedir aos participantes para identificarem termos que precisam ser esclarecidos
e facilitar a formulação de uma definição apropriada. Se o grupo não consegue
nenhuma definição aceitável, a definição deve se constituir num objetivo de
aprendizagem.
Questões-chave a serem formuladas:
Existe
algum termo nesta estória que necessita ser esclarecido?
Em
caso positivo, algum membro do grupo pode contribuir para este esclarecimento?
5.
Pedir a um participante para ler em voz alta o problema a instrução.
6. Ajudar
o grupo a definir o problema, ou seja, identificar a idéia central que
constitui o problema e que precisa ser explicada ou resolvida.
7. Estimular
o grupo a uma "chuva de idéias" sobre o problema, assegurando que
cada membro do grupo tenha oportunidade de contribuir para a discussão.
Incentivar a troca de conhecimento e a ativação de experiências prévias, para
que o grupo defina os diferentes elementos constitutivos do problema.
Questão-chave
a ser formulada:
À luz do
seu conhecimento e da sua experiência, o que você comentaria a respeito deste
tema?
8.
Perguntar a cada participante o que ele gostaria de aprender para conseguir uma
melhor compreensão do problema e fazer sugestões apropriadas para sua
resolução.
9.
Ajudar os participantes a enunciar apropriadamente os objetivos de aprendizagem
e solicitar que escrevam a lista no quadro. A lista dos objetivos específicos
do problema deve ajudar o tutor a guiar a relevância dos objetivos
identificados pelos participantes.
10.
Esclarecer quais são as responsabilidades de cada um no processo de
aprendizagem: cada participante deve identificar, através da pesquisa
bibliográfica, o material de aprendizagem relevante (artigos, capítulos de
livros, etc.), aconselhando-se, quando necessário, com o tutor.
Lembrar aos alunos a finalidade do
próximo encontro e enfatizar a importância de que cada participante estude
todos os objetivos de aprendizagem .
Encontro
de Monitorização Bibliográfica e Discussão do Problema
1. Explicar o propósito do Encontro:
a)
compartilhar os materiais de aprendizagem coletados / selecionados /
desenvolvidos por cada membro do grupo e escolher os mais relevantes para o
estudo subsequente;
b) discutir
o problema e identificar dúvidas ou pontos a serem aprofundados no próximo
encontro;
c)
estar atento ao desenvolvimento do trabalho do grupo. Acompanhar o processo de
trabalho em grupo e identificar aspectos positivos a serem reforçados e
fragilidades que necessitem de reforço para o desenvolvimento de habilidades
necessárias para o trabalho efetivo do grupo.
2. Pedir
ao grupo para reler a tarefa estabelecida pelas instruções do problema.
Solicitar ao relator que leia os objetivos específicos determinados pelo grupo
no encontro de análise do problema
3.
Pedir a cada membro do grupo para sumarizar:
o
que ele fez até agora para coletar e selecionar material relevante e comentar
as dificuldades encontradas;
quais
os materiais que ele sugere para os outros membros do grupo estudarem;
4.
Pedir ao grupo para avaliar o material selecionado, se é relevante e
suficiente. Caso contrário, enfatizar a importância da pesquisa bibliográfica
complementar.
5.
Encerrada a discussão sobre os materiais de aprendizagem, iniciar a discussão
do problema (e não dos objetivos de aprendizagem).
6.
Relembrar que o grupo deve permanecer atento para a necessidade de pesquisa
bibliográfica complementar para a solução do problema.
7.
Incentivar os participantes a fazerem suas apresentações esquematizando-as no
quadro.
Questão-chave
a ser formulada:
Com
base no que você aprendeu durante este período, como você solucionaria o
problema?
8.
Procurar sempre levar o participante a justificar suas propostas com as
evidências encontrada nas referências
bibliográficas estudadas.
Questões-chave
a serem formuladas:
Porquê
você acha que está medida ou proposta deve ser adotada?
Você
pode explicitar como isso seria realizado?
Vocês
identificam alguma contradição ou divergência entre as várias proposições
feitas pelos membros do grupo? Se sim, como solucioná-las.
10. Procure
evitar que a discussão se faça unicamente a partir das experiências individuais
dos participantes ou do bom senso. Faça com que os participantes busquem
justificar suas intervenções com os novos conhecimentos teóricos adquiridos,
sempre procurando fazer com que eles se reportem às referências bibliográficas
estudadas.
11. Quando
o grupo chegar a uma solução de consenso para o problema, solicite que os
participantes façam uma síntese dos principais tópicos e identifiquem pontos
que precisam ser aprofundados.
12. Relembrar
o propósito do próximo encontro, o de Resolução do Problema.
Esclarecer
que o Encontro de Resolução do Problema vai incluir também um acompanhamento do
processo de trabalho em
grupo. Explicar as finalidades desta atividade: identificar
aspectos positivos a serem reforçados e fragilidades que necessitem de reforço
para o desenvolvimento das habilidades necessárias para se trabalhar
efetivamente em grupo.
Encontro
de Resolução do Problema
1. O
procedimento é basicamente o mesmo do encontro anterior, tendo agora o objetivo
de aprofundar a discussão incluindo os temas escolhidos.
2. Peça
ao relator para ler os pontos que foram listados no encontro anterior para
serem aprofundados.
3.
Verifique com os alunos a bibliografia que foi utilizada e inicie a discussão
sobre o problema inserindo os temas citados.
4.
Peça aos membros do grupo para comentarem e discutirem as apresentações dos
colegas.
5. Orientar a construção da árvore temática.
6.
No encerramento do problema (10 minutos) é feita uma avaliação a respeito do
desenvolvimento das sessões de tutoria. Cada aluno avalia a sua participação, a
dos colegas e do tutor, objetivando-se o melhor desempenho individual e do
grupo. Intervalo de 30 minutos. Reinicia-se a primeira etapa com o problema
seinte.
CONCLUSÃO
Em virtude das colocações efetuadas no
decorrer desta reflexão verifica-se que a questão dos conflitos existentes na
formação do médico generalista e do médico especialista tem contornos amplos e
merecem estudos mais profundos. Entretanto, em nossa sintética pesquisa
identificamos alguns aspectos que chamam a atenção e dos quais destacamos a
constatação da existência de um Sistema Único de Saúde Brasileiro frágil em
função de diversos fatores incluindo a própria formação educacional dos
profissionais de saúde no geral e especificamente do médico em particular. Por
este ângulo fica visível que o sistema de saúde brasileiro avançou em termos
ideológicos a partir da Constituição de 1988, mas pouco evoluiu no que tange a
formação dos recursos humanos adequados a uma nova visão de sistema de saúde.
Fica clara a necessidade de se utilizar para uma formação mais adequada e
efetiva dos profissionais de saúde novas metodologias educacionais tais como o
Problem basead Learning (PBL) com o objetivo de minimizar a distância existente
entre as práticas acadêmicas, e o funcionamento dos serviços de saúde e as
necessidades de saúde da população. Identificamos também a necessidade de uma
reflexão sobre as práticas médicas usuais que estão alicerçadas na tecnociência
e divorciadas da humanização do atendimento e da saúde coletiva. A forte
formação médica tecnicista e cientificista, em contra ponto com a fraca
formação humanista, antropológica, sociologia filosófica e psicológica
contribui para o agravamento de distorções no sistema de saúde com forte
impacto negativo no que se refere ao produto final esperado representado pelo
atendimento das demandas de saúde da população, principalmente da mais carente.
Além disso, há necessidade de se buscar a cisão paradigmática da priorização da
promoção da saúde individual em detrimento da saúde coletiva que fomenta o
processo de especialização. É necessário criar pontos de contato, elementos de
identificação, e possibilidades de discussão com o maior número possível de
médicos através de canais competentes. É preciso criar uma massa crítica que
possa atuar nos dois saberes: o da educação e o da prática médica e, sobretudo,
não parece possível promover mudanças em qualquer dessas instâncias
prescindindo da participação efetiva e da articulação de parte significativa da
categoria médica que atuam nos dois saberes. Acreditamos que a nova Metodologia
PBL possa contribuir muito para o incremento de uma visão mais reflexiva das
práticas médicas pelos futuros profissionais com resultados práticos no que se
refere à racionalização do uso de tecnologias, a humanização do atendimento, ao
uso da epidemiologia como ferramenta de importância para o desenvolvimento de
ações de saúde, a inserção dos profissionais no processo de gestão do sistema e
na formulação de políticas de saúde e na integração de conhecimento e práticas
da assistência, do ensino e da pesquisa com prioridade para a atenção básica de
saúde. Tais resultados convergem para a necessidade de mudanças significativas
na formação de docentes, tutores e preceptores. É importante ressaltar que a
massificação do ensino médico produziu perda de qualidade no que se refere ao
seu produto final que encontra no processo de especialização uma válvula de
escape para suas deficiências formativas. A formação do médico generalista é
premissa fundamental para a formação do médico especialista e na realidade não
deveríamos distinguir o generalista do especialista mais sim considerar a
especialização como uma setorização do saber médico que não valida o desconhecimento
das práticas gerais básicas. Finalizando queremos destacar que apesar da
introdução de novos modelos educacionais que visem à formação de um novo
médico, mais adequado as necessidades do modelo de saúde vigente é
complementarmente importante que haja o apoio de todas as esferas
governamentais com o propósito de desenvolver todas as ações que se fizerem
necessárias para atingir os objetivos previstos.
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO / SECRETARIA DE ENSINO SUPERIOR, 2002. Programa Saúde da
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