INTRODUÇÃO À
FARMACOTÉCNICA
COMPOSIÇÃO DE UMA
FÓRMULA
Princípio (s) ativo (s) = responsável pela ação
farmacológica.
Coadjuvantes técnicos ou
adjuvantes farmacotécnicos:
substâncias, em geral inertes, cuja função é estabilizar a fórmula em nível
químico, físico ou microbiológico.
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Veículo (líquido) ou
excipiente (sólido ou semissólido):
parte da fórmula na qual são misturados os princípios ativos.
Coadjuvantes técnicos:
.
Agentes acidificantes: Usados em preparações líquidas para
acidificar o meio com o objetivo de fornecer estabilidade ao produto. Ex:ácido
acético, ácido cítrico, ácido fumárico, ácido clorídrico, etc.
Agentes alcalinizantes: Usados em preparações líquidas para
alcalinizar o meio com o objetivo de fornecer estabilidade ao produto.
Ex:hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, solução de amônia, dietanolamina,
monoetanolamina, borato de sódio (bórax), trietanolamina, carbonato de amônio,
etc.
.
Adsorvente: Agente capaz de adsorver outras
moléculas em sua superfície por ação química ou física. Ex:carvão ativado,
celulose pó.
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Propelente (aerosol): Agente responsável pelo
desenvolvimento de pressão em um frasco aerosol, permitido a expelição do
produto quando a válvula é acionada. Ex:dióxido de carbono (CO2), diclorodifluorometano,
diclorotetrafluoroetano, tricloromonofluorometano.
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Desincorporante de ar: Agente empregado para desincorporar
ar em um recipiente fechado ou formulação com o objetivo de aumentar a
estabilidade do produto. Ex:Nitrogênio (N2).
.
Conservantes
anti-fúngicos: São
usados em preparações líquidas e semi-sólidas (cremes, pomadas, etc) para
prevenir o crescimento fúngico. A efetividade dos parabenos é normalmente
aumentada quando eles são utilizados em combinação. Ex:ácido benzóico,
butilparabeno, etilparabeno, metilparabeno (NipaginÒ), propilparabeno
(NipazolÒ), propionato de sódio.
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Conservante
antimicrobiano: São
usados em preparações líquidas e semissólidas para a prevenção de micro-organismos
(bactérias). Ex: cloreto de benzalcônio, cloreto de benzetônio, álcool
benzílico, clorobutanol, fenol,
nitrato
fenilmercúrico, timerosal, etc.
.
Antioxidante: Agente que inibe a oxidação, sendo
utilizados para prevenir a deterioração de preparações por processos
oxidativos. Ex:ácido ascórbico, ascorbil palmitato, BHA (butilhidroxianisol),
BHT (butilhidroxitolueno), propilgalato, ascorbato de sódio, bissulfito de
sódio, metabissulfito de sódio.
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Agente tampão: Usado para fornecer para a
formulação resistência contra mudanças de pH em casos de diluição ou adição de
substância de caráter ácido ou básico. Ex:citrato de sódio anidro e
dihidratado, metafosfato, de potássio, fosfato de potássio, acetato de sódio
monobásico, tampão citrato, tampão borato, tampão fosfato.
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Agente quelante
(sequestrante): Substância
que forma complexo estável (quelato) com metais. Os agentes quelantes são
utilizados em algumas preparações líquidas como estabilizantes para complexar
metais pesados, os quais podem promover instabilidade em formulações. Ex:EDTA
dissódico, EDTA tetrassódico, ácido edético.
Corantes: Usados para dar cor às preparações
farmacêuticas líquidas e sólidas. Deve-se consultar a lista de corantes
permitidos bem como a adequação de corantes alimentícios ou não. Sabe-se que
alguns corantes alimentícios permitidos tais como o amarelo de tartrazina e
vermelho pode causar manifestações alérgicas e sintomas de intolerância
gastrointestinal em pacientes sensíveis; isto acontece principalmente com a
ingestão de cápsulas coloridas com algum destes corantes, neste caso usar
cápsulas incolores ou brancas.
Agente clarificante: Usado como auxiliar na filtragem
devido suas propriedades adsorventes. Ex: bentonita.
Agente emulsifícante: Usado para promover ou manter a
dispersão finamente subdividida em partículas de um líquido em um veículo no
qual ele é imiscível. O produto final pode ser uma emulsão líquida ou emulsão semissólida
(ex: creme). Ex:acácia, álcool cetílico, monoestearato de glicerila, monooleato
de sorbitan, etc.
.
Agente de revestimento: Usado com o propósito de formar uma
fina camada com propósito de revestir a substância ou a formulação para adequar
sua administração. Ex:gelatina, acetoftalato de celulose.
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Flavorizantes: Usados para fornecer sabor agradável
e também odor para preparações farmacêuticas. Ex:vanilina, mentol, óleo de
laranja, óleo de canela, óleo de anis, óleo de menta, cacau
.
Umectantes: Usados para prevenir o ressecamento
de preparações, principalmente pomadas e cremes, através de sua propriedade de
reter água. Ex:glicerina, propilenoglicol, sorbitol.
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Agente levigante: Um líquido usado como agente
facilitador na redução de partículas de uma droga em pó com trituração
concomitante com pistilo em um gral. Ex:glicerina, óleo mineral.
Base para pomada: Excipiente semissólido no qual
princípios ativos podem ser incorporados no preparo de pomadas farmacêuticas.
Ex:lanolina, pomada hidrofílica, pomada de polietinoglicol (PEG), vaselina,
unigel.
Solvente: Agente usado para dissolver outra
substância farmacêutica ou droga na preparação de uma solução. O solvente pode
ser aquoso ou não-aquoso como óleos. Cosolventes, tal como água e álcool
(hidroalcoólico) e água e glicerina, podem ser utilizados quando necessário. Os
solventes precisam ser estéreis quando utilizados em preparações estéreis (ex:
colírios).
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Agente de consistência: Usados para aumentar a consistência
e dureza de preparações farmacêuticas como cremes e pomadas. Ex: álcool
cetílico, parafina, álcool estearílico, cera branca e amarela, ésteres
cetílicos.
Base para supositórios: Usado como um excipiente para
incorporação de substâncias medicamentosas na preparação de supositórios.
Ex:manteiga de cacau, polietilenoglicol (mistura).
Agentes tensioativos: Substâncias que reduzem a tensão
superficial. Pode ser usado como agente molhante, detergente, emulsificante.
Ex:cloreto de benzalcônio, polisorbato 80 (Tween 80), lauril sulfato de sódio,
etc.
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Agentes suspensores: Agente doador de viscosidade
utilizado para reduzir a velocidade de sedimentação de partículas (drogas)
dispersadas em um veículo no qual elas não são solúveis. As suspensões podem
ser formuladas para uso oral, oftálmico, tópico, parenteral ou outras vias de
administração. Ex:ágar, bentonita, carbômero (CarbopolÒ), carboximeticelulose
sódica (CMC-Na), hidroxietilcelulose (NatrosolÒ), hidroxipropil celulose,
hidroxipropil metilcelulose, caolim, metilcelulose, goma adraganta, Veegum,
etc.
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Agente edulcorante: Usado para adoçar (edulcorar) uma
preparação farmacêutica. Ex:aspartame, acesulfame, dextrose (glicose),
glicerina, manitol, sorbitol, sacarina sódica, ciclamato sódico, açúcar.
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Agente antiaderente
(lubrificante):
Agente os quais previnem a aderência do produto nas punções da máquina de
comprimir durante a produção. Promove um deslizamento fácil da fórmula,
otimizando o processo. Ex:estearato de magnésio, lauril sulfato de sódio.
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Agente aglutinante: Substâncias utilizadas para produzir
adesão de partículas de pó no processo de granulação. Ex:acácia, ácido
algínico, carboximetilcelulose, etilcelulose, gelatina, solução de glicose,
metilcelulose, povidona.
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Agentes de tonicidade (isotonizantes): Usados para formar
uma solução com características osmóticas semelhantes aos fluidos fisiológicos.
Formulações de uso oftálmico, parenteral (injetável) e fluidos de irrigação são
exemplos de preparações farmacêuticas nas quais a tonicidade deve ser
considerada. Ex:cloreto de sódio (NaCl) e dextrose.
Veículo: É um agente transportador para uma
substância farmacêutica. É utilizado em uma variedade de formulações líquidas
para uso oral, parenteral ou tópico. Ex:Veículos flavorizantes/edulcorantes:
xarope de cereja, xarope de cacau, xarope simples, xarope de laranja; Veículos
oleaginosos: óleo de milho, óleo mineral, óleo de amendoim, óleo de gergelim;
Veículos estéreis: solução fisiológica estéril (NaCl 0,9%), água bidestilada
para injeções.
Agente de viscosidade: Usado para mudar a consistência de
uma preparação, fornecendo maior resistência ao escoamento. Utilizados em
suspensões para deter a sedimentação, em soluções oftálmicas para aumentar o
tempo de contato da droga com o local de ação (ex: metilcelulose), para tornar
mais consistente cremes, xampús, etc.
Ex:ácido
algínico, bentonita, carbômero (Carbopol®), CMC-NA, metilcelulose, povidona,
alginato de sódio, goma adraganta.
Diluentes de cápsulas e
comprimidos (excipiente):
Substâncias "inertes" utilizadas como agente de enchimento para criar
um volume desejado, apresentando propriedades de fluxo e compressão características
necessárias no processo de preparação de comprimidos e cápsulas. Ex: fosfato de
cálcio dibásico, caolim, lactose, manitol, celulose microcristalina, celulose
pulverizada, carbonato de cálcio, sorbitol, amido.
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Agente
"coating": Usado
para revestir o comprimido com o propósito de protegê-lo contra a decomposição
pelo oxigênio atmosférico ou umidade, para liberação controlada da droga, para
mascarar sabor ou odor desagradável da droga ou finalidades estéticas
(aparência do comprimido). O revestimento pode ser de vários tipos, incluindo o
revestimento com açúcar, film coating, revestimento entérico. Ex:Revestimento
com açúcar: glicose líquida; Film coating.-hidroxietilcelulose,
hidroxipropilcelulose, hidroxipropil metilcelulose, metílcelulose (Metocel®),
etilcelulose (Etocel®); Revestimento entérico: acetoftalato de celulose,
shellac, copolímero de ácido metacrílico/metacrüato de metila (Eudragit® L 1
00).
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Excipiente para
compressão direta de comprimidos:
Utilizados para compressão direta em formulações de comprimidos. Ex: Fosfato de
cálcio dibásico (Ditab®).
.
Desintegrante de
comprimidos:
Utilizado em forma sólida para promover a ruptura da massa sólida que contém no
seu interior partículas menores as quais são rapidamente dispersadas ou
dissolvidas. Ex:ácido algínico, celulose microcristalina (Avicel®), alginato
sódico, amido, glicolato sódico de amido, carboximetilcelulose cálcica.
.
Agente opacificante: Usado para tomar o revestimento de
comprimidos opacos. Pode ser utilizado sozinho ou em combinação com um corante.
Ex:dióxido de titânio.
.
Agente de polimento: Usado para tomar atrativo (dar
brilho) os comprimidos revestidos. Ex:cera de carnaúba, cera branca.
SEGURANÇA EM
LABORATÓRIOS DE FARMACOTÉCNICA
ACIDENTES E INTOXICAÇÕES
NO LABORATÓRIO
RISCOS:
v Exposição a agentes agressivos ou
tóxicos
v Lesões com produtos cáusticos e
corrosivos
v Queimaduras com produtos inflamáveis
v Acidentes com vidrarias e materiais
cortantes
v Acidentes com equipamentos elétricos
SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO
AGUDA PROVOCADA POR SOLVENTES:
-
tontura
-
descoordenação dos movimentos
-
dores de cabeça
-
cansaço
-
náuseas
-
anorexia
-
diarréia
-
perda de consciência
-
morte
SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO
CRÔNICA PROVOCADA POR SOLVENTES:
-
perda de memória e capacidade de concentração
-
cansaço
-
tontura
-
dores de cabeça apatia
-
impotência e redução da libido
-
ansiedade
-
depressão
-
intolerância ao álcool
ALGUMAS REGRAS BÁSICAS
DE SEGURANÇA
v Quando for trabalhar em algum
laboratório pela primeira vez, verifique o local onde se encontram os
equipamentos de segurança (extintores, chuveiros de emergência e lava-olhos);
v Utilizar equipamento de proteção
individual (EPI) adequado;
v Somente realizar experimentos
aprovados pelos professores;
v Não trabalhar com material imperfeito;
v Quando fechar as torneiras, verificar
se não existe vazamento;
v Nunca deixar material quente em local
de fácil acesso e sem sinalização;
v Jamais trabalhar com substâncias
inflamáveis (éter, álcool, acetona, etc.) ao fogo;
v Nunca aquecer substâncias em sistemas
fechados;
v Dedicar especial atenção a operações
que necessitem aquecimento prolongado ou que desenvolva grande quantidade de
energia;
v Evitar o contato de qualquer
substância com a pele;
v Nunca provar ou inalar substâncias
desconhecidas;
v Nunca trabalhar com substâncias
voláteis fora da capela;
v Quando utilizar, fazê-lo sempre com o
exaustor ligado;
v Nunca adicionar água sobre ácidos
ávidos;
v Nunca banque o herói!!!
PRIMEIROS SOCORROS
FERIMENTOS
v Superficiais – Limpar o ferimento com
água e utilizar anti-séptico adequado, protegendo o ferimento com material
limpo (gaze ou pano). Se necessário, encaminhar o acidentado a um hospital.
v Ferimentos profundos/hemorrágicos:
-
Nunca lave com água.
-
Nunca retire objetos empalados.
-
Controlar a hemorragia utilizando pano limpo, compressão local ou torniquete.
-
Se o ferimento for nos membros, elevar o membro ferido.
-
Proteger o local e encaminhar o acidentado para um hospital.
QUEIMADURAS POR MATERIAL
QUENTE
v Primeiro grau (epiderme – vermelhidão
e dor local) – pode-se lavar o local com água visando aliviar a dor.
v Segundo grau (epiderme e derme – dor
local, vermelhidão e formação de bolhas) e terceiro grau (todo o tecido de
revestimento, alcançando o tecido gorduroso, músculo e, às vezes, os ossos) –
recomenda-se que não se aplique qualquer tipo de produto sobre o local,
encaminhando-se o acidentado a um hospital para tratamento adequado. No caso de
queimaduras de terceiro grau, algumas vezes a roupa pode aderir à lesão. Neste
caso, recomenda-se cortá-la ao redor da área queimada.
QUEIMADURAS POR
SUBSTÂNCIAS CÁUSTICAS
v Ácidos e álcalis: secar o local e, em
seguida, lavá-lo com água abundante, tomando cuidado com respingos nos olhos
v Fenóis: NÃO lavar o local com água.
Secar o local e, em seguida, lavar a região com álcool em abundância.
INGESTÃO DE ÁCIDOS OU
ÁLCALIS
v Proceder a diluição com água,
administrando volumes adequados e previnindo a emese.
v Encaminhar o acidentado a um hospital.
v Não utilizar água em caso de ingestão
de derivados fenólicos.
INALAÇÃO DE GASES OU
VAPORES
*
Transferir o acidentado para um local ventilado e, se necessário, encaminhá-lo
a um hospital.
ACIDENTES OFTÁLMICOS
v Ferimento com material perfurante –
não retirar o material do local. Protegê-lo, evitando que o acidente se agrave
e encaminhar o acidentado a um hospital.
v Substância cáustica – lavar com água
corrente abundante por 15 minutos. Se dor ou outro tipo de desconforto
persistirem, procurar um oftalmologista.
FONTE :
v
Tópicos de Farmacotécnica – UNIP Sorocaba/2009, Pag 1 a 10, Prof.
Ms. Nilson Oliveira Gonçalves Pita
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