DOENÇAS INFECIOSAS -
FEBRE HEMORRÁGICA ÉBOLA (FHE)
A febre hemorrágica Ébola (FHE) é uma doença infecciosa
grave muito rara, frequentemente fatal, causada pelo vírus Ébola. Ao contrário dos relatos é apenas moderadamente contagioso.
Ele foi
identificado pela primeira vez em 1976 no antigo Zaire (atual República
Democrática do Congo), perto do rio Ébola, e acabou servindo de nome para o vírus.
Se contraído, o Ébola é uma das doenças mais mortais que existem. É um vírus
altamente infeccioso que pode matar mais de 90% das pessoas que o contraem, causando
pânico nas populações infectadas.
A organização humanitária
internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) tratou centenas de pessoas com a doença
e ajudou a conter inúmeras epidemias ameaçadoras.
Morcegos frutívoros são
considerados os hospedeiros naturais do vírus Ébola. A taxa de fatalidade do vírus
varia entre 25 e 90%, dependendo da cepa.
Estima-se que, até janeiro
de 2013, mais de 1.800 casos de Ebola tenham sido diagnosticados e quase 1.300 mortes
registradas.
Agentes de saúde frequentemente
são infectados enquanto tratam pacientes com Ébola. Isso pode ocorrer devido ao
contato sem o uso de luvas, máscaras ou óculos de proteção apropriados.
Em algumas áreas da África,
a infecção foi documentada por meio do contato com chimpanzés, gorilas, morcegos
frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos contaminados encontrados
mortos ou doentes na floresta tropical.
HISTÓRIA
O Ébola foi primeiramente descoberto em 1976 por uma equipe comandada
por Guido van Der Groen, chefe do
laboratório de Microbiologia do Instituto de Medicina Tropical de Antuérpia,
na Bélgica.
Desde a sua descoberta, diferentes estirpes
do Ebola causaram epidemias com 50 a 90% de mortalidade na República Democrática do Congo, Gabão, Uganda e Sudão.
A segunda epidemia ocorreu em 1979, quando 80% das vítimas morreram. Em maio de 1995, a cidade de Mesengo, a cento e cinquenta quilômetros
de Kikwit, no Zaire, foi atingida pelo vírus, que matou
mais de cem pessoas.
Há suspeitas de casos no Congo e no Sudão. O primeiro
desse tipo de vírus apareceu em1967, foi o Marburg, a partir de células dos rins de macacos verdes
de Uganda.
O VIRUS
O ebolavirus é um filovírus (o outro membro desta família é o vírus Marburg), com forma filamentosa, com 14 micrômetros
de comprimento e 80 nanômetros de diâmetro. O
seu genoma é de RNA fita simples de sentido negativo (é complementar
à fita codificante). O genoma é protegido por
capsídeo,
é envelopado e codifica sete proteínas.
Há três tipos: Ebola–Zaire (EBO–Z), Ebola–Sudão
(EBO–S) com mortalidades de 83% e 54% respectivamente.
A estirpe Ebola–Reston foi descoberta em 1989 em macacos Macaca fascicularis importados das Filipinas para os Estados
Unidos tendo infectado alguns tratadores por via respiratória.
O período de incubação do vírus ebola dura
de 5 a 7 dias se a transmissão for parenteral e de 6 a 12 dias se a transmissão
foi de pessoa a pessoa.
O início dos sintomas é súbito com febre
alta, calafrios, dor de cabeça, anorexia, náusea,
dor abdominal, dor de garganta e prostração profunda. Em alguns casos, entre o quinto
e o sétimo dia de doença, aparece exantema de tronco, anunciando manifestações hemorrágicas:
conjuntivite hemorrágica, úlceras sangrentas em lábios e boca, sangramento gengival, hematemese (vômito com presença de sangue) e melena (hemorragia intestinal, em que as fezes apresentam
sangue).
Nas epidemias observadas, todos os casos
com forma hemorrágica evoluíram para morte. Nos períodos epidêmicos e de surtos,
a taxa de letalidade variou de 50 a 90%. Seu
contágio pode ser por via respiratória, ou contato com fluidos
corporais de uma pessoa infectada.
O vírus é denominado pelo nome de um rio
na República Democrática do Congo (antigo Zaire), o Rio Ebola, onde
tem havido vários casos. Nunca houve casos humanos fora de África, mas já
houve casos em macacos importados nos Estados
Unidos e Itália. Os casos
identificados desde 1976 são apenas 1500, dos quais cerca de mil resultaram
em morte. Não foi ainda identificado o reservatório animal do vírus.
EPIDEMIOLOGIA
O Ébola, como os outros vírus, adere à célula do hospedeiro,
onde entra ou apenas injeta seu material genético, o
genoma. Este usa
a estrutura da célula para se reproduzir e cada nova cópia do genoma obriga a célula
a fazer o invólucro de proteína. Os novos vírus deixam a célula do hospedeiro com
capacidade de infectar outras células.
Até há alguns anos o pessoal médico era
aconselhado, mais por ignorância e cautela do que por ciência, a usar equipamentos
especiais de proteção (como tendas de vácuo) quando lidava
com doentes de ebola. No entanto, hoje se sabe que o vírus Ébola não é realmente
altamente contagioso, ao contrário do que diz muita ficção em circulação no ocidente.
Ele é transmitido apenas pelo contato direto,
e as populações afetadas são infectadas em alto número devido à cultura de grande
parte das aldeias africanas, onde é usual a família lavar o corpo dos mortos manualmente
antes do enterro.
Já se tem pesquisas feitas de que o Ébola
pode ser transmitido pelo ar de porco para porco ou de porco para o ser humano (uma
nova variação do vírus), mas o vírus só é contagioso de humano para humano pelo
contato direto com secreções e sangue.
Hoje o pessoal médico é aconselhado apenas
a usar luvas de látex e filtro respiratório.
Devido a isso é praticamente impossível
haver uma epidemia em larga escala de Ébola nos países ocidentais, pois a higiene
bloquearia qualquer expansão de casos. No entanto, o risco para o pessoal médico
e laboratorial é considerável, se não forem tomadas regras de higiene.
A infecção pelo vírus Ébola produz febre
hemorrágica. A incubação pode durar de 2 a 21 dias.
O vírus multiplica-se nas células do fígado, baço, pulmão e tecido linfático onde causa danos significativos.
A hemólise (destruição) das células endoteliais dos vasos sanguíneos leva às tromboses e depois a hemorragias.
PROPAGAÇÃO E SINTOMAS
Os primeiros sintomas são inespecíficos
como febre alta, dores de cabeça, falta de apetite, e conjuntivite
(inflamação da mucosa do olho).
Alguns dias mais tarde surgem diarreia, náuseas
e vômitos (por vezes com sangue), seguidos de sintomas
de insuficiência hepática, renal e
distúrbios cerebrais com alterações do comportamento devido à coagulação intravascular disseminada com enfartes nos órgãos.
O estágio final é devido ao esgotamento
dos fatores sanguíneos da coagulação,
resultando em hemorragias extensas internas, edema generalizado e morte
por choque hemorrágico.
As fezes são geralmente pretas devido às hemorragias gastrointestinais e poderá haver ou não sangramento do nariz,
ânus, boca e olhos.
Dependendo da sua estirpe, há casos de
hemorragias na derme, ocasionando o sangramento pelos poros do corpo. A morte surge
de 1 dia a duas semanas após o inicio dos sintomas.
A taxa de mortalidade da doença e o tempo
para o falecimento de uma pessoa, depende da estirpe do vírus e do estado de saúde
das populações afetadas.
Em geral, o Ébola mata suas vítimas em
poucos dias, podendo levar até 9 dias, e a mortalidade pode variar de 50% a 90%.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Diagnosticar o Ebola é
difícil porque os primeiros sintomas, como olhos avermelhados e erupções cutâneas,
são comuns.
Infecções por Ebola só
podem ser diagnosticadas definitivamente em laboratório, após a realização de cinco
diferentes testes.
Esses testes são de grande
risco biológico e devem ser conduzidos sob condições de máxima contenção. O número
de transmissões de humano para humano ocorreu devido à falta de vestimentas de proteção.
O diagnóstico é feito pela observação direta
do vírus com microscópio eletrônico em amostra sanguínea ou por detecção
com imunofluorescência de antigênios.
Não há vacina, cura, nem tratamentos
eficazes. Os doentes devem ser postos em quarentena e os familiares devem ser impedidos
de ter qualquer forma de contato com o doente, ou mesmo de tocar o corpo após o
falecimento.
Devem ser administrados cuidados básicos
de suporte vital como restabelecimento de eletrólitos e fluidos perdidos, além de
possíveis tratamentos paliativos.
PREVENÇÃO
Para que a doença
não se torne uma epidemia, é necessário que os pacientes suspeitos sejam isolados,
e os funcionários do hospital serem informados da doença e de sua transmissão, para
que tenham o máximo de cuidado com aparelhos que entram em contato com fluidos corporais
dos doentes e com o lixo hospitalar.
Os funcionários
devem usar luvas, vestimentas e máscaras individuais. Os pacientes mortos devem
ser imediatamente enterrados ou cremados
OBSERVAÇÃO
EM 2012 estudo realizado
em parceria entre o governo americano e diversas instituições de pesquisa desenvolveu
um "coquetel" de anticorpos que evita a contaminação de macacos pelo vírus
ebola.
Os resultados da pesquisa
foram publicados na edição online do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O vírus ebola é o causador da febre
hemorrágica, doença que atinge taxa de letalidade de 90% e para a qual ainda não
existem vacinas ou tratamentos aprovados para uso em humanos.
A
equipe de pesquisadores utilizou anticorpos monoclonais, ou seja, células clonadas
do sistema imunológico, que são consideradas mais eficientes por serem sempre iguais
entre si.
Esses
anticorpos foram administrados nos macacos rhesus uma hora após a infecção pelo
vírus ebola e todos os animais sobreviveram. Quando o tratamento, denominado MB-003,
foi aplicado nos macacos 48 horas após a infecção, dois terços sobreviveram.
"Até
pouco tempo atrás, as tentativas de utilizar anticorpos para promover proteção ao
vírus ebola falharam. O nível de proteção contra a doença que nós obtivemos com
o MB-003 foi impressionante", afirmou Gene Olinger, virologista do Instituto
de Pesquisa Médica de Doenças Infecciosas do Exército Americano (USAMRIID) e participante
da pesquisa.
Os
anticorpos monoclonais utilizados nesse estudo são desenvolvidos através de um sistema
que utiliza as plantas do tabaco como base de produção. Esse processo permite a
redução de custos e aumento da quantidade de anticorpos obtida. “
Nós
também estamos positivamente surpresos pela superioridade dos anticorpos derivados
de plantas em comparação aos mesmos anticorpos produzidos por meio da tradicional
cultura de células de mamíferos", disse Larry Zeitlin, presidente da Mapp Biopharmaceutical
e autor-sênior do estudo.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Delayed treatment of Ebola virus infection with plant-derived monoclonal
antibodies provides protection in rhesus macaques
Onde foi divulgada: periódico Proceedings
of the National Academy of Sciences
Quem fez: Gene Garrard Olinger, Jr., James Pettitt, Do Kim, Cara Working,
Ognian Bohorov, Barry Bratcher, Ernie Hiatt, Steven D. Hume
Instituição: Instituto de Pesquisa Médica de
Doenças Infecciosas do Exército Americano (USAMRIID)
Resultado: A equipe de pesquisadores
administrou anticorpos monoclonais nos macacos rhesus uma hora após a infecção pelo
vírus ebola e todos os animais sobreviveram. Quando o tratamento foi aplicado nos
macacos 48 horas após a infecção, dois terços sobreviveram.
REFERÊNCIAS
1 - INFO ESCOLA – DOENÇAS - http://www.infoescola.com/doencas/ebola/
2 - INFOPÉDIA ENCICLOPÉDIA E DICIONÁRIO PORTO EDITORA
- http://www.infopedia.pt/$ebola;jsessionid=C0KzG-Bo1HD2qlcTW6krVA__
3 - MEDICOS SEM
FRONTEIRA - http://www.msf.org.br/conteudo/74/ebola/?gclid=CMu_g_iAoL8CFdBi7AodKXMAxA
4 - WIKIPÉDIA A ENCICLOPÉDIA LIVRE
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89bola
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