domingo, 12 de dezembro de 2010

FARMÁCIA HOSPITALAR - INSTRUMENTOS PARA A PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS

FARMÁCIA HOSPITALAR - INSTRUMENTOS PARA A PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS



Porque devemos utilizar a Rename e o Formulário Terapêutico Nacional?

Para o desenvolvimento de uma Política de Medicamentos e de Assistência Farmacêutica há necessidade da preparação dos seus pilares , sendo que um deles e de vital importância está representado pela existência de uma padronização de medicamentos essenciais. No Brasil está padronização de medicamentos é representada pela Relação nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) que pode e deve ser utilizada como base para o desenvolvimento das demais padronizações elaboradas no País sejam elas para atender a quaisquer níveis.assistenciais. O desenvolvimento da Rename através do tempo acabou permitindo a elaboração do Formulário Terapêutico Nacional que surgiu como um instrumento importantíssimo para o desenvolvimento de uma assistência farmacêutica racional e de qualidade.
Na própria apresentação do Formulário Terapêutico Nacional encontramos as justificativas necessárias para a utilização da Rename como base para implementação das demais padronizações. O impacto dos gastos com medicamentos no Brasil é compatível com o observado na maioria dos países em desenvolvimento, chegando a consumir até 1/3 dos recursos destinados a atenção à saúde. Na perspectiva de garantir os princípios constitucionais de universalidade, eqüidade e integralidade das ações, o Sistema Único de Saúde se utiliza de instrumentos que proporcionem racionalidade na utilização de recursos, na oferta de medicamentos eficazes e seguros, bem como no seu adequado emprego.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define medicamentos essenciais como aqueles que satisfazem às necessidades de saúde prioritárias da população, os quais devem estar acessíveis em todos os momentos, na dose apropriada, a todos os segmentos da sociedade. O conceito da OMS foi criado em resposta à necessidade de melhoria de acesso, eqüidade, qualidade e eficiência dos sistemas de saúde. Esse não é um conceito estático.
A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) corresponde à lista de medicamentos essenciais do Brasil. Segundo a recomendação da Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica, em 2003, a Rename deve submeter-se à revisão periódica e funcionar como instrumento organizador da assistência farmacêutica.
O Brasil iniciou a elaboração de listas de medicamentos considerados essenciais antes da recomendação, feita pela OMS, em 1977. A primeira lista, estabelecida pelo Decreto nº 53.612/1964, foi denominada Relação Básica e Prioritária de Produtos Biológicos e Matérias para Uso Farmacêutico Humano e Veterinário. A Central de Medicamentos (Ceme) fez algumas atualizações da lista que, em 1975, recebeu a denominação Relação Nacional de Medicamentos Essenciais/Rename.
Entre os anos de 1997 e 1998, a Rename passou por extenso processo de revisão realizada por grupo de profissionais convidados pelo Núcleo de Assistência Farmacêutica da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz. Nesse momento, mudaram-se os paradigmas de seleção dos medicamentos constantes da lista que passaram a ser fortemente embasados por evidências científicas. Em 2000, o Ministério da Saúde oficializou a nova lista.
A versão de 2002 obedeceu à Portaria GM nº 131/2001 e resultou da avaliação de cerca de 400 pedidos de alterações feitos por diversos representantes da área de saúde. A  Rename, lançada em 2006, foi o resultado do trabalho da Comissão Técnica e Multidisciplinar de Atualização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Comare), constituída por representantes de várias entidades da área da saúde e ligada ao Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. A nova versão orientou-se pela 14ª Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da OMS (2005) e pelo paradigma da medicina baseada em evidências.
Adotaram-se como critérios hierárquicos de seleção eficácia, segurança, conveniência para o paciente e custo. A Rename 2006 foi publicada pela Portaria nº 2.475/2006. A partir desse momento, iniciou-se o processo de confecção do Formulário Terapêutico Nacional (FTN). Para tanto, uma subcomissão da Comare e alguns Centros de Informação de Medicamentos (CIM) brasileiros foram convidados a compor o grupo responsável por sua elaboração.
O FTN contém informações científicas, isentas e embasadas em evidências sobre os medicamentos selecionados na Rename, visando subsidiar os profissionais de saúde em prescrição, dispensação e uso dos medicamentos essenciais. Sua estrutura e formato visam favorecer a consulta, de forma rápida e objetiva.
Para tanto, contém indicações terapêuticas, contra-indicações, precauções, efeitos adversos, interações, esquemas e cuidados de administração, orientação ao paciente, formas e apresentações disponíveis comercialmente incluídas na Rename e aspectos farmacêuticos dos medicamentos selecionados.
De acordo com a OMS, o desenvolvimento de formulários nacionais de medicamentos implica decisão política e de saúde pública, constituindo um esforço direcionado a promover o uso racional dos medicamentos essenciais.
O Formulário Terapêutico Nacional pretende ser decisivo vetor para o uso racional de medicamentos, com indubitáveis benefícios individuais, institucionais e nacionais. Para o paciente, contribui para obtenção de terapia com eficácia, segurança, conveniência e menor custo. Institucionalmente, favorece a melhoria do padrão de atendimento e significativa redução de gastos.
Em plano nacional, a legislação pautada por evidências definidoras de condutas racionais acarreta conseqüências positivas sobre mortalidade, morbidade e qualidade de vida da população. Dessa forma, o FTN atualizado a cada nova edição da Rename, representa instrumento racionalizador do uso de medicamentos no Brasil.
Uma das prioridades da Política Nacional de Medicamentos (PNM), reafirmada pelaPolítica Nacional de Assistencia Farmaceutica (PNAF), e a revisão permanente da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) com base nas prioridades nacionais de saúde, considerando segurança, eficácia terapêutica comprovada,qualidade e disponibilidade de produtos farmacêuticos (BRASIL, 1998, 2004).

Medicamentos essenciais se constituem em um dos principais instrumentos paraa realização de uma efetiva política de medicamentos, e são definidos pela Organizacao Mundial da Saúde (OMS) como:“...aqueles que servem para satisfazer às necessidades de atenção à saúde da maioria da população. São selecionados de acordo com a sua relevância na saúde pública, provas quanto à eficácia e à segurança e com estudos comparados de custo-efetividade. Devem estar sempre disponíveis, nas quantidades adequadas, nas formas farmacêuticas requeridas e a preços que os indivíduos e a comunidade possam pagar...(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002)”.

Uma lista de medicamentos essenciais abrange não apenas os destinados a assistência primaria ou atenção básica, como tambem opções terapêuticas para situações de assistência a saúde de média e alta complexidade.

Deve estar claro, que medicamentos essenciais não são agentes terapêuticos de segunda categoria, sem eficácia ou qualidade, selecionados para aqueles socioeconomicamente desfavorecidos, e sim medicamentos para tratamentos mais efetivos com o menor custo para doenças (consideradas prioridades epidemiologicas) que refletem necessidades coletivas e, não necessariamente, individuais ou de segmentos especificos.

Os critérios utilizados para a seleção de um medicamento essencial sao distintos daqueles utilizados para inclusão em listas de financiamento publico. O elevado custo de um medicamento nao o exclui da lista, quando ele representar a melhor escolha para uma condição nosologica epidemiologicamente relevante. As ações do Ministerio da Saude mostram na pratica a valorizacao da Rename, fato confirmado pelas Portarias GM 3.237/2007, e pela GM 2.982/2009.

A Rename inclui medicamentos financiados pelos componentes da Assistência Farmacêutica (Básico, Estratégico e Especializado). É  fundamental para um profissional que atue na área de saúde a compreensão destes componentes e particularmente das diferencas importantes relacionadas aos critérios de seleção de cada um destes elencos para usufruir dos benefícios da Rename e sua principal extensão que é Formulário Terapeutico Nacional.

Vários estudiosos da saúde pública ponderam que trabalhar com lista de medicamentos essenciais nao é atitude de austeridade financeira, e sim um exercício de inteligência clínica e de gestão (PENA, 2000; HOGERZEIL, 2004; WANNMACHER, 2006; SANT’ANA, 2009).

A revisão da Rename de 2010 foi realizada pela Comissão Técnica e Multidisciplinar de Atualização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Comare), instituida pela Portaria GM no 1.254, de 29/07/05, Anexo A.

A Comare é coordenada pelo Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. A Comissão tem por finalidade a avaliação sistemática da relação dos medicamentos e demais produtos farmacêuticos da Rename indicando as alterações necessárias, com o proposito de selecionar aqueles mais adequados para atender as necessidades prioritarias de assistência à saúde da maioria da população.

Em síntese, a Rename 2010 excluiu oito fármacos; incluiu outros oito, tendo esta revisão permanecido com 343 fármacos, oito produtos correspondentes a farmacos, 33 imunoterapicos, em 372 DCB distintas, contidas em 574 apresentações farmacêuticas. Vale ressaltar que a Rename 2006 tinha 330 fármacos, oito produtos correspondentes a fármacos, 33 imunoterapicos, em 351 DCB, com 535 apresentações farmacêuticas; a Rename 2008 tinha 343 fármacos, oito produtos correspondentes a fármacos, 33 imunoterapicos, em 368 DCB, contidas em 556 apresentacoes farmacêuticas. Esta informacao retifica dados constantes nas respectivas Renames anteriores.

A Comare revisou as terminologias empregadas para os fármacos, conforme as Denominações Comuns Brasileiras (DCB), bem como os valores de Dose Diária Definida (DDD) e a Classificação Anatomico-Terapêutica e Química (ATC); e algumas adequações foram feitas. Ressalte-se que as formas farmacêuticas foram inteiramente revistas e cotejadas com a disponibilidade do mercado brasileiro. A Comare a partir da Rename 2008 verificou que algumas apresentaçoes comerciais (forma farmacêutica e concentração), consideradas indispensáveis, nao se encontram no comercio embora tenham ou nao registro atualizado na Anvisa. Desta maneira, passa-se a acrescentar a seguinte recomendação: *Ideal seria a produção deste medicamento nesta apresentação, sugerindo a sua produção nacional.

As convenções adotadas para as condiçoes de uso, se restrito ou hospitalar, estao descritas no Apendice C. Manteve-se a classificacao dos medicamentos por indicacao clinica, em três seções:

i)                    SEÇÃO A. MEDICAMENTOS USADOS EM MANIFESTAÇÕES GERAIS DE DOENÇAS, contendo doze categorias farmacologicas;
ii)                  SECAO B. MEDICAMENTOS USADOS EM DOENÇAS DE ORGÃOS E SISTEMAS ORGÂNICOS, contendo oito categorias; e
iii)                 SEÇAO C. OUTROS MEDICAMENTOS E PRODUTOS PARA A SAÚDE, contendo cinco categorias.

Desta forma é possível e salutar a utilização desses dois instrumentos como base para o processo de seleção e padronização de medicamentos em diferentes níveis assistenciais, inclusive em nível hospitalar, pois além de alicerçarem a política de medicamentos e de assistência farmacêutica desenvolvida no Brasil, que deveria ser replicada em todas as esferas de governo, permite ainda a todos os profissionais de saúde o acesso a informações isentas e de qualidade que foram desenvolvidas por profissionais altamente qualificados em suas áreas de atuação

Fontes

1 - Brasil. Ministério da Saúde  Secretaria de Ciência  Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos  Relação nacional de medicamentos essenciais: Rename / Ministério da Saúde  Secretaria de Ciência  Tecnologia e Insumos Estratégicos  Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos  – 7. ed. – Brasilia : Ministério da Saúde  2010. 250 p. : il. – (Serie B. Textos Badicos de Saúde)

2 - Brasil Ministério da Saúde Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos  Formulário Terapêutico Nacional Brasilia , 2008

sábado, 11 de dezembro de 2010

FARMÁCIA HOSPITALAR - REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS

FARMÁCIA HOSPITALAR - REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS




José Gilberto pereira

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define reação adversa a medicamento (RAM) como sendo “qualquer resposta prejudicial ou indesejável e não intencional que ocorre com medicamentos em doses normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico, tratamento de doença ou para modificação de funções fisiológicas”. Não são consideradas reações adversas os efeitos que ocorrem após o uso acidental ou intencional de doses maiores que as habituais (toxicidade absoluta).
Reação adversa a medicamento também pode ser entendida como reação nociva e desagradável, resultante de intervenção relacionada ao uso de um medicamento, cuja identificação permite prever riscos de futura administração, assegurar a prevenção e tratamento específico, bem como determinar alteração da dosagem ou cessação do tratamento .
Reações adversas a medicamentos são classificadas com base em diferentes critérios. A classificação de RAM mais aceita atualmente foi proposta por Rawlins e Thompson 4, 5 que as agrupa em reações do tipo A ou previsíveis e reações do tipo B ou imprevisíveis.
As reações do tipo A resultam de uma ação ou de um efeito farmacológico exagerado e dependem da dose empregada, após a administração de um medicamento em dose terapêutica habitual. São comuns, farmacologicamente previsíveis e podem ocorrer em qualquer indivíduo e, apesar de incidência e repercussões altas na comunidade, a letalidade é baixa. Englobam reações produzidas por superdosagem relativa, efeitos colaterais e secundários, citotoxicidade, interações medicamentosas e características específicas da forma farmacêutica empregada. Podem ser tratadas mediante ajuste de doses ou substituição do fármaco.
As reações do tipo B caracterizam-se por serem totalmente inesperadas em relação às propriedades farmacológicas do medicamento administrado, incomuns, independentes de dose, ocorrendo apenas em indivíduos suscetíveis e sendo observadas freqüentemente no pós-registro. Englobam as reações de hipersensibilidade, idiossincrasia, intolerância e aquelas decorrentes de alterações na formulação farmacêutica, como decomposição de substância ativa e excipientes.
.Esta classificação tem sido gradualmente estendida e denominada por outras letras do alfabeto, incluindo tipo C (reações dependentes de dose e tempo), D (reações tardias), E (síndromes de retirada), e tipo F (reações que produzem falhas terapêuticas).
As conseqüências às reações adversas a medicamentos são muito variáveis, abrangendo desde reações de leve intensidade ou pouca relevância clínica até as que causam prejuízo mais grave como hospitalização, incapacitação ou até morte. A letalidade por RAM pode alcançar 5% dos indivíduos acometidos, e cerca da metade (49,5%) das mortes e 61% das hospitalizações por RAM ocorrem em pacientes com 60 anos e mais. Alguns estudos mostraram que cerca de 4% das admissões hospitalares nos Estados Unidos são devidas a RAM e que 57% destas reações não são reconhecidas no momento da admissão. Somando-se pacientes com RAM sérias que exigem hospitalização àqueles com RAM ocorridas durante a hospitalização atinge mais de 2,2 milhões de pessoas por ano, 6.000 pacientes, por dia. Nas duas situações, segundo o consenso de vários pesquisadores, em 32% a 69% essas reações são previsíveis.
Na Europa, estima-se que 3% a 8% das admissões hospitalares são conseqüentes de RAM. Esse número pode chegar a 17% quando se trata de paciente idoso. Já a incidência de RAM em pacientes hospitalizados atinge a casa dos 20% 10. Na Inglaterra, verificou-se que 6,5% das emergências hospitalares e 38.000 admissões hospitalares anuais ocorreram em conseqüência de RAM.
Revisões sistemáticas e metanálises recentes estimam que a taxa de mortalidade devida a RAM, na população geral, é em torno de 0,15% .No Brasil, em 2000, identificou-se a ocorrência de 25,9% de RAM em pacientes admitidos num hospital terciário, sendo que em 19,1% a reação foi causa da admissão e 80,8% ocorreu durante a permanência hospitalar .
As RAM são mais comuns do que se pode esperar e nunca se pode garantir que um medicamento seja completamente seguro. A determinação precisa do número de RAM ocorridas é, entretanto, virtualmente impossível face as dificuldades em se avaliar a relação de causalidade e pela baixa proporção de notificações de RAM. A variabilidade da gravidade, as variedades de medicamentos pelos quais são causadas e os sítios de ocorrência fazem da identificação de uma RAM um processo bastante complexo.
O primeiro passo para se identificar uma suspeita de RAM é distingui-la dos erros de medicação. Estes consistem em desvios no processo da medicação, incluindo erros de prescrição, transcrição da prescrição, dispensação, administração ou monitoramento. Todavia, RAM advindas de erros de medicação acontecem e são consideradas previsíveis.
De maneira geral, alguns dos seguintes aspectos devem ser observados na identificação e validação de uma suspeita de RAM: existência de dados epidemiológicos prévios, relação temporal com o uso do fármaco, resposta frente à cessação e reintrodução do fármaco, identificação de causas alternativas, presença de alterações nos exames laboratoriais ou na concentração plasmática do fármaco suspeito, ou de ambos .
Outra abordagem na identificação de RAM refere-se à gravidade com que se apresentam. Aquelas consideradas de leve à moderada são geralmente encontradas durante a realização dos Ensaios Clínicos, já as graves e sérias requerem maior atenção, uma vez que a incidência destas ocorre principalmente no pós-registro, podendo determinar a elevação dos custos em saúde e prejuízo irreparável aos pacientes afetados.
Uma RAM grave é designada pela intensidade que a mesma ocorre, enquanto que a de natureza séria diz respeito aos possíveis desfechos da reação, determinado o quanto ameaçadora e fatal ela pode ser, ou pelo poder de produzir seqüelas incapacitantes no paciente .
As reações sérias normalmente apresentam-se em sítios dermatológicos e hematológicos e são caracterizadas pela interação do fármaco com o sistema imune humano. Sendo o que mais preocupa sobre esses tipos de reações é que não se pode prever a ocorrência das mesmas, tornando-as potencialmente ameaçadoras.
Dessa forma, a maneira de preveni-las seria não administrar o medicamento . A máxima primum no nocere (em primeiro lugar não causar dano) fundamenta o que na atualidade se denomina relação benefício-risco terapêutico, e implica o uso racional dos medicamentos.
A partir do conhecimento e das evidências, a decisão clínica torna-se mais reflexiva e assertiva, de maneira a buscar maiores níveis de segurança para o paciente por ocasião das intervenções terapêuticas .
Todo o escopo do monitoramento internacional pós-registro dos fármacos tem sede no Uppsala Monitoring Centre da Organização Mundial da Saúde. É para este centro que seguem as notificações de ocorrências de RAM originadas nos 68 países membros. O Brasil integra o programa desde 2001, quando foi criado o Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos (CNMM) e implantado o Sistema Nacional de Farmacovigilância.
O CNMM está localizado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mais especificamente na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos estratégicos/MS - FTn
Gerência de Farmacovigilância.
O Sistema encontra-se em processo de implementação e vem utilizando algumas estratégias de expansão como a Rede de Hospitais Sentinela e o Programa de Farmácias Notificadoras .
Em apoio ao Sistema Nacional de Farmacovigilância, os Centros de Informação sobre Medicamentos (CIM) e os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIAT) são serviços apropriados ao suporte das ações de monitorização de medicamentos e reações adversas, entre outras.
Atuando, segundo as características de cada um, como fonte de informação farmacológica, terapêutica e toxicológica atualizada, objetiva, oportuna e independente, e de assistência toxicológica, com base na literatura científica internacionalmente reconhecida. O CNMM está apto a receber as notificações de RAM provenientes de todo território nacional. No entanto, para que o Sistema se concretize, são necessários sensibilização e reconhecimento pelos profissionais da Saúde da importância e do impacto de se consolidar dados sobre RAM, e conseqüentemente a integração desses profissionais ao Sistema .
A notificação de suspeita de RAM é voluntária, portanto, sua prossecução depende totalmente do interesse e da responsabilidade do profissional com relação ao paciente atendido e com a saúde da coletividade.
As autoridades sanitárias orientam para que sejam notificadas ao menos as RAM ocorridas com medicamentos recém-introduzidos no mercado, ou ainda que sejam fatais, ameaçadoras, incapacitantes, que resultem em hospitalização ou aumento de permanência hospitalar, que determinem anomalias congênitas, ou sejam clinicamente severas .
Ainda, retornando à questão da relação benefício-risco do uso de medicamentos, se torna evidente que a consolidação no Sistema, das RAM ocorridas no país, pode subsidiar decisões para alterações de bulas, restrições de uso e até a retirada de medicamentos do mercado ou mudança da categoria de venda destes produtos pela autoridade sanitária reguladora .
Voltando-se para o arsenal farmacoterapêutico empregado no país, verifica-se que vários medicamentos, cuja venda foi condenada em outros países, são comumente utilizados por nossa população. E que, embora, evidências científicas apontem para a retirada desses medicamentos do mercado, ainda assim se faz necessário que dados farmacoepidemiológicos de caráter local sejam fornecidos pela rede de saúde, tendo em vista melhorar a eficiência da regulação de medicamentos no país.
Dessa forma, pode-se contribuir para que os medicamentos utilizados pela sociedade brasileira sejam eficazes e seguros.
Referências
1. Edwards IR, Aronson JK. Adverse drug reactions: definitions, diagnosis, and management. Lancet. 2000 Oct; 356(9237): 1255-9.
2. Magalhães SMS, Carvalho WS. Reações adversas a medicamentos [in Portuguese]. In: Gomes MJVM, Moreira AM. Org. Ciências farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2001:125-45.
3. World Health Organization (WHO). The Importance of Pharmacovigilance: safety monitoring of medicinal products. Geneva: World Health Organization; 2002.
4. Laporte JR, Capellà D. Mecanismos de producción y diagnóstico clínico de los efectos indeseables producidos por medicamento [in Spanish]. In: Laporte JR, Tognoni G. eds. Principios de Epidemiología del Medicamento. 2ª ed. Barcelona: Masson; 1993: 99-100.
5. Aronson JK, Ferner RE. Joining the DoTS: new approach to classifying adverse drug reactions (dose relatedness, timing, and patient susceptibility) (Education and Debate). BMJ 2003 Nov 22; 327: 1222-25.
6. Lazarou J, Pomeranz BH, Corey PN. Incidence of adverse drug reactions in hospitalized patients: a meta-analysis of prospective studies. JAMA 1998 Apr 15; 279:1.200-05.
7. Lee A, Thomas SHL. Adverse drug reactions. In: Walker R, Edwards C. eds. Clinical pharmacy and therapeutics. 3rd ed. Edinburg: Churchil Livingstone, 2003:33-46.
8. Public Citizen’s Health Research Group. Adverse drug reactions: how serious is the problem and how often and why does it occur. [Cited Jun 02 2007]. Available from: .
9. Moore N et al. Frequency and cost of serious adverse drug reactions in a department at general medicine. Br J Clin Pharmacol 1998 Mar; 45(3):301-8.
10. Pirmohamed M. Adverse drug reactions: a preventable problem. Clin Pulse, 2004; 68:63-7.
11. Routledge PA, O’Mahony MS, Woodhouse KW. Adverse drug reactions in elderly patients. Br J Clin Pharmacol 2003; 57(2):121-6.
12. British Medical Association. Reporting adverse drug reactions: a guide for healthcare professionals. London: BMA Board of Science; 2006.
13. Camargo, AL. Reações adversas a medicamentos: uma coorte em hospital universitário [in Portuguese]. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) – Faculdade de Medicina, UFRGS, Porto Alegre; 2005.
14. Ghandi TK, Seger DL, Bates DW. Identifying drug safety issues: from research to practice. Int J Qual Health Care 2000; 12(1):69-76.
15. Australian Department of Health and Age Care. Note for guidance on clinical safety data management: definitions and standards for expedited reporting. Sidney: TGA; 2000.
16. Naranjo CA, Busto U, Sellers EM, Sandor P, Ruiz I, Roberts E, et al. A method for estimating the probability of adverse drug reactions. Clin Pharmacol Ther 1981; 46:239-45.
17. Dukes MNG. Foreword. In: Aronson JK, eds. Meyler’s side effects of drugs: the international encyclopedia of adverse drug reactions and interactions. 15th. ed. Amsterdarn: Elsevier; 2006.
18. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Farmacovigilância. [cited Dec 13 2007]. Available from: http://www.anvisa.gov.br/farmacovigilancia/apresenta. htm
19. II Congresso Brasileiro sobre o Uso Racional de Medicamentos, 2007, Florianópolis. Os Centros de Informação sobre Medicamentos e os Centros de Informação e Assistência Toxicológica como estratégias para o uso racional de medicamentos: desafios para a informação confiável e ndependente [in Portuguese]. Oficina Pré-Congresso. Anais eletrônicos [CD-ROM]. Florianópolis: Ministério da Saúde/ ANVISA/OPS-OMS/UFSC; 2007.


Fonte

BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos  FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL Brasilia , 2008

FARMÁCIA HOSPITALAR - INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

FARMÁCIA HOSPITALAR - INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS



Rogério Hoefler

o que são interações medicamentosas?

Interações medicamentosas é evento clínico em que os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco, alimento, bebida ou algum agente químico ambiental. Constitui causa comum de efeitos adversos.

Quando dois medicamentos são administrados, concomitantemente, a um paciente, eles podem agir de forma independente ou interagirem entre si, com aumento ou diminuição de efeito terapêutico ou tóxico de um ou de outro.

O desfecho de uma interação medicamentosa pode ser perigoso quando promove aumento da toxicidade de um fármaco. Por exemplo, pacientes que fazem uso de varfarina podem ter sangramentos se passarem a usar um antiinflamatório não-esteróide (AINE) sem reduzir a dose do anticoagulante.

Algumas vezes, a interação medicamentosa reduz a eficácia de um fármaco, podendo ser tão nociva quanto o aumento. Por exemplo, tetraciclina sofre quelação por antiácidos e alimentos lácteos, sendo excretada nas fezes, sem produzir
o efeito antimicrobiano desejado.

Há interações que podem ser benéficas e muito úteis, como na co-prescrição deliberada de anti-hipertensivos e diuréticos, em que esses aumentam o efeito dos primeiros por diminuírem a pseudotolerância dos primeiros.

Supostamente, a incidência de problemas é mais alta nos idosos porque a idade afeta o funcionamento de rins e fígado, de modo que muitos fármacos são eliminados muito mais lentamente do organismo.

Classificação das interações medicamentosas

Interações farmacocinéticas são aquelas em que um fármaco altera a velocidade ou a extensão de absorção, distribuição, biotransformação ou excreção de outro fármaco. Isto é mais comumente mensurado por mudança em um ou mais parâmetros cinéticos, tais como concentração sérica máxima, área sob a curva, concentração-tempo, meia-vida, quantidade total do fármaco excretado na urina etc. Como diferentes representantes de mesmo frupo farmacológico possuem perfil farmacocinético diferente, as interações podem ocorrer com um fármaco e não obrigatoriamente com outro congênere. As interações farmacocinéticas podem ocorrer pelos mecanismos:

Na absorção

• Alteração no pH gastrintestinal.
• Adsorção, quelação e outros mecanismos de complexação.
• Alteração na motilidade gastrintestinal.
• Má absorção causada por fármacos.

Na distribuição

  • Competição na ligação a proteínas plasmáticas.
  • Hemodiluição com diminuição de proteínas plasmáticas.

Na biotransformação

  • Indução enzimática (por barbituratos, carbamazepina, glutetimida, fenitoína, primidona, rifampicina e tabaco).
  • Inibição enzimática (alopurinol, cloranfenicol, cimetidina, ciprofloxacino, dextropropoxifeno, dissulfiram, eritromicina, fluconazol, fluoxetina, idrocilamida, isoniazida, cetoconazol, metronidazol, fenilbutazona e verapamil).
Na excreção

• Alteração no pH urinário.
• Alteração na excreção ativa tubular renal.

Interações medicamentosas

• Alteração no fluxo sangüíneo renal.
• Alteração na excreção biliar e ciclo êntero-hepático.

Interações farmacodinâmicas ocorrem nos sítios de ação dos fármacos, envolvendo os mecanismos pelos quais os efeitos desejados se processam. O efeito resulta da ação dos fármacos envolvidos no mesmo receptor ou enzima. Um fármaco pode aumentar o efeito do agonista por estimular a receptividade de seu receptor celular ou inibir enzimas que o inativam no local de ação. A diminuição de efeito pode dever-se à competição pelo mesmo receptor, tendo o antagonista puro maior afinidade e nenhuma atividade intrínseca. Um exemplo de interação sinérgica no mecanismo de ação é o aumento do espectro bacteriano de trimetoprima e sulfametoxazol que atuam em etapas diferentes de mesma rota metabólica.

Interações de efeito ocorrem quando dois ou mais fármacos em uso concomitante têm ações farmacológicas similares ou opostas. Podem produzir sinergias ou antagonismos sem modificar farmacocinética ou mecanismo de ação dos fármacos envolvidos. Por exemplo, álcool reforça o efeito sedativo de hipnóticos e anti-histamínicos.

Interações farmacêuticas, também chamadas de incompatibilidade medicamentosa, ocorrem in vitro, isto é, antes da administração dos fármacos no organismo, quando se misturam dois ou mais deles numa mesma seringa, equipo de soro ou outro recipiente. Devem-se a reações fisicoquímicas que resultam em

• Alterações organolépticas – evidenciadas como mudanças de cor, consistência (sólidos), opalescência, turvação, formação de cristais, floculação, precipitação, associadas ou não a mudança de atividade farmacológica.
• Diminuição da atividade de um ou mais dos fármacos originais.
• Inativação de um ou mais fármacos originais.
• Formação de novo composto (ativo, inócuo, tóxico).
• Aumento da toxicidade de um ou mais dos fármacos originais.

A ausência de alterações macroscópicas não garante a inexistência de interação medicamentosa.

Interpretação e intervenção

É freqüentemente difícil detectar uma interação medicamentosa, sobretudo pela variabilidade observada entre pacientes. Não se sabe muito sobre os fatores de predisposição e de proteção que determinam se uma interação ocorre ou não, mas na prática ainda é muito difícil predizer o que acontecerá quando um paciente individual faz uso de dois fármacos que potencialmente interagem entre si.

Uma solução para esse problema prático é selecionar um fármaco que não produza interação (ex: substituição de cimetidina por outro antagonista H2), contudo, se não houver esta alternativa, é freqüentemente possível administrar os medicamentos que interagem entre si sob cuidados apropriados. Se os efeitos são bem monitorados, muitas vezes a associação pode ser viabilizada pelo simples ajuste de doses.

Muitas interações são dependentes de dose, nesses casos, a dose do medicamento indutor da interação poderá ser reduzida para que o efeito sobre o outro medicamento seja minimizado. Por exemplo, isoniazida aumenta as concentrações plasmáticas de fenitoína, particularmente nos indivíduos que são acetiladores lentos de isoniazida, e as concentrações podem se elevar até nível tóxico. Se as concentrações de fenitoína sérica são monitoradas e as doses reduzidas adequadamente, as mesmas podem ser mantidas dentro da margem terapêutica.

A incidência de reações adversas causadas por interações medicamentosas é desconhecida. Em muitas situações, em que são administrados medicamentos que interagem entre si, os pacientes necessitam apenas serem monitorados com o conhecimento dos potenciais problemas causados pela interação. O médico deve ser informado sobre combinações potencialmente perigosas de medicamentos (clinicamente significativas) e o paciente pode ser alertado para observar sinais e sintomas que denotem um efeito adverso.

Os medicamentos mais associados à ocorrência de efeitos perigosos quando sua ação é significativamente alterada são aqueles com baixo índice terapêutico (ex.: digoxina, fenitoína, carbamazepina, aminoglicosídeos, varfarina, teofilina, lítio e ciclosporina) e os que requerem controle cuidadoso de dose (ex.: anticoagulantes, anti-hipertensivos ou antidiabéticos). Além de serem usados cronicamente, muitos desses são biotransformados pelo sistema enzimático do fígado.

Muitos pacientes podem fazer uso concomitante de medicamentos que interagem entre si sem apresentarem evidência de efeito adverso. Não é possível distinguir claramente quem irá ou não experimentar uma interação medicamentosa adversa. Possivelmente, pacientes com múltiplas doenças, com disfunção renal ou hepática, e aqueles que fazem uso de muitos medicamentos são os mais suscetíveis. A população idosa freqüentemente se enquadra nesta descrição, portanto, muitos dos casos relatados envolvem indivíduos idosos em uso de vários medicamentos.

Muitas interações medicamentosas não apresentam conseqüências sérias e muitas que são potencialmente perigosas ocorrem apenas em uma pequena proporção de pacientes. Uma interação conhecida não necessariamente ocorrerá na mesma intensidade em todos pacientes.

Orientações gerais

Os profissionais de saúde devem estar atentos às informações sobre interações medicamentosas e devem ser capazes de descrever o resultado da potencial interação e sugerir intervenções apropriadas. Também é responsabilidade dos profissionais de saúde aplicar a literatura disponível para uma situação e de individualizar recomendações com base nos parâmetros específicos de um paciente.

É quase impossível lembrar-se de todas as interações medicamentosas conhecidas e de como elas ocorrem, por isso, foram inseridas neste Formulário, para uma rápida consulta, aquelas que a literatura especializada classifica como clinicamente relevantes e que estejam bem fundamentadas. Além disso, há princípios gerais que requerem pouco esforço para memorização:

• Esteja alerta com quaisquer medicamentos que tenham baixo índice terapêutico ou que necessitem manter níveis séricos específicos (ex.: glicosídeos digitálicos, fenitoína, carbamazepina, aminoglicosídeos, varfarina, teofilina, lítio, imunossupressores, anticoagulantes, citotóxicos, anti-hipertensivos, anticonvulsivantes, antiinfecciosos ou antidiabéticos etc.).
• Lembre-se daqueles medicamentos que são indutores enzimáticos (ex.: barbituratos, carbamazepina, glutetimida, fenitoína, primidona, rifampicina, tabaco etc.) ou inibidores enzimáticos (ex.: alopurinol, cloranfenicol, cimetidina, ciprofloxacino, dextropropoxifeno, dissulfiram, eritromicina, fluconazol, fluoxetina, idrocilamida, isoniazida, cetoconazol, metronidazol, fenilbutazona e verapamil).
• Analise a farmacologia básica dos medicamentos considerando problemas óbvios (depressão aditiva do Sistema Neural Central, por exemplo) que não sejam dominados, e tente imaginar o que pode acontecer se medicamentos que afetam os mesmos receptores forem usados concomitantemente.
• Considere que os idosos estão sob maior risco devido à redução das funções hepática e renal, que interferem na eliminação dos fármacos.
• Tenha em mente que interações que modificam os efeitos de um fármaco também podem envolver medicamentos de venda sem prescrição, fitoterápicos (ex. contendo Hypericum perforatum, conhecida no Brasil como erva-de são-joão), assim como certos tipos de alimentos, agentes químicos não-medicinais e drogas sociais, tais como álcool e tabaco. As alterações fisiológicas em pacientes individuais, causadas por fatores como idade e gênero, também influenciam a predisposição a reações adversas a medicamentos resultantes de interações medicamentosas.

Efeito de alimentos sobre a absorção de medicamentos

Alimentos atrasam o esvaziamento gástrico e reduzem a taxa de absorção de muitos fármacos; a quantidade total absorvida de fármaco pode ser ou não reduzida. Contudo, alguns fármacos são preferencialmente administrados com alimento, seja para aumentar a absorção ou para diminuir o efeito irritante sobre o estômago.

Incompatibilidades químicas entre fármacos e fluidos intravenosos

As reações físico-químicas que ocorrem quando fármacos são misturados em fluidos intravenosos, causando precipitação ou inativação, são denominadas “incompatibilidades químicas”.

Como precaução geral, os medicamentos não devem ser adicionados a sangue, soluções de aminoácidos ou emulsões lipídicas. Certos fármacos, quando adicionados a fluidos intravenosos, podem ser inativados por alteração do pH, por precipitação ou por reação química. A benzilpenicilina e a ampicilina perdem potência 6 a 8 horas após serem adicionadas a soluções de glicose devido à acidez destas. Alguns fármacos se ligam a recipientes plásticos e equipos, por exemplo, diazepam e insulina. Aminoglicosídeos são incompatíveis com penicilinas e heparina. Hidrocortisona é incompatível com heparina, tetraciclina e cloranfenicol.

Referências

1. Stockley IH. Drug Interactions. 5th. ed. London: Pharmaceutical Press; 2002.
2. Tatro DS. Drug Interaction Facts. Saint Louis: Facts and Comparisons; 2002.
3. World Health Organization. WHO Model Formulary 2006. Geneva: World Health Organization; 2006. [CD-ROM]

Fonte

BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos  FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL Brasilia , 2008


FARMÁCIA HOSPITALAR - UMA SINOPSE DAS QUESTÕES FUNDAMENTAIS

FARMÁCIA HOSPITALAR - UMA  SINOPSE DAS QUESTÕES FUNDAMENTAIS


Histórico

Nos Estados Unidos, a preocupação com os serviços de saúde existe desde a década de 50, impondo investimento de recursos na segurança do atendimento aos pacientes do hospital e nos métodos de distribuição de medicamentos, de modo a minimizar os erros de medicação, auxiliar no controle da administração dos medicamentos e permitir aprazamento imediato na conta hospitalar.

A preocupação com a assistência farmacêutica começa a tomar forma em 1965 com Brodie, ao propor que o controle de uso dos medicamentos deveria ser o objetivo central da profissão farmacêutica. Esta idéia é uma ferramenta importante na transição da farmácia, onde, além da distribuição dos medicamentos, o profissional farmacêutico assume como um dos profissionais responsáveis pela prevenção e restabelecimento da saúde dos pacientes.

O conceito de assistência farmacêutica foi introduzido por Hepler, ao descrevê-lo como um “relacionamento pactual entre um paciente e um farmacêutico, no qual o farmacêutico desempenha as funções de controle de utilização dos medicamentos. governadas pela atenção ao comprometimento do atendimento aos pacientes”.

A história da farmácia hospitalar brasileira pode-se dizer que recomeçou com o professor Cimino no Hospital das Clínicas em São Paulo, na década de 50 e 60, realizando um trabalho destacado, com ênfase na farmacopéia hospitalar, as farmácias populares mais antigas foram instaladas nas Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Militares, onde o Farmacêutico manipulava os medicamentos dispensados aos pacientes internos, obtidos de um ervário do próprio hospital. No Brasil, a Santa Casa de Santos, é considerada como o primeiro hospital brasileiro fundado em 1565 (Castelar, 1995). De acordo com o Guia Básico para Farmácia Hospitalar (MS, 1994), a farmácia hospitalar nasceu na idade média através dos gregos, árabes e romanos. Surgindo no Brasil por volta dos anos 50, logo se modernizou, mas em seguida praticamente ficou estagnada.

A primeira farmácia hospitalar que se tem registro, data de 1752  no Estados Unidos em um hospital da Pensilvânia - EUA. No Brasil as farmácias hospitalares mais antigas foram instaladas na Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Militares (CFF, 1997).

No começo do século XX a farmácia possuía sua autonomia. Dentre os diversos setores que estruturavam o hospital, a que mais se destacava pela sua capacidade de produção e atendimento, bem como pela superioridade financeira obtida pelos recursos levantados, era o de farmácia. Naquela época, quase inexistiam especialidades farmacêuticas (medicamentos que sofriam processos de fabricação industrial), o que valorizava muito mais o trabalho deste profissional e do médico, ressaltando as artes de manipular e formular.

Com a industrialização de medicamento veio a Indústria Farmacêutica, surgindo assim o fármaco pronto para o uso, o que levou a uma crise na profissão farmacêutica, atingindo de forma parecida o farmacêutico hospitalar. Com os medicamentos industrializados foram realizadas várias propagandas e os médicos compraram a idéia da nova tecnologia e o farmacêutico passou a inexistir. A farmácia abria espaço para leigos, e o farmacêutico praticamente deixava de manipular e a resultante de tudo foi um abalo na economia de um setor que foi tão viável em alguns anos atrás.

Foi uma época tenebrosa para a Farmácia Hospitalar. Porém no ano de 1940, apareceram as sulfas e, em seguida, os antibióticos. A partir daí inúmeras especialidades farmacêuticas, usadas até então, vieram a ser substituídas. A partir de 1950 os serviços de Farmácia, mais representados na época pelas Santas Casas de Misericórdia e Hospital das Clinicas das Universidades de São Paulo, passaram a desenvolver-se e modernizar-se. Em 1975, a faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais incluiu no seu currículo a disciplina de Farmácia Hospitalar e na década de 80 apareceram cursos patrocinados pelo Ministério da Saúde em Natal (Hospital Onofre Lopes) e na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sendo os primeiros Serviços de Farmácia Clínica.

 A partir de 1982, o MEC – Ministério da Educação e Cultura, passou a incentivar programas de desenvolvimento para a Farmácia Hospitalar, que vem obtendo sucesso crescente em todo o país, despertando e formando novos profissionais nesta área. A partir de 1985, o Ministério da Saúde, preocupado com os problemas de Infecção Hospitalar, também passou a incentivar a reestruturação das Farmácias Hospitalares, promovendo cursos de especialização, a exemplo do MEC

Assistência Farmacêutica:

“É o grupo de atividades relacionado com os medicamentos. Sua função é apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informações sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos.” (Ministério da Saúde)

Conceitos de Farmácia Hospitalar

Vários são os conceitos de farmácia hospitalar existentes. Discutiremos a questão com base na análise dos diversos autores que serão abordados e que consideraremos para o desenvolvimento deste Manual. A farmácia hospitalar é um sistema relevante no contexto dos hospitais e tendo em vista sua importância foram elaborados, através do tempo, para instrumentalizá-la, vários conceitos.

Discorreremos sobre os conceitos de alguns autores, como o de Nogueira Henrique (1961), que define a farmácia hospitalar “como uma atividade que adquiriu especial significado, em face de ser fator de alta cooperação no perfeito equilíbrio do orçamento hospitalar, contribuindo de modo decisivo no custo do leito /dia”.

Segundo Cimino (1973), a farmácia hospitalar é considerada como uma unidade técnica aparelhada para prover as clínicas e demais serviços, dos medicamentos e produtos afins de que necessita para seu funcionamento normal definição incluída também por Maia Neto (1990).

As definições sobre farmácia hospitalar são fartas e podemos destacar ainda outros autores tais como Santich (1995) que conceitua de modo geral o que vem a ser assistência farmacêutica e que pode perfeitamente ser inferido para farmácia hospitalar. Entre diversos conceitos Santich (1995) destaca o de Mikeal et, al (1975), que a define como “O cuidado que um paciente determinado deve receber ou recebe, e que assegura o uso racional dos medicamentos “. Já Brodie et, al (1980), define a farmácia hospitalar “através da determinação das necessidades de medicamentos para um só indivíduo, como também dos serviços necessários (antes, durante e depois do tratamento), para assegurar uma terapia otimamente segura e efetiva “. Segundo Santich (1995), podemos ainda citar Hepler (1987), que define a atividade como “uma relação acordada entre o paciente e o farmacêutico, no qual o farmacêutico possui o controle do uso dos medicamentos, com habilidade e conhecimento apropriados, consciente de seu compromisso com os interesses dos pacientes

Santich (1995), ainda cita o conceito de Hepler & Strand (1990) como um dos mais citados na atualidade que estaria representado “pelo componente da prática farmacêutica que permite a interação do farmacêutico com o paciente com o propósito de atender as necessidades do paciente relacionadas com medicamentos”.

            Segundo o Programa Regional de Medicamentos Essenciais da Organização Panamericana de Saúde (OPAS, 1987) a farmácia hospitalar compreende a “seleção de medicamentos, a aquisição e o controle dos medicamentos selecionados e o estabelecimento de um sistema racional de distribuição que assegure que o medicamento prescrito chegue ao paciente na dose correta. Para tal é vital a implantação de um sistema de informações sobre medicamentos que permita otimizar a prescrição “.

                   No Curso de Especialização em Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1990), definiu-se a farmácia hospitalar “como o departamento ou serviço de um hospital, que sob a responsabilidade técnica de um profissional farmacêutico habilitado, se destina a contribuir para o seu bom desempenho procedendo à ampla assistência farmacêutica a seus pacientes e colaborando com todos os demais profissionais que integram a área de saúde, através de uma série de atividades colocadas em pratica “ (Maia Neto, 1990).

                   O próprio Ministério da Saúde, através de seu Guia para Farmácia Hospitalar (MS/SAS/DPAS/CCIF, 1994), define a farmácia hospitalar como uma “atividade que representa uma parcela muito alta do orçamento destinado aos hospitais, justificando, portanto, a implementação de medidas que assegurem o uso racional desses produtos “

                   A farmácia hospitalar seria, portanto uma unidade técnica - administrativa do hospital é que visa primordialmente à assistência ao paciente no âmbito dos medicamentos e correlato e executa uma série de atividades com o objetivo de fazer o uso racional de medicamentos.

                   Para que a farmácia hospitalar possa assegurar produtos farmacêuticos de boa qualidade em quantidade adequados, com segurança, quanto a eficácia e efeitos indesejáveis, a farmácia precisa de uma estrutura organizacional adequada e bem elaborada e com funções bem definidas “.

                   De acordo com a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar, 3º oficina de trabalho edição (SBRAFH, 1996/1997), a farmácia hospitalar é um serviço clínico, administrativo e econômico, dirigida por profissional farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades de assistência ao paciente.

                   Considerando como base as Teorias Organizacionais e de Gestão em Serviços de Saúde, a farmácia hospitalar pode ser assemelhada a um sistema mecanicista (Burocracia Mecanizada), tendo em vista que sua estrutura mais básica, em qualquer organização médica, pode perfeitamente levar a formulação de atividades que podem ser padronizadas, paradoxalmente com o que se assemelha o sistema hospitalar como um todo, que poderia representar uma “Burocracia Profissional “(Wilken & Bermudez,1998)

            Segundo Santich (1995), a farmácia hospitalar tende a ter funções, estruturais e organizacionais mais homogêneas que as farmácias dos centros de saúde o que a nosso ver justifica nosso conceito, além da classificação em níveis.

No Brasil, a Política Nacional de Medicamentos, publicada em 1996, já define como assistência farmacêutica o “Grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos”.

O termo serviço ora utilizado deve ser propositalmente substituído para que mude, também, a compreensão das atividades profissionais, pois assistência se define como responsabilidade por ou atenção à segurança e bem estar enquanto que serviço define funções ou atividades. A introdução do termo assistência no vocabulário da farmácia determina como alvo a atenção ao paciente, sem minimizar a importância do trabalho de distribuição, porém, coloca o paciente finalmente no centro dos interesses farmacêuticos.

Competência

Ao se estudar sobre a competência do trabalho farmacêutico no desempenho da atividade hospitalar, surpreende-se certamente com a demonstração da expansão da importância deste profissional no contexto hospitalar em todo o mundo e, à semelhança de outros países onde o profissional farmacêutico encontra-se desempenhando atividades ainda não desenvolvidas no Brasil, a profissão passou pelos mesmos desafios dos que ora enfrentamos.

Como o paciente é o real beneficiário das ações do farmacêutico, a assistência farmacêutica deve ser um complexo de atitudes, comportamentos, compromissos, valores éticos, funções, conhecimentos e responsabilidades.
Nos hospitais em que se observa maior tendência em valorizar os problemas econômicos em detrimento da qualidade ou mesmo da eficiência da assistência sanitária, os problemas de saúde muitas vezes são gerados e agravados pelo mau uso dos medicamentos. Nestes casos, a Farmácia é vista apenas como um setor de guarda e controle de medicamentos, mantida mais para atender aos requisitos legais, do que um órgão que, quando bem  administrado, poderia render benefícios extras às instituições.

Cabe aos farmacêuticos um papel importante na transposição destas barreiras, para reversão deste processo e quando o profissional mostra que há possibilidade de efetiva cooperação no equilíbrio do orçamento hospitalar, contribuindo de modo decisivo no custo diário do leito, através do melhor gerenciamento do uso dos medicamentos, a atividade farmacêutica adquire significado especial. Por isso, os profissionais farmacêuticos devem: tornar a Farmácia mais integrada às funções hospitalares, ampliando sua atuação., tais como:

  • Gerar informações sobre os medicamentos padronizados, para evitar gastos desnecessários com aquisição de medicamentos similares já existentes na organização
  • Tornar a farmácia um polo divulgador de informação sobre fármacos;
  • Implantar programas de farmacovigilância e farmácia clínica, bem como rotinas de estudo farmacoeconômico;
  • .Estabelecer rotinas de controle de qualidade;
  • .Desenvolver normas técnicas para produtos e serviços prestados pela farmácia, no tocante ao gerenciamento de medicamentos, para evitar perdas;
  • .Reduzir os custos com aquisição de medicamentos e promover maior rotatividade dos estoques;
  • Diminuir a mão-de-obra da enfermagem, direcionando seus serviços para o cuidado exclusivo com os pacientes;
  • Possibilitar o treinamento do próprio pessoal funcionário do Serviço, na realização de curso especializado para técnicos em farmácia hospitalar;
  • Desenvolver programas de treinamento a todos os profissionais envolvidos no processo de uso dos medicamentos;
  • Implantar rotinas de detecção e controle de erros de medicamentos.

Classificação

Como um serviço/departamento de um hospital a classificação da Farmácia  hospitalar se confunde com a do próprio hospital em que esta contida. segundo Maia Neto (1990), podemos classificar os hospitais de várias maneiras:

·         Uma primeira maneira seria quanto à administração financeira; Ex. Hospitais Públicos e Privados.

·         Uma segunda maneira quanto ao aspecto financeiro; Neste caso, poderíamos classifica-los em não lucrativos, filantrópicos, beneficentes.

·         Uma terceira  maneira seria quanto a sua finalidade e, neste caso, poderíamos utilizar a terminologia de crônicos, de longa permanência, e agudos ou de curta permanência.

·         Uma quarta maneira seria quanto a sua estrutura física; e a classificação poderia ser considerada como Pavilhonar, Monobloco, Multibloco, Horizontal e Vertical.

·         Por último, poderíamos classificar o hospital quanto ao corpo clínico, que neste caso poderiam ser abertos ou fechados. Queremos salientar que diversos aspectos atuam administrativamente e tecnicamente para justificar a importância do assunto escolhido, e a própria classificação hospitalar, sob seus vários aspectos, tem influência marcante na atividade de farmácia hospitalar como um todo.

Tipos de Farmácia Hospitalar

Farmácia quanto ao tipo de paciente

  • Farmácia de Hospitais Gerais-
  • Farmácia de Hospitais Especializados
  • Farmácia de Hospital Universitário

Farmácia quanto a capacidade do hospital

  • Farmácia Hospitalar para atender até 50 leitos;
  • Farmácia Hospitalar para atender até 100 leitos;
  • Farmácia Hospitalar para atender 200 leitos ou mais.

Farmácia quanto ao trabalho desenvolvido

  • Deposito de drogas e medicamentos (hospital de até 100 leitos);
  • Farmácia Hospitalar propriamente dita (hospital de 100 a 200 leitos);
  • Farmácia Hospitalar semi-industrial (hospital de 200 a 500 leitos);
  • Farmácia Hospitalar industrial (hospital acima de 500 leitos

Importância da Farmácia Hospitalar

Analisando as definições acima citadas notamos uma evolução, através do tempo, do próprio conceito de Farmácia Hospitalar, que passou a incluir a função clínica dentro de suas ações, tornando o farmacêutico hospitalar mais inserido no contexto assistencial apesar de alguns aspectos limitantes, como os mencionados pelo Ministério da Saúde (1994:11): A Farmácia Hospitalar promove o entendimento recíproco entre corpo clinico e de enfermagem. Não se restringe ao fator econômico.

¨      formação deficiente do farmacêutico para as atividades da Farmácia Hospitalar, tendo em vista que as universidades orientam o profissional para atuar em análises clínicas e indústrias, em detrimento de conhecimento do medicamento;
¨       despreparo dos farmacêuticos para assumirem as atividades administrativas da Farmácia Hospitalar;
¨       a limitação do papel da Farmácia Hospitalar como setor exclusivo de armazenagem e distribuição de produtos farmacêuticos, sem o desenvolvimento de atividades de produção e fracionamento de medicamentos;
·         não comprometimento de alguns profissionais da área de saúde com as propostas de uso racional de medicamentos.

Objetivos

Os objetivos de farmácia hospitalar podem ser divididos em primários e secundários;

1 - Os objetivos primários- Devem ser os procedimentos mínimos indispensáveis para o monitoramento eficiente do uso dos medicamentos. Os objetivos primários: são:

  • Padronização de medicamentos,
  • Planejamento de estoques,
  • Aquisição de medicamentos,
  • Armazenamento e
  • Dispensação de medicamentos.

2 -Os objetivos secundários- Devem ser perseguidos pelos profissionais farmacêuticos, para o reconhecimento da farmácia como serviço clínico na instituição. Os objetivos secundários são:
  • Farmacotécnica,
  • Controle de infecções hospitalares,
  • Educação e treinamento e
  • Farmácia clínica

Estão entre os objetivos da Farmácia hospitalar :
  • Planejamento, aquisição, análise, armazenamento, distribuição e controle de medicamentos e correlatos; -
  • Desenvolvimento e/ou manipulação de fórmulas magistrais e/ou oficinais-Produção de medicamentos e correlatos;
  • Desenvolvimento de pesquisas e trabalhos próprios ou em colaboração com profissionais de outros serviços;
  • Desenvolver atividades didáticas;
  • Adequar-se aos problemas políticos, sociais, econômicos, financeiros e culturais do hospital;
  • Estimular a implantação e o desenvolvimento da Farmácia Clínica.

As Funções básicas da farmácia hospitalar


                   Segundo a Organização Pan. Americana da Saúde, um serviço de farmácia moderno sustenta seu trabalho em quatro suportes fundamentais (OPAS, 1997):

·      A seleção de Medicamentos necessários para o hospital, realizada por uma Comissão de Farmácia e Terapêuticos, na qual a participação do farmacêutico é de extrema importância, em face de seus conhecimentos sobre as necessidades de medicamentos, rotatividade dos mesmos e seus custos. No Brasil, segundo o Guia Básico de Farmácia Hospitalar do Ministério da Saúde (MS, 1994), os medicamentos representam cerca de 1/3 do custeio de um hospital, dentre outras atividades igualmente importantes.

·      A aquisição, conservação e o controle dos medicamentos selecionados, evitando-se sempre a aquisição de quantidades excessivas e consequentemente perdas que só trariam prejuízos ao serviço, evitando-se o remanejamento de produtos para outras unidades onerando ainda mais, o sistema com o custo de transporte.

·      O estabelecimento de um sistema racional de distribuição de medicamentos que assegure que o medicamento prescrito chegue ao paciente com segurança, no lugar certo, na hora certa, e do modo certo, garantindo dessa forma a qualidade da Assistência Farmacêutica prestada.

·      A implementação de um sistema de informação sobre medicamentos, que proporcione dados objetivos tanto para o pessoal de saúde como também para o próprio paciente hospitalizado ou já em tratamento ambulatorial.

A farmácia hospitalar, de acordo com Santich & Pedrasa (1989), pode ser classificada como uma atividade técnica - cientifico e operativa, que teria como centro de sua atividade a informação sobre uma série de inter - relações com atividades que poderíamos considerar nobres, a começar pela seleção (padronização), que seria o arcabouço do sistema, e seria elaborada por uma Comissão de Padronização ou por uma Comissão de Farmácia e Terapêutica com funções mais amplas, acompanhada da programação de medicamentos cujas técnicas modernas já permitem diminuir as imperfeições.

Outra atividade seria a aquisição, que será um assunto  abordado em nossa avaliação apesar de  não estar relacionada ao serviço ou seção de farmácia, mas sim ao serviço de material dos hospitais escolhidos como amostragem.

O armazenamento é um fator preponderante para a conservação dos medicamentos e diminuição das perdas por diversos fatores. Finalmente, a distribuição, que consideramos como fator de elite no que se refere à diminuição de gastos com farmácia hospitalar, principalmente pela implantação da dose individualizada ou mesmo unitária, métodos que diminuem consideravelmente o custo da Assistência Farmacêutica prestada, e que no Brasil raramente são levados em consideração.

Ainda outra atividade importante, segundo o documento em análise, é a educação em saúde que, no Brasil de um modo geral, não é levada em consideração.

Recentemente, o Guia para o Desenvolvimento de Serviços de Farmácia, da OPAS/OMS, (1997), emite alguns conceitos que consideramos importantes em nossa dissertação, tanto em nível geral como em nível específico.

Em nível geral poderíamos levar em consideração o número de leitos do hospital, sua categoria: geral (crônico ou especializado). O nível de gestão onde se localiza o hospital também é importante, como por exemplo; federal, estadual ou municipal.

Outra característica importante se refere às normativas legais que regulamentam o funcionamento do hospital e consequentemente também da farmácia hospitalar. O tipo de administração, centralizada ou descentralizada, também tem uma influência importante, bem como a oferta de profissionais e a capacidade de resolução do nosocômio.

No que se refere mais especificamente a farmácia hospitalar vários fatores devem ser levados em consideração, segundo o guia citado. Dentre eles, destacaremos:

Garantir a qualidade de assistência prestada ao paciente promovendo o uso seguro e racional de medicamentos e correlatos, estando sua atuação comprometida com os resultados da assistência prestada ao paciente e não apenas com a provisão de produtos e serviços, cabendo-lhe atuar em todas as fases da terapia medicamentosa, cuidando, em cada momento, de sua adequada utilização nos planos assistencial, econômico, de ensino e de pesquisa, devendo, para tanto, contar com farmacêuticos em número suficiente para o bom desempenho da assistência farmacêutica (CFF,1997;ASBRAFARMÁCIA HOSPITALAR,1997).

Segundo a OPAS (1992) as funções da Farmácia Hospitalar são as seguintes:

·         Organização e gestão
·         Planejamento
·          Seleção de Medicamentos, Germicidas e Correlatos:
·         Programação das Necessidades:
·         Aquisição:
·         Armazenamento e Conservação de Medicamentos, Germicidas e Correlatos:
·         Distribuição de Medicamentos, Germicidas e Correlatos:
·         Sistemas de Distribuição de Medicamentos;
·         Sistema de Distribuição de Correlatos:
·         Sistema de Distribuição de Germicidas:
·         Manipulação;
·         Informação sobre Medicamentos:
·     Ensino e Pesquisa

Funções e Padrões Mínimos de um Serviço de Farmácia Hospitalar

Iremos resumir rapidamente algumas atividades que são características das farmácias hospitalares sem procurar entrar em detalhes.

De acordo, com a Socieda de Brasileira de Farmácia Hospitalar, 3º oficina de trabalho edição (SBRAFH, 1996/1997), são atribuições essenciais dos serviços de farmácia hospitalar: o gerenciamento; desenvolvimento de infra-estrutura; preparo, distribuição, dispensação e controle de qualidade de medicamentos e correlato; otimização da terapia medicamentosa; informação sobre medicamentos e correlato; pesquisa e ensino.

Segundo o programa regional de medicamentos essenciais da OPAS/OMS (OPAS, 1987), o serviço de farmácia de um hospital deve ser sempre dirigido por um farmacêutico especializado e pode ser considerado como um serviço central e vital para o bom funcionamento do hospital, semelhante a outros tantos, tais como laboratório, radiologia, etc.

Estrutura Organizacional da Farmácia Hospitalar

1) Organização e gestão

Dois assuntos, sob nossa ótica, são fundamentais em Farmácia Hospitalar para podermos entender o seu funcionamento e que são representados pelas teorias organizacionais e de gestão de serviços e pelo planejamento, considerando que não podemos divorciar os aspectos técnicos dos administrativos quando avaliamos este tipo de serviço e que foram discutidos no capítulo 3.

Considerando a importância desses assuntos, passaremos a abordar determinadas questões marcantes sobre ambos, com o objetivo de fundamentar colocações que serão abordadas nos próximos capítulos, principalmente no capítulo referente à discussão (capítulo 6), e para tanto utilizaremos a visão de três autores no âmbito de organizações, e de dois autores no que se refere ao planejamento estratégico situacional.

É evidente que ambos assuntos são extremamente complexos e podem ser observados e analisados por ângulos diferenciados e portanto não é nossa proposta o tratamento profundo dos assuntos que podem e devem ser estudados através de diversas obras. Nossa intenção é somente contextualizar neste capítulo o pensamento de alguns autores sobre os referidos assuntos e refleti-los sob a ótica de uma Farmácia Hospitalar.

Conforme verificamos uma das atividades de relevância para o desenvolvimento de empresas privadas ou instituições estatal é sua organização ou estrutura organizacional. A complexidade das organizações através do tempo fez com houvesse estudos cada vez mais profundos da questão e diversas teorias e autores tentaram explicar o desenvolvimento dessas organizações.

Podemos verificar a estrutura organizativa da Farmácia Hospitalar através da dependência hierárquica refletida por seu organograma (estrutura formal), ou pelas observações e entrevistas realizadas (informal), tanto em nível interno como ambulatorial.

A Farmácia Hospitalar pode ser enquadrada nas categorias de departamento, serviço e seção, funcionando no sistema hospitalar como apoio clínico. Para tanto, deve estar integrada a outros grupos de serviços, tais como: laboratório de análises clínicas, radiologia, nutrição, central de esterilização, bem como a todas as clínicas existentes no hospital. Pode atuar também com a função de apoio administrativo, devendo, portanto, estar integrada a um grupo de serviços, como compras ou abastecimento (serviço de material) e administração geral (pessoal, manutenção, vigilância, etc.).

Outro fator importante está representado pelas linhas de supervisão e de coordenação. Quem supervisiona a Farmácia Hospitalar e que áreas de atividades são supervisionadas?. A quem cabe a supervisão do chefe ou encarregado da Farmácia e que áreas de atividades são supervisionadas ?. Quais são os mecanismos formais e informais com os serviços clínicos e de apoio (Comitês, Comissões, Conselhos) e com os níveis hierárquicos superiores da instituição. (Comitês, Comissões Regionais, Nacionais, etc.) ? (OPAS, 1992).

O estabelecimento de políticas, através de normas, manuais e diretrizes, que regulamentem o funcionamento da organização da farmácia, é necessário e essas normas devem constar em documentos vigentes, conhecidas por todos os usuários.

Para tanto, devem verificar-se a existência de um documento que contenha as funções da farmácia, assim como as tarefas e responsabilidade de cada servidor, além de outras.

É necessário identificar a participação do chefe ou encarregado pela Farmácia e de seu pessoal em cada um dos componentes da atenção farmacêutica, assim como também em outras atividades realizadas pela Unidade de Saúde que objetive o uso racional de medicamentos (OPAS, 1992).

Uma boa organização das farmácias é importante para se preservar a eficácia e as condições de integridade do medicamento, assim como reduzir perdas e garantir um ambiente radável de trabalho. Contribui para o bom desempenho profissional, agiliza a dispensação, evita erros e melhora a qualidade do atendimento dispensado ao paciente.

O estabelecimento de políticas, através de normas, manuais e diretrizes, que regulamentem o funcionamento da organização da farmácia, é necessário e essas normas devem constar em documentos vigentes, conhecidas por todos os usuários. Para tanto, devem verificar-se a existência de um documento que contenha as funções da farmácia, assim como as tarefas e responsabilidade de cada servidor, além de outras.

Localização

Quanto a localização a Farmácia Hospitalar deve estar localizada em área de livre acesso e circulação, tanto para atender à distribuição de medicamentos aos usuários internos e ambulatoriais, como para receber estes e demais produtos farmacêuticos adquiridos para consumo. Além de usuários e produtos farmacêuticos, a farmácia também recebe a visita de técnicos e de fornecedores, o que justifica a sua localização em ponto estratégica que facilite a troca de informações.

Área Física

A Área Física da Farmácia Hospitalar deve dispor de um espaço suficiente para desenvolvimento das diferentes atividades, tendo em vista que são muitos os fatores que podem condicionar o espaço necessário para uma farmácia. Sendo os principais

  • -Tipo de hospital (geral ou especializado);
  • -Número de Leitos;
  • -Localização Geográfica;
  • -Tipo de Assistência prestada pelo hospital;
  • -Tipo de compras efetuadas pela farmácia (mensal, semestral ou por estoque mínimo)
  • ; - Tipo de atividade da farmácia.

No que se refere à área física devem ser consideradas as áreas de administração, de recepção, de envase, de distribuição e de produção. Em relação ao espaço físico o guia informa a possibilidade de utilização de alguns indicadores, como tais:

·          250 leitos - 210 m²
·          600 leitos - 375 m²
·          1000 leitos - 500 m²

No caso de armazenagem de outros insumos, a área deve ser aumentada em 50% Para a área administrativa, recomenda-se 2 m²por funcionário, com uma altura mínima de 2,5 m² de pé direito.

Também, devem-se considerar as condições específicas da armazenagem da área utilizada e a ventilação e iluminação adequada, preferencialmente natural. Os pisos devem ser de materiais resistentes e fáceis de serem limpos através de lavagem, além de declives apropriados, tanto no que se refere a pisos e paredes.

Outros sistemas que deve ser constantemente revistos é o elétrico, além de um sistema adequado de combate a incêndios e de ventilação adequados às necessidades. A instalação para vestuário dos funcionários deve ser observada, com lavatórios específicos para os primeiros socorros em caso de acidentes.

A escolha do local destinada à farmácia será definida por critérios de acessibilidade, comunicação, segurança, higiene e drenagem. As salas destinadas a farmácias devem ser de uso exclusivo de medicamentos, oferecer segurança, com boa ventilação e ao abrigo da luz solar direta. As paredes, o piso e teto não devem possuir rachaduras; as superfícies devem ser lisas, não soltarem pó; ser de fácil limpeza; não permitir a entrada de insetos, roedores, etc; com iluminação, ventilação, unidade  e temperatura controladas. O piso deve ser impermeável e as paredes não devem apresentar sinais de umidades e mofo.

A cobertura deve estar em perfeito estado, sem goteiras e se possível possuir forro. O espaço físico destinado à farmácia deve conter uma área destinada a dispensação e uma área anexa destinada ao armazenamento de medicamentos. Segundo a Organização Mundial de Saúde deve-se observar um espaço mínimo de 1,2 m² para cada leito  hospitalar e 0,6 m² para área de almoxarifados.

A área de dispensação deve conter um guichê ou balcão para atendimento da enfermagem . Este local deve ser de fácil acesso, permitir uma proximidade entre o dispensador e o pessoal de enfermagem e ao mesmo tempo evitar o fluxo de pessoas na área onde ficam os medicamentos.

O espaço disponível dever ser compatível com o nº  de leitos e o fluxo de pacientes e a quantidade de produtos a serem armazenados para facilitar a manutenção, limpeza, deslocamento de funcionários e segurança.

Os medicamentos devem ser organizados em prateleiras, em pequenas quantidades que devem ser repostas constantemente, obedecendo às normas de armazenamento. Os medicamentos devem estar dispostos por forma farmacêutica ou por ordem alfabética, sendo que os de maior movimentação devem ficar mais próximo do local de entrega. As prateleiras devem ser firmes, não devendo tocar o chão para facilitar a limpeza.

Manter os medicamentos nas embalagens originais, observando sempre os prazos de validade. Os medicamentos controlados devem ficar guardados em armário com chave, ficando a mesma sob responsabilidade do profissional farmacêutico. As farmácias que dispensam medicamentos que necessitam de refrigeração devem ter uma geladeira exclusiva para tal uso.

A área de distribuição interna destinada a distribuir os medicamentos para consumo interno das diversas clínicas do hospital deve ter uma metragem mínima de 40 m2 e a área deve ser constantemente limpa e seguir as boas Normas de Armazenamento de Medicamentos e correlatos nacionais e internacionais. A área de distribuição interna funciona como um entreposto entre a área destinada ao almoxarifado geral da farmácia hospitalar e as clínicas que compõem o hospital, logo não deve possuir grandes estoques de medicamentos

Recursos Humanos

A farmácia hospitalar requer o trabalho simultâneo de profissionais multidisciplinares, sendo que o farmacêutico no contexto seria o principal profissional. O ideal é que existam farmacêuticos suficientes para operar no hospital, alicerçados por técnicos que possam embasar as atividades que são características do processo de produção de uma farmácia hospitalar.

No Brasil, a contribuição do farmacêutico para o uso seguro e racional dos medicamentos, teve um primeiro marco, segundo Heliodoro (1994), com a implantação do primeiro serviço de farmácia clínica, em Janeiro de 1979, junto ao Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,.Mais tarde, em 1984, foi criado um Curso de Especialização em Farmácia Hospitalar para o Controle da Infecção Hospitalar, com o apoio da Central de Medicamentos e da Secretaria de Programas Especiais do MS. Atualmente este curso não existe mais.

Na década de 80 o Ministério da Saúde patrocinou cursos de especialização nessa área em vários estados como Rio Grande do Norte, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro,  mas que  aos poucos foram extintos em função da pouca disponibilidade de verbas .

Em 1979, no Rio de Janeiro, foi criado o Curso de Especialização em FARMÁCIA HOSPITALAR, organização conjunta da Faculdade de Farmácia e do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do RJ .

Em 1984, esse curso passou a integrar o Programa de Especialização em Farmácia, da Assessoria Especial de Ciências da Saúde, recebendo apoio da Secretaria da Educação Superior do Ministério da Educação, Em 1989 foi criado pela Universidade Federal do RJ, o Curso de Mestrado em Farmácia Hospitalar. Hoje, infelizmente, não se conta mais nem com o Curso de Especialização nem com o Curso de Mestrado em FARMÁCIA HOSPITALAR, que foi absorvido pelo mestrado em Ciências Farmacêuticas.

Em final de 1996 foi criado no Rio de Janeiro o Curso de Especialização em Farmácia Hospitalar nos moldes de residência, por meio de um convênio firmado entre o Ministério da Saúde e a Universidade Federal Fluminense, tendo sido constituída a Comissão Executiva Operacional MS/UFF através da Portaria Conjunta n° 01, de 19 de Março de 1996  formada por 04 farmacêuticos do MS e 04 farmacêuticos da UFF para acompanhar essa especialização. Fora o referido curso pode-se encontrar outros de curta duração espalhados pelas diversas regiões do Brasil

 CAF (Central de Abastecimento Farmacêutico)

A Central de Atendimento Farmacêutico (C.A.F.) tem como objetivo básico garantir a correta conservação dos medicamentos, germicidas, correlatos e outros materiais adquiridos, dentro de padrões e normas técnicas específicas, que venham assegurar a manutenção das características e qualidade necessárias à sua correta dispensação.

Para tanto se faz necessário dotar no local boas práticas e condições adequadas com relação a: acesso .

  • O acesso tanto interno quanto externo deve ser facilitado, além da circulação devem ser otimizados;
  • Água e eletricidade deverão contar com quantidades suficientes para atender as exigências para o bom desempenho das atividades;
  • Comunicação. Deverá contar com eficiente sistema de comunicação, entre todas as dependências do hospital;
  • Drenagem – caso seja necessário, deverá contar com eficiente sistema de drenagem para prevenir inundações
  • Circulação – o local deve estar disposto em só plano, contando com divisões e portas que favorecem a circulação e a liberdade dos movimentos;
  • Segurança – deverá conter equipamentos adequados para segurança contra incêndios e acidentes ocupacionais;
  • Localização – deverá estar localizado o mais próximo possível das unidades hospitalares bem como as áreas de acesso externo;
  • Ventilação – deve contar com abertura superior e inferior com o uso de equipamentos vazados;
  • Conservação – todas as instalações devem ser de fácil conservação
  • Condições ambientais – não permitir a incidência de luz direta bem como evitar ao máximo o contato do material à temperaturas e umidades excessivas.

A C.A.F. deve ser dividida em: recepção, armazenagem e distribuição. Os medicamentos são armazenados em sala climatizada com um esforço para manter a organização e a contagem de estoque de medicamentos e matérias médico-hospitalares.

Para cada especialidade de medicamento ou material médico-hospitalar há na prateleira um registro do movimento de entrada e saída e controle destes.

Área de Dispensação Interna

Na área de dispensação interna deve-se permitir dispensar corretamente os medicamentos, segundo as exigências do sistema de distribuição adotado. De qualquer forma, precisa de espaço para análise das prescrições, para a guarda dos produtos dispostos de forma a facilitar a separação e preparação das doses.

Área de Produção / Manipulação – Farmacotécnica

Deverá dispor de equipamentos específicos, convenientemente instalados, cujos graus de complexidade e desenvolvimento atendam os medicamentos e germicidas manipulados.

A distribuição do espaço físico e a dotação de material e de pessoal podem ser estabelecidas a partir de uma classificação das formas farmacêuticas a elaborar.

Centro de Informações sobre Medicamentos (C.I.M.)

O centro pode ou não estar situado na própria área da farmácia, facultando a conveniência do centro hospitalar, mas deve ser de fácil acesso à equipe de saúde do hospital, já que difundir informações objetivas e esclarecedoras para os diversos profissionais é tão importante quanto distribuir corretamente os próprios medicamentos.

Para a organização de um C.I.M. deve-se considerar o tipo de hospital, a formação dos profissionais, tipos de pacientes atendidos, as patologias prevalecentes e suas referidas freqüências.

O acervo bibliográfico deve ser constituído de fontes bibliográficas primárias, secundárias e terciárias. As fontes primárias são periódicos conceituados que veiculam informações atualizadas, sobre medicamentos e terapêutica. Têm-se como fontes secundárias os índices que permitem acesso às fontes primárias, podendo ser apresentadas em volumes impressos ou microfichas. As fontes terciárias são constituídas de livros e são as mais utilizadas. Para exercer o controle de qualidade das fontes de informação disponíveis deve-se realizar rigorosa análise dos dados registrados verificando-se a validação dos resultados, ou seja, se foram tomadas as medidas necessárias para evitar os erros aleatórios ou sistemáticos. O CIM deve reunir condições de fornecer informações referentes a medicamentos, germicidas e correlatos, segundo as necessidades do Serviço de Controle de Infecções Hospitalares (S.C.I.H.).

Área Administrativa

Na área administrativa se realizam todas as atividades da aquisição de medicamentos, controle de estoques, estudo de consumo e custos, previsão das atividades, enfim, onde são analisadas todas as ações realizadas na farmácia. Estas exigências são criteriosas e atendem as patologias e atendimento em determinado hospital, para isto é constituído uma comissão com representante de cada uma das especialidades de médicos e farmacêuticos sendo a padronização o primeiro passo para administrar os recursos destinados a ele. Deve-se definir o consumo médio mensal e elaborar os pedidos de acordo com vários fatores políticos do hospital. O processo de compra deverá ser explicado mais pormenorizado em outro tópico. Outras áreas podem ser acrescidas às citadas desde que se justifique a sua instalação.

Recursos Humanos

Naturalmente como já foi mencionado anteriormente a Farmácia Hospitalar deve estar sobre a responsabilidade de um farmacêutico legalmente habilitado e especialmente preparado em Farmácia Hospitalar. A farmácia deverá estar dotada de farmacêuticos, técnicos e auxiliares de farmácia, em numero suficiente para exercer as funções que se queiram desenvolver de acordo com o plano de prioridades assistenciais do hospital. Qualquer que seja o tamanho do hospital, em principio, é certo que deve haver o numero mínimo de farmacêuticos, afim de que o serviço de farmácia tenha durante 24 horas, a assistência do farmacêutico. Os técnicos ou auxiliares de farmácia são servidos da saúde que receberam de uma formação básica de primeiro ou segundo graus e ensinamentos práticos para desenvolverem atividades na Farmácia Hospitalar.

Informática

O objetivo principal da área de informática e melhorar a qualidade de assistência farmacêutica ao paciente através de uma rápida e precisa transmissão de informações atualizadas, facilitando uma atuação mais clínica do farmacêutico e facilitar a gestão do serviço, através de estatísticas de aquisição e dispensações e dimensionamento de estoque;. Possibilita também avaliar a carga de trabalho nas diferentes áreas, para distribuir os recursos disponíveis de forma racional e agíl. Pode e deve ser utilizada nas áreas de administração; aquisição e distribuição de medicamentos, germicidas e correlatos na área Informações sobre medicamentos,-na prática clínica e na área de educação/pesquisa

Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)

Existem atividades especificas de Controle de Infecção Hospitalar que devem ter a participação do Farmacêutico. Podem ser enumeradas algumas:

a) Contribuir na monitoração dos níveis de sensibilidade, prevalência de microorganismos e nas investigações de surtos;
b) Participar na elaboração de normas e rotina de limpeza;
c) Participar dos estudos de utilização de antimicrobianos, priorizando os de uso restrito;
d) Realizar a integração da CCIH e SCIH através da divulgação de seus objetivos, com outras comissões em que tenham participado;
e) Controlar a monitoração e realização dos procedimentos e equipamentos de esterilização e desinfecção;
f) Efetuar acessórias especiais quanto à hemodiálise, nutrição, higienização e outros;
g) Monitorar as ações de controle de vetores e da qualidade da água;
h) Participação de cursos e treinamentos, transmitir conhecimentos relativos à sua área de atuação

Padronização de Medicamentos

A racionalização no uso do medicamento na assistência hospitalar favorece na melhoria de assistência postada, tendo em vista que ocorrerá melhoria na qualidade da farmacoterapia, e na quantidade de fármacos disponíveis, acarretando por uma redução nos custos na aquisição.

Os objetivos desta padronização são:-

  1. Racionalizar o numero de medicamentos e correlatos, e em conseqüência uma redução do custo da terapêutica;-
  2. Colaborar com as atividades de planejamento, aquisição, armazenamento, dispensação e controle dos medicamentos, e uma conseqüente redução de custos operacionais;
  3. -Disciplinar o receituário-hospitalar e uniformizar a terapêutica, melhorando a qualidade de farmacoterapia, facilitando a farmacovigilância.

A Comissão de Padronização de Medicamentos é a junta deliberativa designada pela Diretoria Clinica, com a finalidade de regulamentar a padronização de medicamentos utilizados no receituário hospitalar.

Tem como objetivo padronizar o elenco de medicamentos, divulgar, alterar, elaborar estudos, registrar informações e manter arquivo da documentação pertinente.Os critérios para padronização de medicamentos são:-

  • Padronizar medicamentos pelo nome genérico, conforme a Denominação Comum Brasileira (DCB).-
  • Padronizar medicamentos com um único principio ativo, excluindo-se, sempre que possível as associações.
  • Padronizar preferencialmente medicamentos, resguardada a qualidade, levando em conta o menos custo de aquisição, armazenamento, dispensação e controle.-Padronizar, resguardando a qualidade, medicamentos, cujo custo do tratamento e o custo total do tratamento sejam menores.
  • Padronizar preferencialmente, formas farmacêuticas que permitam a individualização na distribuição-Padronizar formas farmacêuticas, apresentação e dosagens, considerando: comodidade para ministração aos pacientes, faixa etária, facilidade para cálculo da dose a ser ministrada, facilidade de fracionamento ou manipulação das doses.

Vantagens

  • Disciplinar a inclusão e/ou exclusão de medicamentos, quando necessários;
  • Tornar impessoais as decisões com a conseqüente melhoria de qualidade dos medicamentos padronizados
  • Possibilitar maior embasamento técnico-científico para a escolha do arsenal terapêutico para o uso do hospital;
  • Facilitar o controle de estoque e o planejamento da produção e/ou aquisição de medicamentos;
  • Possibilitar o uso de uma mesma linguagem (nome genérico) por todos os membros da equipe de saúde;
  • Possibilitar melhores condições para pratica da farmacovigilância;
  • Propiciar a sistematização de informações sobre o arsenal terapêutico.

Estrutura Organizacional

  • Presidente da Comissão

Membros permanentes:
  • Representante FarmacêuticoRepresentante de Enfermagem
  • Representante de Residência Médica
  • Representante da Clinica Médica
  • Representante da Clínica Cirúrgica
  • Representante da Clínica Pediátrica
  • Membro da Comissão de Controle de Infecção Hospilar

Etapas da Padronização

  • Formar a Comissão
  • Elaborar Estatutos ou Normas
  • Avaliar Relação de Medicamentos existentes
  • Consulta ao Corpo Clínico
  • Análise Comparativa
  • Prioridades
  • Esquematização
  • Aprovação
  • Revisão
  • Impressão
  • Revisão
  • Divulgação
  • Atualização

 Sistema de Distribuição

Sistema de Distribuição Coletiva

Neste caso a farmácia hospitalar é um mero repassador de medicamentos em suas embalagens originais.

Vantagens

  • Rápida disponibilidade de medicamentos na unidade assistencial;
  • Mínima atividade de devolução à farmácia;
  • Redução das necessidades de recursos humanos e infra-estrutura da farmácia;
  • Mínima espera na execução das prescrições;-Ausência de investimento inicial

Desvantagens

  • Aumento potencial de erros de medicação;-Perdas econômicas devido a falta de controle;
  • Aumento de estoques de medicamentos na farmácia hospitalar;
  • Facilidade de acesso aos medicamentos por qualquer pessoa;
  • Difícil integração do farmacêutico a equipe de saúde

 Sistema de Distribuição por Dose Individualizada

  • Através de transcrição da prescrição medica tem-se a possibilidade de erro de transcrição, prescrição adulterada e outros.
  • Através da cópia da prescrição médica, estes erros são minimizados. O regime normalmente adotado pelos hospitais é de uma prescrição de 24 em 24 horas, exceto para alterações de prescrição

Vantagens:

  • Diminuição de estoque das unidades assistenciais;
  • Redução do potencial de erros de medicação;
  • Facilidade para devolução à Farmácia;
  • Reduz tempo de pessoal de enfermagem quanto às atividades com medicamentos;
  • Reduz custos com medicamentos;-Controle mais efetivos com medicementos;
  • Aumento da integração do farmacêutico os demais profissionais da equipe de saúde.

Desvantagens:

  • Aumento das necessidades de recursos humanos e estrutura da farmácia;
  • Existência de investimento inicial;
  • Incremento nas atividades desenvolvida pela farmácia;
  • Necessidade de plantão na Farmácia Hospitalar;
  • Permite potencial erro de medicação;
  • Não permite controle total sobre as perdas econômicas

 Sistema de Distribuição por Dose Unitária

São medicamentos contidos em embalagens unitárias dispostos conforme o horário da administração, prontos para serem administrados segundo a prescrição médica, individualizada e identificadas para cada paciente. Sua distribuição pode ser em embalagens plásticas com separação dos medicamentos. O farmacêutico procede a conferência da dose unitária de acordo com a prescrição médica

Vantagens

  • Redução de estoques nas unidades assistenciais ao mínimo necessário;
  • Diminuição de do erro de medicação
  • Otimização das devoluções a farmácia;
  • Redução do tempo de pessoal de medicamentos dedicados às atividades com medicamentos;
  • Controle mais efetivos sobre os medicamentos
  • Integração do farmacêutico na equipe

  • Desvantagens

  • Aumento das necessidades de recurso humanos e infra-estrutura da farmácia hospitalar;
  • Exigência de investimento inicial;
  • Incremento das atividades desenvolvidas pela farmácia;
  • Aquisição de materiais e equipamentos especializados.

Setor de Distribuição Externa de Medicamentos

Setor de Distribuição Ambulatorial

Esta subdivisão da Farmácia Hospitalar deve ter como responsável o profissional farmacêutico, e é pouco encontrada nos hospitais. Conseqüentemente a distribuição de medicamentos aos pacientes que tem atendimento na rede publica, fica a cargo dos Postos de Saúde que utilizam padronizações de medicamentos básicos atendendo também ao programa de medicamentos excepcionais.

A distribuição externa de medicamentos pelos hospitais públicos é feita da seguinte forma: o paciente é atendido primeiramente pelo medico e posteriormente é encaminhado à farmácia com a devida prescrição em duas vias. A primeira via fica com o próprio paciente, e a segunda fica à disposição da farmácia que o atendeu, para controle interno.

O farmacêutico presta sua assistência, orientando os pacientes quanto a posologia, interações medicamentosas, etc., como também responde pela garantia da segurança do medicamento no que diz respeito a sua qualidade. A aquisição dos medicamentos geralmente é feita através de doações de amostras grátis, ou através de compras efetuadas dos laboratórios privados por licitação para atendimentos de programas específicos, previamente autorizados considerando que não cabe a farmácia hospitalar desenvolver tal atividade a não ser em casos especiais

Quanto a receita a mesma deve ser préscrita em  2 vias sendo que na primeira via deve-constar idade, sexo, nome da clínica que atendeu o usuário ficando retida para lançamento no sistema e para arquivamento e a segunda via com as mesmas informações e devolvida ao usuário com um carimbo que demostre que a receita foi atendida totalmente ou parcialmente.

Setor de Medicamentos Controlados

Todos esses medicamentos dispensados conferem na lista de medicamentos citados na Resolução da Portaria 344/98 que visa Normas para prescrição e dispensação de medicamentos sujeitos a regime especial de controle e são acondicionados de acordo com a tal resolução.

O Setor de Controlados de uma Farmácia Hospitalar é de total responsabilidade do profissional farmacêutico, funcionando da seguinte maneira: os medicamentos controlados são guardados em salas com trancas; as prescrições são retidas na farmácia, para posterior controle, sendo registradas no livro de controlados que passa pela Vigilância Sanitária (VS) mensalmente seguindo as normas da Resolução da Portaria 344/98 que visa Normas para prescrição e dispensação de medicamentos sujeitos a regime especial de controle.

O farmacêutico é responsável pelo mapa dos medicamentos controlados que é fiscalizado pela VS. O mapa é entregue a mesma até o 15º dia de cada mês, contendo o nome do paciente, o balanço de entrada, saída e estoque.

Setor de Nutrição Parenteral (NP)

Nutrição parenteral é o fornecimento por via intra-venosa (IV) em teores suficientes para manter ou repor a massa celular corporal. Administra-se calorias e nitrogênio numa proporção adequada para se obter um balanço nitrogenado positivo, utilizando formulações que simulam o estagio final das transformações bioquímicas naturalmente sofridas pelos alimentos no trato digestivo.

Em sua concepção mais geral, a NP é o fornecimento de nutrientes essenciais, carboidratos, gorduras, proteínas, eletrólitos, vitaminas e água, por via venosa. A Nutrição Parenteral é formulada pelo SFH e possui uma resolução própria que visa manter a ordem e a qualidade do que é oferecido ao usuário. É uma solução de grande volume estéril, apirogênico. Não pode ser absorvido nem por via oral ou enteral e é submetido a usuários acometidos de comprometimento parcial ou total do Trato Gastro-Intestinal.

O caso é avaliado por uma junta multidisciplinar (médico, farmacêutico, nutricionista e enfermeiro) para se valer do tratamento. Os casos mais comuns são os pacientes acometidos de ferimentos graves, idosos ou aqueles que sofrem de sérias complicações em que a administração de nutrientes pode ser decisiva no seu restabelecimento.

Pacientes que possuam obstrução da via digestiva por doença maligna ou benigna também são submetidos a este tratamento.Os materiais utilizados para esta manipulação são: câmara de fluxo laminar, área isolada para manipulação e condições perfeitas de esterilização.Quanto ao preparo deve-se observar: temperatura, pH e a ordem de preparo (sob pena de precipitar os micronutrientes).

Competência da farmácia hospitalar

Considerando-se que a vida humana não tem preço, a qualidade do produto farmacêutico tem que ser meta prioritária, para a garantia da eficácia terapêutica.

Funções e atribuições do serviço de farmácia:

Conforme as definições do Conselho Federal de Farmácia a partir de sua Resolução nº 300 (1997), a farmácia é uma “Unidade clínica de assistência técnico-administrativa, dirigida por profissional farmacêutico, integrada funcional e hierarquicamente às atividades hospitalares”.

É importante ressaltar que esta definição afirma que a farmácia deve ser uma Unidade Clínica, e, portanto, todas as suas ações devem ser orientadas ao paciente. Isto significa que não basta à farmácia fornecer medicamentos, mas impõe, também, a obrigação de acompanhar sua correta utilização e seus efeitos. Deve ser, então, um departamento ou serviço tecnicamente aparelhado para planejar, organizar, dirigir, controlar, desenvolver e executar planos, programas e projetos de ensino e pesquisa relacionados às atividades de aquisição, armazenamento e distribuição de medicamentos e correlatos, de modo a garantir efetiva assistência farmacêutica. A citada resolução continua, ainda, em suas definições, a estabelecer que é necessário

1 - “Garantir a qualidade da assistência prestada ao paciente, através do uso seguro de medicamentos e correlatos, adequando sua utilização à saúde individual e coletiva nos planos assistencial, preventivo, docente e de investigação. Deverá a mesma contar com profissionais farmacêuticos suficientes para o bom desempenho da assistência farmacêutica, segundo as necessidades do hospital.” Acentuando a função da farmácia, o Conselho enfatiza o paciente como principal cliente e objetivo.

2 -Assumir a coordenação técnica nas discussões para seleção e aquisição de medicamentos, germicidas e correlatos, garantido sua qualidade e otimizando a terapia medicamentosa”. Significa que o gestor farmacêutico, como supremo detentor de conhecimento sobre os fármacos deve participar ativamente da seleção de medicamentos padronizados e dos processos de aquisição.

3 - Cumprir normas e disposições gerais relativas ao armazenamento, controle de estoque e distribuição de medicamentos, correlatos, germicidas e materiais médicos hospitalares. A central de abastecimento farmacêutico deve estar adequadamente equipada para o cumprimento das Boas Práticas de Distribuição.

4 - Estabelecer um sistema eficiente, eficaz e seguro de dispensação para pacientes ambulatoriais e internados, de acordo com as condições técnicas hospitalares, onde ele se efetive. O sistema de distribuição empregado deve poder garantir o abastecimento do hospital nas 24 horas e, ao mesmo tempo, evitar desvios, caducidade e perdas por armazenamento inadequado ou administração de medicamentos não prescritos.

5 - Dispor de setor de farmacotécnica composto de unidade para manipulação de fórmulas magistrais e oficinais; manipulação e controle de antineoplásicos; reconstituição de medicamentos, preparo de misturas endovenosas e nutrição parenteral; preparo e diluição de germicidas; fracionamento de doses; análises e controles correspondentes; produção de medicamentos; outras atividades passíveis de serem realizadas, segundo a constituição da farmácia hospitalar e as características do hospital. O gestor farmacêutico deve ser capaz de apresentar aos administradores hospitalares os benefícios da implantação deste setor.

6 - Elaborar manuais técnicos e formulários próprios. Os manuais de normas e procedimentos operacionais devem ser elaborados e implantados para fins de treinamento, de uniformidade dos procedimentos e da assistência, além de
orientar sobre os diversos protocolos.

7 - Manter membro permanente nas comissões de sua competência, principalmente na comissão de farmácia e terapêutica ou padronização de medicamentos; na comissão de controle de infecção hospitalar; na comissão de licitação ou parecer técnico e na comissão de suporte nutricional. A participação nestas comissões é indispensável para a eficiência do trabalho farmacêutico,já que o monitoramento do uso racional de medicamentos depende do estabelecimento de protocolos de dispensação, padronização, aquisição e manipulação.

8 - Atuar junto à Central de Esterilização na orientação de processos de desinfecção e esterilização de materiais, podendo ser responsável pelo setor.. As orientações e os treinamentos sobre o uso de técnicas assépticas beneficiam o trabalho neste setor e minimiza as possibilidades de contaminação.

9-- Participar nos estudos de ensaios clínicos e no programa de farmacovigilância do hospital. O monitoramento das reações adversas não dependentes do paciente, seja nos ensaios clínicos ou na pós-comercialização do medicamento é útil também para as avaliações da farmácia na revisão da padronização.

10 - -Exercer atividades formativas sobre materiais de sua competência, promovendo cursos e palestras e criando um setor de Informações sobre Medicamentos, de acordo com as condições do hospital.

11 - Estimular a implantação e o desenvolvimento da Farmácia Clínica. Como vimos anteriormente, a implantação destas atividades divulgam o papel do farmacêutico na instituição e potencializam seu valor profissional.

12 -Exercer atividades de pesquisa, desenvolvimento e tecnologia farmacêuticas, no preparo de medicamentos e germicidas."

Funções e atribuições do serviço de farmácia:

Conforme as definições do Conselho Federal de Farmácia a partir de sua Resolução nº 300 (1997), a farmácia é uma “Unidade clínica de assistência técnico-administrativa, dirigida por profissional farmacêutico, integrada funcional e hierarquicamente às atividades hospitalares”.

É importante ressaltar que esta definição afirma que a farmácia deve ser uma Unidade Clínica, e, portanto, todas as suas ações devem ser orientadas ao paciente. Isto significa que não basta à farmácia fornecer medicamentos, mas impõe, também, a obrigação de acompanhar sua correta utilização e seus efeitos. Deve ser, então, um departamento ou serviço tecnicamente aparelhado para planejar, organizar, dirigir, controlar, desenvolver e executar planos, programas e projetos de ensino e pesquisa relacionados às atividades de aquisição, armazenamento e distribuição de medicamentos e correlatos, de modo a garantir efetiva assistência farmacêutica. A citada resolução continua, ainda, em suas definições, a estabelecer que é necessário

1 - “Garantir a qualidade da assistência prestada ao paciente, através do uso seguro de medicamentos e correlatos, adequando sua utilização à saúde individual e coletiva nos planos assistencial, preventivo, docente e de investigação. Deverá a mesma contar com profissionais farmacêuticos suficientes para o bom desempenho da assistência farmacêutica, segundo as necessidades do hospital.” Acentuando a função da farmácia, o Conselho enfatiza o paciente como principal cliente e objetivo.

2 -Assumir a coordenação técnica nas discussões para seleção e aquisição de medicamentos, germicidas e correlatos, garantido sua qualidade e otimizando a terapia medicamentosa”. Significa que o gestor farmacêutico, como supremo detentor de conhecimento sobre os fármacos deve participar ativamente da seleção de medicamentos padronizados e dos processos de aquisição.

3 - Cumprir normas e disposições gerais relativas ao armazenamento, controle de estoque e distribuição de medicamentos, correlatos, germicidas e materiais médicos hospitalares. A central de abastecimento farmacêutico deve estar adequadamente equipada para o cumprimento das Boas Práticas de Distribuição.

4 - Estabelecer um sistema eficiente, eficaz e seguro de dispensação para pacientes ambulatoriais e internados, de acordo com as condições técnicas hospitalares, onde ele se efetive. O sistema de distribuição empregado deve poder garantir o abastecimento do hospital nas 24 horas e, ao mesmo tempo, evitar desvios, caducidade e perdas por armazenamento inadequado ou administração de medicamentos não prescritos.

5 - Dispor de setor de farmacotécnica composto de unidade para manipulação de fórmulas magistrais e oficinais; manipulação e controle de antineoplásicos; reconstituição de medicamentos, preparo de misturas endovenosas e nutrição parenteral; preparo e diluição de germicidas; fracionamento de doses; análises e controles correspondentes; produção de medicamentos; outras atividades passíveis de serem realizadas, segundo a constituição da farmácia hospitalar e as características do hospital. O gestor farmacêutico deve ser capaz de apresentar aos administradores hospitalares os benefícios da implantação deste setor.

6 - Elaborar manuais técnicos e formulários próprios. Os manuais de normas e procedimentos operacionais devem ser elaborados e implantados para fins de treinamento, de uniformidade dos procedimentos e da assistência, além de
orientar sobre os diversos protocolos.

7 - Manter membro permanente nas comissões de sua competência, principalmente na comissão de farmácia e terapêutica ou padronização de medicamentos; na comissão de controle de infecção hospitalar; na comissão de licitação ou parecer técnico e na comissão de suporte nutricional. A participação nestas comissões é indispensável para a eficiência do trabalho farmacêutico,já que o monitoramento do uso racional de medicamentos depende do estabelecimento de protocolos de dispensação, padronização, aquisição e manipulação.

8 - Atuar junto à Central de Esterilização na orientação de processos de desinfecção e esterilização de materiais, podendo ser responsável pelo setor.. As orientações e os treinamentos sobre o uso de técnicas assépticas beneficiam o trabalho neste setor e minimiza as possibilidades de contaminação.

9-- Participar nos estudos de ensaios clínicos e no programa de farmacovigilância do hospital. O monitoramento das reações adversas não dependentes do paciente, seja nos ensaios clínicos ou na pós-comercialização do medicamento é útil também para as avaliações da farmácia na revisão da padronização.

10 - -Exercer atividades formativas sobre materiais de sua competência, promovendo cursos e palestras e criando um setor de Informações sobre Medicamentos, de acordo com as condições do hospital.

11 - Estimular a implantação e o desenvolvimento da Farmácia Clínica. Como vimos anteriormente, a implantação destas atividades divulgam o papel do farmacêutico na instituição e potencializam seu valor profissional.

12 -Exercer atividades de pesquisa, desenvolvimento e tecnologia farmacêuticas, no preparo de medicamentos e germicidas."

Funções do serviço farmacêutico:

A equipe de profissionais deve receber treinamento suficiente para o cumprimento de todas as funções descritas a seguir:

A - Administrativas:

-Administração, seleção e orientação dos funcionários para o serviço

  • - Desempenho financeiro
  • -Registro de documentação clínica
  • -Política de uso de medicamentos
  • - Monitoramento de programa de abuso de medicamentos
  • - Controle de medicamentos não padronizados
  • - Controle de vendedores e representantes
  • - Controle de amostras
  • -Escrituração de medicamentos controlados
  • -Inspeção de áreas de armazenamento
  • -Organização de sistema racional de distribuição e controle
  • -Registros de manutenção de equipamentos
  • -Divulgação de informação sobre medicamentos
  • - Seleção de medicamentos
  • -Participação em comissões
  • -Monitoramento dos efeitos do regime farmacoterapêutico.
  • - Adequação permanente do regime farmacoterapêutico e o plano de monitoramento.

B - Operacionais:

  • -Confecção de planos de ação
  • - Manuais de normas e procedimentos
  • -Definição de formulários de fornecimentos de medicamentos
  • -Empacotamentos de dose unitária
  • - Armazenamento adequado de medicamentos
  • -Farmacovigilância, farmacoepidemiologia e farmacoeconomia.
  • - Diagramação de planos de monitoramento
  • - Programas de nutrição parenteral
  • -Coleta de informações sobre os pacientes
  • - Controle da distribuição dos medicamentos
  • - Controle de administração dos medicamentos
  • - Implantação do regime farmacoterapêutico.

C - Técnicas:

  • -Educação e treinamento
  • - Monitoramento de reações adversas e erros
  • -Manuseio de quimioterápicos antineoplásicos
  • -Avaliação de desempenho de pessoal
  • - Preparo de medicamentos extemporâneos e produtos estéreis
  • -Gerenciamento de gastos com medicamentos
  • - Avaliação de melhoria de qualidade
  • - Avaliação de monografias terapêuticas de medicamentos
  • -Avaliação de prescrições médicas
  • - Monitoramento de terapia medicamentosa
  • - Consulta farmacêutica
  • -Avaliação de uso dos medicamentos
  • -Assistência farmacêutica e microbiológica ao uso dos antimicrobianos
  • - Descrição de cargos
  • -Diagramação do regime farmacoterapêutico.
  • -Determinação de problemas relativos a terapêutica.
  • - Especificação de objetivos farmacoterapêuticos.
  • -Desenvolvimento do regime farmacoterapêutico e do plano de monitoramento correspondente, em colaboração com o paciente e outros profissionais de saúde.

Atribuições da farmácia hospitalar, como serviço especializado:

·         1. Administrar o estoque dos medicamentos de acordo com as necessidades do hospital, realizando aquisição / seleção de medicamentos a partir do consumo médio, do estoque mínimo e do ponto de ressuprimento.

·         2. Garantir que os medicamentos sejam distribuídos dentro da data de validade e que o local de armazenamento possua condições ideais de temperatura e umidade, de acordo com as Boas Práticas de Produção e Distribuição, visando a manutenção das naturezas físicas e bioquímicas de suas composições.

·         3. Realizar seleção e padronização de medicamentos

·         4. Promover distribuição dos medicamentos de forma racional, adequada à estrutura do hospital.

·         5. Orientar as especialidades médicas quanto ao uso correto dos medicamentos e sua conservação.

·         6. Promover o ensino e treinamento dos funcionários para o trabalho em Farmácia Hospitalar.

·         Esses requisitos mínimos são indispensáveis para promover meios de pronto restabelecimento dos pacientes no hospital e para atender às exigências da legislação pertinente e do Código de Defesa do Consumidor, em seus artigos 6 e 8, a saber:

·         Artigo 6º: “Todo consumidor tem direito a: Proteção à vida, saúde e segurança contra riscos provocados por práticas de fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos. A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, assegurada a liberdade de escolha e igualdade nas contratações a informação adequada e clara sobre os diversos produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, característica, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.”

·          Artigo 8º: (Capítulo IV, seção I – da proteção à saúde e segurança) “Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde e segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis de sua natureza e função, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.”

Atribuições dos chefes de serviço de farmácia:

Administrativas:
  • -Organizar e controlar as atividades técnico-administrativas do serviço.
  • - Manter atualização das informações, da documentação e seu arquivamento.
  • -Confeccionar e manter atualização do memento terapêutico, do manual de normas e procedimentos operacionais e do manual de interações medicamentosas.
  • -Coordenar escala de férias, licenças e plantões dos funcionários em exercício no Serviço, bem como recomendar medidas disciplinares.
  • - Cumprir e fazer cumprir as ordens de acordo com a escala hierárquica, assim como as normas e diretrizes técnicas e administrativas.
  • -Avaliar o desempenho funcional de seus subordinados. Operacionais:
  • -Controlar o estoque e fazer reposição dos medicamentos de acordo com consumo médio, o estoque de segurança e o ponto de ressuprimento, assim como fiscalizar a entrada / saída dos medicamentos e opinar quanto ao preço, qualidade e quantidade que deva permanecer em estoque.
  • -Assegurar atendimento adequado aos pacientes em relação à distribuição dos medicamentos
  • - Promover reuniões de instrução, avaliação e coordenação de atividades.
  • -Orientar o chefe da guarda de medicamentos quanto à interdição de lotes e aos planos de recolhimento.

Técnicas:

  • - Responder pela aquisição, distribuição, qualidade e registro das substâncias controladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Medicamentos, Insumos, dietéticos e Correlatos
  • - Atualizar e padronizar os medicamentos, bem como sugerir novos medicamentos, de acordo com as características do hospital, com vantagens técnicas e econômicas, aos integrantes da Comissão Hospitalar de Farmácia e Terapêutica.
  • -Sugerir e promover medidas para redução do custo operacional.
  • - Cooperar com as especialidades no planejamento e execução de programas econômicos, técnicos e científicos.
Atribuições dos chefes da central de abastecimento farmacêutico (CAF)

Administrativas:

  • -Centralizar o recebimento de dados que envolvem consumo, distorções, incidência de prescrições e alterações na movimentação de estoque.
  • -Avaliar o desempenho funcional de seus subordinados.

Operacionais:

  • - Receber, registrar e controlar os medicamentos, mantendo a documentação arquivada adequadamente, de acordo com instruções legais.
  • -Observar sistema de disposição ordenada do estoque, permitindo rápido inventário e fácil inspeção. Observar altura das pilhas, empilhamento máximo permitido e distâncias, conforme critérios previamente estabelecidos.
  • -Orientar a organização dos medicamentos nas devidas prateleiras, com identificações próprias de acordo com nome, forma, código e validade, em áreas tecnicamente adequadas à natureza física e bioquímica de suas composições.
  • Realizar inventários e auditorias periódicas – procedimentos que devem começar e terminar no mesmo dia (conferir estoques, validade, armazenamento, consumo, validação de refrigeradores, manutenção de equipamentos, aferidores de temperatura e umidade, inspeção de equipamentos contra insetos e roedores, limpeza das instalações).

Técnicas:

  • -Consultar as diferentes especialidades em relação à solicitação dos medicamentos que não estão apresentando rotatividade de estoque
Atribuições do profissional farmacêutico:

Administrativas:

  • - Conhecer, interpretar e cumprir as exigências da legislação pertinente.-Supervisionar processos de aquisição de produtos.
  • - Manter atualizada escrituração de manuais, formulários, bancos de dados e boletins de informação.
  • - Desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e os procedimentos relativos aos aspectos operacionais da manipulação de formulações magistrais e oficinais.

Operacionais:

  • - Especificar, selecionar, inspecionar e armazenar criteriosamente as matérias primas e materiais de embalagens necessários ao preparo das formulações.
  • - Participar de estudos de farmacovigilância, tendo por base a análise de reações adversas e interações medicamentosas.
  • - Organizar e operacionalizar áreas de funcionamento da farmácia

Técnicas:

  • -Qualificar fornecedores pela exigência de certificados de Boas Práticas de Produção e assegurar recebimento dos certificados de análise emitidos pelos fornecedores.
  • -Avaliar prescrição médica quanto à adequação, concentração e compatibilidade físico-química dos componentes, dose e via de administração.
  • - Assegurar condições adequadas de manipulação, conservação, transporte, dispensação e avaliação final da formulação, visando evitar riscos.
  • -Determinar os prazos de validade de cada produto manipulado.
  • - Promover e registrar treinamento operacional e de educação continuada, para atualização dos profissionais envolvidos na manipulação.
O conceito de garantia da qualidade e todas as medidas capazes de melhorar a compreensão e sua implementação devem ser amplamente discutidos durante as sessões de treinamento. -Informar aos pacientes o modo de usar de cada medicamento, os riscos possíveis, os efeitos colaterais, as incompatibilidades física e química, as interações com medicamentos e alimentos e outras informações pertinentes à utilização correta dos

Atribuições dos funcionários em exercício no serviço:

As funções e atribuições dos serviços e dos profissionais do setor também podem ser divididas em administrativas, técnicas e operacionais. Para o melhor desempenho do serviço, todos os funcionários, de acordo com o cargo que ocupam, devem estar cientes de suas atribuições. O estabelecimento destas atribuições permite ao gestor farmacêutico a definição dos cargos, a determinação do perfil e a seleção do funcionário mais adequado para o trabalho.

Administrativas:

  • -Atender às solicitações de medicamentos (formulários próprios ou prescrições médicas) o mais rápido possível.
  • -Manter a chefia do serviço informada sobre qualquer irregularidade ocorrida no setor. Operacionais:
  • -Manter organização e limpeza do setor de trabalho (organização física e atividades)
  • -Cumprir as diretrizes do manual de normas e procedimentos e as estabelecidas pela política institucional.
  • -Despachar os pacotes de medicamentos destinados a cada paciente, quando prontos e etiquetados.

Técnicas:

  • - Manipular e fracionar os medicamentos, após paramentação e limpeza adequadas, observando com rigor as boas práticas de manipulação e as normas estabelecidas nos manuais de bancada, onde devem estar descritos os protocolos de manipulação.
Atribuições dos funcionários manipuladores de medicamentos:

Administrativas:

  • -Participar ativamente da implantação das rotinas operacionais contemplando todos os setores, desde almoxarifado até o transporte.

Operacionais

  • - Avaliar com inspeção visual a chegada do produto na área de produção e confrontar os produtos com as especificações das solicitações.
  • - Garantir que todas as superfícies de trabalho estejam limpas e desinfetadas com os desinfetantes padronizados para essas áreas, antes do início do trabalho, inclusive as superfícies internas das capelas de fluxo laminar.
  • - Assegurar lavagem e escovação de mãos, unhas e antebraços pelos funcionários manipuladores com      anti-séptico apropriado, antes do início de qualquer atividade na área de produção e toda vez que se fizer necessário (após descontaminação dos insumos ou contaminação acidental no próprio ambiente).
  • - Conferir cuidadosamente a identificação do paciente, antes, durante e depois da preparação das manipulações e sua correspondência com o preparo em questão, assim como as quantidades correspondentes na prescrição médica;
  • - Garantir que toda manipulação contenha rótulo com as informações mínimas necessárias.

Técnicas:

  • -Estabelecer prazo de validade do lote manipulado, de acordo com as informações dos  fabricantes dos produtos industrializados, da literatura e com os testes de validação do processo de preparo e esterilidade, respectivamente documentados;
  • -Garantir a padronização do controle microbiológico com as rotinas desenvolvidas por escrito e documentação dos resultados, quando houver manipulação de soluções estéreis, de acordo com a classificação dos riscos de manipulação.

A Evolução dos Estudos e Objetivos da Prática Farmacêutica:

Objetivos da prática farmacêutica:

A prática da assistência farmacêutica requer a responsabilidade sobre o uso mais efetivo e eficiente dos medicamentos e sobre os efeitos das terapias medicamentosas, com a garantia de alcance dos objetivos terapêuticos e sem o desenvolvimento de reações iatrogênicas. Somente a assistência farmacêutica possui as ferramentas necessárias para esta garantia. A face mais interessante da assistência farmacêutica é o próprio termo assistência, pois o emprego do termo atendimento não possui um caráter social.

A profissão farmacêutica deve expandir-se na unidade hospitalar em todos os sentidos, financeiros, como força de trabalho, na reivindicação pelo espaço físico e equipamentos, nos serviços e na maior assistência aos pacientes, sem medição de esforços para alcançar estas dimensões - com o objetivo de crescer em influência, tamanho e principalmente respeito.

A presença do farmacêutico clínico nas equipes de assistência primária constitui um desafio para a profissão, devendo ser estimulada pelas próprias organizações profissionais, quando aceitam o papel a ser desempenhado pelo farmacêutico no auxílio diagnóstico do estado de saúde da comunidade, na divulgação de um melhor uso dos medicamentos e na educação sanitária da população.

A atuação do profissional farmacêutico em seu papel clínico na unidade hospitalar está diretamente vinculada à garantia do uso racional dos medicamentos nas prescrições e da identificação dos objetivos terapêuticos; na projeção e implantação de um plano terapêutico para o alcance destes objetivos; na implementação desses planos e no monitoramento desse progresso; no relacionamento com os demais profissionais da instituição em que trabalha, na busca de maior experiência prática; na seleção de medicamentos e regime posológico, na garantia da obediência ao tratamento por parte dos pacientes e no monitoramento da resposta terapêutica aos produtos administrados; no reconhecimento e notificação das reações adversas aos medicamentos; na participação em diversas comissões como as de padronização de medicamentos e controle de infecção hospitalar; na orientação a outros profissionais da saúde sobre o uso racional de medicamentos e na participação de estudos para determinar os efeitos benéficos e adversos dos medicamentos.

As habilidades gerais para o preenchimento destas funções são as mesmas tradicionalmente necessárias para o exercício da profissão. Para a prática da assistência farmacêutica, o profissional precisa coletar informações para analisá-las, juntamente com a avaliação das condições e doença do paciente, com a finalidade de orientar em relação às opções terapêuticas. Na dispensação de medicamentos, as habilidades exigem a garantia de que os
medicamentos sejam administrados aos pacientes, de modo eficiente e seguro.

Os farmacêuticos também devem garantir que os pacientes compreendem a própria terapia medicamentosa. Seja qual for o tamanho ou complexidade do hospital, é fato que sem o medicamento e os correlatos não há sucesso na assistência sanitária ao paciente, mas para assegurar produtos farmacêuticos de boa qualidade em quantidades adequadas, com segurança quanto à eficácia e ausência de efeitos adversos, a farmácia precisa de uma estrutura organizacional bem elaborada e com funções bem definidas.

Contrariando as opiniões de que sem meios econômicos não é possível o desenvolvimento da farmácia clínica, existe o exemplo de Portugal, que com meios mais escassos do que a média dos países da Europa, conseguiu desenvolver de modo aceitável a farmácia clinica e realizar mudanças significativas nos programas das faculdades de farmácia existentes no país.


Mudanças Necessárias em Farmácia Hospitalar

Ao se definir as mudanças necessárias para a profissão devem-se considerar questões, como:

Na compreensão sobre as responsabilidades da terapia no Brasil, o farmacêutico executa as ordens de um prescritor

Na filosofia da assistência farmacêutica, nos países com implantação da Farmácia Clínica, o farmacêutico possui autonomia para em conjunto com o médico, a partir de solicitação médica, discutir as prescrições e orientar sobre reações e interações, sendo-lhe também imputadas as responsabilidades pelo fracasso da terapia. No entanto, a regulamentação brasileira cobra do farmacêutico a responsabilidade pelo questionamento da prescrição médica inadequada, enquanto descreve, no Código Civil, TÍTULO IX, Da Responsabilidade Civil, CAPÍTULO I, Da Obrigação de Indenizar – Art. 927. “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.” Pelo exposto, o farmacêutico não tem como desculpa a inocência da terapia indevida ou ineficiente devido a uma prescrição mal feita, com o argumento de que o medicamento foi “fornecido como prescrito”.

2) Profissão farmacêutica e ensino superior - Normalmente, as escolas de farmácia não ensinam sobre as responsabilidades, a autonomia de ação e as prerrogativas profissionais, mesmo porque esses conceitos não podem ser ensinados. No entanto, os profissionais e as organizações são responsáveis pela atualização da profissão. A atual situação da profissão farmacêutica, pela omissão dos profissionais ou por desconhecimento bloqueia a melhoria da qualidade da assistência.

3) Profissão farmacêutica e prática profissional - Por outro lado, os farmacêuticos, como qualquer outro profissional, respondem a incentivos profissionais e econômicos. Os incentivos profissionais relacionam-se diretamente com o reconhecimento pelos trabalhos bem feitos. Se o gestor hospitalar falha em reconhecer o valor da prestação dos serviços, não haverá sistema criado que possa envolver os profissionais com os resultados da assistência, pois o sucesso de qualquer idéia requer a dedicação das pessoas que acreditam nela e que se empenham na sua aceitação e implantação. Hershaw acredita que há grande abismo entre a visão do administrador em relação à contribuição do farmacêutico no atendimento sanitário e a verdadeira capacidade de contribuição profissional. A visão administrativa do serviço de farmácia continuará inadequada enquanto os administradores hospitalares acreditarem nas contribuições que o farmacêutico presta ao invés das que podem prestar. Porém, a ignorância a respeito do atendimento farmacêutico pelos próprios profissionais e educadores é o maior obstáculo a ser vencido.

Esta situação pode ser diferente, se o farmacêutico investir no aumento da produtividade, da lucratividade e da qualidade no atendimento ao paciente – beneficiário real visado de todo o processo.

4) Como as escolas médicas interpretam essas questões? A assistência farmacêutica mais do que nunca encontra fácil espaço para sua expansão, pois segundo Steel et Al, o tratamento clínico contemporâneo encontra-se direcionado para diagnósticos inteligentes e sofisticados, sem dispensar atenção equivalente à prática racional e apropriada da terapia medicamentosa e à avaliação crítica dos seus efeitos, induzindo ao aparecimento de doenças iatrogênicas em 18% dos casos (dentre esses 20% com reações severas). Participar nos ensaios clínicos e no programa de farmacovigilância do hospital, é então indispensável para o farmacêutico, já que é o profissional que detém
maior conhecimento sobre ações farmacológicas e reações adversas das substâncias terapêuticas. Também de acordo com Myers, “A explosão do conhecimento na medicina criou uma situação na qual o médico competente pode gravar somente pequena fração da vasta gama de conhecimentos o cérebro pode manipular somente 5 a 7 diagnósticos ou hipóteses terapêuticas ao mesmo tempo..” podendo ocasionar erros no julgamento dos diagnósticos. Para o farmacêutico, exercer atividades informativas sobre materiais de sua competência, promovendo cursos e palestras e criando um setor de informações sobre medicamentos passa a ser uma providência útil e agradável, na medida em que potencializa seu papel como profissional competente aos olhos da organização hospitalar.

Os serviços de farmácia devem implantar procedimentos que contribuam para a máxima eficácia da ação terapêutica, integradas com as atividades de seus profissionais, para perseguir os meios de pronto restabelecimento da saúde dos pacientes internados. A farmácia também deve estar capacitada para oferecer informações técnicas e farmacológicas aos seus usuários e clientes (pacientes, familiares, equipe de saúde,vigilância sanitária, fornecedores). Nos planos de assistência farmacêutica, os elementos essenciais são a definição dos protocolos farmacoterapêuticos, dos planos de monitoramento e do compromisso com a melhoria do paciente. Para a configuração deste plano, é necessário o gerenciamento dos efeitos da terapia e a revisão dos protocolos, como também o registro das mudanças na condição do paciente, a documentação dos resultados e a assunção da responsabilidade pelos efeitos terapêuticos.

Barreiras à assistência farmacêutica:

A preocupação histórica do farmacêutico com a dispensação de medicamentos pode ser uma barreira à aceitação desta nova filosofia sobre a prática de prescrição conjunta. Esta preocupação é pertinente, em virtude das características do trabalho farmacêutico e da história recente de desenvolvimento de um sistema de distribuição mais eficiente. É evidente que o atendimento farmacêutico abraça a distribuição de medicamentos, mas os benefícios dos efeitos da terapia medicamentosa dependem também do melhor medicamento administrado ao paciente certo, no horário correto. Através da assistência farmacêutica, esses profissionais podem, também, influenciar na seleção de medicamentos, na dosagem e na posologia, dividindo então a responsabilidade do sucesso da terapia. No entanto, a orientação sobre os produtos constitui-se uma barreira à aceitação da assistência farmacêutica como filosofia pessoal de prática, somente porque inibe o médico de colher sozinho os benefícios da responsabilidade sobre os efeitos dos tratamentos.

Por isso, a organização na qual o farmacêutico atua pode estimular ou inibir o seu atendimento profissional .

Barreiras logísticas:

Várias barreiras logísticas interferem nos esforços farmacêuticos para implantação de esquemas de orientação, como:

  • -Barreira ao acesso às informações médicas para transpor esta barreira, as informações podem ser obtidas dos próprios pacientes, através de observação e, também, de médicos que compreendem os benefícios da orientação do farmacêutico.
  • -Barreira em relação a outros profissionais  a assistência farmacêutica depende do relacionamento com vários membros da equipe de saúde, que tradicionalmente já possuem contato diário mais próximo com o paciente.
  • -Barreiras ao acesso aos pacientes – a assistência farmacêutica não pode ser obtida por telefone ou e-mail. Requer contato pessoal, nos tempos e lugares mais convenientes aos pacientes.

Barreiras econômicas:

Os profissionais que mais participam nas terapias medicamentosas são os médicos, farmacêuticos e enfermeiros todos presentes na unidade hospitalar. Os prescritores sofrem pressão dos gestores hospitalares para diminuir os períodos de internação dos pacientes e os gastos, além de aumentar a rotatividade dos leitos.

É recomendável lembrar que a carreira de administrador hospitalar é recente e há carência de profissionais com especialização adequada, cuja visão de economia é o menor preço.

Cabe ao farmacêutico, de modo perseverante, lutar pela implantação de padrões mínimos de assistência que, como já exaustivamente publicado na literatura científica, melhora a saúde financeira institucional e a qualidade de vida dos pacientes.

Competência

Alguns profissionais médicos podem aprovar atividades de farmácia clínica, mas opõem-se à expansão do farmacêutico em relação aos efeitos da terapia. No entanto, não há o que temer. O atendimento farmacêutico não pode invadir o território de outras profissões porque não há outro profissional que possa atuar neste espaço e não é esta a intenção.

A competência de profissionais que aspiram à assistência farmacêutica já é, certamente, um ponto discutido. Mas competência é difícil de definir. O que pode parecer competente do ponto de vista do paciente, pode não o ser do ponto de vista do médico. Como nas outras profissões, os farmacêuticos comprometidos com os efeitos das terapias podem ser obrigados a demonstrar sua competência quando necessário. Profissionais inseguros porque acreditam não possuir competência (ou confiança) devem buscar os meios para adquiri-las.

É contraproducente para a profissão estressar o valor da assistência farmacêutica na sociedade e, ao mesmo tempo, “transparecer” que a maioria dos farmacêuticos é incompetente para prover tal atendimento.

A provisão do melhor medicamento para o paciente certo no tempo exato é o melhor efeito da assistência farmacêutica. Os estudos de farmacoepidemiologia possuem dados seguros e confiáveis para fornecer informações sobre os efeitos das terapias medicamentosas. Ignorância farmacêutica e inércia

A maior barreira ao atendimento farmacêutico são os próprios profissionais. O sucesso de qualquer empreendimento depende da dedicação das pessoas que nele acreditam e que se empenham para a sua aceitação geral, mas há formação deficiente do farmacêutico para as atividades da Farmácia Hospitalar, já que muitas universidades orientam o profissional para atuar em análises clínicas e indústrias ou alimentos, em detrimento do conhecimento do gerenciamento do medicamento; o despreparo dos farmacêuticos para assumir as atividades administrativas da Farmácia Hospitalar; a limitação do papel da Farmácia Hospitalar como setor exclusivo de armazenagem e distribuição de produtos farmacêuticos, sem o desenvolvimento de atividades de produção e fracionamento de medicamentos e a falta de comprometimento de alguns profissionais da área de saúde com as propostas de uso racional de medicamentos, são fatores que retardam a ascensão profissional.

Interface com as atividades hospitalares:

O serviço de farmácia hospitalar deve ter relacionamento direto com todos os setores do hospital, fundamental para a assistência farmacêutica alcançar um índice total de eficácia. Para o envolvimento interdisciplinar da farmácia, o administrador do serviço deve compreender os limites de sua atuação e sua dependência em relação a outros membros da equipe.

Citamos a seguir alguns exemplos desse relacionamento, para mostrar o grau de interdependência com outros setores da instituição:

Setor administrativo:

Processos de aquisição de medicamentos e equipamentos, distribuição e controle de medicamentos, faturamento, auditorias, manutenção de equipamentos, políticas de aquisição e gestão de estoques.

Enfermagem:

Agente de ligação direta entre farmácia e o paciente, nos processos de educação sobre a terapia medicamentosa, adequação da administração dos medicamentos, farmacovigilância, atendimento e controle do uso de medicamentos.

Clínicas

Prestação de serviços de informação sobre medicamentos, clínica farmacêutica, farmacovigilância, padronização de fármacos e estabelecimento de protocolos.

Laboratório

Controle de qualidade de preparações estéreis, avaliação de eficácia e estudo de utilização de antimicrobianos.

Comissões multidisciplinares

A farmácia tem papel fundamental nas comissões multidisciplinares, como a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Comissão Hospitalar de Farmácia e Terapêutica, Comissões de Acreditação, de Licitação e de Suporte Nutricional.É necessário lembrar que o êxito dos serviços farmacêuticos prestados depende da adesão de outros profissionais, que devem ser chamados a opinar sobre as determinações que os afetam de forma direta ou indireta.

 A farmácia no século xxi:

O mercado para fármacos prescritos é altamente competitivo e os tratamentos atualmente disponíveis podem trazer maior recompensa, como também maiores riscos, porque a terapia medicamentosa tornou-se mais complexa do que nunca, através do lançamento no mercado de medicamentos mais específicos e mais potentes para tratar as doenças agudas e crônicas. O trabalho farmacêutico torna-se, cada vez mais então, uma peça chave na orientação desta terapia. Os pacientes consomem rotineiramente, também, medicamentos não prescritos, bem como fitoterápicos e suplementos alimentares, em virtude do maior acesso à informação sobre medicamentos, pelas farmácias on-line.

Atualmente são introduzidos no mercado novos fármacos em grande escala e de tal forma, que os prescritores não tem a possibilidade de tomar conhecimento de todas as medicações disponíveis. Os pacientes - sejam consumidores ou profissionais de assistência à saúde tem somente que acessar a Internet para aprender a respeito de novas terapias. No entanto, não está disponível, ainda, uma regulamentação adequada para orientar a Internet como um mantenedor de informação sobre fármacos, fazendo com que as fontes variem na veracidade, integridade e independência da promoção. O aumento do número de fontes de informação sobre medicamentos aumentou, também, a distância entre os consumidores e o farmacêutico.

A história não termina com os medicamentos prescritos. A propaganda aumentou a demanda de medicamentos não prescritos, fitoterápicos, terapia nutricional e homeopatia. Como saber qual a combinação de substâncias que os pacientes estão usando? E como saber que conseqüências elas trarão? É sabido que a terapia com fármacos é cara e os seus custos aumentam mais rápido do que qualquer outro segmento da assistência à saúde. Para se calcular o custo da terapia medicamentosa deve-se incluir o custo dos próprios fármacos e das conseqüências negativas advindas de seu uso, que podem ser iguais ou maiores do que o custo dos próprios fármacos.

Descobrir novos fármacos é a principal missão da pesquisa farmacêutica, que sustenta os ensaios clínicos conduzidos por instituições de pesquisa. Muitos desses estudos são realizados em hospitais, através do conhecimento de líderes médicos e farmacêuticos, na condução dos estudos com novos fármacos. Esses profissionais agem, também, como representantes médicos científicos, para ajudar os formadores de opinião em suas decisões sobre padronização e decisões paciente-específicas.

É necessário que as várias fontes de informação sejam balanceadas, para que os consumidores e mantenedores tenham a imagem completa, tanto positiva quanto negativa.

 Mantendo a confiança do público:

A confiança depositada pelo público no trabalho farmacêutico desde os tempos da farmácia da esquina merece que este profissional trabalhe duramente para mantê-la, colocando como maior prioridade o aumento do tempo pessoal com os pacientes para solucionar problemas com os fármacos, para administrar o tempo nas orientações a grupos de pacientes sobre sua terapia, assim como na administração do tempo despendido com outros profissionais, na provisão de orientações e na busca da melhor assistência ao paciente.

A confiança do público se perde quando o envolvimento farmacêutico relaciona-se somente com a redução de custos dos medicamentos, mas é preferível que tais esforços não sejam a principal tarefa do farmacêutico. O resultado do custo do medicamento é certamente complexo e os farmacêuticos estão bem capacitados para ajudar os pacientes, prescritores e seguradoras em obter o máximo proveito do dinheiro gasto com medicamentos. Esta atitude
é melhor realizada por farmacêuticos que tenham conhecimento da terapia do paciente e não por aqueles cujo objetivo é reduzir o custo de uma simples prescrição.

Referências

  • ASHP. Guidelines of Single Packages of Drug. American Journal Hospital Pharmacy. Washigton. 28:110-12. Feb. 1971.
·         Cimino. J.S. Iniciação à Farmácia Hospitalar. São Paulo , Artpress.1973
·         Cimino. J.S. et ali Farmacotecnica. São Paulo , Artpress.1975
·         Hepler, C.D. & Strand, L.M. (1990). Opportunities and responsabilities in pharmaceutical care. A m j Hosp. Pharm 47: 533-543.
  • Maia Neto, J. F., 1990. Farmácia Hospitalar. Um enfoque Sistêmico. Brasília: Thesaurus Editora.
  • Maia Neto J.L, 2005  Farmácia Hospitalar e suas Interfaces com a Saúde , São Paulo, Rx editora
  • Menaging Drug Suply: The Selection, Procurement, Distribuition and Use of Pharmaceuticals. Secons Edition , Conecticut, 1997
  • Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, 1994. Guia Básico para Farmácia Hospitalar. Brasília: Edição pela Divisão de Editoração Técnico - Científica / Coordenação de Documentação e Informação/Secretaria de Administração Geral/ CDI/SAG/MS.
  • Nogueira, H., 1961. Serviço de Farmácia nos Hospitais. Rio de Janeiro, RJ: Artigo publicado na Revista Brasileira de Farmácia n°3/4, março/abril de 1961.
  • Roark, M., 1993. Slowing rate of cost increase in the Pharmacy, Hospitals 67(2): 56.
  • Ryan, B. A, 1993. The rising cost of Fharmaceuticals: An Industry observer’s perspective. Am. J. Hosp. Farm. 50, suppl 4: 53 - 54.
  • SBRAFH, 1996/1997. Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar, 1996/1997. Padrões Mínimos para Unidades de Farmácia Hospitalar. Belo Horizonte, 1997
  • Sociedad Española de Farmacia Hospitalaria, 1990. Criterios y Estandares de Practica para Servicios de Farmacia Hospitalaria. Madrid, España: Edita y Distribuye: Consejo General de Colegios Oficiales de Farmacéuticos.
·         Farmácia Hospitalar : Laboratório Eurofarma