ASPECTOS
GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO
EM SAÚDE
A
Questão do processo de gestão em saúde vem merecendo nas últimas décadas
atenção cada vez maior dos profissionais de saúde, principalmente em virtude da
demanda crescente da necessidade de assistência à saúde pelas populações,
também demograficamente crescentes em termos mundiais, como também pelo avanço
constante das tecnologias utilizadas para tratamento, diagnóstico e prevenção
das nosologias prevalecentes que normalmente para serem disponibilizadas exigem
um alto custo em contraponto com a carência orçamentária e financeira de
recursos disponibilizados pelos governos para tal fim.
Fica
a pergunta: Como gerir um sistema ou serviço de saúde que cada mais é
solicitado pelas populações demandantes, cada vez mais cientes de seus direitos
sociais compatibilizando os recursos existentes com as necessidades reais de
assistência à saúde necessária para atendimento de uma demanda crescente da
população?
A
resposta está no processo de gestão dos recursos disponíveis de forma adequada
e responsável, e pela utilização de métodos racionais de gestão que permitam a
otimização dos gastos com saúde.
OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO
· Mesopotâmia – Já o planejamento era utilizado para a condução de milhares de trabalhadores que realizavam inúmeras obras;
· Egito – Inicia-se a administração burocrática;
· Confúcio – Introduziu parábolas sugerindo práticas
para a boa administração pública;
· Hamurabi, Rei dos Amoritas (Babilônia) – Criou os
primeiros códigos disciplinadores do trabalho;
· Hebreus – Introduziram os conceitos de organização
escalar;
· Império Romano – Introduziu o conceito de
administração pública
O DESENVOLVIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO
Fase
teocrática
•
Século XII aC. -
Moisés
•
Seculo IX aC. -
Salomão
•
Século V/VI aC. -
Confúcio
•
Século dC. -
VI/VII dC. - Maomé
•
Século VIII/IX -
Carlos Magno
Fase
empírica-prática
•
Século IX aC -
Licurgo
•
Século VI aC. -
Sólon
•
Século IV aC -
Alexandre, o Grande
•
Século II/I aC. –
Cezar
Fase
Moderna e Pós moderna
•
Diversos autores
- Adam Smith, Ford, Taylor, Fayol, etc.
ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
Pensamentos
de Taylor (1856-1915)
q Estudos de Tempos e Movimentos.
q Determinação da Única Maneira Certa.
q Seleção do Homem de Primeira Classe.
q Lei da Fadiga.
q Incentivo Monetário.
q Padrão de Produção.
q Supervisão Cerrada.
q Aumento da Produtividade.
q Maiores Salários e Maiores Lucros.
ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA
Pensamento
de Fayol (1841-1925)
q Divisão de Trabalho.
q Especialização.
q Unidade de Comando.
q Amplitude de Controle.
q Objeto Principal da Organização: Tarefas
q Organização Formal.
q Maior Eficiência.
q Maiores Salários e Maiores Lucros.
Resumindo em relação aos antecedentes
históricos da administração tivemos vários tipos de contribuições que podem ser
destacadas pelos seguintes povos: A
administração burocrática foi introduzida pelo Egito; Os códigos
disciplinadores do trabalho surgiram com Hamurabi;Rei dos Amoritas; O conceito
de organização escalar surgiu com os Hebreus, A administração que pública
surgiu no Império Romano, e o planejamento para a condução de milhares de
trabalhadores que realizavam obras já era utilizado na mesopotâmia.
Vários filósofos contribuíram para o
desenvolvimento da administração e podemos destacar Sócrates que considerava a
arte de administrar uma habilidade pessoal. Já Platão considerava a
administração como uma forma de governo e a relacionava a administração
pública. Aristóteles considerou a administração como uma forma de organização
do Estado e apontou três formas de administração pública representadas pela
monarquia que seria o governo realizado por uma só pessoa, a aristocracia que
seria o governo realizado por uma elite, e a democracia que seria um governo
realizado pelo povo a favor do povo. Atualmente encontramos governos que tem
como alicerce a religião e que são chamados de teocracias.
Algumas organizações tiveram
influência na evolução da administração dentre as quais podemos destacar a
Igreja católica, as organizações militares e as Organizações fabris . As
organizações militares contribuíram com os principio
de unidade de comando, escala hierárquica, autoridade delegada à níveis mais
baixos, controles centralizados e operações descentralizadas, estado maior
“Staff”, principio de direção - o que se deve saber e o que se espera, e com a
disciplina. A igreja católica também contribuiu muito para o desenvolvimento da
administração e no caso específico da área de saúde foi a responsável pela
introdução no Brasil dos primeiros hospitais representados pelas Santas Casas
de Misericórdia. As organizações fabris também contribuíram para o
desenvolvimento da administração principalmente através de trabalhos realizados
por Taylor que procurou estudar a administração pela observação do trabalho
desenvolvido pelos operários durante a fabricação de produtos em uma fábrica.
Já Fayol procurou
estudar a administração tendo outro foco representado pela forma de organização
das empresas e por último Mayo introduziu em administração o conceito de
psicologia do trabalho. Taylor procurava estudar tempos e movimentos. Fayol
enfatizou muito todas as funções técnicas, comercias, financeira, de segurança
e contábeis. Mayo via o trabalho como atividade grupal, estudou delegação de
poder a níveis mais baixo, estudou a necessidade do trabalhador ser
reconhecido.
Para
que possamos discutir gestão em saúde temos que primeiro ter idéia de alguns
conceitos preliminares entre os quais podemos destacar:
q Organização
q Sistema de
Saúde
CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO
Segundo
Baez, Sanches e Mittendorf (1994), definem como organização um sistema composto
por sub sistemas que se integram através de recursos, métodos e processos
organizativos de forma a atingir objetivos e metas.
É
importante assinalar que a palavra organização seria um termo genérico para
definir qualquer tipo de estrutura de produção social. As organizações podem
ser micro ou macro dependendo do contexto em que está sendo analisada.
Como
exemplo de uma organização micro podemos citar as nossas próprias famílias que
funcionariam como células ou sub sistemas de uma organização macro representada
por qualquer sistema social.
Como
exemplo de uma organização macro poderemos citar um País que por sua vez possui
sub sistemas, que no caso do Brasil é composto por três instâncias (federal,
estadual e municipal).
Analisando
a questão do Brasil poderíamos dizer que se trata de uma macro organização.
Entretanto, levando-se em consideração que nenhum País sobrevive isoladamente
no mundo globalizado poderíamos dizer que o mesmo pode ser classificado como um
sub sistema de um sistema mais amplo como o mercado comum Europeu, Pacto
Andino, Mercosul, Organização Mundial de Comercio, Organização Mundial de
Saúde, etc.
Necessitamos
ter em mente que os sistemas sociais são bastante heterogêneos em função de
crenças, valores e cultura. Logo temos que sempre levar em conta quando
estudamos qualquer organização o que entendemos por cultura organizacional
CONCEITO DE CULTURA ORGANIZACIONAL
Segundo
Shein (1985), a cultura organizacional é um grupo de pressupostos básicos que
um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu lidando com problemas, buscando a
adaptação externa e a integração interna e que funcionou bem o suficiente para
ser considerado valido e replicado, ensinando a novos membros como forma
correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas.
De
acordo com Jaeger (1987) a cultura organizacional é um processo simbólico à
prática institucional dentro de uma organização.
A
cultura organizacional podem ser classificada de duas formas:
Representado por:
q Organização formal ou informal;
q Poder político e governabilidade;
q Recompensas materiais, sociais ou outras.
Representada
pelas:
q Características da liderança;
q Importância da liderança.
Conforme observamos o processo de gestão se dá no
universo de uma organização seja ela micro ou macro e depende do contexto em
que está inserida a organização.
CONCEITO GERAL DE
ADMINISTRAÇÃO OU GESTÃO
A
expressão mais nobre da administração ou gestão tem origem no século XVII com a
institucionalização do cargo de Ministro (Minus) contrapondo-se a Magistrado
(Magis).
Nessa
época o administrador ou gestor era o executor das decisões emanadas dos órgões
superiores ou dos parlamentos e assembleias legislativas.
Executivos, gerentes ou administradores trabalham essencialmente na
decisão e, mais que seus superiores, estabelecem sentidos de direção para suas
empresas e instituições. (Motta, Paulo. A Ciência e a arte de ser dirigente)
•
Polivalente
–
especialista
–
generalista -
(administrador/ gerente)
•
Educador
•
Facilitador
•
Inovador
•
Negociador
•
Com pensamento e visão
estratégica
•
Participativo
•
Capaz de lidar com
informações
•
Criativo
GERÊNCIA
Objetivos
q
Identificação de Atividades, Prioridades e
Responsabilidades;
q
Administração de Recursos, Custos e Materiais;
q Planejamento, execução,
acompanhamento, avaliação.
CONCEITO DE GESTÃO
EM SAÚDE
A área de saúde possui
algumas características especiais e poderíamos definir gestão em saúde como uma
atividade e responsabilidade de dirigir um macro ou um micro sistema
representado por um serviço ou sistema de saúde, esteja ele inserido em
qualquer esfera de governo, ou seja, em âmbito federal, estadual ou municipal,
logo se tratando de uma competência do poder público complementada pelo poder
privado. em face do que define a Constituição de 1988. No Brasil o direito à
saúde é universal para a população, e um dever do estado no que se refere a
execução.
O processo de gestão, portanto,
implica no exercício de funções de coordenação, articulação, negociação,
planejamento, acompanhamento e auditoria.
Considerando que a
Constituição Brasileira, de 1988, prevê a assistência à saúde no âmbito privado
podemos inferir as mesmas funções acima para o referido setor.
A gestão em saúde, no
Brasil, modernamente seria a articulação das etapas envolvidas nos serviços e
sistemas, macros e micros, que tem como objetivo viabilizar a contribuição
efetiva da implantação da política nacional de saúde que no País que é
conhecida como Sistema Único de Saúde (SUS).
A gestão em saúde implica
na definição prévia de um paradigma (modelo) adaptado à concepção das
necessidades de saúde da população. Logo, cada País (Estado) necessita em
função de seu contexto definir o sistema de saúde mais compatível com suas
realidades, necessidades e condições socioeconômicas.
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