segunda-feira, 21 de junho de 2010

FARMÁCIA HOSPITALAR - SELEÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS

FARMÁCIA HOSPITALAR - SELEÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS



Ferramenta elementar do processo de uso dos medicamentos, a padronização de medicamentos (PM) é empregada desde os anos 50 nos EUA para assegurar o correto uso dos medicamentos e garantir maior resolutividade institucional e economia de recursos, sem comprometimento da qualidade.
Existem outras ferramentas empregadas juntamente com a padronização, que  auxiliam na revisão da mesma e dos protocolos terapêuticos.  Nos dias de hoje, a PM passou a ser considerada ferramenta de assistência, porque garante que a seleção de medicamentos de uso rotineiro, estabelecida na instituição, é segura, eficiente e disponível para a normatização da qualidade da assistência ao paciente.

Mais do que uma simples lista de medicamentos aprovados, a PM deve apresentar à equipe de saúde os métodos utilizados pela organização para avaliar e selecionar os medicamentos, os protocolos de orientação para uso e a descrição das normas que contribuem para o sucesso do processo de uso do medicamento.

OBJETIVOS DA PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS:

·         Otimizar o atendimento ao paciente através da seleção racional de medicamentos;
·         Aumentar a qualidade da farmacoterapia;
·         Propiciar maior facilidade de vigilância farmacológica;
·         Garantir a segurança na prescrição e administração do medicamento, reduzindo a incidência de reações adversas;
·          Disciplinar o receituário e a uniformidade da terapêutica, para o estabelecimento de protocolos criteriosos;
·         Reduzir o custo da terapêutica, sem prejuízos para a segurança e a efetividade do tratamento;
·         Diminuir a quantidade de produtos utilizados;
·         Reduzir os custos com estoques de medicamentos que apresentem o mesmo fim terapêutico;
·         a agilidade na prescrição médica e no serviço da enfermagem;
·         o uso exclusivo do medicamento que tenha valor terapêutico comprovado;
·         a redução dos índices de erros de medicamentos; a redução no número de fórmulas e formas farmacêuticas;
·         a redução nos estoques qualitativo e quantitativo;
·         a redução no custo da aquisição de medicamentos; a redução no custo de manutenção do estoque; a melhoria de comunicação entre farmácia, equipe médica, pessoal de enfermagem e seções administrativas, assim como a simplificação das rotinas de aquisição, armazenamento, dispensação e controle.
I
FATORES QUE INFLUENCIAM NA PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS:

Características de atendimento - As características de atendimento de cada hospital determinam fortemente o tipo de padronização. Um hospital com emergência, por exemplo, recebe, para atendimento, os mais diversos pacientes, com os mais diferentes tipos de patologias e condições clínicas. É importante, então estudar, na padronização, a possibilidade de tratamento dos diferentes casos e incluir também medicamentos específicos, como os antídotos para desintoxicação por envenenamentos.  Já os hospitais destinados às internações para tratamento de cirurgias eletivas devem considerar e avaliar criteriosamente a padronização de medicamentos como os anestésicos e antimicrobianos.

Formas farmacêuticas – Devem ser compatíveis com as características da instituição.  Hospitais que tratam crianças e recém-natos devem possuir, em sua padronização, produtos em formas que facilitem a sua administração e reduzam a possibilidade de erros de administração.
Apresentações – A PM deve determinar a apresentação dos produtos normatizados para uso em formas e embalagens que contribuam para a diminuição dos erros, facilitem dispensação, armazenamento, manuseio e fracionamento, evitem uso inadequado, minimizem contaminações e garantam menores preços.
Qualidade x preço – O preço do produto deve ser calculado considerando-se todo o processo de uso do medicamento. Alguns produtos necessitam de manipulações adicionais ou mais complicadas, ou ainda o uso de correlatos específicos, aumentando o custo final de utilização.

A princípio, todos os medicamentos produzidos devem possuir eficácia terapêutica a que se destinam, porém, deve-se exigir, principalmente para fármacos com importância clínica, que os mesmos apresentem estudos de biodisponibilidade e/ou bioequivalência.  O prolongamento da internação por manifestações iatrogênicas certamente compromete o reembolso do hospital pela conta do paciente, principalmente considerando-se a nova tendência dos planos de saúde, no estabelecimento de “pacotes” de reembolso para cada patologia. Com isso, se o paciente tiver prolongamento do tempo de internação por infecção ou por manifestação de reações adversas, o hospital deverá arcar com os custos adicionais. Este item será tratado com maior profundidade no módulo de estoques.

Custo dos tratamentos –
O levantamento adequado do custo total do tratamento contra o tempo de internação é fator fundamental na escolha de medicamentos. Uma terapia que necessite de administração EV e pode ser continuada para terapia oral assim que as condições do paciente permitem contribui para a maior rotatividade dos leitos, pela possibilidade de antecipação de alta do paciente.

Especialidades médicas na organização –
Os produtos, de acordo com os grupos terapêuticos, as classes e as subclasses terapêuticas, devem ser adquiridos preferencialmente para o tratamento dos pacientes internados, em princípio, em função de patologias associadas às especialidades médicas dos staffs da organização. Em um hospital psiquiátrico, por exemplo, a listagem dos medicamentos clínicos é bastante restrita.
Disponibilidade de recursos –
A unidade hospitalar que dispõe de recursos muito limitados não pode implantar uma PM mais aberta ou extensa. Deve-se ater à aquisição do mínimo indispensável para os tratamentos, o que impõe uma seleção de medicamentos mais rigorosa.
Sistema de distribuição - A modificação ou implantação de um sistema de distribuição depende da disponibilidade de equipamentos para fracionamento e da mão-de-obra, assim como da infraestrutura do serviço de farmácia e da agilidade dos procedimentos administrativos, para operacionalizar em tempo hábil as alterações e suspensões de prescrição, por quaisquer motivos, bem como poder garantir o fornecimento do medicamento certo, no horário determinado. Esta disponibilidade influencia diretamente na seleção dos medicamentos para a PM.
Infraestrutura –
A localização do serviço de farmácia, o espaço físico e o mobiliário também influenciam na PM, uma vez que podem limitar acessos, tipos de fracionamento e interferir nos processos de distribuição.
TIPOS DE PADRONIZAÇÃO:
Os tipos de PM estão diretamente vinculados ao sistema de gestão da organização, ao seu tamanho, aos objetivos de seus serviços, às provisões de medicamentos, às especialidades médicas e aos recursos orçamentários.
1)    Padronização aberta – Mesmo que exista uma listagem de medicamentos previamente definida, há fornecimento de qualquer medicamento, estando ou não incluído na listagem. A listagem é utilizada para orientar os prescritores e os processos administrativos sobre os medicamentos disponíveis na instituição. Permite-se utilização de outros medicamentos, desde que reembolsados pelo provedor.
Em hospitais em fase de implantação, a PM é freqüentemente desenvolvida desta forma.
2)    Padronização fechada – Permite o maior controle das prescrições e o levantamento de necessidades de inclusão dos fármacos freqüentemente solicitados. Os medicamentos não padronizados dependem de solicitação especial para aquisição, sob apreciação da
CHFT.
3)    Padronização seletiva / parcialmente fechada – é essencialmente uma padronização aberta, onde há negativa de aquisição de medicamentos para determinados propósitos, como cosmético ou perda de peso, por exemplo. Há ainda restrições para a solicitação de medicamentos. Somente determinadas especialidades são habilitadas a prescrever certos fármacos, geralmente muito caros, ou que requerem acompanhamento especial.

O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA PADRONIZAÇÃO:

Todos os países devem garantir que os produtos medicinais apresentem padrões satisfatórios de qualidade, segurança, biodisponibilidade, bioequivalência e eficácia.  Os mesmos princípios devem ser aplicados pelos governos para os medicamentos de referência ou genéricos. Estes altos padrões dependem da combinação entre uma legislação adequada e inspeção efetiva, aliados a uma vontade política de aplicá-los.

Essas normas para a seleção de produtos só devem ser implementadas se o país em questão tiver infraestrutura e autoridade regulamentar para garantir que todos osprodutos medicinais disponíveis no país – sejam produzidos no local ou importados possuam padrões satisfatórios de qualidade, segurança e eficácia, inclusive os regulamentares e os farmacopêicos”. (Federação Farmacêutica Internacional – 1997)

Existem publicadas atualmente, regulamentações importantes que norteiam os processos de fabricação, utilização e distribuição dos medicamentos. Estas regulamentações influenciam diretamente a padronização hospitalar e, consequentemente, os processos de aquisição e qualificação de fornecedores. Devem ser conhecidas e aplicadas pelos farmacêuticos. Como responsável por garantir o uso racional dos medicamentos, o farmacêutico deve tomar para si a atribuição de treinar e orientar os profissionais da equipe de saúde em relação ao armazenamento, às prescrições, manipulação, diluições e compatibilidades dos produtos padronizados, assim como orientar sobre as interações entre as substâncias e sobre as reações, para distinguir entre efeitos colaterais e ações farmacológicas, nos programas de farmacovigilância, pois o número de erros de medicamentos decresce consideravelmente, quando os profissionais envolvidos no processo de prescrição, dispensação e administração têm conhecimento adequado sobre os fármacos.

Alguns grupos de fármacos podem ter preços variáveis, face aos fatores mercadológicos. A PM deve implantar diretrizes de estudo farmacoeconômico, para avaliação das alternativas terapêuticas quanto ao uso ou à substituição destes produtos.  O farmacêutico é o profissional habilitado para a realização destes estudos.

INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA A MONTAGEM DA PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS:

Como as rotinas de prescrição, dispensação e administração são influenciadas pela PM, assim como a avaliação dos efeitos terapêuticos dos medicamentos, é necessário o conhecimento detalhado dessas rotinas e o grau de envolvimento dos profissionais especializados.

A PM só terá o valor a que se destina, quando respeitar, também, esses procedimentos e a adesão profissional só será alcançada quando o processo tiver cunho multiprofissional, porque todos se sentirão co-autores e co-responsáveis pela sua confecção.
A primeira etapa na confecção da PM, a partir de um Serviço de Farmácia deve ser o conhecimento da estrutura administrativa, técnica e organizacional da instituição, além da base de informações obtidas da literatura médica idônea e o estudo da regulamentação sobre o uso dos medicamentos.
A segunda e imprescindível etapa é a constituição da Comissão Hospitalar de Farmácia e Terapêutica (CHFT), conforme orientações abaixo.  A terceira etapa é saber, da forma mais precisa possível, quais são os medicamentos empregados na unidade hospitalar que possuem consumo médio constante e podem ser incluídos em processos de aquisição, para permitir o tratamento da maioria das enfermidades dos pacientes internados no hospital.

Em seguida, devem ser examinados os protocolos e as normas para as melhores práticas clínicas, além das considerações econômicas. É necessário verificar, também, as necessidades terapêuticas relacionadas às patologias tratadas no hospital, os hábitos de prescrição e as condições que possam influir ou limitar a eleição dos medicamentos, como os recursos financeiros e técnicos, bem como o espaço físico para armazenamento.

A partir da análise dos dados coletados, a quarta etapa consiste em confeccionar a listagem primária com a eleição dos medicamentos necessários ao arsenal terapêutico do hospital. Posteriormente, a lista básica deve ser submetida à equipe clínica, para avaliação e sugestão de mudanças, que devem possuir embasamento científico. A CHFT deve registrar todo o processo e avaliar cada sugestão.

A partir de então, a listagem deve ser divulgada aos representantes da CHFT.  Uma vez aprovada a PM, deve ser publicada e distribuída a todas as clínicas do hospital, para ampla divulgação para os membros da equipe de saúde.

SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS:
Para garantir o uso racional dos medicamentos é necessário elaborar a lista de medicamentos padronizados a partir de uma reflexão crítica sobre a escolha e a utilização dos fármacos e desenvolver, intensa e continuamente, um processo de educação farmacológica dos profissionais de saúde do hospital.  No estabelecimento dos critérios de seleção de medicamentos, devemos pensar na resposta às seguintes perguntas:
1) O que deseja o usuário?
Receber o produto eficaz e compatível para o tratamento, em condições adequadas de utilização e em quantidade suficiente.
2) O que deseja o administrador?
Comprar qualquer material pelo menor custo e com maiores prazos para pagamento; reduzir os valores de estoque e não ter problemas relativos às compras erradas ou faltas.
3) O que desejam os fornecedores?
Vender a maior quantidade possível de produtos, pelo maior preço, receber a curto prazo e não ter que assumir qualquer responsabilidade futura em relação aos produtos.
Quando se implanta uma PM, devem ser considerados os valores clínicos, econômicos e humanísticos.
Até recentemente, o marketing de alguns produtos baseava-se na premissa de que o medicamento de referência é diferente de seus competidores nos meios científicos, além de clinicamente importante. Hoje, a seleção de medicamentos possui maior importância, se considerarmos o número exagerado de produtos similares do mercado e o lançamento de outros que não apresentam vantagens em relação aos já existentes, como as ditas alternativas terapêuticas, que na realidade são somente a introdução de nova molécula ou alteração de parte de uma outra, a preços bem superiores.

Lexchin, J. em revisão dos trabalhos sobre novos produtos lançados nos últimos anos, afirma que a aprovação de novos produtos pelas agências reguladoras não é garantia de que sejam superiores ou mesmo equivalentes às drogas já comercializadas. O processo de avaliação das drogas somente determina qualidade, segurança e eficácia e não o valor terapêutico das drogas. Dentre os últimos fármacos aprovados pelas agências Canadense, Francesa e Americana (FDA), somente um terço oferece algum benefício clínico e talvez menos de 3% apresentam uma vantagem terapêutica maior. Já que existem, atualmente várias substâncias intercambiáveis, permitindo a seleção baseada no custo e qualidade, algumas instituições definiram protocolos de intercambialidade e incluem na padronização todos os medicamen os que podem ser intercambiados. A farmácia pode dispensar os fármacos mais custo-efetivos e o paciente é monitorado, para notificação de qualquer resposta inadequada ou inesperada. No entanto, o prescritor tem a liberdade de negar a substituição.
Este procedimento pode também ser praticado quando existem produtos intercambiáveis com grande variação de preços no mercado. A seleção depende da oferta de fornecedores distintos e tem grande impacto nas despesas hospitalares, devendo a CHFT promover o treinamento da equipe de saúde quanto ao uso específico de cada fármaco e das variações na sua utilização.
Existem, também, alternativas como a aprovação condicional de um medicamento por período de tempo determinado ou limitação temporária de uso de um medicamento para determinada especialidade (com reavaliações subseqüentes).  É importante que, no processo de treinamento sobre o uso de fármacos, nas discussões sobre a implantação da padronização e na decisão sobre a implantação do protocolo de intercambialidade, todos os profissionais envolvidos no processo da PM sejam instruídos sobre os seguintes conceitos:

- Alternativas genéricas – medicamentos para administração pela mesma via e concentração da substância, estabelecidos de acordo com os padrões de produção, qualidade, segurança e eficácia.
- Substituição genérica – fornecimento de uma alternativa genérica para o produto prescrito, de acordo com as avaliações baseadas na literatura profissional, nos estudos clínicos ou nos testes de bioequivalência, nas informações do fabricante. Considera-se, também, a reputação do fabricante.
- Alternativas terapêuticas – quando há dispensação de medicamentos com substâncias diferentes, mas que pertençam à mesma classe farmacológica, e apresentem efeitos terapêuticos semelhantes, se administrados em doses terapeuticamente equivalentes.
- Substituição terapêutica – neste procedimento, a dispensação de uma alternativa terapêutica é feita sem consulta prévia ao prescritor. Este conceito só deve ser admitido em casos emergenciais.
- Intercâmbio terapêutico – O intercâmbio é uma ação de colaboração entre o prescritor e o farmacêutico, através de protocolo pré-definido. Sua finalidade é garantir o uso mais seguro, efetivo e econômico dos medicamentos e o benefício terapêutico máximo para o paciente.

CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS:
A seleção de medicamentos deve ser bastante criteriosa, pois os recursos, em sua maioria são insuficientes para a aquisição de todas as medicações e as voltadas para o salvamento de vidas são mais importantes, como por exemplo, as insulinas, em detrimento das medicações empregadas para melhoria de condições fisiológicas, como o Sildenafil (Viagra).
À parte o melhor planejamento, os serviços de saúde podem questionar as prescrições, em razão do custo do benefício, por inclusão na PM de novos fármacos, mais caros e específicos, que não possuam alternativas genéricas ou similares.
A seleção de medicamentos para uma padronização deve considerar as necessidades da população atendida, incluindo medicamentos de comprovada eficácia, baseados em ensaios clínicos que demonstrem efeito benéfico aos pacientes (as meta-análises são fontes importantes de informação). Deve eleger, entre os medicamentos de mesma indicação e eficácia, aquele de menor toxicidade relativa e maior comodidade posológica; escolher, sempre que possível, entre os medicamentos de mesma ação farmacológica, um representante de cada categoria química ou com característica farmacocinética diferente, ou que possua característica farmacológica que represente vantagem no uso terapêutico; dar prioridade a formas farmacêuticas que proporcionem maior possibilidade de adequação às faixas etárias diversas.

Para a inclusão de antimicrobianos na PM, é imprescindível que os membros da CHFT conheçam a incidência e as fontes de infecção na sua instituição, assim como os índices de cura dos antimicrobianos e o perfil de reações adversas das substâncias disponíveis.  Ao selecionar os antimicrobianos em conjunto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), em relação aos microorganismos prevalentes e padrões de sensibilidade e que permitam suprir as necessidades terapêuticas, devem ser comparadas as atividades “in vitro”, a farmacocinética e as potenciais reações adversas das substâncias similares, bem como os custos dos tratamentos, durante o processo de seleção para a padronização, além de reservar os novos antimicrobianos para os tratamentos das infecções causadas por microorganismos resistentes a antibióticos padrões ou para infecções em que o novo produto seja superior aos anteriores, de acordo com ensaios clínicos comparativos.

Como a seleção de medicamentos é um processo contínuo, interativo, multidisciplinar e participativo, que determina e garante os níveis de acesso aos medicamentos necessários ao sistema de saúde, o mesmo deve ser baseado na avaliação de critérios científicos e econômicos. No entanto, o custo não deve ser o único fator determinante de inclusão ou exclusão de determinado medicamento.
Devem ser considerados fatores como hábitos prescritivos, estudos científicos e avaliação do papel do medicamento nos protocolos clínicos, além da comparação com outros produtos e dados que refletem o comportamento do medicamento em populações específicas, para avaliar os fármacos que determinem a melhor terapia no tratamento da doença. É recomendável a padronização exclusivamente de medicamentos, resguardada a qualidade, levando em conta o menor custo de aquisição; as condições de armazenamento; os dados de bioequivalência; a dispensação e as características de administração; os aspectos regulamentares; o custo, a qualidade, a eficácia, os efeitos adversos e as vantagens terapêuticas e deficiências, elementos necessários ao uso racional de medicamentos, pois o grande desafio para o setor saúde será conseguir fazer a melhor utilização dos limitados recursos para garantir alta qualidade a baixo custo.  Para possibilitar melhores condições para prática da Farmacovigilância, é recomendável que se padronize um único princípio ativo excluindo-se, sempre que possível, as associações fixas, exceto quando os ensaios clínicos justificarem que o efeito terapêutico da associação é maior que a soma dos efeitos dos produtos individuais.  A listagem deve visar a facilidade de controle de estoque e planejamento da produção e /ou aquisição. É necessário, também, impor o uso da mesma linguagem (nome genérico) por todos os membros do corpo clínico e de enfermagem.
METODOLOGIA DA AVALIAÇÃO DOS FÁRMACOS:
A metodologia de avaliação deve ser definida pela farmácia, informando no documento de avaliação de cada substância certos itens, como nome genérico e nomes comerciais mais comuns, através da Denominação Comum Brasileira (DCB) ou Denominação Comum Internacional (DCI); as fontes de fornecimento do medicamento em questão; classificação farmacológica (classe terapêutica e propriedades similares, mecanismo de ação, comparado com outros medicamentos já padronizados, de acordo com a classificação ATC – anatômico-terapêutica-clínica); as indicações terapêuticas autorizadas para o medicamento no país (uso profilático, terapêutico, paliativo, curativo, adjuvante ou de suporte) e outras internacionais de referência, como FDA; o uso do medicamento em comparação com outras formas de terapia, enfatizando-se eficácia, remissão, sensibilidade, facilidade de monitoramento da terapia e período de tratamento; as formas farmacêuticas e seu custo unitário; a biodisponibilidade e farmacocinética, para a via de administração mais comum do medicamento; os dados de absorção, distribuição, metabolismo e eliminação; níveis tóxicos e letais; transposição da barreira hemato-encefálica (BHE); ligação a proteínas; atividade de metabólitos (se houver), vias e formas de eliminação; posologias iniciais, de manutenção, máxima, esquemas posológicos, inclusive em situações especiais (crianças, gestação, idosos, nefropatias, hepatopatias), os efeitos adversos conhecidos e toxicidades, bem como seus métodos de prevenção ou tratamento; os benefícios no tratamento das doenças e riscos dos efeitos adversos; a listagem de precauções e contra-indicações para certas patologias ou condições fisiológicas; as interações medicamentosas potenciais que por ventura existam; os dados comparativos sobre custo com outros medicamentos rotineiramente empregados ou regimes terapêuticos, em protocolos padrão; as recomendações a partir da avaliação dos dados, considerações sobre a preferência e hábitos de prescrição, os problemas de distribuição e a disponibilidade do medicamento.  Quando se tratar de custos, a avaliação deve ser realizada considerando o custo total do tratamento, incluindo o custo dos materiais e/ou equipamentos necessários à sua administração e, quando for o caso, o custo de seu monitoramento e controle.
A partir do recolhimento destes dados, o medicamento deve ser classificado como:
- de livre distribuição (para todo o staff médico);
- como disponível, porém monitorado;
- como restrito – uso em determinado serviço ou clínica;
- para distribuição condicional – disponível para uso por período restrito de tempo - inadequado para inclusão na padronização.

 ESTABELECENDO O SUCESSO DA PADRONIZAÇÃO:
A PM tem obrigação de ser dinâmica e continuamente revisada, para refletir a prática médica contemporânea. Deve ser uma base da terapia farmacológica de melhor qualidade, com os medicamentos que melhor atendem às necessidades dos pacientes, em termos de eficácia, segurança e custo.
A padronização torna-se um sucesso quando garante o cumprimento da listagem publicada e a qualidade de todo o processo de uso dos medicamentos.  Este sucesso depende de ampla participação da equipe de saúde, de fonte de recursos para uma avaliação adequada e da avaliação clínica, financeira e técnica sobre os medicamentos. Depende, também, do fornecimento, pelo farmacêutico, das informações sobre os medicamentos incluídos na listagem e sobre os objetivos do processo.  A continuidade da padronização é um ciclo de dependência direta entre a avaliação do uso dos medicamentos, a manutenção da listagem de padronização e a seleção de produtos.
Deve ser compreendido que no processo complexo e multiprofissional de uso de fármacos, o medicamento não é propriedade deste ou daquele profissional. Cabe ao profissional farmacêutico, o treinamento sobre todos os aspectos envolvidos em seu no processo de dos medicamentos, respeitando a diretrizes éticas e técnicas, porque o conhecimento específico sobre os medicamentos diminui consideravelmente a incidência de erros.
AVALIAÇÃO DO USO DOS MEDICAMENTOS
A avaliação do uso dos medicamentos deve ser parte integrante do programa de garantia de qualidade hospitalar, através da determinação dos critérios de uso dos medicamentos e dos protocolos de tratamento, aprovados pela Comissão de Farmácia e Terapêutica, mensurando a eficácia ou ineficácia dos efeitos dos tratamentos.  A metodologia de avaliação da utilização dos antimicrobianos pelas CCIH pode servir de base técnica para o desenvolvimento da farmacovigilância, no estudo do emprego dos medicamentos no hospital.
A correta utilização dos medicamentos está intimamente relacionada à adequada
divulgação da seleção de fármacos. Portanto, a Comissão de Farmácia e Terapêutica é responsável pelo estudo da melhor forma de fazer chegar a todos os profissionais de saúde do hospital estas informações. Neste ponto, a divulgação de normas de utilização racional de medicamentos, através de boletins informativos ou outros meios, possui fundamental importância, para que a padronização possa ser mais adequadamente utilizada.

Os processos específicos de avaliação dos medicamentos serão abordados com mais profundidade no módulo sobre farmacovigilância.
I
REVISÃO DAS CLASSES TERAPÊUTICAS

A revisão da PM deve ser feita pelo menos a cada dois anos, através da análise de alguns indicadores de qualidade e eficiência, como a quantidade de solicitações de medicamentos não-padronizados, o perfil de consumo dos medicamentos, as novas alternativas terapêuticas do mercado, o grau de conhecimento e a utilização efetiva do medicamento padronizado.

A revisão da padronização deve considerar a literatura médica atualizada e a triagem das prescrições clínicas; a utilização e os efeitos dos medicamentos nos pacientes; os protocolos terapêuticos correntes e a necessidade de revisão dos mesmos; os dados econômicos e os medicamentos mais seguros e efetivos que produzam os objetivos desejados nas terapias, ao custo mais razoável para o sistema de saúde.  Para o processo ser efetivo, é necessário o trabalho conjunto dos farmacêuticos e da equipe médica. O farmacêutico deve assumir a responsabilidade da coleta de dados e da apresentação de informações.

No relatório a ser preparado pela farmácia para inclusão de medicamentos na padronização, deve constar, para cada medicamento, uma pequena monografia, com as seguintes informações mínimas: forma farmacêutica de apresentação e dose; estudos sobre utilização dos medicamentos; indicações e contra-indicações; reações adversas; dose recomendada e via de administração; tendências de consumo dos fármacos; resultados de ensaios clínicos da fase IV e depoimentos de estudos práticos de utilização.
Os efeitos da revisão podem induzir ao desenvolvimento de novos critérios de utilização dos medicamentos, a novas linhas de tratamento ou a mudanças na padronização.  No hospital, os programas devem ser implantados a partir de processos retrospectivos, ou de preferência correntes ou ainda prospectivos. Podem ser verificados estatisticamente os efeitos dos medicamentos nos pacientes ou os protocolos terapêuticos, como base para julgamentos sobre a eficácia das prescrições e do emprego dos fármacos. A CHFT deve estabelecer a periodicidade de revisão da padronização implantada, organizando uma agenda para realização de reuniões, visando a discussão sobre inclusões / exclusões de fármacos.
I
ADIÇÃO OU EXCLUSÃO DE MEDICAMENTOS NA PADRONIZAÇÃO:

A padronização de medicamentos está sempre sujeita a questionamentos, principalmente pelo lançamento permanente de produtos novos, onde o fabricante exerce pressão sobre o médico prescritor, no intuito de estimular a prescrição do produto, através do fornecimento de literatura confeitada, que pode vir a comprometer o uso racional dos medicamentos com conseqüente elevação de custos, se não houver uma política de decisão sobre a compra de medicamentos não padronizados e sobre a revisão da padronização existente.

Para reforçar a capacidade da CHFT em tomar decisões sobre as mudanças na padronização, é recomendável o estabelecimento de normas e procedimentos para tal prática.Para inclusão ou exclusão na padronização, a farmácia deve ser chamada a apresentar monografias sobre os produtos, juntamente com uma descrição dos efeitos das mudanças propostas em relação à qualidade, custos e eficácia/ineficácia da terapia.  Pode ser confeccionado um formulário para adição ou exclusão de medicamentos na padronização, conforme exemplo no Anexo I.

DIVULGAÇÃO DA REVISÃO DA PADRONIZAÇÃO:
O método empregado para divulgação da revisão da PM deve enfatizar as mudanças implantadas e também influencia no sucesso da padronização, pois é imprescindível garantir a comunicação a todas as equipes envolvidas nos cuidados com os pacientes.  - formulário impresso – corre o risco de parar em uma gaveta ou em um fichário - mensagem da farmácia – pode ser eficiente, mas depende do tempo decorrido entre a notícia e a aplicação prática da mudança.
- programas eletrônicos – dependem de programadores e de disponibilidade médica para participação nos processos de mudança.
- folhetos de informação para o médico – mais eficazes nas padronizações fechadas do que nos sistemas abertos.
- comunicação direta com o médico - colocar nas mãos do médico as ferramentas e dados sobre a padronização garante aderência à mesma;

COMISSÕES HOSPITALARES QUE PARTICIPAM DA PADRONIZAÇÃO:

 COMISSÃO HOSPITALAR DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA (CHFT):
A multiplicidade de medicamentos disponíveis e a complexidade que envolve seus usos seguros e eficazes impõem como necessário para os organizadores dos sistemas de saúde o estabelecimento de um programa para maximizar o uso racional dos mesmos. A CHFT é responsável pelo desenvolvimento e supervisão de todas as políticas e práticas de utilização dos medicamentos no hospital, com o objetivo de assegurar resultados clínicos ótimos e risco potencial mínimo. Avalia o uso clínico dos medicamentos, desenvolve normas para gerenciamento deste uso e da administração dos medicamentos e gerencia a padronização dos fármacos. Serve como elo de ligação entre a farmácia e a equipe do hospital.
A comissão deve reunir-se periodicamente para revisar os dados mais recentes da literatura, o consumo médio dos medicamentos e a experiência dos pacientes com os mesmos, além dos dados econômicos, a fim de estabelecer os critérios para determinar quais medicamentos são seguros, efetivos e produzem os resultados desejados.
IOBJETIVOS DA CHFT:
- Desenvolvimento de normas – a comissão deve formular normas a respeito da avaliação, seleção e uso terapêutico de medicamentos e dos correlatos relacionados.  - Educação – a comissão deve recomendar ou orientar a formulação de programas destinados a apurar as necessidades do corpo clínico (médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros práticos), para que se alcance completo conhecimento em relação aos medicamentos e seu emprego.
RESPONSABILIDADES DA COMISSÃO:
·         Administrar a educação e orientação ao staff médico, em relação ao emprego dos medicamentos.
·         Confeccionar a padronização de medicamentos, de acordo com as especialidades médicas atuantes na unidade hospitalar, em avaliação objetiva sobre os méritos terapêuticos, segurança e custo. A comissão deve evitar a duplicação do mesmo tipo de substância, fim terapêutico e produto. Por causa de seus conhecimentos técnicos, o farmacêutico tem autoridade para rejeitar um medicamento ou suprimento em particular.
·         Revisar periodicamente a padronização, com inclusão de novos fármacos, exclusão de fármacos que apresentem desuso por mudanças de protocolo de tratamento ou por induzir, comprovadamente, reações adversas indesejáveis ou potenciais; analisar dados sobre vigilância farmacêutica e analisar os estudos de utilização de medicamentos.  - Estabelecer programas e procedimentos que garantam uma terapia segura e eficaz, assim como avaliar o custo-benefício destes programas.
·         Planejar programas educacionais viáveis relacionados ao uso dos medicamentos, para a equipe de profissionais de saúde.
·         Participar nas atividades de garantia da qualidade, relacionadas com a distribuição, a administração e o uso dos medicamentos.
·         Monitorar e avaliar (incluindo os imunobiológicos) as reações adversas, notificadas na organização e divulgar as recomendações apropriadas para prevenção das ocorrências.  - Iniciar ou direcionar (ou ambos) programas e estudos de avaliação dos medicamentos, revisar os estudos realizados e divulgar recomendações apropriadas para otimizar o uso dos medicamentos.
·         Normatizar a prescrição de medicamentos especiais, visando coibir a solicitação indevida de certos fármacos que tem restrições técnicas, legais ou econômicas.
ORGANIZAÇÃO E OPERAÇÃO:
As normas de constituição da CHFT rezam que a mesma deve nomear número de profissionais correspondente à diversidade de especialidades médicas atuantes. Os seus membros não devem ser selecionados em função de critérios de hierarquia e sim de motivação e experiência na área de terapêutica e farmacologia. As comissões, quando necessário, podem convocar assessores eventuais da comunidade intra-hospitalar ou externa.
Por exemplo, se há Centro de Tratamento Intensivo, o chefe do mesmo (ou um representante por ele designado) deve fazer parte da comissão, para orientar quanto à padronização de medicamentos empregados em emergências.  Se há pediatria / neonatologia, torna-se recomendável a presença de um pediatra.  As especialidades que não necessitam emprego de medicamentos especiais podem ser representadas pelo chefe das clínicas médicas.
Com a mesma finalidade, deve estar presente um enfermeiro.  Indispensáveis: Farmacêutico e representante efetivo da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
A presidência deve ser exercida pelo vice-diretor do hospital.
A CHFT deve ser constituída em documento oficial da Empresa, publicado na unidade e
divulgado pela mesma, deve reunir-se periodicamente, pelo menos seis vezes por ano, e mais frequentemente, se necessário e convidar para essas reuniões membros da organização ou outros profissionais que possuam conhecimentos, habilidades ou julgamentos específicos.

Deve ser preparada uma agenda, acompanhada dos materiais suplementares, pelo secretariado da comissão e submetida ao conhecimento dos membros, em tempo prévio a cada reunião, para permitir revisão da pauta.

As decisões da CHFT e suas ações devem ser rotineiramente comunicadas aos vários membros das equipes de saúde, envolvidos no cuidados com os pacientes, para que as recomendações sejam conhecidas e cumpridas.

Deve haver comunicação e cooperação entre as comissões estabelecidas na unidade hospitalar, para que seja mentido o consenso no emprego dos medicamentos.

A comissão deve ser organizada e operar de modo a garantir a objetividade e
credibilidade de suas recomendações. Deve estabelecer paralelo entre as normas e as ações implantadas.
Na formulação de normas de uso dos medicamentos na organização, a comissão deve avaliar o conteúdo das mesmas e verificar permanentemente as mudanças nas orientações legais e nas recomendações das organizações profissionais.

FARMÁCIA E CHFT:
A farmácia deve trabalhar em conjunto com a CHFT no estabelecimento de políticas para cada área de ação, visando a divulgação da PM, o treinamento dos profissionais de saúde na aplicação da mesma e a garantia de que os produtos incluídos na padronização tenham suas informações bem documentadas.
É indispensável a avaliação das classes terapêuticas de medicamentos, para reduzir a duplicação terapêutica e minimizar os problemas da terapia medicamentosa.  Do mesmo modo, é recomendável o monitoramento de categorias de fármacos de emprego restrito na padronização, para o controle de agentes de alto custo e drogas de alta toxicidade, que tenham uso limitado e que possam ser excluídas. Esse número de substâncias controladas deve ser reduzido tanto quanto possível.
A CHFT deve ter mecanismos estabelecidos para publicar a sensibilidade aos
antibióticos que reflitam critérios de custo-efeito e implantar um sistema ou política da comissão de farmácia e terapêutica que limite a duração do tratamento profilático com antimicrobianos.

Os representantes das indústrias farmacêuticas devem seguir as normas implantadas para regulamentar o seu comportamento na organização.  Na revisão da padronização, a farmácia deve encaminhar à CHFT uma recomendação formal e justificada de inclusão / exclusão de medicamentos, para aqueles fármacos em que se tenha verificado variação de consumo, isto é, cada revisão deve ser acompanhada de um estudo clínico de avaliação, anexada a uma lista de outros medicamentos da mesma classe terapêutica, com comparação de custo destes medicamentos, acompanhados de um estudo sobre o impacto do custo de cada nova substância à padronização.
I
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR:
Segundo a Portaria n° 930/92 do Ministério da Saúde, todo hospital brasileiro deve ter uma CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) e um SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar).
Conforme estabelecido da Portaria MS n° 2616 (12/05/98), “o Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares”.

1.  Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão contituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção hospitalar.
1.1.     A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente designados.
2.2      Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores”.
Estudos realizados pelo CDC/FDA demonstram que uma CCIH atuante pode reduzir em até 1/3 as infecções hospitalares, dando uma lucratividade direta ao hospital e, segundo o mesmo estudo, chega-se a economizar U$ 4,00 no atendimento, por dólar aplicado no controle.

FARMÁCIA E COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH):

A contribuição da CCIH está vinculada à sua efetiva participação na normatização do uso de antimicrobianos, principalmente estabelecendo critérios para sua utilização, tanto terapêutica quanto profilática.

Os serviços da CCIH incluem a normatização do uso de antimicrobianos; o uso profilático de antimicrobianos; o emprego terapêutico dos antimicrobianos; a normatização de testes de sensibilidade aos antimicrobianos; os testes de controle e diluição dos antimicrobianos; o perfil de consumo dos antimicrobianos por clínica; os estudos farmacoeconômicos e a análise das incidências de resistência bacteriana na unidade hospitalar e das alternativas de tratamento.
MEDICAMENTOS NÃO PADRONIZADOS:
Deve ser estabelecido pela CHFT o procedimento para aquisição de medicamento que seja considerado como indispensável pelo médico assistente para tratamento de determinado paciente, mas que na padronização implantada não possua nenhum similar eficaz, como nos casos de pacientes com patologias raras; na ausência de resposta terapêutica e/ou intolerância aos efeitos colaterais dos medicamentos padronizados ou nos pacientes em tratamento com medicamento não padronizado, cuja substituição terapêutica não é recomendável. Para atender essas situações, a comissão de seleção de medicamentos deve normatizar a prescrição de medicamentos não padronizados.  Deve-se solicitar que seja comprovada absoluta necessidade de aquisição deste fármaco, através de justificativa por escrito, a ser submetida à análise pelos membros da Comissão. As normas para aquisição devem ser definidas, no emprego dos critérios de padronização, ou seja, as normas de prescrição devem empregar o nome genérico para cada tratamento e estabelecer que produtos combinados geralmente são medicamentos não padronizados.
Aos médicos deve ser exigido o preenchimento de formulários especiais, que indiquem as razões para o uso de fármacos não padronizados, acompanhados da coassinatura pelos médicos chefes. Estes devem monitorar o uso excessivo de medicamentos não padronizados.
Caso haja tratamento similar, é recomendável que o farmacêutico contacte os prescritores de medicamentos não padronizados, para recomendar o uso de um padronizado.
É imprescindível a implantação de uma política de não estocar fármacos não padronizados.
É recomendável que o formulário de solicitação de não padronizados (vide exemplo no Anexo II) contenha informações de custo, atualizadas pelo menos anualmente.
EXEMPLO DE FORMULÁRIO PARA SOLICITAÇÃO DE INCLUSÃO OU EXCLUSÃO DE MEDICAMENTOS PADRONIZADOS

Solicitação de Revisão da Padronização de Medicamentos

Inclusão (    )
Exclusão (    )

1-    Nome do Farmaco
2-    Nome Comercial
3)        Fabricante
4)        Forma farmacêutica e concentração a incluir ou excluir:
 comprimido - cápsula - injetável - xarope - sol. Oral - creme - pomada - supositório - outros
5 – Indicações Terapêuticas principais
Outras indicações
6) Classe Terapêutica
7) Posologia Recomendada
Crianças , Adultos
Duração do tratamento
8)        Justificativa da escolha em relação a outro substituto presente na padronização:
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
9)        Quais medicamentos padronizados devem ser excluídos com a substituição proposta?
...........................................................................................................................................
10)      Efeitos observados:
Benefícios:........................................................................................................................
Reações adversas:..............................................................................................................
11)      Relacionar as contra-indicações, advertências e toxicidade relativas ao uso ou abuso
do medicamento:
............................................................................................................................................
...........................................................................................................................................
Citar e enviar cópias de no mínimo três ensaios clínicos randomizados, controlados por medicamentos padrões ou placebo e publicados em revistas científicas reconhecidas, que demonstrem a eficácia e efetividade do fármaco em questão. No caso de exclusão, fundamentar igualmente a ineficácia ou toxicidade do medicamento a ser retirado.
11.1) Autor principal, título do artigo, revista, ano, volume, página
........................................................................................................................................
11.2) Autor principal, título do artigo, revista, ano, volume, página
........................................................................................................................................
11.3) Autor principal, título do artigo, revista, ano, volume, página
........................................................................................................................................
Solicitante: (assinatura legível e carimbo)
...............................................................................................data: ....../......../..........
Chefe do serviço: (assinatura legível e carimbo)
...............................................................................................data: ....../......../..........

EXEMPLO DE FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO DE NÃO MEDICAMENTOS NÂO PADRONIZADOS:

1-Nome do paciente:
2-Prontuário:
3-Leito:
 4-Sexo:
5-Idade:
6-Peso:
7-Diagnósticos:
8-Medicamento solicitado:
9-Substância:
10-Nome comercial: 11-Forma farmacêutica: 12-Concentração:
13-Quantidade prevista para o tratamento:
14-Quantidade para 24 horas:
15-Justificativa da solicitação, em detrimento de um substituto padronizado:
16-Caracterização da emergência para o atendimento:
17-Nome legível do médico e assinatura: 18-CRM: 19-Data:
20-Médico responsável pela clínica:
(nome legível e assinatura)
21-CRM:
22- Data:

Reservado à farmácia:
23-Hora do recebimento:
24-Funcionário:
25-Data:
27-Quantidade em estoque:
28-Quantidade a adquirir:
29-Preço unitário
30-Preço total
31-Preços: Fabricante: Fornecedor:
32-Fonte do preço:
33-Fornecedores:
34-Observações:
35-Farmacêutico:
36-CRF:
37-Parecer da Comissão de Farmácia e Terapêutica:
38-Responsável:
39-CRM:
40-Parecer do diretor clínico para a aquisição:
43-CRM:
44-Data:
42-Diretor clínico:
(nome legível e assinatura)





SELEÇÃO, PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS E ELABORAÇÂO DE FORMULÁRIO TERAPÊUTICO.


A Seleção de Medicamentos, Germicidas e Correlatos é um processo dos mais importantes em Farmácia Hospitalar. A partir da seleção que resulta na formatação de uma padronização e na elaboração de um formulário terapêutico é que se pode ter um sistema eficiente de fornecimento de medicamentos. Essa seleção é um processo contínuo e necessita de uma Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) atuante e multidisciplinar para que ela aconteça. A partir do resultado desse processo é que se constrói um sistema racional de distribuição e informação de medicamentos.


Podemos citar que essa seleção se desenvolve em duas etapas que são a seleção propriamente dita originando uma relação ou lista de medicamentos padronizados (RMP) que será utilizada pela administração do hospital para as compras de medicamentos e em seguida resultando num formulário terapêutico que na realidade será utilizado como um guia sobre utilização de medicamentos para os prescritores.


Como objetivos da seleção de medicamentos temos os seguintes (MS,1994:35):


• A implantação de políticas de utilização de medicamentos com base em correta avaliação, seleção e emprego terapêutico no hospital;
• A promoção da atualização e reciclagem em temas relacionados à terapêutica hospitalar;
• A redução de custos, visando obter a disponibilidade dos medicamentos essenciais à cobertura dos tratamentos necessários aos pacientes.


Continuando no processo de seleção o MS, cita critérios que devem ser considerados para uma seleção de medicamentos correta (MS,1994;1998;Molina,1993):


• Considerar as necessidades epidemiológicas da população atendida;
• Incluir medicamentos de comprovada eficácia, baseando-se em ensaios clínicos controlados que demonstrem efeito benéfico à espécie humana;
• Eleger, dentre os medicamentos de mesma indicação e eficácia, aquele de menor toxicidade relativa, menor custo de tratamento e maior comodidade posológica;
• Escolher, sempre que possível, dentre medicamentos de mesma ação farmacológica, um representante de cada categoria química ou com característica farmacocinética diferente, ou que possua característica farmacológica que represente vantagem no uso terapêutico;
• Evitar a inclusão de associações fixas, exceto quando os ensaios clínicos justificarem o uso concomitante e o efeito terapêutico da associação for maior que a soma dos efeitos dos produtos individuais;
• Priorizar formas farmacêuticas que proporcionem maior possibilidade de fracionamento e adequação à faixa etária;
• Realizar a seleção de antimicrobianos em conjunto com a CCIH, verificando a ecologia hospitalar quanto a microrganismos prevalentes, padrões de sensibilidade, selecionando aqueles antimicrobianos que permitam suprir as necessidades terapêuticas;
• Reservar novos antibióticos para o tratamento de infecções causadas por microrganismos resistentes a antibióticos padrões, ou para infecções em que o novo produto seja superior aos anteriores, fundamentado em ensaios clínicos comparativos;
• Utilizar sempre as Denominações Comuns Brasileiras (DCB) (MS, 1993).


Resultando da seleção, obtemos uma Padronização de Medicamentos, devendo sempre ter como norte a RENAME, que é um instrumento básico de acordo com Portaria Ministerial nº. Ao se tentar construir uma padronização deve-se perseguir segundo Molina (1993):


• A padronização apenas de medicamentos de valor terapêutico comprovado;
• Não padronizar associações , na medida do possível, priorizando sempre medicamentos com um só princípio ativo;
• A padronização deve ser feita pelo nome do princípio ativo respeitando-se a DCB;
• A padronização de medicamentos deverá considerar o menor custo de aquisição, armazenamento, dispensação e controle, sempre resguardando a qualidade;
• A padronização de medicamentos deverá considerar o menor custo do tratamento/dia e o menor custo total do tratamento, sempre resguardando a qualidade;
• A padronização de medicamentos deverá considerar formas farmacêuticas que permitam a individualização na distribuição;
• A padronização de medicamentos deverá considerar as formas farmacêuticas, apresentações e dosagens de acordo com a facilidade para administração aos pacientes, a faixa etária, a facilidade para o cálculo da dose a ser administrada e a facilidade de fracionamento ou multiplicação das doses.


Quanto à seleção de germicidas deve ser seguido o mesmo processo realizado com os medicamentos. A participação da CCIH é fundamental na escolha dos produtos bem como na determinação dos critérios de utilização dos mesmos.


Em relação à seleção de correlatos é preciso observar a Portaria Conjunta n 1, da ex Secretaria de Vigilância Sanitária e Secretaria de Assistência à Saúde MS, de 17 de Maio de 1993 (Anexo VII), atual ANVISA.




Referências



  • ASHP. Guidelines of Single Packages of Drug. American Journal Hospital Pharmacy. Washigton. 28:110-12. Feb. 1971.
  • Harrisson, B.R. Developing guidelines for working. American journal Hospital Pharmacy v. 38 p 1686-1693, nov. 1981
  •  Hepler, C.D. & Strand, L.M. (1990). Opportunities and responsabilities in pharmaceutical care. A m j Hosp. Pharm 47: 533-543.
  • Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, 1994. Guia Básico para Farmácia Hospitalar. Brasília: Edição pela Divisão de Editoração Técnico - Científica / Coordenação de Documentação e Informação/Secretaria de Administração Geral/ CDI/SAG/MS.
  •  Maia Neto, J. F., 1990. Farmácia Hospitalar. Um enfoque Sistêmico. Brasília: Thesaurus Editora.
  •  Maia Neto J.L, 2005  Farmácia Hospitalar e suas Interfaces com a Saúde , São Paulo, Rx editora
  •  Nogueira, H., 1961. Serviço de Farmácia nos Hospitais. Rio de Janeiro, RJ: Artigo publicado na Revista Brasileira de Farmácia n°3/4, março/abril de 1961.
  •  Roark, M., 1993. Slowing rate of cost increase in the Pharmacy, Hospitals 67(2): 56.
  •  Ryan, B. A, 1993. The rising cost of Fharmaceuticals: An Industry observer’s perspective. Am. J. Hosp. Farm. 50, suppl 4: 53 - 54.
  •  SBRAFH, 1996/1997. Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar, 1996/1997. Padrões Mínimos para Unidades de Farmácia Hospitalar. Belo Horizonte, 1997
  •  Sociedad Española de Farmacia Hospitalaria, 1990. Criterios y Estandares de Practica para Servicios de Farmacia Hospitalaria. Madrid, España: Edita y Distribuye: Consejo General de Colegios Oficiales de Farmacéuticos.
  •  Wilken, P.R.C. & Bermudez, J.A.Z (1999). A Farmácia no Hospital. Como avaliar ?. Rio de Janeiro: Editora Ágora da Ilha.






FARMÁCIA HOSPITALAR - SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOSO POR DOSE UNITÁRIA

FARMÁCIA HOSPITALAR - SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOSO POR DOSE UNITÁRIA

DOSE UNITÁRIA ENTRE A 'TÉCNICA E A ÉTICA'



• Por Wilmendes cardoso Publicado 29/06/2009 http://www.webartigos.com/

RESUMO
A busca pela atenção farmacêutica dentro de um hospital passa sem sombra de dúvida pela forma de distribuição de medicamentos que um hospital instala, por isso que é importante o sistema de distribuição de medicamentos em uma unidade hospitalar. Um sistema de distribuição de medicamentos eficaz garante uma maior qualidade no atendimento ao paciente, fazendo com que o mesmo receba o medicamento na dose e na hora certa. A escolha de um ou de outro sistema de distribuição depende de vários fatores que podem aumentar ou diminuir a eficácia do sistema de distribuição de medicamentos em um hospital. Esse trabalho relata os sistemas de distribuição existente, em área hospitalar descrevendo as características de cada um, bem como suas vantagens e desvantagens. Mostramos ênfase na importância da distribuição de medicamentos, pelo sistema de dose unitária, como também a importância de prestar um serviço de qualidade ao paciente e aos profissionais que utilizam os sistemas de distribuição de medicamentos.

I- INTRODUÇÃO
A elaboração de um sistema de distribuição de medicamentos requer uma investigação em profundidade, de atividades que possam garantir eficiência, economia e segurança.
A seqüência de eventos que envolvem a distribuição de medicamentos começa quando o mesmo e adquirido e a partir de então um modelo e seguido até sua administração ao paciente ou, por algum motivo seja devolvido a farmácia, para se concluir o processo. Um sistema de distribuição deve atender a todas as áreas da instituição onde são utilizados medicamentos e correlatos (GARRINSON, 1979).
É importante ressaltar que a dispensarão de medicamentos é uma atividade técnico-científica de orientação ao paciente, de importância para a observância ao tratamento, portanto, eficaz,quando bem administrada,devendo ser exclusividade do profissional tecnicamente habilitado o farmacêutico. E que a distribuição racional de medicamentos consiste em assegurar os produtos solicitados pelos usuários na quantidade e especificação solicitadas, se forma segura e no prazo estabelecido, empregando métodos de melhor custo versus eficácia e custo versus eficiência (GARRINSON,1979).
Na instituição hospitalar, o contato diário do serviço de farmácia com as unidades de internação, demais serviços acontece, principalmente, por meio do setor de distribuição fazendo dele o cartão de apresentação da farmácia hospitalar.
Na prática existem quatro (04) tipos de distribuição de medicamentos, a saber: coletivo, individual, combinado e dose unitária (GARRINSON, 1979).
Na farmácia hospitalar os medicamentos representam uma importante parcela no orçamento dos hospitais, portanto, é necessário que haja a implementação de um sistema apropriado de distribuição desses medicamentos, para assegurar seu uso racional, eficiente, econômico, seguro e que esteja de acordo com o esquema terapêutico prescrito. Quanto maior a eficácia do sistema de distribuição, mais garantido será o sucesso da terapêutica e da profilaxia instauradas no hospital.
O sistema a ser escolhido e implantado no hospital pelo profissional farmacêutico deve seguir alguns critérios, de acordo com os aspectos relacionados a seguir (GARRINSON, 1979).
2. JUSTIFICATIVA
Na apresentação deste queremos demonstrar a eficácia e a melhor maneira de utilização de serviços de distribuição de medicamentos em dose unitária. Este trabalho vem demonstrar que existem vários tipos de distribuição diversificando suas vantagens e desvantagens, demonstrando de forma e simples a eficácia e ineficácia dos mesmos.

3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo maior deste trabalho é apresentar às farmácias hospitalares, aos profissionais de enfermagem, corpo clínico do hospital, postos de saúde, os sistemas utilizados na distribuição dos medicamentos na área hospitalar. Esclarecendo assim sob melhor ótica, que o sistema de dose unitária é e será uma melhor escolha, para a utilização do sistema de distribuição.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Revisar principais tipos de sistemas de distribuição de medicamentos;
2. Analisar as vantagens e as desvantagens entre os sistemas de distribuição em área hospitalar.
3. Abordar os requisitos necessários para o funcionamento de cada sistema.

4. METODOLOGIA
A investigação desta pesquisa caracterizou-se como uma pesquisa bibliográfica, de cunho descritivo-analítico, numa abordagem qualitativa, tendo em vista estar baseado num modelo dialético de análise, em que se procura identificar as múltiplas facetas das práticas trabalhistas desenvolvidas no ambiente hospitalar, na área da saúde e analisá-las à luz dos fatores sociais, políticos e econômicos.
A realização da pesquisa se deu em duas fases. Inicialmente procedeu-se a uma revisão na literatura especializada da área de Farmácia sobre a questão da distribuição de medicamentos em dose unitária.
A partir desses elementos redigiu-se o presente trabalho tendo por critério apresentar criticamente os elementos trazidos pelos diversos autores consultados no intuito de servir de base para futuros aprofundando, assim, as discussões em torno da distribuição de medicamentos em dose unitária.
5 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Distribuição de medicamentos é o ato de entrega dos medicamentos ao paciente, prestando assim atenção farmacêutica a cerca da utilização, posologia, contra indicações, interações medicamentosas, indicação e contra – indicação dos mesmos, interação com alimentos.
A distribuição é o ato farmacêutico de distribuir um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma prescrição elaborada por um profissional autorizado. Neste ato, o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento. São elementos importantes desta orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento do regime de dosificação, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação do produto (ARIAS, 1999).
Na busca de alcançar esses objetivos, a distribuição pode ser compreendida como um processo que envolve as seguintes etapas principais:
● Recebimento da prescrição, certificando-se da integralidade da mesma, antes de preparar ou autorizar a distribuição do medicamento;
● Interpretação da prescrição, verificando sua adequação ao paciente;
● Aviamento dos medicamentos, segundo procedimentos e normas, visando a manter a precisão do perfil farmacoterapêutico do paciente e, quando necessário, preparando os medicamentos por meio de técnicas apropriadas;
● Distribuir os medicamentos segundo normas e procedimentos estabelecidos, garantindo, dessa forma, a diminuição de erros referentes ao processo de medicação;
● Comunicação com o paciente, fornecendo informações básicas sobre o uso racional dos medicamentos prescritos para este;
● Registro do atendimento, segundo normas e procedimentos estabelecidos, visando atividades de distribuição de medicamentos, tendo em vista necessidades administrativas, técnicas e éticas (ARIAS, 1999).
ASPECTOS ADMINISTRATIVOS
Para haver racionalidade e eficácia na distribuição, é fundamental que o setor de compras esteja diretamente envolvido no processo. Além disso, são aspectos importantes: o controle de estoque, a padronização, o envolvimento de recursos humanos treinados e capacitados para o exercício das funções e o controle da qualidade de todos os processos abordados. É de extrema importância que se consiga atender a todas as áreas do hospital (MIRIAN e ELIAS, 2002).
ASPECTOS ECONÔMICOS
O farmacêutico deve sempre estar atento às condições econômicas vigentes no país, pois as instituições hospitalares sofrem interferência tanto da política econômica racional como da sua própria economia. O farmacêutico, portanto, deve se preocupar com custos e receita (MIRIAN e ELIAS, 2002).
Para alguns administradores hospitalares, contratar profissionais menos especializados e menos experientes ainda é considerado uma vantagem no aspecto econômico. Por isso, muitas vezes a administração opta pela contratação de dois profissionais menos qualificados. Embora tal ideologia ainda seja comum, muitas empresas têm percebido que a melhor opção é exatamente a contrária, pois, com o tempo, a mão-de-obra mais barata pode acarretar gastos muito maiores ou até mesmos erros danosos para o hospital e/ou para a vida dos pacientes (MIRIAN e ELIAS, 2002).
De acordo com a organização Pan-Americana de saúde os objetivos de um sistema de distribuição de medicamentos são:
a)Reduzir erros de medicação:
Os principais erros citados são de incorreta transcrição da prescrição, erros de via de administração, erros de formas farmacêuticas, falhas no planejamento terapêutico.
b)Distribuir os medicamentos de forma ordenada e racional:
Significa facilitar a administração dos fármacos por uma distribuição ordenada, segundo horários e pacientes, em condições adequadas para a pronta administração dos medicamentos pela enfermagem.
c)Prestar informações sobre os medicamentos:
A respeito de sua estabilidade, características organolépticas, indicação terapêutica, contra-indicação.O farmacêutico deve ter acesso as informações sobre o paciente (idade, peso, diagnóstico, medicamentos prescritos), o que permite melhor avaliação da prescrição médica e monitorização da farmacoterapia.A informação detalhada pode alertar para eventuais reações adversas, interações medicamentosas, melhores horários de absorção de determinados medicamentos e, até mesmo, para o não cumprimento do plano terapêutico (CASSIANI e SILVA, 2004).
d)Reduzir os custos dos medicamentos:
Para isso, preconiza-se que a distribuição deva ser diferenciada por paciente e para um período de 24 horas. Dessa forma, ocorrerá naturalmente a diminuição dos gastos com doses excedentes e a melhora do controle de estoque e faturamento.
e)Aumentar a segurança para os pacientes:
A segurança só será obtida pelo somatório dos itens anteriores: adequação da terapêutica, redução de erros e racionalização da distribuição.

SISTEMA DE DOSE UNITARIA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS
É uma quantidade ordenada de medicamentos com forma e dosagens prontas para serem ministradas ao paciente de acordo com a prescrição médica, num certo período de tempo (GARRINSON, 1979).
No final da década de 1950, com o lançamento no mercado de medicamentos novos e mais potentes, mas também causador de efeitos colaterais importantes iniciou-se a publicação de trabalhos sobre a incidência de erros de administração de medicamentos em hospitais. Os resultados mostraram a necessidade de que os sistemas tradicionais (coletivo e individualizado) fossem revistos, visando melhorar a segurança na distribuição e na administração dos medicamentos (GARRINSON,1979).
Foi neste contexto, que nos anos de 1960, farmacêuticos hospitalares americanos desenvolveram o sistema de distribuição por dose unitária.
Analisando os SDMs,o sistema de distribuição por dose unitária é o que oferece melhores condições para um adequado seguimento da terapia medicamentosa do paciente. Vários trabalhos científicos demonstraram que este sistema é mais seguro para o paciente, visto que reduz a incidência de erros, utiliza mais efetivamente os recursos profissionais e é mais eficiente e econômico para a instituição (GARRINSON, 1979).
Estudos demonstraram que em hospitais que adotaram o sistema de distribuição por dose unitária, houve uma importante redução de gastos com medicamentos variando de 25% a 40%.
É importante fazer uma diferenciação entre o sistema de distribuição por dose unitária e dose unitária de medicamento. O conceito de distribuição por dose unitária é a distribuição ordenada dos medicamentos com forma e dosagens prontas para serem administradas a um determinado paciente de acordo com a prescrição médica, num certo período de tempo. A dose unitária industrial corresponde à dose padrão comercializado pelos laboratórios, fornecida em embalagem unitária, em que constam a correta identificação do fármaco, prazo de validade, lote, nome comercial e outras informações.
Portanto, serviços que adotem o sistema de dose unitária propriamente dito deverão distribuir todos os medicamentos, em todas as formas farmacêuticas, prontos para o uso sem necessidade de transferências ou cálculos por parte da enfermagem (GARRINSON, 1979).
O perfil farmacoterapêutico deve conter os seguintes dados sobre o paciente: idade, peso, diagnóstico, data de admissão, número do leito, número da unidade assistencial. Com relação ao medicamento deve incluir nome do fármaco de acordo com a Denominação Comum Internacional - DCI ou Denominação Comum Brasileira - DCB forma farmacêutica, concentração, dose, intervalo, via de administração, data do início e quantidade distribuída por dia (JELDRES, 1993).
Para a implantação do sistema de dose unitária é necessário um sistema de gerenciamento de medicamento efetivo, seguro e recursos humanos qualificados. Ou seja, farmacêutico com conhecimento básico de farmacoterapia para participar e elaborar adequadamente planos terapêuticos e técnicos ou auxiliares de farmácia devidamente treinados.
Sistema de Distribuição Doses Unitárias (SDMDU) é um sistema de distribuição que melhor representa o sistema de distribuição com intervenção prévia do farmacêutico.
Em geral, deve-se reconhecer que os princípios dos sistemas de Doses Unitárias são mais importantes que os procedimentos, estes procedimentos foram recorrigidos pela Sociedade Americana de Farmacêuticos dos Hospitais (ASHP) em boletins publicados em 1980 e 1989 e que se pode resumir em seis princípios (CASSIANE e SILVIA, 2004).
Os medicamentos devem ser identificados até o momento de sua administração, os medicamentos sem etiqueta representam em perigo potencial para o paciente.
O serviço de Farmácia tem a responsabilidade de reenvasar e etiquetar todas as doses de medicamentos que é usado nos hospitais e isso deverá ser feito no serviço de Farmácia e sob a supervisão do farmacêutico.
O ideal é que se dispense em cada ocasião a medicação para um só horário, mas na prática é devido os circuitos de visita dos médicos aos pacientes, esta distribuição se realiza na maioria dos hospitais para 24hs, sempre tendo em vista que isto pode gerar erros e devendo ser estabelecido procedimentos queminimizem esta possibilidade.
O farmacêutico deve receber a prescrição original e em sua defesa uma cópia exata da mesma. Na atualidade, o médico pode introduzir diretamente a prescrição no ordenador (prescrição eletrônica).
Os medicamentos não devem ser dispensados até que o farmacêutico tenha avaliado a prescrição médica.
Tanto o perfil da enfermaria de planta como a de farmácia, deve receber diretamente a ordem médica a partir de quando as enfermeiras preparam o plano de medicação a administrar e farmácia de distribuição a realizar. A enfermaria recebe a medicação enviada pela farmácia e comprovará a concordância com a sua própria. Se for encontrada alguma discrepância será porque um deles foi interpretado de forma diferente da prescrição, necessitando um acordo com o médico. Desta forma muitos erros se detectaram e se evitaram (CASSIANE e SILVIA, 2004).
Ao dispensar o medicamento certo, ao paciente certo, na hora certa, levando-se em consideração que podem ser avaliados diversos aspectos, tais como: erros de medicação, ou seja, verifica-se com a dose unitária se esses erros são freqüentes; fidelidade das doses (comparar as doses prontas com as prescrições médicas e verificar possíveis diferenças); interações medicamentosas, reações adversas e outras causas podem ser estudadas; acondicionamento dos fármacos pode ser estudado, considerando-se o tipo de acondicionamento ao qual estão submetidos na dose unitária além de proporcionar a administração hospitalar um sistema de distribuição de medicamentos que seja financeiramente viável e oferecer recursos ao farmacêutico para melhor integrar-se a equipe de saúde (BELTRAN, 1998).
A rotina operacional é cíclica, portanto deve ser vista como um processo dinâmico. Cada passo tem sua importância não devendo haver atropelos, sob pena de interromper o processo em qualquer fase que se encontre.
No que tange aos profissionais e suas competências observa-se que: o Médico prescreve na folha de prescrição médica (duas vias); o Técnico em enfermagem: retiram do prontuário as cópias (segundas vias) das prescrições médicas.
Já o Técnico em Enfermagem: vai ao posto de enfermagem, enfermarias ou apartamentos e recolhe: cópias das segundas vias das prescrições e receitas utilizadas para a retirada de medicamentos dos armários de urgência.
Por sua vez, o Funcionário da farmácia prepara: doses unitárias; bandejas contendo os medicamentos a serem repostos nos armários com medicamentos de urgência (de acordo com as receitas) e etiquetas das doses unitárias e revisa as receitas rubricando as (para identificar quem preparou e ou aviou as doses e receitas, respectivamente.).
O Farmacêutico, a seu turno, verifica se as doses unitárias estão de acordo com as segundas vias das prescrições médicas; faz ou supervisiona o controle de estoque e registra as receitas de psicotrópicos ou entorpecentes, de acordo com a legislação vigente; analisa o perfil farmacoterapêutico do paciente e efetua ou supervisiona a reposição dos medicamentos utilizados nas urgências.
O Técnico em enfermagem, por sua vez, recebe e confere as doses unitárias e faz a reposição dos medicamentos utilizados na urgência e reintroduz as segundas vias das prescrições nos prontuários se for o caso.
Ao Enfermeiro competirá, assim, ministrar as doses unitárias dos medicamentos (BELTRAN, 1998).
TIPOS DE S.D.M.D.U.(SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS POR DOSE UNITÁRIA)
São três os tipos de sistema de distribuição por dose unitária: centralizado; descentralizado e, ainda, um terceiro denominado de combinação dos dois tipos.
No Sistema Centralizado as doses são preparadas na farmácia central edistribuídas para todo o Hospital Pelo fato da centralização, o controle de estoque e a supervisão da preparação das doses, pelo farmacêutico, ficam mais contundentes.
No Sistema Descentralizado as doses são preparadas nas farmácias satélite (descentralizadas) e ao final de cada preparação, os quantitativos do consumo são enviados á Farmácia Central.
No Sistema Combinado diz-se que o sistema é combinado, quando ao mesmo tempo em que as Farmácias Satélites estão atuando na preparação de doses, a farmácia central deixará de operar e vice-versa. Este esquema facilita a adequação aos horários de administração de doses e objetiva uma redução nos recursos humanos, aproveitando da melhor forma possível, o horário de trabalho do pessoal existente no quadro de funcionários da farmácia. (BELTRAN, 1998).
São consideradas condições básicas para um bom S.D.M.D.U.: a existência da comissão de farmácia e terapêutica (comissão de padronização de medicamentos). Sem uma relação básica dos medicamentos a serem consumidos no Hospital, fica difícil se preparar doses unitárias, levando-se em consideração grande quantidade de especialidades farmacêuticas comercializadas no Brasil e a preferência de cada médico por uma especialidade.
Há necessidade que normas sejam publicadas como uma espécie de manual evitando, portanto, a omissão dos elementos que trabalharão no sistema. Neste manual deverão constar, também, os objetivos do sistema e suas vantagens (BELTRAN, 1998).
São consideradas vantagens do S.D.M.D.U.: possibilitar uma maior interação do farmacêutico com os diversos profissionais da saúde e com o paciente; reduzir os estoques das tarefas nos setores o que evita perdas e desvios; diminuir as tarefas desenvolvidas pela enfermagem; aumentar o controle sobre a utilização dos medicamentos; proporcionar maior segurança do médico; rapidez na administração das doses; funcionamento mais dinâmico do serviço de farmácia; redução no índice de erros de administração de medicamentos; redução no tempo de distribuição de medicamentos; fácil adaptação a computadores; higiene e organização são superiores as dos sistemas tradicionais; viabilização econômica; prestigiar o hospital pelo melhor controle e uso dos medicamentos; favorecer o perfil farmacoterapêutico do paciente; oferecer assistência de alto nível e, ainda, por ser atividade mais técnica é gratificante para o pessoal da farmácia.
Entretanto, são consideradas como desvantagens: aumento das necessidades de recursos humanos e infra-estrutura da farmácia hospitalar e exigência de investimento inicial.
ACONDICIONAMENTO E EMBALAGEM DE DOSE UNITÁRIA
Um dos fatores de relevância no sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária é a forma pela qual são acondicionados e embalados os medicamentos.
Na escolha do acondicionamento e/ou embalagem, deve-se considerar: a adequação às condições físicas do hospital; as condições financeiras da instituição; as considerações farmacológicas, tais como estabilidade, fotossensibilidade, entre outros, além de suas vantagens econômicas.
São consideradas etapas e fases desse processo:
a) Etapa de preparação: antes de iniciar o desenvolvimento de um programa que possa em prática o SDMDU, devem considerar as fases preliminares preparatórias do mesmo.
b) Fase de diagnóstico: uma vez elaborado o programa de implantação definitivo da SDMDU, deve-se conhecer todo o pessoal do hospital: Equipe direta, chefes de unidades e o resto do pessoal, utilizando o maior número de recursos comunicativos possíveis para garantir a máxima difusão e um elevado grau de compromisso com o programa.
c) Etapa de desenvolvimento: estabelecimento de cronograma de trabalho além de determinar umas fichas que compromete o desenvolvimento do programa, resultado imprescindível.
O tempo utilizado para a implantação total do programa dependerá de vários fatores:
a)Número de pacientes que fazem uso extensivo do SDMDU;
b)Grau de complexidade das unidades clínicas;
c)Recursos disponíveis.
Uma boa resposta, não só reúne o conhecimento e habilidades do pessoal do serviço de farmácia, sendo também de interesse e na medida do possível, a organização e disciplina do pessoal médico e da enfermaria da unidade (COUTO, 1999).
São considerados, assim, requisitos básicos para o pessoal não facultativo da área de Dose Unitária: a capacidade para interpretar e compreender a informação técnico-científica e a linguagem simbólica associada aos processos distintos; a elaboração e acondicionamento de medicamentos em DU, observando os procedimentos estabelecidos; o monitoramento do bom funcionamento e posto as máquinas, materiais; a distribuição de medicamentos em DU, segundo protocolo; a adaptação às novas situações elaboradas geradas como conseqüência das inovações tecnológicas e administrativas (manejo de programa informativos e dispositivos automatizados) e o armazenamento e reposição de medicamentos na área
DESCRIÇÃO DO PROGRAMA PARA IMPLANTAÇÃO (SDMDU)
O programa de implantação de SDMDU pode se considerar dividido em três partes: A primeira se determina a Estrutura pessoal, física e organizacional, na Segunda se explica o "Processo em si, e a terceira a de recorrer a resultados e evolução do programa em seu conjunto".
a) Estrutura física para Implantação (SDMDU)
Devem diferenciar a recepção das prescrições médicas, a prescrição, a validação, a preparação das DU (dose unitária) de cada paciente e a revisão do mesmo pelo farmacêutico.
A planificação do espaço necessário se realizará em função do número de pacientes com distribuição em DU.
A área da DU esta bem comunicada com as unidades clínicas, e unidades de Hospitalização (UH).
A UH deve contar com o espaço necessário para um pequeno boletim de medicamentos que cubra urgências e de onde se coloque o carro de DU.
b) Estrutura Pessoal para Implantação (SDMDU)
Dependerá o grau de automatização do SDMDU de um responsável farmacêutico especialista na farmácia hospitalar; número total de farmacêuticos um para cada 30.000 doses dispensadas /mês; farmacêutico especialista com presença física durante o serviço de farmácia permanece aberto e pessoal do farmacêutico qualificado (Técnicos em farmácia, auxiliares de enfermaria com função de técnico especialista): Quanto por cada 30.000 doses dispensadas/mês (COUTO,1999).
b.1.Conhecimentos e habilidades
O farmacêutico que trabalham no S.D.M.D.U., devem estar aptos epossuir conhecimentos e habilidades que lhes são imprescindíveis, para desenvolver uma atividade eficiente em todo processo.
b.2.Equipamentos
Painel ou estantes com as gavetas dos medicamentos perfeitamente identificados por ordem alfabética. Devem colocar-se em forma de "U" ou "1" porque facilita a distribuição e reposição das gavetas. Carros de distribuição: O número depende do número de U.H. com D.U, assim como a capacidade de cada carro. Em cada gaveta pode ir a medicação de um dos pacientes e para no máximo 24hs.
b.3.Suporte informático: facilitar todo o processo de farmacoterapia individual
A fase de prescrição assistida pelo ordenador esta atualmente desenvolvida em alguns hospitais. É fundamental que se imponha para que o processo melhore a qualidade e eficiência. A fase de distribuição resulta em necessidade informatizar porque existem softwares desenvolvidos e validados. Os postos de trabalho necessários dependem da carga de trabalho e de pessoal disponível.
Geladeiras e congeladores: precisam ser em número necessário para armazenar os medicamentos que devem ser conservados refrigerados ou congelados, uma vez reconstituídos e dispostos para sua administração em D.U.
Impressos: é fundamental realizar um adequado desenho dos modelos de impressos vão formar parte da história clínica do paciente, ajustando-se as normas que a unidade de documentação clínica tenha estipulado.
Os impressos básicos em DU devem incluir: o modelo da "Prescrição médica" a validação do farmacêutico, a distribuição e a administração.Alguns hospitais integram em um "impresso único" todos os processos. E os demais citados, resultam necessários os impressos correspondentes a "substituições genéricas, intercâmbios terapêuticos e notificações", registro de "intervenções farmacêuticas", indicadores de atividades e de qualidade e reclamações (CASSIANE e SILVIA, 2004).
c) Considerações Específicas de Embalagem das Seguintes Formas Farmacêuticas
c.1.Líquidos para Uso Oral
O envase deve ser suficiente para liberar o conteúdo total etiquetado. É aceitável que seja necessário um acréscimo de volume conhecido, dependendo da forma de envase, do material e da formulação do medicamento. A concentração do fármaco deve ser especificada em unidade de peso por medida (mg/ml;g/ml). As seringas para administração orla não devem permitir a colocação de agulha. Os envases devem permitir a administração de seu conteúdo diretamente ao paciente.
c.2.Sólidos de Uso Oral
Para embalagem tipo blister, deve-se Ter um verso opaco que permita imprimir informações e o outro deverá ser de material transparente. O mesmo deve permitir fácil remoção do medicamento.
c.3.Medicamentos para Uso Parenteral
Uma agulha de tamanho apropriado deve ser parte integral da seringa. A seringa deve estar pronta permitindo que o seu conteúdo seja administrado ao paciente sem necessitar de instruções adicionais. A proteção da agulha deve ser impenetrável, preferencialmente de um material rígido, evitando acidentes. A seringa deve permitir fácil manuseio e visualização de seu conteúdo.
c.4.Outras formas Farmacêuticas
Os medicamentos para uso oftálmico, supositórios, ungüentos, entre outros, devem ser adequadamente etiquetados, indicando seu uso, via de administração e outras informações importantes (BELTRAN, 1998).
Assim sendo, são considerados requisitos para implantação do sistema de distribuição por dose unitária: farmacêutico hospitalar com treinamento específico para este fim; laboratório de farmacotécnica; central de preparações estéreis; padronização de medicamentos; dispositivo para entrega de doses unitárias; impressos adequados; máquinas de soldar plástico; material de embalagens: sacos e potes plásticos; frascos de plásticos, de vidro, de alumínio; caixas de madeiras ou acrílico; envelopadora; envasadora; máquina de cravar frascos; rotuladora; impressora; máquina para lavar frascos; terminal de computador.
Para garantir a manutenção da qualidade dos produtos é de suma importância que para cada produto seja verificado em publicações científicas atualizadas o tipo de envase mais apropriado. O fracionamento ou reembalagem de medicamentos para o sistema de distribuição individualizado e/ou por dose unitária deve se efetuar em condições semelhantes às utilizadas pelo fabricante, de forma a impedir, tanto uma possível alteração de estabilidade como a contaminação cruzada ou microbiana. Entre os materiais mais utilizados estão os plásticos, laminados, vidros e alumínio (BELTRAN,1998).
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreender este processo de informações, que envolve os recursos disponíveis e aplicá-los de forma racionalizada, estando atento para as condições econômicas vigentes no país faz do farmacêutico um profissional insubstituível e privilegiado no que tange a medicação. Aplicar estes recursos de maneira correta nos sistemas de distribuição é tarefa do farmacêutico que será o responsável pelo sucesso da implantação do sistema.
Cabe ressaltar ainda que, as falhas geradas em uma gestão de estoques inadequada atingem de forma direta o paciente, prejudicando ou inviabilizando a sua assistência. Sendo assim, a gestão de estoques se reveste de valor especial, pois é um elo importante para que o hospital ou qualquer empresa, nos dias de hoje, alcance o seu propósito final que é proporcionar ao seu cliente um atendimento com qualidade.
Tendo em vista que o enfoque principal deste trabalho, distribuição por dose unitária, ficou constatado que esse sistema assegura tanto ao paciente, ao hospital e ao farmacêutico uma maior qualidade de atendimento e maior controle de estoque, como conseqüência uma economia para a unidade hospitalar.
O farmacêutico embasado na facilidade do trabalho de um sistema eficaz e seguro, como da dose unitária se torna um profissional fundamental para o sucesso de qualquer um dos sistemas de distribuição.
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELTRAN, J.R. Envasado de medicamentos en dosis unitarias. Revista de la O.F.I.L. VII(2): 12-14. 1998.
BISSON, Marcelo Polacow. Farmácia clínica e atenção farmacêutica. São Paulo: Medfarma, 2003.
BRASIL, Ministério da Saúde. Coordenação de controle de infecção hospitalar: guia básico para farmácia hospitalar. Brasília-DF, 1994.
CASSIANI, Silvia Helena de Bortoli. A segurança de pacientes na utilização da medicação. São Paulo: Artes Médicas, 2004.
CAVALLINI, Miriam Elias, BISSON, Marcelo Polacow. Farmácia hospitalar: um enfoque em sistema de saúde . São Paulo: Malone, 2002.
COUTO, Renato Camargos, PEDROSA, Tânia M. Grillo, NOGUEIRA, José Mauro. Infecção hospitalar: epidemiologia e controle. 2.ed. Minas Gerais: Midsi, 1999.
GOMES, Maria José Vasconcelos de Magalhães, REIS, Adriano Max Moreira. Ciências farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. 1.ed. São Paulo: Atheneu, 2003.
JELDRES, CD. Descripción del sistema de dispensación de medicamentos dosis unitárias. Fundamentos de Farmácoa Clínica. Chile: Opus, 1993.
PEREIRA, Gerson Augusto. Material médico-hospitalar. Rio de Jmaeiro: Guanabara Koogan, 1997.

Fonte: Webartigos.com Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução. 1 » Envie este artigo para seus amigos! » Quer publicar artigos? Crie seu perfil de escritor! 1 A fonte do artigo e informações do autor devem ser mantidas. Reprodução apenas na Internet