domingo, 14 de junho de 2009

FARMÁCIA HOSPITALAR - CLASSIFICAÇÃO, OBJETIVOS, FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES

FARMÁCIA HOSPITALAR - CLASSIFICAÇÃO, OBJETIVOS, FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES


Classificação


Como um serviço/departamento de um hospital a classificação da Farmácia Hospitalar se confunde com a do próprio hospital em que esta contida. Segundo Maia Neto (1990), podemos classificar os hospitais de várias maneiras:
Uma primeira maneira seria quanto à administração financeira; Ex. Hospitais Públicos e Privados.
Uma segunda maneira quanto ao aspecto financeiro; Neste caso, poderíamos classifica-los em não lucrativos, filantrópicos, beneficentes.
Uma terceiraa maneira seria quanto a sua finalidade e, neste caso, poderíamos utilizar a terminologia de crônicos, de longa permanência, e agudos ou de curta permanência.
Uma quarta maneira seria quanto a sua estrutura física; e a classificação poderia ser considerada como Pavilhonar, Monobloco, Multibloco, Horizontal e Vertical.
Por último, poderíamos classificar o hospital quanto ao corpo clínico, que neste caso poderiam ser abertos ou fechados. Queremos salientar que diversos aspectos atuam administrativamente e tecnicamente para justificar a importância do assunto escolhido, e a própria classificação hospitalar, sob seus vários aspectos, tem influência marcante na atividade de farmácia hospitalar como um todo.
Analisando as definições acima citadas notamos uma evolução, através do tempo, do próprio conceito de Farmácia Hospitalar, que passou a incluir a função clínica dentro de suas ações, tornando o farmacêutico hospitalar mais inserido no contexto assistencial apesar de alguns aspectos limitantes, como os mencionados pelo Ministério da Saúde (1994:11), tais como:


1 - Formação deficiente do farmacêutico para as atividades da Farmácia Hospitalar, tendo em vista que as universidades orientam o profissional para atuar em análises clínicas e indústrias, em detrimento de conhecimento do medicamento;
2 - Despreparo dos farmacêuticos para assumirem as atividades administrativas da Farmácia Hospitalar;
3 - A limitação do papel da Farmácia Hospitalar como setor exclusivo de armazenagem e distribuição de produtos farmacêuticos, sem o desenvolvimento de atividades de produção e fracionamento de medicamentos;
4 - Não comprometimento de alguns profissionais da área de saúde com as propostas de uso racional de medicamentos.


OBJETIVOS DA FARMÁCIA HOSPITALAR:

Os objetivos de farmácia hospitalar podem ser divididos em primários e secundários;

1 - Os objetivos primários - Devem ser os procedimentos mínimos indispensáveis para o monitoramento eficiente do uso dos medicamentos. Os objetivos primários: são:

  • Padronização de medicamentos,
  • Planejamento de estoques,
  • Aquisição de medicamentos,
  • Armazenamento e
  • Dispensação de medicamentos.

2 -Os objetivos secundários - Devem ser perseguidos pelos profissionais farmacêuticos, para o reconhecimento da farmácia como serviço clínico na instituição. Os objetivos secundários são:
  • Farmacotécnica,
  • Controle de infecções hospitalares,
  • Educação e treinamento e
  • Farmácia clínica.

FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DO SERVIÇO DEFARMÁCIA:

Conforme as definições do Conselho Federal de Farmácia a partir de sua Resolução nº 300 (1997), a farmácia é uma “Unidade clínica de assistência técnico-administrativa, dirigida por profissional farmacêutico, integrada funcional e hierarquicamente às atividades hospitalares”.

É importante ressaltar que esta definição afirma que a farmácia deve ser uma Unidade Clínica, e portanto, todas as suas ações devem ser orientadas ao paciente. Isto significa que não basta à farmácia fornecer medicamentos, mas impõe, também, a obrigação de acompanhar sua correta utilização e seus efeitos. Deve ser, então, um departamento ou serviço tecnicamente aparelhado para planejar, organizar, dirigir, controlar, desenvolver e executar planos, programas e projetos de ensino e pesquisa relacionados às atividades de aquisição, armazenamento e distribuição de medicamentos e correlatos, de modo a garantir efetiva assistência farmacêutica. A citada resolução continua, ainda, em suas definições, a estabelecer que é necessário

1 - “Garantir a qualidade da assistência prestada ao paciente, através do uso seguro de medicamentos e correlatos, adequando sua utilização à saúde individual e coletiva nos planos assistencial, preventivo, docente e de investigação. Deverá a mesma contar com profissionais farmacêuticos suficientes para o bom desempenho da assistência farmacêutica, segundo as necessidades do hospital.” Acentuando a função da farmácia, o Conselho enfatiza o paciente como principal cliente e objetivo.

2 -Assumir a coordenação técnica nas discussões para seleção e aquisição de
medicamentos, germicidas e correlatos, garantido sua qualidade e otimizando a terapia medicamentosa”. Significa que o gestor farmacêutico, como supremo detentor de conhecimento sobre os fármacos deve participar ativamente da seleção de medicamentos padronizados e dos processos de aquisição.

3 - Cumprir normas e disposições gerais relativas ao armazenamento, controle de estoque e distribuição de medicamentos, correlatos, germicidas e materiais médicos hospitalares. A central de abastecimento farmacêutico deve estar adequadamente equipada para o cumprimento das Boas Práticas de Distribuição.

4 - Estabelecer um sistema eficiente, eficaz e seguro de dispensação para pacientes ambulatoriais e internados, de acordo com as condições técnicas hospitalares, onde ele se efetive. O sistema de distribuição empregado deve poder garantir o abastecimento do hospital nas 24 horas e, ao mesmo tempo, evitar desvios, caducidade e perdas por armazenamento inadequado ou administração de medicamentos não prescritos.

5 - Dispor de setor de farmacotécnica composto de unidade para manipulação de fórmulas magistrais e oficinais; manipulação e controle de antineoplásicos; reconstituição de medicamentos, preparo de misturas endovenosas e nutrição parenteral; preparo e diluição de germicidas; fracionamento de doses; análises e controles correspondentes; produção de medicamentos; outras atividades passíveis de serem realizadas, segundo a constituição da farmácia hospitalar e as características do hospital. O gestor farmacêutico deve ser capaz de apresentar aos administradores hospitalares os benefícios da implantação deste setor.

6 - Elaborar manuais técnicos e formulários próprios. Os manuais de normas e procedimentos operacionais devem ser elaborados e implantados para fins de treinamento, de uniformidade dos procedimentos e da assistência, além de
orientar sobre os diversos protocolos.

7 - Manter membro permanente nas comissões de sua competência, principalmente na comissão de farmácia e terapêutica ou padronização de medicamentos; na comissão de controle de infecção hospitalar; na comissão de licitação ou parecer técnico e na comissão de suporte nutricional. A participação nestas comissões é indispensável para a eficiência do trabalho farmacêutico,já que o monitoramento do uso racional de medicamentos depende do estabelecimento de protocolos de dispensação, padronização, aquisição e manipulação.

8 - Atuar junto à Central de Esterilização na orientação de processos de desinfecção e esterilização de materiais, podendo ser responsável pelo setor.. As orientações e os treinamentos sobre o uso de técnicas assépticas beneficia o trabalho neste setor e minimiza as possibilidades de contaminação.

9-- Participar nos estudos de ensaios clínicos e no programa de farmacovigilância do hospital. O monitoramento das reações adversas não dependentes do paciente, seja nos ensaios clínicos ou na pós-comercialização do medicamento é útil também para as avaliações da farmácia na revisão da padronização.

10 - -Exercer atividades formativas sobre materiais de sua competência, promovendo cursos e palestras e criando um setor de Informações sobre Medicamentos, de acordo com as condições do hospital.

11 - Estimular a implantação e o desenvolvimento da Farmácia Clínica. Como vimos anteriormente, a implantação destas atividades divulgam o papel do farmacêutico na instituição e potencializam seu valor profissional.

12 -Exercer atividades de pesquisa, desenvolvimento e tecnologia farmacêuticas, no preparo de medicamentos e germicidas."

FUNÇÕES DO SERVIÇO FARMACÊUTICO:

A equipe de profissionais deve receber treinamento suficiente para o cumprimento de todas as funções descritas a seguir:

A - Administrativas:

-Administração, seleção e orientação dos funcionários para o serviço

  • - Desempenho financeiro
  • -Registro de documentação clínica
  • -Política de uso de medicamentos
  • - Monitoramento de programa de abuso de medicamentos
  • - Controle de medicamentos não padronizados
  • - Controle de vendedores e representantes
  • - Controle de amostras
  • -Escrituração de medicamentos controlados
  • -Inspeção de áreas de armazenamento
  • -Organização de sistema racional de distribuição e controle
  • -Registros de manutenção de equipamentos
  • -Divulgação de informação sobre medicamentos
  • - Seleção de medicamentos
  • -Participação em comissões
  • -Monitoramento dos efeitos do regime farmacoterapêutico.
  • - Adequação permanente do regime farmacoterapêutico e o plano de monitoramento.

B - Operacionais:

  • -Confecção de planos de ação
  • - Manuais de normas e procedimentos
  • -Definição de formulários de fornecimentos de medicamentos
  • -Empacotamentos de dose unitária
  • - Armazenamento adequado de medicamentos
  • -Farmacovigilância, farmacoepidemiologia e farmacoeconomia.
  • - Diagramação de planos de monitoramento
  • - Programas de nutrição parenteral
  • -Coleta de informações sobre os pacientes
  • - Controle da distribuição dos medicamentos
  • - Controle de administração dos medicamentos
  • - Implantação do regime farmacoterapêutico.

C - Técnicas:

  • -Educação e treinamento
  • - Monitoramento de reações adversas e erros
  • -Manuseio de quimioterápicos antineoplásicos
  • -Avaliação de desempenho de pessoal
  • - Preparo de medicamentos extemporâneos e produtos estéreis
  • -Gerenciamento de gastos com medicamentos
  • - Avaliação de melhoria de qualidade
  • - Avaliação de monografias terapêuticas de medicamentos
  • -Avaliação de prescrições médicas
  • - Monitoramento de terapia medicamentosa
  • - Consulta farmacêutica
  • -Avaliação de uso dos medicamentos
  • -Assistência farmacêutica e microbiológica ao uso dos antimicrobianos
  • - Descrição de cargos
  • -Diagramação do regime farmacoterapêutico.
  • -Determinação de problemas relativos a terapêutica.
  • - Especificação de objetivos farmacoterapêuticos.
  • -Desenvolvimento do regime farmacoterapêutico e do plano de monitoramento correspondente, em colaboração com o paciente e outros profissionais de saúde.

ATRIBUIÇÕES DA FARMÁCIA HOSPITALAR, COMO SERVIÇO ESPECIALIZADO:

1. Administrar o estoque dos medicamentos de acordo com as necessidades do hospital, realizando aquisição / seleção de medicamentos a partir do consumo médio, do estoque mínimo e do ponto de ressuprimento.

2. Garantir que os medicamentos sejam distribuídos dentro da data de validade e que o local de armazenamento possua condições ideais de temperatura e umidade, de acordo com as Boas Práticas de Produção e Distribuição, visando a manutenção das naturezas físicas e bioquímicas de suas composições.

3. Realizar seleção e padronização de medicamentos

4. Promover distribuição dos medicamentos de forma racional, adequada à estrutura do hospital.

5. Orientar as especialidades médicas quanto ao uso correto dos medicamentos e sua conservação.

6. Promover o ensino e treinamento dos funcionários para o trabalho em Farmácia Hospitalar.

Esses requisitos mínimos são indispensáveis para promover meios de pronto
restabelecimento dos pacientes no hospital e para atender às exigências da legislação pertinente e do Código de Defesa do Consumidor, em seus artigos 6 e 8, a saber:

Artigo 6º: “Todo consumidor tem direito a: Proteção à vida, saúde e segurança contra riscos provocados por práticas de fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos. A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, assegurada a liberdade de escolha e igualdade nas contratações a informação adequada e clara sobre os diversos produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, característica, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.”

 Artigo 8º: (Capítulo IV, seção I – da proteção à saúde e segurança) “Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde e segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis de sua natureza e função, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.”

ATRIBUIÇÕES DOS FUNCIONÁRIOS DO SERVIÇODE FARMÁCIA:

As funções e atribuições dos serviços e dos profissionais do setor também podem ser divididas em administrativas, técnicas e operacionais. Para o melhor desempenho do serviço, todos os funcionários, de acordo com o cargo que ocupam, devem estar cientes de suas atribuições. O estabelecimento destas atribuições permite ao gestor farmacêutico a definição dos cargos, a determinação do perfil e a seleção do funcionário mais adequado para o trabalho.

ATRIBUIÇÕES DOS CHEFES DE SERVIÇO DE FARMÁCIA:

Administrativas:

  • -Organizar e controlar as atividades técnico-administrativas do serviço.
  • - Manter atualização das informações, da documentação e seu arquivamento.
  • -Confeccionar e manter atualização do memento terapêutico, do manual de normas e procedimentos operacionais e do manual de interações medicamentosas.
  • -Coordenar escala de férias, licenças e plantões dos funcionários em exercício no Serviço, bem como recomendar medidas disciplinares.
  • - Cumprir e fazer cumprir as ordens de acordo com a escala hierárquica, assim como as normas e diretrizes técnicas e administrativas.
  • -Avaliar o desempenho funcional de seus subordinados. Operacionais:
  • -Controlar o estoque e fazer reposição dos medicamentos de acordo com consumo médio, o estoque de segurança e o ponto de ressuprimento, assim como fiscalizar a entrada / saída dos medicamentos e opinar quanto ao preço, qualidade e quantidade que deva permanecer em estoque.
  • -Assegurar atendimento adequado aos pacientes em relação à distribuição dos medicamentos
  • - Promover reuniões de instrução, avaliação e coordenação de atividades.
  • -Orientar o chefe da guarda de medicamentos quanto à interdição de lotes e aos planos de recolhimento.

Técnicas:

  • - Responder pela aquisição, distribuição, qualidade e registro das substâncias controladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Medicamentos, Insumos, dietéticos e Correlatos
  • - Atualizar e padronizar os medicamentos, bem como sugerir novos medicamentos, de acordo com as características do hospital, com vantagens técnicas e econômicas, aos integrantes da Comissão Hospitalar de Farmácia e Terapêutica.
  • -Sugerir e promover medidas para redução do custo operacional.
  • - Cooperar com as especialidades no planejamento e execução de programas econômicos, técnicos e científicos.

ATRIBUIÇÕES DOS CHEFES DA CENTRAL DE ABASTECIMENTO FARMACÊUTICO:

Administrativas:

  • -Centralizar o recebimento de dados que envolvem consumo, distorções, incidência de prescrições e alterações na movimentação de estoque.
  • -Avaliar o desempenho funcional de seus subordinados.

Operacionais:

  • - Receber, registrar e controlar os medicamentos, mantendo a documentação arquivada adequadamente, de acordo com instruções legais.
  • -Observar sistema de disposição ordenada do estoque, permitindo rápido inventário e fácil inspeção. Observar altura das pilhas, empilhamento máximo permitido e distâncias, conforme critérios previamente estabelecidos.
  • -Orientar a organização dos medicamentos nas devidas prateleiras, com identificações próprias de acordo com nome, forma, código e validade, em áreas tecnicamente adequadas à natureza física e bioquímica de suas composições.
  • Realizar inventários e auditorias periódicas – procedimentos que devem começar e terminar no mesmo dia (conferir estoques, validade, armazenamento, consumo, validação de refrigeradores, manutenção de equipamentos, aferidores de temperatura e umidade, inspeção de equipamentos contra insetos e roedores, limpeza das instalações).

Técnicas:

  • -Consultar as diferentes especialidades em relação à solicitação dos medicamentos que não estão apresentando rotatividade de estoque
I

ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO:

Administrativas:

  • - Conhecer, interpretar e cumprir as exigências da legislação pertinente.
-Supervisionar processos de aquisição de produtos.
  • - Manter atualizada escrituração de manuais, formulários, bancos de dados e boletins de informação.
  • - Desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e os procedimentos relativos aos aspectos operacionais da manipulação de formulações magistrais e oficinais.

Operacionais:

  • - Especificar, selecionar, inspecionar e armazenar criteriosamente as matérias primas e materiais de embalagens necessários ao preparo das formulações.
  • - Participar de estudos de farmacovigilância, tendo por base a análise de reações adversas e interações medicamentosas.
  • - Organizar e operacionalizar áreas de funcionamento da farmácia

Técnicas:

  • -Qualificar fornecedores pela exigência de certificados de Boas Práticas de Produção e assegurar recebimento dos certificados de análise emitidos pelos fornecedores.
  • -Avaliar prescrição médica quanto à adequação, concentração e compatibilidade físico-química dos componentes, dose e via de administração.
  • - Assegurar condições adequadas de manipulação, conservação, transporte, dispensação e avaliação final da formulação, visando evitar riscos.
  • -Determinar os prazos de validade de cada produto manipulado.
  • - Promover e registrar treinamento operacional e de educação continuada, para atualização dos profissionais envolvidos na manipulação.
O conceito de garantia da qualidade e todas as medidas capazes de melhorar a compreensão e sua implementação devem ser amplamente discutidos durante as sessões de treinamento. -Informar aos pacientes o modo de usar de cada medicamento, os riscos possíveis, os efeitos colaterais, as incompatibilidades física e química, as interações com medicamentos e alimentos e outras informações pertinentes à utilização correta dos produtos.

ATRIBUIÇÕES DOS FUNCIONÁRIOS EM EXERCÍCIO NO SERVIÇO:

Administrativas:

  • -Atender às solicitações de medicamentos (formulários próprios ou prescrições médicas) o mais rápido possível.
  • -Manter a chefia do serviço informada sobre qualquer irregularidade ocorrida no setor. Operacionais:

  • -Manter organização e limpeza do setor de trabalho (organização física e atividades)
  • -Cumprir as diretrizes do manual de normas e procedimentos e as estabelecidas pela política institucional.
  • -Despachar os pacotes de medicamentos destinados a cada paciente, quando prontos e etiquetados.

Técnicas:

  • - Manipular e fracionar os medicamentos, após paramentação e limpeza adequadas, observando com rigor as boas práticas de manipulação e as normas estabelecidas nos manuais de bancada, onde devem estar descritos os protocolos de manipulação.

ATRIBUIÇÕES DOS FUNCIONÁRIOS MANIPULADORES DE MEDICAMENTOS:

Administrativas:

  • -Participar ativamente da implantação das rotinas operacionais contemplando todos os setores, desde almoxarifado até o transporte.

Operacionais

  • - Avaliar com inspeção visual a chegada do produto na área de produção e confrontar os produtos com as especificações das solicitações.
  • - Garantir que todas as superfícies de trabalho estejam limpas e desinfetadas com os desinfetantes padronizados para essas áreas, antes do início do trabalho, inclusive as superfícies internas das capelas de fluxo laminar.
  • - Assegurar lavagem e escovação de mãos, unhas e antebraços pelos funcionários manipuladores com anti-séptico apropriado, antes do início de qualquer atividade na área de produção e toda vez que se fizer necessário (após descontaminação dos insumos ou contaminação acidental no próprio ambiente).
  • - Conferir cuidadosamente a identificação do paciente, antes, durante e depois da preparação das manipulações e sua correspondência com o preparo em questão, assim como as quantidades correspondentes na prescrição médica;
  • - Garantir que toda manipulação contenha rótulo com as informações mínimas necessárias.

Técnicas:

  • -Estabelecer prazo de validade do lote manipulado, de acordo com as informações dos  fabricantes dos produtos industrializados, da literatura e com os testes de validação do processo de preparo e esterilidade, respectivamente documentados;
  • -Garantir a padronização do controle microbiológico com as rotinas desenvolvidas por escrito e documentação dos resultados, quando houver manipulação de soluções estéreis, de acordo com a classificação dos riscos de manipulação.
OBJETIVOS DA PRÁTICA FARMACÊUTICA:

A prática da assistência farmacêutica requer a responsabilidade sobre o uso mais efetivo e eficiente dos medicamentos e sobre os efeitos das terapias medicamentosas, com a garantia de alcance dos objetivos terapêuticos e sem o desenvolvimento de reações iatrogênicas. Somente a assistência farmacêutica possui as ferramentas necessárias para esta garantia. A face mais interessante da assistência farmacêutica é o próprio termo assistência, pois o emprego do termo atendimento não possui um caráter social.

A profissão farmacêutica deve expandir-se na unidade hospitalar em todos os sentidos, financeiros, como força de trabalho, na reivindicação pelo espaço físico e equipamentos, nos serviços e na maior assistência aos pacientes, sem medição de esforços para alcançar estas dimensões - com o objetivo de crescer em influência, tamanho e principalmente respeito.

A presença do farmacêutico clínico nas equipes de assistência primária constitui um desafio  para a profissão, devendo ser estimulada pelas próprias organizações profissionais, quando aceitam o papel a ser desempenhado pelo farmacêutico no auxílio diagnóstico do estado de saúde da comunidade, na divulgação de um melhor uso dos medicamentos e na educação sanitária da população.

A atuação do profissional farmacêutico em seu papel clínico na unidade hospitalar está diretamente vinculada à garantia do uso racional dos medicamentos nas prescrições e da identificação dos objetivos terapêuticos; na projeção e implantação de um plano terapêutico para o alcance destes objetivos; na implementação desses planos e no monitoramento desse progresso; no relacionamento com os demais profissionais da instituição em que trabalha, na busca de maior experiência prática; na seleção de medicamentos e regime posológico, na garantia da obediência ao tratamento por parte dos pacientes e no monitoramento da resposta terapêutica aos produtos administrados; no reconhecimento e notificação das reações adversas aos medicamentos; na participação em diversas comissões como as de padronização de medicamentos e controle de infecção hospitalar; na orientação a outros profissionais da saúde sobre o uso racional de medicamentos e na participação de estudos para determinar os efeitos benéficos e adversos dos medicamentos.

As habilidades gerais para o preenchimento destas funções são as mesmas tradicionalmente necessárias para o exercício da profissão. Para a prática da assistência farmacêutica, o profissional precisa coletar informações para analisá-las, juntamente com a avaliação das condições e doença do paciente, com a finalidade de orientar em relação às opções terapêuticas. Na dispensação de medicamentos, as habilidades exigem a garantia de que os
medicamentos sejam administrados aos pacientes, de modo eficiente e seguro.

Os farmacêuticos também devem garantir que os pacientes compreendem a própria terapia medicamentosa. Seja qual for o tamanho ou complexidade do hospital, é fato que sem o medicamento e os correlatos não há sucesso na assistência sanitária ao paciente, mas para assegurar produtos farmacêuticos de boa qualidade em quantidades adequadas, com segurança quanto à eficácia e ausência de efeitos adversos, a farmácia precisa de uma estrutura organizacional bem elaborada e com funções bem definidas.

Contrariando as opiniões de que sem meios econômicos não é possível o desenvolvimento da farmácia clínica, existe o exemplo de Portugal, que com meios mais escassos do que a média dos países da Europa, conseguiu desenvolver de modo aceitável a farmácia clinica e realizar mudanças significativas nos programas das faculdades de farmácia existentes no país.

Referências



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  • ·         Hepler, C.D. & Strand, L.M. (1990). Opportunities and responsabilities in pharmaceutical care. A m j Hosp. Pharm 47: 533-543.
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  • Menaging Drug Suply: The Selection, Procurement, Distribuition and Use of Pharmaceuticals. Secons Edition , Conecticut, 1997
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  • Nogueira, H., 1961. Serviço de Farmácia nos Hospitais. Rio de Janeiro, RJ: Artigo publicado na Revista Brasileira de Farmácia n°3/4, março/abril de 1961.
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  • Ryan, B. A, 1993. The rising cost of Fharmaceuticals: An Industry observer’s perspective. Am. J. Hosp. Farm. 50, suppl 4: 53 - 54.
  • SBRAFH, 1996/1997. Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar, 1996/1997. Padrões Mínimos para Unidades de Farmácia Hospitalar. Belo Horizonte, 1997
  • Sociedad Española de Farmacia Hospitalaria, 1990. Criterios y Estandares de Practica para Servicios de Farmacia Hospitalaria. Madrid, España: Edita y Distribuye: Consejo General de Colegios Oficiales de Farmacéuticos.







sábado, 13 de junho de 2009

FARMÁCIA HOSPITALAR - CONCEITOS

CONCEITOS

Vários são os conceitos de farmácia hospitalar existente. Discutiremos a questão com base na análise dos diversos autores que serão abordados e que consideraremos para o desenvolvimento desta reflexão. A farmácia hospitalar é um sistema relevante no contexto dos hospitais e tendo em vista sua importância foram elaborados, através do tempo, para instrumentaliza-la, vários conceitos.
Discorreremos sobre os conceitos de alguns autores, como o de Nogueira Henrique (1961), que define a farmácia hospitalar ”como uma atividade que adquiriu especial significado, em face de ser fator de alta cooperação no perfeito equilíbrio do orçamento hospitalar, contribuindo de modo decisivo no custo do leito /dia”.
Segundo Cimino (1973), a farmácia hospitalar é considerada como uma unidade técnica aparelhada para prover as clínicas e demais serviços, dos medicamentos e produtos afins de que necessitam para seu funcionamento normal definição incluída também por Maia Neto (1990).
As definições sobre farmácia hospitalar são fartas e podemos destacar ainda outros autores tais como Santich (1995) que conceitua de modo geral o que vem a ser Assistência Farmacêutica e que pode perfeitamente ser inferido para farmácia hospitalar. Entre diversos conceitos Santich (1995) destaca o de Mikeal et, al (1975), que a define como ”O cuidado que um paciente determinado deve receber ou recebe, e que assegura o uso racional dos medicamentos”. Já Brodie et, al (1980), define a farmácia hospitalar ”através da determinação das necessidades de medicamentos para um só indivíduo, como também dos serviços necessários (antes, durante e depois do tratamento), para assegurar uma terapia otimamente segura e efetiva”. Segundo Santich (1995), podemos ainda citar Hepler (1987), que define a atividade como ”uma relação acordada entre o paciente e o farmacêutico, no qual o farmacêutico possui o controle do uso dos medicamentos, com habilidade e conhecimento apropriados, consciente de seu compromisso com os interesses dos pacientes”.
Santich (1995), ainda cita o conceito de Hepler & Strand (1990) como um dos mais citados na atualidade que estaria representado ”pelo componente da prática farmacêutica que permite a interação do farmacêutico com o paciente com o propósito de atender as necessidades do paciente relacionadas com medicamentos .
Segundo o Programa Regional de Medicamentos Essenciais da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS, 1987) a farmácia hospitalar compreende a ”seleção de medicamentos, a aquisição e o controle dos medicamentos selecionados e o estabelecimento de um sistema racional de distribuição que assegure que o medicamento prescrito chegue ao paciente na dose correta. Para tal é vital a implantação de um sistema de informações sobre medicamentos que permita otimizar a prescrição”.
No Curso de Especialização em Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1990), definiu-se a farmácia hospitalar ”como o departamento ou serviço de um hospital, que sob a responsabilidade técnica de um profissional farmacêutico habilitado, se destina a contribuir para o seu bom desempenho procedendo à ampla Assistência Farmacêutica a seus pacientes e colaborando com todos os demais profissionais que integram a área de saúde, através de uma série de atividades colocadas em pratica” (Maia Neto, 1990).
O próprio Ministério da Saúde , através de seu Guia para Farmácia Hospitalar (MS/SAS/OPAS/CCIF, 1994), define a farmácia hospitalar como uma “atividade que representa uma parcela muito alta do orçamento destinado aos hospitais, justificando, portanto, a implementação de medidas que assegurem o uso racional desses produtos”
A farmácia hospitalar seria portanto uma unidade técnica - administrativa do hospital é que visa primordialmente a assistência ao paciente no âmbito dos medicamentos e correlato e executa uma série de atividades com o objetivo de fazer o uso racional de medicamentos.
Para que a farmácia hospitalar possa assegurar produtos farmacêuticos de boa qualidade em quantidade adequadas, com segurança, quanto à eficácia e efeitos indesejáveis, a farmácia precisa de uma estrutura organizacional adequada e bem elaborada e com funções bem definidas ““. De acordo com a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar, 3º oficina de trabalho edição (SBRAFH, 1996/1997), a farmácia hospitalar é um serviço clínico, administrativo e econômico, dirigida por profissional farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades de assistência ao paciente.
Referênias:
Conselho Federal de Farmácia (Apoio: MS/CEME/SAS/OFIL/SBRAFH/EMBRATEL), 1997.
Manual Básico de Farmácia Hospitalar. Brasília: K & K Artes Gráficas e Editora Ltda.
Liaroupolos, L. L., 1993. Cost savings through technological change in the administration of antibiotics. Intl of j. of technology assessment in health care 9 (4): 580 - 587.

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Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, 1994. Guia Básico para Farmácia Hospitalar. Brasília: Edição pela Divisão de Editoração Técnico - Científica / Coordenação de Documentação e Informação/Secretaria de Administração Geral/ CDI/SAG/MS.
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Ryan, B. A, 1993. The rising cost of Fharmaceuticals: An Industry observer’s perspective. Am. J. Hosp. Farm. 50, suppl 4: 53 - 54.
Santich, I. R.& Galli, A, 1995. La Asistencia Farmacéutica En El Sistema Único de Salud de Ceará: Elementos para su Transfomación, Fortaleza, Ceará, CE: Edição Escola de Saúde Pública e Departamento
Wilken, P.R.C. & Bermudez, J.A.Z (1999). A Farmácia no Hospital. Como avaliar ?. Rio de Janeiro: Editora Ágora da Ilha.

FARMÁCIA H0SPITALAR - HISTÓRICO

HISTÓRICO



 UM BREVE HISTÓRICO DA FARMÁCIA

A - No mundo

A história da farmácia pode-se dizer que nasceu com o próprio homem que através do processo de tentativo erro e acerto procuravam na natureza encontrar principalmente plantas que pudessem aliviar e até mesmo curar suas enfermidade. Os chineses, por exemplo, há mais de 2.600 anos já preparavam remédios extraídos de plantas. Mil anos depois, os egípcios faziam o mesmo, utilizando também sais de chumbo, cobre e ungüentos feitos com a gordura de vários animais, como hipopótamo, crocodilo e cobra. Na Índia, Roma e na Grécia, onde Hipócrates, ao sistematizar os grupos de medicamentos - narcóticos febrífugos e purgantes que inauguraram uma nova era para a cura.
O primeiro documento farmacêutico data de cerca de 3000 a.C. Na Antiguidade a Medicina e a Farmácia eram uma só profissão, mas na antiga Roma começou a separação daqueles que diagnosticavam a doença, daqueles que misturavam matérias para produzir porções de cura, era a época de Hipócrates e de Galeno.
Galeno (Pai da Farmácia (200 –131 a.C).
Combatia as doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas das enfermidades. É o precursor da alopatia.
Escreveu bastante sobre farmácia e medicamentos, e em suas obras se encontraram cerca de quatro centenas e meia de referências a fármacos. Elaborou uma lista de remédios vegetais, conhecidos como "galênicos", a maioria dos quais era composta com vinho. Observador e metódico classificou e usou magistralmente as ervas. Fazia preparações denominadas "teriagas" feitas com vinho e ervas.
·         Papiro de Ebers –3.000 a.C; (Egipto)
·         Hipócrates –460 –377 a.C; (Grecia)
·         Cláudio Galeno –130 –200 d.C.(Roma)
No século II, os árabes fundaram a primeira escola de farmácia de que se tem notícia, criando inclusive uma legislação para o exercício da profissão. A partir do século X, foram criadas as primeiras boticas -ou apotecas -na Espanha e na França. Eram as precursoras das farmácias atuais. Cabia aos boticários conhecer e curar as doenças, e para o exercício da profissão deviam cumprir uma série de requisitos e ter local e equipamentos adequados para a feitura e guarda dos remédios.
No século XVI, o estudo dos remédios ganhou impulso notável, com a pesquisa sistemática dos princípios ativos das plantas e dos minerais capazes de curar doenças. Também foi constatada a existência de microorganismos úteis e nocivos. Com o tempo, foi implantada no mundo a indústria farmacêutica e, com ela, novos medicamentos são criados e estudos realizados, em velocidade espantosa.
B - No Brasil
O governador geral Thomé de Souza trouxe de Portugal o 1°Boticário Diogo de Castro. No Brasil colônia, medicamentos e outros produtos com fins terapêuticos podiam ser comprados em boticas. O boticário em frente ao doente manipulava e produzia medicamentos, de acordo com a farmacopéia e a prescrição dos médicos. Nos locais distantes eram vendidos por mascates.
Os Jesuitas foram os primeiros a instituir enfermarias e boticas em seus colégios, tornando-se especialistas em preparo de remédios, principalmente os feitos à base de plantas medicinais. Era nos colégios que a população encontrava os medicamentos, vindos de Portugal ou preparados pelos próprios jesuítas.
Em 1640, as boticas foram autorizadas a funcionar como comércio e se multiplicaram em toda a colônia. Com o tempo, foram surgindo outros componentes de remédios, como mercúrio, arsênico e ópio.
Em 1744 foi criado o regimento que proibia a distribuição de drogas e medicamentos para estabelecimentos não habilitados e multas e apreensões em caso de descumprimentos. Há a criação da figura de Responsável Técnico além da existência de balanças, pesos e medidas, medicamentos galênicos, vasilhames, livros, etc.
Com a vinda da família Real para o Brasil foram criados em :
• 1832 –Faculdade de Medicina na Bahia
•1834 –Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro
•1837 –Formados os 6 primeiros farmacêuticos brasileiros
•1839 –Escola de Farmácia de Ouro Preto
•1896 –Escola de Farmácia de Porto Alegre
•1899 –Escola de Farmácia de São Paulo
•1912 –Escola de Farmácia do Paraná
Com a fundação das primeiras Faculdades de Farmácia (1839 -1898), o boticário foi lentamente sendo substituído pelo Farmacêutico. .A botica, onde o boticário pesquisava e manipulava fórmulas extemporâneas, originou dois novos tipos de estabelecimentos:
·         Farmácia
·         Laboratório Industrial Farmacêutico (VOTTA, 1965; COELHO, 1980).
Pelo Decreto 19.606/1931 ficou estabelecido:
• A competência para o farmacêutico exercer: Análises clínicas, químico bromatologista, biologista e legista;
• O controle de venda de substâncias causadoras de dependência, retenção de receita e guarda em armários;
• A obrigatoriedade da direção por farmacêutico nos laboratórios privativos de hospitais, casa de saúde, sanatórios, cooperativas, estabelecimentos religiosos.
Até a década de 30, a indústria nacional de medicamentos era em sua maioria de reduzidas dimensões e tinham uma origem familiar (BARROS, 1995). Baseava-se no emprego de matérias-primas de origem vegetal e mineral, apresentando somente condições adequadas ao suprimento do mercado existente, àquela época bastante reduzido (COELHO, 1980; BARROS, 1995). Embora a produção de medicamentos satisfizesse o mercado, é imperioso ressaltar que isto se deve ao fato de que grande parte da população não tinha acesso aos serviços de saúde (BARROS, 1995).
Com o processo de Industrialização houve:
·         A introdução bastante rápida dos antibióticos e produtos de síntese no campo da terapêutica
·         A abertura de nossa economia ao capital estrangeiro, o que permitiu que indústria nacional emergente fosse totalmente absorvida pelos oligopólios internacionais do medicamento
·         Diminuição da procura por farmácias de manipulação.
·          O foco passa a ser o médico
·         O afastamento do farmacêutico para as outras áreas
(FRENKEL, 1978; COELHO, 1980; GIOVANNI, 1980; RECH, 1985; BARROS, 1995; BERMUDEZ, 1995).
A Criação dos Conselhos de Farmácia
·         Criação da Ordem dos Farmacêuticos após a II semana de Farmácia em São Paulo (1936);
·         Em 1957 foi encaminhado projeto ao governo federal objetivando a criação dos Conselhos de Farmácia. Em 11 de novembro de 1960 são criados os CFF e CRFs;
·         Em 1969 houve reforma universitária com implantação do currículo mínimo para a formação do farmacêutico.
O Símbolo da Farmácia
A taça com a serpente nela enrolada é internacionalmente conhecida como símbolo da profissão farmacêutica. Sua origem remonta à antigüidade, sendo parte das histórias da mitologia grega. Segundo as literaturas antigas, o símbolo da Farmácia ilustra o poder (cobra) da cura (taça).
Lei 5991/1973 Lei sanitária criada com forte pressão de associações de donos de farmácias além da indústria farmacêuticaestabeleceu;
·         Criação de Posto e dispensários de medicamentos em estabelecimentos hospitalares;
·         Permitiu a venda de anódinos em hotéis e similares;
·         Estabeleceu que a Drogaria é estabelecimento de venda e varejo de produtos farmacêuticos;
·         Admitiu a abertura por leigos;
·         .Estabeleceu que a farmácia é caracterizada por comércio
"Projeto Biomédico"
Na década de 80 o projeto mobilizou a categoria farmacêutica, inclusive o movimento estudantil, no sentido de preservar a profissão farmacêutica. .As bandeiras de luta e a necessidade de articulação da categoria, neste momento, propiciaram as condições fundamentais para avaliações e constatações sobre uma possível crise de identidade do Farmacêutico, uma vez que este se encontrava afastado de seu eixo principal de atuação: o medicamento (VI SEMINÁRIO, 1994).

Caracteristicas da Farmácia no Mundo

“Uma sociedade sem médicos não tem saúde, uma saúde sem medicamentos não tem remédios, um remédio sem farmacêutico não tem cura”.

PORTUGAL

  • Desde 1521, D. Manuel instituiu o Regimento do Físico-Mor do Reino, em que somente os farmacêuticos (boticários) poderiam ser proprietários, após exame de conhecimento realizado por um júri, composto pelo Físico-Mor, físicos da corte e pelos boticários do rei e da rainha
  • Ensino em 5 anos com possibilidade de Farmácia Pública, Hospitalar, Industrial e Análises Clínicas;
  • Limitação do número de farmácias por distância;
 FRANÇA

  • Rei Luís XV mandou chamar de farmacêutico em vez de boticário;.
  • Farmácias funcionam com farmacêuticos durante todo o horário de funcionamento.
  • Fecham nas férias do farmacêutico;.
  • São identificados por uma cruz verde,
  • Os remédios ficam atrás do balcão;
  • O farmacêutico é remunerado por uma margem fixa sobre o preço da venda.
  • Os medicamentos são reembolsados pela seguridade social.
  • Não há propriedade de farmácias sem direção técnica;
 ESPANHA

  • São bem tradicionalistas com laboratórios de manipulação;
  • Farmácia somente de farmacêuticos,
  • Nas férias ou quando não há farmacêuticos, as farmácias fecham;
  • Zoneamento das farmácias.
 ITÁLIA

  • A abertura de farmácias é exclusiva de farmacêuticos, não há redes;
  • A presença de farmacêutico é necessária durante todo o horário de funcionamento,
  • Fecha nas férias;
  • Lei obriga uma farmácia para cada 4.000 habitantes. E não menos de 200 m de outra farmácia
  • Lei obriga farmacêuticos em hospitais
 ALEMANHA

  • Propriedade do farmacêutico;
  • Presença do farmacêutico durante todo o período de funcionamento,
  • Na  ausência da farmacêutico e nas férias fecham;
  • Possui placa com o nome na entrada;
  • Pode cobrar por consultas e serviços como profissional de saúde, independentemente da venda;
 REINO UNIDO

  • Propriedade exclusiva do farmacêutico;
  • Recebimento por margem média de 33%;
  • Medicamentos são vendidos a granel;
  • Farmácias fecham na ausência ou férias do farmacêutico.
 No Brasil, a Santa Casa de Santos, é considerada como o primeiro hospital brasileiro fundado em 1565 (Castelar, 1995). De acordo com o Guia Básico para Farmácia Hospitalar (MS, 1994), a farmácia hospitalar nasceu na idade média através dos gregos, árabes e romanos. Surgindo no Brasil por volta dos anos 50, logo se modernizou, mas em seguida praticamente ficou estagnada.
A primeira farmácia hospitalar que se tem registro, data de 1752 no Estados Unidos em um hospital da Pensilvânia - EUA. No Brasil as farmácias hospitalares mais antigas foram instaladas na Santa Casas de Misericórdia e Hospitais Militares (CFF, 1997).

A Assistência Farmacêutica hospitalar possui extrema relevância por várias razões que destacaremos oportunamente. Entretanto, como o medicamento e outros produtos correlato são vitais para o funcionamento harmonioso de qualquer hospital que procura ser eficiente, eficaz e efetivo, deve ser estudado cuidadosamente e destacado em qualquer trabalho relacionado com a questão.
Referênias:
Votta, R.. Breve histórico da Famácia no Brasil, Laboratório Enila S.A . Rio de Janeiro, 1965
Maia Neto, J. F., 1990. Farmácia Hospitalar. Um enfoque Sistêmico. Brasília: Thesaurus Editora.
Maia Neto, J.F., 2005 . Farmácia Hospitalar e Suas interfaces com a Saúde, são Paulo, RH Editora
Santich, I. R.& Galli, A, 1995. La Asistencia Farmacéutica En El Sistema Único de Salud de
Ceará: Elementos para su Transfomación, Fortaleza, Ceará, CE: Edição Escola de Saúde Pública e
Departamento http://acd.ufrj.br/consumo/leituras/lm_historiafarmaciamed.pdf. Da História da Farmácia e do Medicamento (Org) Ricardo Fernandez de Menezes


LIMA G.L, História da Farmácia, Disciplina de Introdução a Ciências Farmacêuticas

História da Farmácia


A História da Propaganda de Remédios no Brasil



O Farmacêutico na Farmácia