quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

ANTIBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS. PENICILINAS



UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMACOLOGIA IV

DOCENTE: NEUZA GUSMÃO DISCENTE: THALINE EVELI MARTINS ARAÚJO

ANTIBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS.
PENICILINAS


ANTIOBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS

O grupo dos antibióticos beta-lactâmicos é formado pelas penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas, ácido clavulânico, carbapenens, nocardicinas e monobactâmicos. ¢ Os β-lactâmicos são uma classe ampla de antibióticos, que inclui a penicilina e seus derivados, que possuem agente antibiótico e o núcleo β-lactâmico em sua estrutura molecular. ¢ Há mais de 50 anos os antibióticos beta-lactâmicos têm demostrado eficiência terapêutica e sua baixa toxicidade. Inicialmente mais ativos contra as bactérias Gram-positivas, porém tiveram seus espectros antimicrobianos ampliados.

Derivados semi-sintéticos e sintéticos permitiram o uso dos betalactâmicos no combate também ás bactérias Gram- negativas. ¢ Cefalosporinas de terceira geração e dos antibioticos carnapenemicos tem potente ampla atividade amtimicorbiana. Os monolactâmicos (aztreonam) mostraram serem especificos contra atividades das bacterias Gram-negativas , inclusive Pseudomonas e muitas raças bacterianas de resistência múltipla. ¢ É o mais usado grupo de antibióticos. ¢ Embora não seja antibiótico verdadeiro, o inibidor β- lactamase é muitas vezes incluído nesse grupo.

São antibióticos que inibem a síntese da parede celular de bactérias, impedindo que as ligações cruzadas entre as fitas de peptideoglicano se formem. http://search.babylon.com/?affID=110825&tt=0112_6&babs

HISTÓRIA DA PENICILINA

 A penicilina foi descoberta em 1928 por Alexander Fleming quando saiu de férias e esqueceu algumas placas com culturas de microrganismos em seu laboratório. Quando voltou, reparou que uma das suas culturas de Staphylococcus tinha sido contaminada por um bolor, e em volta das colônias deste não havia mais bactérias. ¢ Então Fleming e seu colega, Dr. Pryce, descobriram um fungo do gênero Penicillium, e demonstraram que o fungo produzia uma substância responsável pelo efeito bactericida: a penicilina. Eles comprovaram as suas qualidades antibióticas, assim como a sua não-toxicidade e a utilizaram clinicamente em 1941. ¢ Fleming foi médico militar durante a Primeira Guerra Mundial, ficando impressionando com a mortalidade através de feridas por arma de fogo que resultavam em gangrena gasosa ¢ Após sua descoberta e consequente utilização a penicilina pôde diminuir expressivamente o número de doenças causadas por doenças infecciosas ¢ Foi o marco inicial da Era dos antibióticos.

QUÍMICA

As penicilinas tem como núcleo formador o ácido aminopenicilânico (6-APA), que é um intermediário na manufatura de penicilinas semi-sintéticas. ¢ Quando adicionada a 6-APA em diferentes grupos químicos, obtêm-se várias famílias de penicilinas, dotadas de novas propriedades físico-químicas, farmacológicas e terapêuticas. ¢ A estrutura química do núcleo das penicilinas provém de dois aminoácidos: Cisteína e Valina ¢ Quando esses aminoácidos se interagem, formam o ácido penicilâmico (6-APA) surgindo os anéis beta-lactâmico e tiazolidínico.

ESTRUTURA QUÍMICA

As penicilinas se caracterizam por três aspectos estruturais: ¢ • Estrutura beta-lactâmica ¢ • Carboxila livre ¢ • É um ou mais grupos amino, convenientemente substituídos na cadeia lateral
 CLASSIFICAÇÃO DAS PENICILINAS

As modificações realizadas na molécula do 6-APA permitiram a classificação das penicilinas nos seguintes grupos: Grupo 1 – Penicilinas sensíveis à penicilinase. - Benzilpenicilina ou penicilina G - Fenoximetilpenicilina ou penicilina V - Carbenicilina Grupo 2 – Penicilinas que resistem a penicilinase. - Meticilina - Nafcilina - Oxacilina - Dicloxacilina - Cloxacilina

CLASSIFICAÇÃO DAS PENICILINAS

 Grupo 3 – Penicilinas de espectro aumentado Amoxilina Ampicilina Grupo 4 – Penicilinas antipseudomonas Ticarcilina Azlocilina Piperacilina Carbenicilina

FARMACOCINÉTICA

 A penicilina G (benzilpeninilina) é inativada pelo pH ácido do estômago, razão pela qual é usada exclusivamente por vias parenterais. ¢ O ácido do estômago hidrolisa a cadeia lateral amídica e abre o anel beta-lactâmico, fazendo com que a penicilina G perca sua atividade antibacteriana. ¢ Apenas 15% do medicamento administrado por via oral chega ao duodeno, sendo rapidamente absorvido. A penicilina G é utilizada nas formas: cristalina sódica e potássica; procaína e benzatina. ¢ A diferença entre estas formas está nas suas características farmacocinéticas. Assim, a penicilina G cristalina (sódica e potássica), quando administrada por via subcutânea ou intramuscular, apresenta latência de cerca de 30 minutos para atingir os níveis terapêuticos, e estes se mantêm por 4 a 6 horas. ¢ A penicilina G procaína, por estas mesmas vias, tem latência de 1 a 3 horas para atingir níveis terapêuticos, que são mantidos por 12 horas.

A penicilina G benzatina apresenta latência de 8 horas, com níveis podendo perdurar por 3 a 30 dias; ressalta- se que estes níveis vão decaindo gradativamente e, na dependência do microorganismo, as concentrações mínimas podem ser atingidas mais rapidamente ou não. ¢ Devido ao fato das penicilinas G procaína e benzatina permanecem no organismo do animal por tempo prolongado e são chamadas de penicilinas de longa duração ou de depósito. ¢ As penicilinas se distribuem por vários tecidos , tendo dificuldade de atravessar a barreira cérebro-sangue integra, não são biotransformadas no organismo, sendo eliminadas pelos rins, 90% por secreção tubular e 10% por filtração glomerular. As penicilinas possuem um aspecto de ação natural e de curta ação atuando principalmente sobre gram-positivos.

MECANISMO DE AÇÃO

Todos os antibióticos beta-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas) interferem na síntese de parede celular bacteriana, através da ligação de enzimas PBP. ¢ A penicilina acopla num receptor presente na membrana interna bacteriana PBP (proteínas ligantes de penicilina) e interfere com a transpeptidação que ancora o peptidoglicano estrutural de forma rígida em volta da bactéria. Como o interior desta é hiperosmótico, sem uma parede rígida há afluxo de água do exterior e a bactéria lisa.

A parede celular das bactérias é composta de peptideoglicanos, ou seja, é feita de peptídeos e unidades de açúcar. A estrutura da parede celular consiste de um esqueleto de açúcares, contendo dois tipos de açúcares, o ácido N-acetilmurâmico (NAM) e a N-acetilglucosamina (NAG). As cadeias de peptídeo são ligadas ao NAM e, no passo final da biossíntese da parede celular, essas cadeias de peptídeos se ligam pela substituição da D-alanina de uma cadeia pela glicina de outra cadeia. A enzima responsável pela reação de ligação cruzada é conhecida como transpeptidase. ¢ O último passo da reação cruzada que é inibido pelas penicilinas e cefalosporinas, de forma que a estrutura da parede celular não fique unida. Como resultado a parede celular torna-se fraca, uma vez que a concentração salina dentro da célula é maior do que fora, com isso a água penetra na célula, essa fica inchada e acaba se rompendo (lise bacteriana).

RESISTÊNCIA ÀS PENICILINAS

O principal mecanismo de resistência de bactérias à penicilina baseia-se na produção de Beta-lactamases, enzimas que degradam a penicilina impedindo sua ação. Outro mecanismo de ação da penicilina é a inativação do inibidor das enzimas autolíticas na parede celular. Isto dá, como resultado, a lise celular. ¢ As bactérias adquirem resistência às penicilinas através dos seguintes mecanismos, decorrente do modo de ação desses antibióticos:

A inativação enzimática pelas beta-lactamases biossintetizadas pelas bactérias; ü Redução da permeabilidade da parede celular bacteriana às penicilinas que, assim, não conseguem alcançar seus locais de ligação representadas por proteínas específicas (PLP)

RESISTÊNCIA ÀS PENICILINAS

Alterações conformacionais nessas proteínas de ligação das penicilinas, bloqueando a atividade antibiótica ü E o aparecimento do fenômeno da tolerância

TOXICIDADE E HIPERSENSIBILIDADE

As penicilinas são drogas de elevado índice terapêutico e relativamente atóxicas para o homem. ¢ Em certas percentagens em pacientes, observam-se reações alérgicas ou de hipersensibilidade à droga ¢ As formas farmacêuticas atuais mais responsáveis por essas reações são as parentais e as orais. Um paciente que jamais tomou penicilina pode desenvolver reação de hipersensibilidade se esteve exposto anteriormente a fontes naturais de fungos produtores de penicilina. ¢ As reações alérgicas às penicilinas são classificadas como imediatas, aceleradas, tardias e reações menos comuns.  As reações imediatas são as mais perigosas e desencadeiam-se até 30 minutos após a administração, os sintomas são provocados pela liberação de histamina e outras substâncias por mastócitos e basófilos. As reações aceleradas surgem 1 a 72 horas, geralmente não põem a vida em risco. As tardias são as mais frequentes, aparecem dias ou semanas após sua administração e as menos comuns raramente acorrem e são representadas por: febre, anemia hemolítica, infiltração pulmonar, eosinofília, vasculite, eritrema multiforme, etc.

OUTRAS REAÇÕES ADVERSAS À PENICILINA

Toxicidade da procaína, após uso da penicilina G procaína; dor e inflamação estéril no local da injeção intramuscular; flebite ou tromboflebite, quando se usa a via intravenosa; irritação no trato gastrointestinal, com pirose, anorexia, vômitos, diarréia, após administração oral (ampicilina); irritação do SNC, após uso de grandes doses; nefrite intersticial (meticilina); hipercalemia, arritmias, parada cardíaca em grandes doses de penicilina G potássica; hipocalemia, quando usa-se grandes doses intravenosas de carbenicilina e ticarcilina; hipernatremia em pacientes renais, cardíacos ou hepáticos; toxicidade hematológica raramente, podendo aparecer neutropenia, anemia hemolítica; alterações na flora bacteriana, podendo propiciar superinfecções por microrganismo resistentes; colite pseodomembranosa. Na gravidez, as penicilinas são consideradas os antibióticos mais seguros.

FARMACOCINÉTICA:

A benzilpenicilina ou penicilina G pode ser administradas pelas vias oral, intramuscular e intravenosa. As preparações usadas por via oral podem ser inativadas pelo suco gástrico, e sua absorção é imprevisível. ¢ A porcentagem de absorção das preparações orais varia de 20 a 30%, ao nível do duodeno ¢ Quando administrada por via oral, a adultos em jejum, 30 a 60 minutos observa-se o nível sérico máximo da droga ¢ O alimento retarda a absorção e, por isso, quando se administra benzilpenicilina por via oral, a droga deve ser usada de 2 a 3 horas antes ou depois das refeições ¢ Por via intramuscular os níveis sanguíneos máximos da droga são atingidos 15 a 30 minutos após a injeção de penicilina cristalina em solução aquosa ¢ Pela via intravenosa, com essa forma de penicilina os níveis séricos máximos são atingidos imediatamente. Esses níveis são de quatro a cinco vezes maiores do que os obtidos por via oral BENZILPENICILINA OU PENICILINA G

O volume de distribuição aparente da droga é de 0,2 l/kg ¢ A distribuição é ampla na massa muscular pulmões, fígado, rins, ossos, fluidos intersticial, sinovial, pericárdio, peritoneal e pleural ¢ Quando não há inflamação a distribuição da benzilpenicilina é diminuta no líquor, no Humor aquoso e na próstata. Nesses territórios entretanto quando há inflamação, a distribuição é grande ¢ A placenta é facilmente atravessada pela benzilpenicilina ¢ A eliminação da benzilpenicilina é muito rápida. Na adiminstração parenteral, a droga é eliminada,na taxa de 60 a 90%, pela urina, 1 hora após sua adminitração, principalmente pelo mecanismo de secreção tubular. Esse tipo de excreção pode ser retardado da probenecida ¢ Uma pequena parte da droga é excretada pela bile e cerca de 20% são metabolizados, produzindo derivados inativos do ácido penicilóico BENZILPENICILINA OU PENICILINA G

Nos pacientes com função renal normal, a meia-vida da fase beta de eliminação é de aproximadamente de 30 min ¢ Nos pacientes com insuficiência renal, a meia-vida pode ser prolongada ¢ Nos paciente anúricos, pode alcançar de 6 a 10 horas, o que exigirá ajustes de posologia ¢ Em pacientes idosos a meia- vida da benzilpenicilina é prolongada ¢ A maior parte da penicilina, por via oral, não é absorvida, é inativada por bactérias do cólon. BENZILPENICILINA OU PENICILINA G

ESPECTRO ANTIBACTERIANO

Benzilpenicilina é a primeira escolha no tratamento de infecções causadas por cocos Gram-positivos em pacientes não alérgicos. Ex.: estreptococos dos grupos A,B e D não- enterococos; S. viridans e o S. pneumoniae ¢ Os enterococos são menos sensíveis à benzilpenicilina. Apesar disso, a benzilpenicilina (em associação com a gentamicina ou estreptomicina) é útil em certas infecções enterocócicas, sobretudo na endocardite. Ex.: S. faecalis, S. durans, S.liquefaciens e S. zymogens BENZILPENICILINA OU PENICILINA G

A maioria dos Staphylococus produz beta-lactamase e é resistente ao antibiótico ¢ A benzilpenicilina também é a droga de eleição para os cocos Gram-negativos sensíveis, inclusive a Neisseria meningitidis e a N. gonorrhoeae. Algumas raças de N. gonorrhoeae são produtoras de penicilinases e são resistentes (PPNG) ¢ Também é preferiada também para infecções causadas por certos bacilos Gram-positivos. Alguns bacilos Gram-negativos também são sensíveis à benzilpenicilina BENZILPENICILINA OU PENICILINA G

A penicilina V é um derivado semi-sintético, do grupo das fenoxipenicilinas, possui a seguinte fórmula estrutural: PENICILINA V

PENICILINA V FARMACOCINÉTICA

A penicilina V foi desenvolvida para obviar a desvantagem da benzilpenicilina ou penicilina G de ser inativada pelo suco gástrico, tendo como vantagem a possibilidade de ser administrada por via oral ¢ É absorvida na taxa de 60%, principalmente ao nível do duodeno ¢ A presença de alimento, ao contrário do que acontece com a benzilpenicilina , não interfere na absorção da penicilina V.

PENICILINA V

Quando se necessita de concentrações mais elevadas , como nas infecções mais graves, prefere-se a benzilpenicilina por via parenteral ¢ A distribuição da penicilina V é ampla ¢ É eliminada rapidamente pelos rins, pelo mecanismos de secreção tubular renal. A probenecida retarda essa eliminação ¢ A meia-vida da penicilina V dura aproximadamente 30 a 60 minutos ¢ É metabolizada na taxa de 55% em derivados do ácido penicilóico

PENICILINA V INDICAÇÕES

 Faringite estreptocócica por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A, durante 10 dias ¢ Piodermas estreptocócicos brandos, infecção brandas do trato respiratório superior por Streptococos pneumoniae ¢ Profilaxia secundária da febre reumática ( deve-se preferir a penicilina G benzatina) e profilaxia, por via oral, em certos pacientes da alto risco, antes de intervenção dentária ou cirúrgica e instrumentação no trato respiratório superior

PENICILINAS PENICILINASES- RESISTENTES

Nesta categoria as penicilinas, também chamadas de antiestafilocócicas, caracterizam-se por sua capacidade de resistir a ação de penicilinases, especialmente produzidas por Staphylococcus aureus. São representadas pela Meticilina, Nafcilina, e pelas penicilinas Isoxazolíticas ou Izoxazolilpenicilinas (Oxacilina, Cloxacilina e Dicloxacilina).

METICILINA

A meticilina é uma penicilina semi-sintética, penicilinase-resistente, possui a seguinte forma estrutural:

METICILINA FARMACOCINÉTICA

A meticilina é inativada pelo suco gástrico e não é absorvida pelo trato gastrointestinal, sua administração só pode ser feita por via parenteral ¢ De trinta a sessenta minutos após a injeção intra muscular atingem-se as concentrações séricas máximas ¢ O antibiótico se liga às proteínas plasmáticas, especialmente albumina na porcentagem de 35 a 40%

A distribuição é ampla ¢ A excreção é rápida principalmente pelo mecanismo de secreção tubular renal. A associação com probenecida reduz a excreção ¢ Meia vida da meticilina em pacientes normais é de aproximadamente trinta minutos. Na insuficiência renal é prolongada chegando a quatro horas

METICILINA ESPECTRO ANTIBACTERIANO

 ¢ A Meticilina é ativada contra a maioria das raças de Staphylococcus aureus, mesmo as que produzem beta- lactamases ¢ Muitas cepas do S. epidermides também são sensíveis ¢ A maioria dos estreptococos (viridans, pneumoniae, pyogenes) ¢ A benzilpenicilina, entretanto, é mais potente que a meticilina contra estreptococos, e nesse caso deve ser preferível.

Os enterococos e as bactérias Gram-negativas são resistentes a meticilina ¢ As resistências que muitas espécies adquirem à meticilina é provocada pela redução da afinidade entre o antibiótico e as proteínas que especificamente se ligam às penicilinas

METICILINA INDICAÇÕES

São indicadas em infecções causadas por estafilococos produtores da penicilinase, motivo pelo qual se tornam as penicilinas de primeira linha nas infecções por estafilococos resistentes a benzilpenicilina ¢ Nas cepas meticilina-resistentes, usa-se a vancomicina ¢ Infecções causadas por Staphylococcus aureus: bacteremias, endocardite, meningite, osteomielite, artrite séptica, pneumonia, empiema, piodermas e abscessos renais. Mas em geral, preferem-se a nafcilina e a oxacilina nessas indicações, por causa da nefrite intersticial que meticilina pode provocar.

METICILINA TOXICIDADE

 De modo geral a meticilina é bem tolerada, porém pode apresentar reações alérgicas que caracterizam todas as penicilinas ¢ Das penicilinas antiestafilocócicas, a meticilina é a que mais provoca nefrite intersticial

NAFCILINA

A nafcilina é uma penicilina semi-sintética, penicilinase resistente, possui a seguinte forma estrutural:

NAFCILINA FARMACOCINÉTICA

Pode ser utilizada por via oral mas prefere-se a via parenteral pois sua absorção é maior ¢ A nafcilina liga-se as proteínas plasmáticas na taxa de 87 a 90% ¢ Se distribui de modo amplo ¢ Diferentemente de outras penicilinas ela é secretada principalmente pela bile e menor quantidade pela urina ¢ Em paciente normais 60% da nafcilina é metabolizada pelo fígado e 10% são recuperáveis na urina

NAFCILINA TOXICIDADE

 De modo geral é bem tolerada. Os efeitos colaterais são brandos e são causados pelas reações de hipersensibilidade INDICAÇÕES ¢ Idênticas àquelas da meticilina, sendo a principal indicação representada pelas infecções graves provocadas por Staphylococcus aureus. Não é recomendada em lactantes nem em pacientes com disfunção hepática

PENICILINA DE ESPECTRO AMPLIADO

Estão nesse grupo: § Penicilinas da segunda geração ou Aminopenicilinas: Ampicilina, Amoxilina, Bacompicilina, Ciclacilina § Penicilinas da terceira geração ou Antipseudomonas: Carbenicilina, Ticarcilina § Penicilinas da quarta geração: Azlocilina, Mezlocilina. § Piperazinopenicilina: piperacilina → As aminopenicilinas foram às primeiras penicilinas com atividade contra bactérias Gram-negativas. Pertencem a esta classificação a amoxicilina e ampicilina.

AMPICILINA

A ampicilina é uma penicilina de amplo espectro, resistente à ação do suco gástrico, porém sensíveis às beta-lactamases. Pertencem a classe das aminopenicilinas e tem a seguinte fórmula estrutural:

AMPICILINA FARMACOCINÉTICA

Pode ser administrada pelas vias oral, intramuscular e intravenosa ¢ Apesar de resistir à ação do suco gástrico, sua absorção, ao nível gastrointestinal, varia de 30 a 50% da dose ingerida ¢ O alimento, no trato gastrointestinal, reduz a absorção do antibiótico ¢ A ampicilina se liga às proteínas plasmáticas na taxa de 20% ¢ É principalmente eliminada por via renal, através da secreção tubular

Após a administração parenteral, a ampicilina pode ser recuperada na urina na taxa de 90% e, após a administração oral na taxa de 40% ¢ Apenas 10% da droga é metabolizada ¢ A meia- vida na fase beta da eliminação dura cerca de 1 hora, na presença de função renal normal

AMPICILINA ESPECTRO ANTIBACTERIANO

 É ativa in vitro contra a maioria das bactérias Gram-positivas, estafilococos, estreptococos, com exceção dos estafilococos produtores de beta- lactamases. Além de cocos Gram-positivos, bactérias anaeróbias com exceção de algumas bactérias ¢ É ativa contra algumas bactérias Gram-Negativas ¢ A ampicilina é hidrolisada pelas beta-lactamases produzidas por diversas bactérias

AMPICILINA TOXICIDADE

A ampicilina é bem tolerada e os efeitos colaterais são brandos, representados por exantemas e diarréia INDICAÇÕES ¢ É bactericida, possui elevado índice terapêutico ¢ Cistite aguda bacteriana, pielonefrite aguda, epidídimo- orquite aguda, gonorréia não complicada ou disseminada, meningite, pneumonia, infecções cultâneas, otite média aguda, sinusite aguda, entre outros

A amoxicilina é uma penicilina de amplo espectro, porém sensíveis as beta-lactamases ¢ Administradas por via oral ¢ Pertence à classe das aminopenicilinase.

AMOXICILINA FARMACOCINÉTICA

 ¢ Resistente à ação do suco gástrico, e sua absorção pelo trato gastrointestinal atinge 75 a 80% da dose oral ¢ Uma a 2 horas após a administração de uma dose de 500 mg, atingem-se as concentrações séricas máximas ¢ A alimentação não interfere, de maneira significativa, na absorção do antibiótico, motivo pelo qual é preferido em lugar da ampicilina, por via oral

A amoxicilina se liga às proteínas plasmáticas na taxa de cerca de 20% ¢ Atinge elevadas concentrações na bile e na urina ¢ É eliminada rapidamente por secreção tubular renal. Cerca de 50 a 70% são excretados pela urina, sob a forma inalterada ¢ É metabolizada na taxa de 10% ¢ Nos paciente com função renal normal, a meia- vida da fase beta de eliminação dura aproximadamente 1 hora

AMOXICILINA ESPECTRO ANTIBACTERIANO

Similar a da ampicilina, porém exerce menor atividade contra espécie de Shigella. ¢ É inativada pelas beta-lactamases produzidas por diversas bactérias como S. aureus, H. Influenze, N. gonorrhoeae e várias enterobactérias, como E. coli e Salmonella sp.

INDICAÇÕES

1- INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS Faringite, amigdalite, otite média, sinusite, impetigo, erisipela, pneumonia

2- INFECÇÕES PNEUMOCÓCICAS Pneumonia  

3- INFECÇÕES GONOCÓCICAS

4- SÍFILIS  

5- INFECÇÕES ESTAFILOCÓCICAS Broncopneumonia, septicemia, meningoencefalites, abcessos, osteomielites, furúnculos

6- INFECÇÕES POR BACILOS GRAM-NEGATIVOS

7- INFECÇÕES POR PSEUDOMONAS

PENICILINAS ANTIPSEUDOMONAS CARBENICILINA

 A carbenicilina é uma penicilina semi-sintética, sensível à ação do suco gástrico e das beta-lactamases. ¢ Pertence ao grupo das penicilinas antipseudomonas

CARBENICILINA FARMACOCINÉTICA:

A carbenicilina não é absorvida após administração oral, devendo ser aplicada por via parental. ¢ Se liga a proteínas plasmáticas na taxa de 5%. Distribui-se como outras penicilinas, primariamente no líquido extracelular. ¢ É eliminada rapidamente por secreção tubular renal, e a probenicida associada retarda a excreção. Menos de 5% da carbenicilina sofrem metabolização. ¢ O derivado indanílico da carbenicilina, também usado em clínica, resiste à ação do suco gástrico e pode ser dado via oral, sendo utilizado para tratamento de infecções urinárias.

CARBENICILINA ESPECTRO ANTIBACTERIANO:

Ativa contra a maioria dos cocos Gram-positivos e Gram- negativos, mas nessas indicações, é muito menos ativa que a benzilpenicilina e a ampicilina. ¢ A maior vantagem clínica da carbenicilina consiste na sua atividade contra diversas raças de Pseudomonas aeruginosa e também ativa contra cepas de Acinetobacter e, entre os anaeróbios, Fusobacteruim e Bacteroides, inclusive muitas raçãs sensíveis de B. fragilis. ¢ Como a carnenicilina é sensível à ação de beta-lactamases, o aparecimento de raças resistentes de bacilos Gram-negativos é muito comum.

CARBENICILINA INTERAÇÃO DROGA-DROGA E TOXICIDADE:

A carbenicilina e as outras penicilinas antipseudomonas inativam a gentamicina ou tobramicina, quando se misturam os antibióticos antes de serem administrados. Devem, portanto, ser aplicadas separadamente, quando se utiliza essa associação. ¢ Apesar de ser bem tolerada, a carbenicilina pode provocar reações típicas das penicilinas (hipersensibilidade). Seu uso prolongado com doses elevadas pode provocar alterações hematológicas: neutropenia, eosinofilia, perturbação da coagulação sanguínea, além de alteração eletrolíticas. ¢ Como outras penicilinas, doses intravenosas elevadas podem provocar convulsões, sobretudo em pacientes renais nos quais não fizeram ajustes na posologia. Também já foram registradas elevação das transaminases, nefrites intertisciais e superinfecções.

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SILVA, Penildon. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. ¢ GUYTON, A.C., HALL, J.E Tratado De Fisiologia Médica 9. Ed. Rj . Guanabara Koogan, 1997. ¢ FARIAS, S. M. Revista Sociedade Brasileira de Pediatria: Penicilinas


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