segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A FARMÁCIA HOSPITALAR - UMA VISÃO GERAL

A FARMÁCIA HOSPITALAR - UMA VISÃO GERAL


1 – HISTÓRICO

A primeira farmácia hospitalar que se tem registro, é data de 1952 em um hospital da Pensilvânia – EUA, na qual foi apresentada a primeira proposta de padronização de medicamentos.

A história da farmácia hospitalar brasileira pode-se dizer que recomeçou com o professor Cimino no Hospital das Clínicas em São Paulo, na década de 50 e 60, realizando um trabalho destacado, com ênfase na farmacopéia hospitalar, as farmácias populares mais antigas foram instaladas nas Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Militares, onde o Farmacêutico manipulava os medicamentos dispensados aos pacientes internos, obtidos de um ervário do próprio hospital.

No começo do século XX a farmácia possuía sua autonomia. Dentre os diversos setores que estruturavam o hospital, a que mais se destacava pela sua capacidade de produção e atendimento, bem como pela superioridade financeira obtida pelos recursos levantados, era o de farmácia.

Naquela época, quase inexistiam especialidades farmacêuticas (medicamentos que sofriam processos de fabricação industrial), o que valorizava muito mais o trabalho deste profissional e do médico, ressaltando as artes de manipular e formular.

Com a industrialização de medicamento veio a Indústria Farmacêutica, surgindo assim o fármaco pronto para o uso, o que levou a uma crise na profissão farmacêutica, atingindo de forma parecida o farmacêutico hospitalar.

Com os medicamentos industrializados foram realizadas várias propagandas e os médicos compraram a idéia da nova tecnologia e o farmacêutico passou a inexistir. A farmácia abria espaço para leigos, e o farmacêutico praticamente deixava de manipular e a resultante de tudo foi um abalo na economia de um setor que foi tão viável em alguns anos atrás.

Foi uma época tenebrosa para a Farmácia Hospitalar. Porém no ano de 1940, apareceram as sulfas e, em seguida, os antibióticos. A partir daí inúmeras especialidades farmacêuticas, usadas até então, vieram a ser substituídas.

A partir de 1950 os serviços de Farmácia, mais representados na época pelas Santas Casas de Misericórdia e Hospital das Clinicas das Universidades de São Paulo, passaram a desenvolver-se e modernizar-se. Em 1975, a faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais incluiu no seu currículo a disciplina de Farmácia Hospitalar.

Na década de 80 apareceram cursos patrocinados pelo Ministério da Saúde em Natal (Hospital Onofre Lopes) e na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sendo os primeiros Serviços de Farmácia Clínica.

A partir de 1982, o MEC – Ministério da Educação e Cultura, passou a incentivar programas de desenvolvimento para a Farmácia Hospitalar, que vem obtendo sucesso crescente em todo o país, despertando e formando novos profissionais nesta área.

A partir de 1985, o Ministério da Saúde, preocupado com os problemas de Infecção Hospitalar, também passou a incentivar a reestruturação das Farmácias Hospitalares, promovendo cursos de especialização, a exemplo do MEC

2.– CONCEITOS DE FARMÁCIA HOSPITALAR

Segundo Cimino – é uma unidade tecnicamente aparelhada para promover as clinicas e demais serviços de medicamentos e produtos afins de que necessitam para normal funcionamento.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) – é o serviço através do qual se executa a assistência farmacêutica (conjunto de procedimentos necessários à promoção, prevenção e recuperação da saúde individual ou coletiva, centrada nos produtos farmacêuticos – medicamentos, insumos e correlatos).

Conceito atual – é a unidade clinica de assistência técnica, administrativa e contábil, dirigida por profissional farmacêutico que visa atender toda a comunidade hospitalar no âmbito dos produtos farmacêuticos, integrada técnica e hierarquicamente as atividades hospitalares.

3  IMPORTÂNCIA DA FARMÁCIA HOSPITALAR

v  Entendimento recíproco entre corpo clinico e de enfermagem

v  Não se restringe ao fator econômico

4– OBJETIVOS

v  Planejamento,
v  Seleção;
v  Padronização;
v  Aquisição,
v  Armazenamento,
v  Distribuição e controle de medicamentos e correlatos;
v  Desenvolvimento e/ou manipulação de fórmulas magistrais e/ou oficinais;
v  Produção de medicamentos e correlatos;
v  Desenvolvimento de pesquisas e trabalhos próprios ou em colaboração com profissionais de outros serviços;
v  Desenvolver atividades didáticas;
v  Adequar-se aos problemas políticos, sociais, econômicos, financeiros e culturais do hospital;
v  Estimular a implantação e o desenvolvimento da Farmácia Clínica.

5– TIPOS DE FARMÁCIA HOSPITALAR

5..1 – Farmácia quanto ao tipo de paciente-

v  Farmácia de Hospitais Gerais-
v  Farmácia de Hospitais Especializados
v  Farmácia de Hospitais Universitários-

5 2 - Farmácia quanto a capacidade do hospital

v  Farmácia Hospitalar para atender até 50 leitos;-
v  Farmácia Hospitalar para atender até 100 leitos;-
v  Farmácia Hospitalar para atender 200 leitos ou mais.

5.3 – Farmácia quanto ao trabalho desenvolvido

v  Deposito de drogas e medicamentos (hospital de até 100 leitos);
v  Farmácia Hospitalar propriamente dita (hospital de 100 a 200 leitos);
v  Farmácia Hospitalar semi-industrial (hospital de 200 a 500 leitos);
v  Farmácia Hospitalar industrial (hospital acima de 500 leitos).

6 – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA FARMÁCIA HOSPITALA

6.1 – Localização

Quanto a localização a Farmácia Hospitalar deve estar localizada em área de livre acesso e circulação, tanto para atender à distribuição de medicamentos aos usuários internos e ambulatoriais, como para receber estes e demais produtos farmacêuticos adquiridos para consumo.

Além de usuários e produtos farmacêuticos, a farmácia também recebe a visita de técnicos e de fornecedores, o que justifica a sua localização em ponto estratégico que facilite a troca de informações.

6.2 – Área Física

A Área Física da Farmácia Hospitalar deve dispor de um espaço suficiente para desenvolvimento das diferentes atividades, tendo em vista que são muitos os fatores que podem condicionar o espaço necessário para uma farmácia. Sendo os principais:

v  Tipo de hospital (geral ou especializado);
v  Número de Leitos;
v  Localização Geográfica;
v  Tipo de Assistência prestada pelo hospital;
v  Tipo de compras efetuadas pela farmácia (mensal, semestral ou por estoque mínimo);
v  Tipo de atividade da farmácia.

6.3 – CAF (Central de Abastecimento Farmacêutico)

A Central de Atendimento Farmacêutico (C.A.F.) tem como objetivo básico garantir a correta conservação dos medicamentos, germicidas, correlatos e outros materiais adquiridos, dentro de padrões e normas técnicas específicas, que venham assegurar a manutenção das características e qualidade necessárias à sua correta dispensação.

Para tanto se faz necessário dotar no local boas práticas e condições adequadas com relação a:

v  Acesso – o acesso tanto interno quanto externo deve ser facilitado, além da circulação devem ser otimizados;

v  Água e eletricidade – deverá contar com quantidades suficientes para atender as exigências para o bom desempenho das atividades;

v  Comunicação – deverá contar com eficiente sistema de comunicação, entre todas as dependências do hospital;

v  Drenagem – caso seja necessário, deverá contar com eficiente sistema de drenagem para prevenir inundações

v  Circulação – o local deve estar disposto em só plano, contando com divisões e portas que favorecem a circulação e a liberdade dos movimentos;

v  Segurança – deverá conter equipamentos adequados para segurança contra incêndios e acidentes ocupacionais;

v  Localização – deverá estar localizado o mais próximo possível das unidades hospitalares bem como as áreas de acesso externo;

v  Ventilação – deve contar com abertura superior e inferior com o uso de equipamentos vazados;Conservação – todas as instalações devem ser de fácil conservação;

v  Condições ambientais  – não permitir a incidência de luz direta bem como evitar ao máximo o contato do material à temperaturas e umidades excessivas.

A C.A.F. deve ser dividida em: recepção, armazenagem e distribuição.Os medicamentos são armazenados em sala climatizada com um esforço para manter a organização e a contagem de estoque de medicamentos e matérias médico-hospitalares.

Para cada especialidade de medicamento ou material médico-hospitalar há na prateleira um registro do movimento de entrada e saída e controle destes.

6.4 – Área de Dispensação Interna

Na área de dispensação interna deve-se permitir dispensar corretamente os medicamentos, segundo as exigências do sistema de distribuição adotado.

De qualquer forma, precisa de espaço para análise das prescrições, para a guarda dos produtos dispostos de forma a facilitar separação e preparação das doses.

6.5 – Área de Produção / Manipulação – Farmacotécnica

Deverá dispor de equipamentos específicos, convenientemente instalados, cujos graus de complexidade e desenvolvimento atendam os medicamentos e germicidas manipulados.A distribuição do espaço físico e a dotação de material e de pessoal podem ser estabelecidas a partir de uma classificação das formas farmacêuticas a elaborar.

2.5.6 - Centro de Informações sobre Medicamentos (C.I.M.)

O centro pode ou não estar situado na própria área da farmácia, facultando a conveniência do centro hospitalar, mas deve ser de fácil acesso à equipe de saúde do hospital, já que difundir informações objetivas e esclarecedoras para os diversos profissionais é tão importante quanto distribuir corretamente os próprios medicamentos.

Para a organização de um C.I.M. deve-se considerar o tipo de hospital, a formação dos profissionais, tipos de pacientes atendidos, as patologias prevalecentes e suas referidas frequências

O acervo bibliográfico deve ser constituído de fontes bibliográficas primárias, secundárias e terciárias. As fontes primárias são periódicos conceituados que veiculam informações atualizadas, sobre medicamentos e terapêutica.

Tem-se como fontes secundárias os índices que permitem acesso às fontes primárias, podendo ser apresentadas em volumes impressos ou microfichas. As fontes terciárias são constituídas de livros e são as mais utilizadas.

Para exercer o controle de qualidade das fontes de informação disponíveis deve-se realizar rigorosa análise dos dados registrados verificando-se a validação dos resultados, ou seja, se foram tomadas as medidas necessárias para evitar os erros aleatórios ou sistemáticos.

O CIM deve reunir condições de fornecer informações referentes a medicamentos, germicidas e correlatos, segundo as necessidades do Serviço de Controle de Infecções Hospitalares (S.C.I.H.).

2.5.7 – Área Administrativa.

Na área administrativa se realizam todas as atividades da aquisição de medicamentos, controle de estoques, estudo de consumo e custos, previsão das atividades, enfim, onde são analisadas todas as ações realizadas na farmácia.

Estas exigências são criteriosas e atendem as patologias e atendimento em determinado hospital, para isto é constituído uma comissão com representante de cada uma das especialidades de médicos e farmacêuticos sendo a padronização o primeiro passo para administrar os recursos destinados a ele.

Deve-se definir o consumo médio mensal e elaborar os pedidos de acordo com vários fatores políticos do hospital.

O processo de compra deverá ser explicado mais pormenorizado em outro tópico.
Outras áreas podem ser acrescidas às citadas desde que se justifique a sua instalação.

2.5.8 – Recursos Humanos

Naturalmente na Farmácia Hospitalar deve estar sobre a responsabilidade de um farmacêutico legalmente habilitado e especialmente preparado em Farmácia Hospitalar.

A farmácia deverá estar dotada de farmacêuticos, técnicos e auxiliares de farmácia, em numero suficiente para exercer as funções que se queiram desenvolver de acordo com o plano de prioridades assistenciais do hospital.Qualquer que seja o tamanho do hospital, em principio, é certo que deve haver o numero mínimo de farmacêuticos, afim de que o serviço de farmácia tenha durante 24 horas, a assistência do farmacêutico.

Os técnicos ou auxiliares de farmácia são servidos da saúde que receberam de uma formação básica de primeiro ou segundo graus e ensinamentos práticos para desenvolverem atividades na Farmácia Hospitalar.

2.5.9–Informática

1 - Melhorar a qualidade de assistência farmacêutica ao paciente através de uma rápida e precisa transmissão de informações atualizadas, facilitando uma atuação mais clínica do farmacêutico;
2 - Facilitar gestão do serviço, através de estatísticas de aquisição e dispensações e dimensionamento de estoque;


3 - Avaliar a carga de trabalho nas diferentes áreas, para distribuir os recursos;

4 - Administração;

5 - Aquisição e distribuição de medicamentos, germicidas e correlatos;

6 - Informações sobre medicamentos;

7 - Prática clínica;

8.Educação/pesquisa.

2.6 – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)

Existem atividades especificas de Controle de Infecção Hospitalar que devem ter a participação do Farmacêutico. Podem ser enumeradas algumas:


a) Contribuir na monitoração dos níveis de sensibilidade, prevalência de microorganismos e nas investigações de surtos;


b) Participar na elaboração de normas e rotina de limpeza;


c) Participar dos estudos de utilização de antimicrobianos, priorizando os de uso restrito;


d) Realizar a integração da CCIH e SCIH através da divulgação de seus objetivos, com outras comissões em que tenham participado;


e) Controlar a monitoração e realização dos procedimentos e equipamentos de esterilização e desinfecção;


f) Efetuar acessórias especiais quanto à hemodiálise, nutrição, higienização e outros;


g) Monitorar as ações de controle de vetores e da qualidade da água;


h) Participação de cursos e treinamentos, transmitir conhecimentos relativos à sua área de atuação.

2.7 – Padronização de Medicamentos

A racionalização no uso do medicamento na assistência hospitalar favorece na melhoria de assistência postada, tendo em vista que ocorrerá melhoria na alidade da farmacoterapia, e na quantidade de fármacos disponíveis, acarretando por uma redução nos custos na aquisição.


Os objetivos desta padronização são:

1-Racionalizar o numero de medicamentos e correlatos, e em conseqüência uma redução do custo da terapêutica;


2-Colaborar com as atividades de planejamento, aquisição, armazenamento, dispensação e controle dos medicamentos, e uma conseqüente redução de custos operacionais;


3-Disciplinar o receituário hospitalar e uniformizar a terapêutica, melhorando a qualidade de farmacoterapia, facilitando a farmacovigilância.

A Comissão de Padronização de Medicamentos é a junta Deliberativa designada pela Diretoria Clinica, com a finalidade de regulamentar a padronização de medicamentos utilizados no receituário hospitalar.


Tem como objetivo padronizar o elenco de medicamentos, divulgar, alterar, elaborar estudos, registrar informações e manter arquivo da documentação pertinente.


Os critérios para padronização de medicamentos são:

1-Padronizar medicamentos pelo nome genérico, conforme a Denominação Comum Brasileira(DCB).


2-Padronizar medicamentos com um único principio ativo, excluindo-se, sempre que possível as associações.


3-Padronizar preferencialmente medicamentos, resguardada a qualidade, levando em conta o menos custo de aquisição, armazenamento, dispensação e controle.


4-Padronizar, resguardando a qualidade, medicamentos, cujo custo do tratamento e o custo total do tratamento sejam menores.


5-Padronizar preferencialmente, formas farmacêuticas que permitam a individualização na distribuição.


6-Padronizar formas farmacêuticas, apresentação e dosagens, considerando: comodidade para ministração aos pacientes, faixa etária, facilidade para cálculo da dose a ser ministrada, facilidade de fracionamento ou manipulação das doses.

Vantagens

1 - Disciplinar a inclusão e/ou exclusão de medicamentos, quando necessários;
Tornar impessoais as decisões com a conseqüente melhoria de qualidade dos medicamentos padronizados;


2 - Possibilitar maior embasamento técnico-científico para a escolha do arsenal terapêutico para o uso do hospital;


3 - Facilitar o controle de estoque e o planejamento da produção e/ou aquisição de medicamentos;


4 - Possibilitar o uso de uma mesma linguagem (nome genérico) por todos os membros da equipe de saúde;


5 - Possibilitar melhores condições para pratica da farmacovigilância;


6 - Propiciar a sistematização de informações sobre o arsenal terapêutico.

Estrutura Organizacional

1 - Presidente da Comissão
2 - Membros permanentes:
3 - Representante Farmacêutico
4 - Representante de Enfermagem
5 - Representante de Residência Médica
6 - Representante da Clinica Médica
7 - Representante da Clínica Cirúrgica
8 - Representante da Clínica Pediátrica
9 -Membro da Comissão de Controle de Infecção Hospilar

Etapas da Padronização

1-Formar a Comissão
2-Elaborar Estatutos ou Normas
3-Relação de Medicamentos existentes
4-Consulta ao Corpo Clínico
5-Análise Comparativa
6-Prioridades
7-Esquematização
8-Aprovação
9-Revisão
10-Impressão
11-Revisão
12-Divulgação
13-Atualização

3 – Sistema de Distribuição

3.1 – Sistema de Distribuição Coletiva

Neste caso a farmácia hospitalar é um mero repassador de medicamentos em suas embalagens originais.

Vantagens

1-Rápida disponibilidade de medicamentos na unidade assistencial;
2-Mínima atividade de devolução à farmácia;
3-Redução das necessidades de recursos humanos e infra-estrutura da farmácia;
4-Mínima espera na execução das prescrições;
5-Ausência de investimento inicial.

Desvantagens

1-Aumento potencial de erros de medicação;
2-Perdas econômicas devido a falta de controle;
3-Aumento de estoques de medicamentos na farmácia hospitalar;
4-Facilidade de acesso aos medicamentos por qualquer pessoa;
5-Difícil integração do farmacêutico a equipe de saúde.

3.2 – Sistema de Distribuição por Dose Individualizada

Através de transcrição da prescrição medica tem-se a possibilidade de erro de transcrição, prescrição adulterada e outros.


Através da cópia da prescrição médica, estes erros são minimizados. O regime adotado pelo HULW é de uma prescrição de 24 em 24 horas, exceto para alterações de prescrição.

Vantagens:

1-Diminuição de estoque das unidades assistenciais;
2-Redução do potencial de erros de medicação;
3-Facilidade para devolução à Farmácia;
4-Reduz tempo de pessoal de enfermagem quanto às atividades com medicamentos;
5-Reduz custos com medicamentos;
6-Controle mais efetivos com medicementos;
7-Aumento da integração do farmacêutico os demais profissionais da equipe de saúde.

Desvantagens:

1-Aumento das necessidades de recursos humanos e estrutura da farmácia;
2-Existência de investimento inicial;
3-Incremento nas atividades desenvolvida pela farmácia;
4-Necessidade de plantão na Farmácia Hospitalar;
5-Permite potencial erro de medicação;
6-Não permite controle total sobre as perdas econômicas.

3.3 – Sistema de Distribuição por Dose Unitária

São medicamentos contidos em embalagens unitárias dispostos conforme o horário da administração, prontos para serem administrados segundo a prescrição médica, individualizada e identificadas para cada paciente.


Sua distribuição pode ser em embalagens plásticas com separação dos medicamentos.


O farmacêutico procede a conferência da dose unitária de acordo com a prescrição médica.

Vantagens

1-Redução de estoques nas unidades assistenciais ao mínimo necessário;
2-Diminuição de do erro de medicação;
3-Otimização das devoluções a farmácia;
4-Redução do tempo de pessoal de medicamentos dedicados às atividades com medicamentos;
5-Controle mais efetivos sobre os medicamentos;
6-Integração do farmacêutico na equipe.

Desvantagens

1-Aumento das necessidades de recurso humanos e infra-estrutura da farmácia hospitalar;
2-Exigência de investimento inicial;
3-Incremento das atividades desenvolvidas pela farmácia;
4-Aquisição de materiais e equipamentos especializados.

4 – Setor de Distribuição Externa de Medicamentos


4.1 – Setor de Distribuição Ambulatorial

Esta subdivisão da Farmácia Hospitalar que tem como responsável o profissional farmacêutico, é pouco encontrada nos hospitais. Conseqüentemente a distribuição de medicamentos aos pacientes que tem atendimento na rede publica, fica a cargo dos Postos de Saúde.


A distribuição externa de medicamentos pelos hospitais públicos é feita da seguinte forma: o paciente é atendido primeiramente pelo medico e posteriormente é encaminhado à farmácia com a devida prescrição em duas vias. A primeira fica com o próprio paciente, e a segunda fica à disposição da farmácia que o atendeu, para controle interno.


O farmacêutico presta sua assistência, orientando os pacientes quanto a posologia, interações medicamentosas, etc., como também garante a segurança do medicamento no que diz respeito a sua qualidade.


A aquisição dos medicamentos geralmente é feita através de doações de amostras grátis ou são comprados dos laboratórios privados por licitação.


Quanto a receita há 2 vias sendo que a primeira deve-se constar idade, sexo, clínica do usuário ficando retido para motivo de arquivamento e a segunda via com as mesmas informações além de um carimbo com os dizeres de que já fora dispensado o medicamento caso este seja o caso.

4.2 – Setor de Medicamentos Controlados

Todos esses medicamentos dispensados conferem na lista de medicamentos citados na Resolução da Portaria 344/98 que visa Normas para prescrição e dispensação de medicamentos sujeitos a regime especial de controle e são acondicionados de acordo com a tal resolução.


O Setor de Controlados de uma Farmácia Hospitalar é de total responsabilidade do profissional farmacêutico, funcionando da seguinte maneira: os medicamentos controlados são guardados em salas com trancas; as prescrições são retidas na farmácia, para posterior controle, sendo registradas no livro de controlados que passa pela Vigilância Sanitária (VS) mensalmente seguindo as normas da Resolução da Portaria 344/98 que visa Normas para prescrição e dispensação de medicamentos sujeitos a regime especial de controle.


O farmacêutico é responsável pelo mapa dos medicamentos controlados que é fiscalizado pela VS. O mapa é entregue a mesma até o 15º dia de cada mês, contendo o nome do paciente, o balanço de entrada, saída e estoque.

4.3 – Setor de Nutrição Parenteral (NP)

Nutrição parenteral é o fornecimento por via intra-venosa (IV) em teores suficientes para manter ou repor a massa celular corporal.


Administra-se calorias e nitrogênio numa proporção adequada para se obter um balanço nitrogenado positivo, utilizando formulações que simulam o estagio final das transformações bioquímicas naturalmente sofridas pelos alimentos no trato digestivo.


Em sua concepção mais geral, a NP é o fornecimento de nutrientes essenciais, carboidratos, gorduras, proteínas, eletrólitos, vitaminas e água, por via venosa.


A Nutrição Parenteral é formulada pelo SFH e possui uma resolução própria que visa manter a ordem e a qualidade do que é oferecido ao usuário.


É uma solução de grande volume estéril, apirogênico.

Não pode ser absorvido nem por via oral ou enteral e é submetido a usuários acometidos de comprometimento parcial ou total do Trato Gastro-Intestinal.


O caso é avaliado por uma junta multidisciplinar (médico, farmacêutico, nutricionista e enfermeiro) para se valer do tratamento.

Os casos mais comuns são os pacientes acometidos de ferimentos graves, anciãos ou aqueles que sofrem de sérias complicações em que a administração de nutrientes pode ser decisiva no seu estabelecimento.

Pacientes que possuam obstrução da via digestiva por doença maligna ou benigna também são submetidos a este tratamento.


Os materiais utilizados para esta manipulação são: câmara de fluxo laminar, área isolada para manipulação e condições perfeitas de esterilização.


Quanto ao preparo deve-se observar: temperatura, pH e a ordem de preparo (sob pena de precipitar os micronutrientes).

REFERÊNCIAS


NETO, JULIO FERNANDES MAIA, Farmácia Hospitalar um enfoque sistêmico. Editora Thesaurus. Brasília, 1990.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia Básico para Farmácia Hospitalar. Brasília, 1994CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Manual Básico de Farmácia Hospitalar. Brasília, 1997

XAVIER, JOSÉ ROMULO BATISTA. DE ASSIS, MARIA DAS VITÓRIAS. Evolução Histórica do Serviço de Farmácia do Hospital Universitário Lauro Wanderley. 2004.


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