terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

DROGAS : ALUCINÓGENOS

DROGAS : ALUCINÓGENOS







ÁCIDO LISÉRGICO

Dietilamida do ácido lisérgico, de fórmula C20H25N3O, principal alucinógeno entre os derivados indólicos.

Obtido inicialmente através de síntese por F. Hofmann e A. Stoll em 1938, o LSD foi em seguida encontrado no esporão do centeio (deformação do grão causada pelo fungo Claviceps purpurea).

A absorção digestiva do alucinógeno é rápida e o indivíduo, em geral, sente três tipos de efeitos sucessivos: vegetativos (ligados à ação simpático-mimética da droga), que compreendem midríase, aceleração do coração, elevação da pressão arterial e da tensão muscular, problemas digestivos: perceptivos, que incluem distorções perceptivas que podem se transformar em alucinações, sobretudo visuais (as auditivas são mais raras); psíquicos, como distorção da apreensão do tempo, confusões no curso do pensamento, modificações no estado de espírito, estado de confusão onírica, sentimento de despersonalização.

Estas modificações agudas podem provocar estados de pânico com impulsos auto ou heteroagressivos. O LSD, como outras drogas de estrutura semelhante, age bloqueando a ação da seretonina, uma neuroindoalamina.

No entanto, seu modo de ação ainda não foi completamente esclarecido. Seu uso é permitido para fins terapêuticos e experimentais, sob o controle dos órgãos competentes.
Nos anos 60, este alucinógeno foi proposto para o tratamento de neuroses. Também foi utilizado no tratamento do alcoolismo, para reduzir o sofrimento em doentes terminais de câncer e no tratamento de crianças autistas.

É principalmente utilizado portoxicômanos, não provoca dependência física e dependência psíquica é ainda objeto de discussão. Entretanto, parece ter um papel importante na eclosão de doenças psicóticas. Também na década de 60 foi utilizado por milhares de jovens em todo o mundo e se encontra na raiz do movimento psicodélico em função de seus efeitos alucinatórios (visão de imagens caleidoscópicas, sinestesia, etc.).

MESCALINA - CACTO

A mescalina, conhecido como peyote, é uma alcalóide extraído do cacto (Lophophora williamsii). É nativa de uma pequena área da fronteira entre os EUA e o México, nas margens do rio Grande, é uma das mais curiosas e mais bem estudadas plantas alucinogênicas.

Ainda nos dias atuais é objeto de uma espécie de culto, não obstante a pressão contrária das autoridades governamentais dos dois países, por tribos de indígenas americanos e mexicanos.
Foi isolado em 1896, e sua semelhança estrutural com a adrenalina ficou estabelecida em 1919. É preparada por extração e purificação, ou seja, o caule do cacto é cortado em fatias transversais, que, uma vez secas, constituem os 'botões de mescal'.

Cada participante masca certo número de botões, secos ou mesmo frescos, até o amolecimento, engolindo-os depois em pequenos pedaços.

Em seguida, atinge um estado de intensa excitação cerebral, ou transe, sucedido por perturbações visuais, marcadas por alucinações do tipo caleidoscópio, com uma sequencia de imagens coloridas de grande beleza.

Doses demasiadamente fortes resultam, por vezes, na produção de alucinações de caráter desagradável. Uma longa série de alcalóides foi isolada do peiote, entre eles a mescalina, apontada como responsável pelas alucinações visuais, a analamina, excitante, a lofoforina, a pelotina e muitos outros. A mescalina cristalina é solúvel em álcool e água. Sua fórmula química é C11H17NO3.

Aldous Huxley dedicou um livro à mescalina, The Doors of perception (1954), em que descreve o que sentiu sobre os efeitos da droga. Huxley viu-se transportado ao limiar de dois mundo, o real e o irreal, sem que tivesse perdido a consciência, com grande aumento da sua capacidade sensorial.

Teve, por assim dizer, uma visão 'sacramental' da realidade. É, aliás, o depoimento de pintores que se submeteram a testes com a mescalina: o efeito mais extraordinário que sentiram refere-se a cores e formas.

Parece existir grande semelhança entre a mescalina, a adrenalina e o ácido lisérgico. Administrada em doses adequadas, a mescalina modifica mais profundamente que qualquer outra droga a percepção, além de ser menos tóxica que as demais.

PSICOABINA - COGUMELOS

Alguns tipos de cogumelos possuem agentes (normalmente a psilobicina) que causam reações alucinógenas quando ingeridos. As espécies mais utilizadas no Brasil são o Paneoulus dispersus e o Psilocybe cubensis. Já o Psilocybe mexicana, cogumelo encontrado na América Central, era muito utilizado pelas civilizações pré-astecas e maias, ingeridos pelos sacerdotes para suas adivinhações e para o aconselhamento dos membros das tribos. Seus efeitos e malefícios são basicamente os mesmos do LSD.

COLA - BENZENO

A cola de sapateiro é uma mistura de vários solventes orgânicos, entre eles há o tolueno, que é tóxico e destrói os neurônios, diminuindo a capacidade intelectual e limitando, desse modo, a memória, a atenção, a concentração, o ânimo e a produtividade.

Um estudante, por exemplo, não consegue mais estudar; repete de ano e acaba abandonando os estudos. Há alguns anos, um rapaz de família rica estava cheirando cola em seu quarto, quando desmaiou em cima da droga, continuando assim a aspirá-la de maneira incontrolada; acabou morrendo porque os centros nervosos responsáveis pela respiração pararam de funcionar.
É preciso estar atento aos perigos da cola de sapateiro, pois, como se trata de um solvente, evapora-se facilmente, podendo ser inalada de modo acidental. Mas, por acidente ou não, numa intoxicação aguda, seus sintomas aprecem em quatro fases. É bom conhecê-los.

1s fase: euforia, excitação, exaltação, tonturas, perturbações auditivas e visuais, náuseas, espirros, tosse, salivação, fotofobia, rubor na face.

2a fase: depressão inicial do sistema nervoso central (SNC) com confusão, desorientação, perda de autocontrole, obnubilação (visão embaçada e nebulosa), diplopia (visão dupla), cólicas abdominais, dor de cabeça e palidez.

3a fase: depressão média do SNC, incoordenação ocular e motora, ataxia, fala pastosa, reflexos deprimidos e nistagmo.

4a fase: depressão profunda do SNC, atingindo a inconsciência, que vem acompanhada de sonhos estranhos, podendo ocorrer convulsões.

Nos casos crônicos, surgem prejuízos na memória, na destreza manual (alteração na reação dos estímulos), cansaço, dor de cabeça, confusão mental, incoordenação motora, fraqueza muscular, quedas (provocadas por lesão dos nervos motores), lesões irreversíveis no córtex cerebral, lesões nos brônquios e nos rins.

LANÇA PERFUME

Trata-se de uma mistura de clorofórmio, éter, cloreto de etila e um pouco de essência perfumada inofensiva. Embalado em forma líquida, pressurizado dentro de um vasilhame, quando entra em contato com o ar, evapora-se rapidamente, exalando um gás, que é o que as pessoas aspiram.

O lança-perfume era uma brincadeira dos antigos carnavais: esguichava-se o produto nos outros, causando, por segundos, uma gostosa sensação "de geladinho". Por ser lançado e perfumado, daí seu nome: lança-perfume.

Com o tempo, porém, o costume de cheirar lança-perfume tornou-se um vício: em vez de lançado nos outros como brincadeira, passou a ser esguichado em lenço, que as pessoas levam ao nariz, para assim aspirar seu gás.

Na falta do lança-perfume - quando acabava o carnaval ele sumia do mercado - foi descoberto o quelene, um anestésico local, também a base de cloreto de etila, facilmente encontrado nas farmácias.

Em pequenas doses, o lança-perfume e o quelene provocam euforia e torpor. Em doses maiores, podem provocar tonturas, falta de coordenação motora, voz "amolecida", marcha instável e desmaios.

Esses desmaios duram pouco, e, quando a pessoa volta a si, não se lembra do que se passou. Seu grande risco é de a pessoa morrer de parada cardíaca, provocada pelo clorofórmio ou pelo cloreto de etila.

Um cardíaco raramente resiste a taquicardia ocasionada pelo lança-perfume, portanto, sua possibilidade de morrer é ainda maior.
Após muitas mortes por parada cardíaca, decorrentes do abuso do quelene e do lança-perfume, o governo brasileiro, por volta de 1965, proibiu a fabricação desses produtos.
Os efeitos do lança-perfume são passageiros e seu uso depende do ato voluntário de manter um lenço embebido próximo às narinas. Seu maior risco é causar parada cardíaca.

Em geral, esse efeito é imediato e efêmero. Dura tão pouco que o cheirador precisa repetir a dose com muita frequência. Isso pode ocasionar um desmaio, que também passa muito depressa, e a pessoa às vezes nem percebe que desmaiou. Poucos apresentam ressaca no dia seguinte.

CHÁ DE SAIA BRANCA

A Datura arberea é um arbusto conhecido como trombeta, trombeteira, saia branca, aguadeira, buzina, zabumba ou lírio. Com suas folhas pode-se fazer um chá, cujos sintomas iniciam-se alguns minutos depois de ser bebido.

O poder tóxico se deve a presença de muitas substância. As alucinações são muito variadas e as vezes são terríveis. As pupilas dilatam-se, a atividade intestinal diminui e a boca seca. Em casos graves pode haver coma profunda e morte.

Em 1886, um médico da Bahia descreve o seguinte fato:
"Fui chamado para visitar os doentes no dia seguinte às 8h. Já podiam caminhar, mas estavam trôpegos e alucinados, vendo objetos imaginários, fantasmas, ratos passando pelo quarto. Ambos estavam com pupilas dilatadas. Na panela que servia para fazer o cozimento estavam dois ramos com muitas folhas de trombeteira."

Religião e bruxaria geralmente se misturavam em certas culturas antigas, em que uma só pessoa centralizava as funções de sacerdote e curandeiro e diversas plantas alucinógenas eram usadas para fins medicinais como rituais.

Conhecidas e usadas desde épocas remotas, as plantas alucinógenas entraram em atrito com a Igreja, na Idade Média, principalmente durante a Inquisição, quando os meimendros, heléboras negros, viscos e mandrágoras, entre outros, eram denominados "ervas de feiticeiro" ou "plantas do diabo".

ECSTASY (ALUCINÓGENO + ANFETAMINAS)

Seu principal elemento ativo, a metilenedioximetanfetamina (MDMA) é uma substância sintética criada em laboratório na Alemanha em 1913. Ganhou notoriedade ao ser utilizada de várias formas: inibidor de apetite, no tratamento do mal de Parkinson (durante a década de 40), como antidepressivo (década de 60), e até mesmo como desinibidor durante as sessões de psicoterapia.

Todas sem sucesso, exceto talvez para os fabricantes e alguns terapeutas que, sem maiores cuidados, receitaram a droga para seus pacientes. Há cerca de onze anos, o Ecstasy começou a surgir nas festas clubbers da Europa e dos Estados Unidos, tornando-se presença quase obrigatória e associado à house music e ao tecnopop, desembarcando no Brasil no início dos anos 90.

No início uma droga restrita a uma pequena elite (até pelo preço, que varia de US$ 30 a US$ 60), a droga começou a preocupar as autoridades com as primeiras grandes apreensões, ocorridas a partir de 1995. Em sua maioria, os comprimidos tem chegado ao Brasil pelas mãos de turistas europeus.

A ingestão desta droga aumenta a produção de seratonina, o hormônio que regula a atividade sexual (provocando um estado de excitação quase incontrolável no usuário), humor e sono, ajudando a romper os bloqueios emocionais do usuário, aflorando a libido e fornecendo uma sensação de bem-estar.

Causa enrijecimento dos músculos e aumento dos batimentos cardíacos, que pode levar a um superaquecimento do corpo e desidratação. Apesar do aumento da libido, o orgasmo torna-se mais difícil de ser atingido. O uso contínuo do Ecstasy pode provocar paralisia cerebral e morte. A overdose pode acontecer não apenas por doses excessivas da droga, mas também quando estiver associada a outras drogas como álcool e cocaína.

FONTES
  1. - Enciclopédia Exitus
  2. - Enciclopédia Barsa
  3. - Enciclopédia do Estudante
  4. Compton's Interactive Encyclopedia
  5. Drogas - Wilson Paulino
  6. - Internet: ( Comem Jundiaíwww.jundiaí online.com.br
  7. ( Projeto Cara Limpa): www.caralimpa.com.br
  8. - Enciclopédia Abril. Volumes: I, VIII, X, XI, XII
  9. - Jornal: O Estado de S. Paulo (reportagem do Zap)


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