quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

CADEIA DE SUPRIMENTO : UM ESTUDO DE CASO EM PAULO AFONSO-BA

CADEIA DE SUPRIMENTO

LUCIANA PEREIRA DE SOUZA


O conceito da cadeia de suprimento começou a se desenvolver apenas no Início dos anos 90. Mesmo no âmbito internacional, o conceito ainda pode ser
considerado em construção, são poucas as empresas que já conseguiram implementá-lo com sucesso.

Existem inclusive alguns profissionais que consideram a cadeia de suprimento como apenas um novo nome, uma simples extensão do conceito de logística, ou seja, uma ampliação da atividade logística para além das fronteiras organizacionais, na direção de cliente e fornecedores na cadeia de abastecimentos (FLEURY, 1999).

O propósito do estudo consiste em mostrar que o conceito de gerenciamento de cadeia de suprimento, enquanto relativamente novo, em verdade não é nada mais que uma extensão da logística (CORONADO, 2007).

Assim, a partir de meados da década de 1990 muito se tem falado e tem sido escrito sobre cadeia de suprimento. Seu surgimento tem sido muitas vezes confundido, como citado acima com a logística, porém ela abrange um escopo maior de processos e funções, podendo ser considerada a logística como um subconjunto da cadeia de suprimento (PIRES, 2007).

Francischini e Gurgel (2004) descrevem logística como uma ferramenta estratégica utilizada para aumentar a satisfação do cliente e elevar a competitividade da empresa, bem como a sua rentabilidade. Este conceito também faz referência às considerações de Pozo (2004).

Deste modo, a expressão logística, pode ser definida como o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e eficaz de matérias-
primas, estoques de produtos semi-acabados, acabados e do fluxo de informações a eles relativo, desde a origem até o consumo, com o propósito de atender aos requisitos dos clientes.

Já a cadeia de suprimento refere-se à integração dos processos que formam um determinado negócio, desde os fornecedores originais até o usuário final, proporcionando produtos, serviços e informações que agregam valor para o cliente (FRANCISCHINI E GURGEL, 2004).

Slack; Chambers e Johnston (2002, p.415) mencionam cadeia de suprimento como:

A gestão da interconexão das empresas que se relacionam por meio de ligações à montante e à jusante entre os diferentes processos, que produzem valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final. A cadeia de valor centra-se em dois objetivos – chaves, satisfazer efetivamente os consumidores e fazer isso de forma eficiente.

Christopher, (citado por CORONADO, 2007, p. 84) define “a cadeia de suprimento representa uma rede de organizações, através de ligações nos dois
sentidos, dos diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados nas mãos do consumidor final ”.

Atualmente, grandes e pequenas organizações sejam governamentais ou privadas, com ou sem fins lucrativos, vêem-se em um mercado competitivo onde seus resultados podem determinar o nível de serviço levado aos seus clientes e/ou usuários.

Nesse contexto de qualidade de serviço prestado, a cadeia de suprimento torna-se um diferencial competitivo (POZO, 2004). Na mesma passagem Pozo (2004) segue discorrendo sobre o histórico da cadeia de suprimentos, e reafirma a sua importância como diferencial competitivo conforme se verifica na citação a seguir:

Com a evolução gradativa da cadeia de suprimento, desde o século XX ao XXI, notam-se grandes diferenças em seu processo evolutivo, diante disto, as empresas tendem a se portar no mercado com desenvolvimento em evoluções, vindo a construir o seu diferencial em relação às demais, minimizando assim o seu tempo de entrega e atendendo com melhor qualidade os desejos e as necessidades dos seus clientes. CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para redução de custos e melhoria dos serviços. São Paulo: Pioneira, 1997.

Porter, (citado por PIRES, 2007, p. 54) advoga que para se compreender os elementos-chave para uma vantagem competitiva devem-se analisar as várias
atividades executadas na cadeia de suprimento de uma empresa e o modo como elas interagem.

Essas atividades podem ser classificadas em atividades primárias e atividades de apoio. As atividades primárias são aquelas envolvidas na criação física do produto, na movimentação física, na venda, no serviço de pós-venda etc.

E as atividades de apoio são as que dão suporte às primárias e também a elas próprias. O perfeito entendimento da cadeia de suprimento tem sido reconhecidamente um fator de vantagem competitiva para as organizações que efetivamente entendem o seu papel estratégico.

A administração da cadeia de suprimento exige o entendimento dos impactos que serão causados nas organizações, em seus processos e na sociedade. Entendê-las não se limita, a saber, que a demanda afeta todo o processo e que, portanto, estimativas e pedidos devem ser bem elaborados para satisfazer as necessidades de clientes e consumidores.

A cadeia de suprimento está vinculada a variáveis internas e externas que afetam a organização e aos diferentes modelos de negócio estabelecidos para os segmentos industriais ou para as empresas de serviços (BERTAGLIA, 2003).

Todavia, nem sempre a cadeia de suprimento foi assim, com foco no mercado, Pozo (2004, p.14) faz a delimitação no tempo citando que: ”Não o era 50 anos atrás e, também, foi pouco utilizada até os anos 70”. Bertaglia (2003, p.4) afirma que:

A cadeia de suprimento corresponde ao conjunto de processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor de acordo com a concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e para a data (quando) que os clientes e consumidores os desejarem.

O conceito de cadeia de suprimento reforça o vínculo entre processos e desempenho, o que inclui os processos internos de uma empresa e também os de seus clientes e fornecedores externos.

Uma necessidade registrada por um cliente interno ou externo dá início a uma cadeia de suprimento (KRAJEWSKI, 2009). 9 PORTER, M. Competitive Advantage: creating and sustaining superior performance. New York: Free Press, 1985. 557p.

O gerenciamento da cadeia de suprimento é responsável pelo planejamento e controle dos bens e serviços de uma organização, suas informações permitem uma sincronia com a cadeia produtiva.

Portanto recomenda-se que ao trabalhar com a cadeia de suprimento se tenha bastante atenção, pois uma falha pode ocasionar uma insatisfação para quem esteja adquirindo o produto ou serviço oferecido pela organização.

Os objetivos da implantação de uma cadeia de suprimento poderão assim ser resumidos, de acordo com Francischini e Gurgel (2004, p.262):

Os objetivos da implantação de uma cadeia de suprimento poderão assim ser
resumidos, de acordo com Francischini e Gurgel (2004, p.262):

· PARCERIAS - Compartilhar todas as iniciativas com os parceiros da cadeia.
· RISCOS - Compartilhar os riscos de fazer negócios.
· RESULTADOS - Compartilhar os resultados da racionalização das atividades.
· INFORMAÇÕES - Compartilhar as informações mediante meios adequados.
· DIFERENÇA - Evitar que algum elo da cadeia acumule perdas.

Sendo o conceito da cadeia de suprimento muito amplo é necessário definir alguns processos que podem ser considerados críticos para que o abastecimento de uma cadeia seja eficaz. Esses processos podem ser desenvolvidos internamente pela empresa ou por processos logísticos que assumem parte deles ou sua totalidade (FRANCISCHINI E GURGEL, 2004).


FONTE : MONOGRAFIA DE :  Luciana Pereira de Souza, Administração de Suprimentos de Materiais dos Serviços de Saúde Hospitalar: Um caso na cidade de Paulo Afonso-Ba, Paulo Afonso – Ba junho / 2009, Faculdade

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